Era madrugada e Eleutério, que perdera o sono, levantou-se da cama e procurando não fazer muito barulho, desceu para a sala; nu, sentou-se no sofá e acendeu um cigarro; algo o atormentava desde há muito tempo, e aquela noite insossa servira apenas para confirmar esse tormento. Casou-se com Lucrécia, o amor de sua vida …, mas, então, veio a rotina! Rotina que mata qualquer casamento e que sufoca qualquer desejo. Quem é casado sabe disso, e Eleutério não era uma exceção. O que o tornava uma exceção era o fato de que ele não admitia uma traição no seu casamento.
Muitas vezes, ele ouvia os colegas e amigos mais íntimos gabando-se de suas aventuras extraconjugais, com expressões típicas de macho alfa, e achando o máximo que suas esposas permaneciam alheias e felizes. Da mesma forma, ele não admitia a ideia, por muitos consagrada, de ver suas esposas pertencendo a outros homens com sua anuência. Um dizia que aquilo o excitava ainda mais em trepar com a esposa, depois que ela se entregou a um outro macho mais potente, ou mais dotado.
Eleutério não concebia a possibilidade de ver outro homem tocando na pele branca, quente e ainda viçosa de sua esposa; sequer aceitava a hipótese, mesmo remota, de um macho vir a trepar com sua mulher, conspurcando aquilo que ele considerava seu maior legado na vida. E por mais que tentasse ser uma pessoa eclética de mente aberta, ser corno manso não era um evento capaz de aprimorar seu casamento e sua relação com Lucrécia.
Todavia, a rotina e a mesmice conduziam a relação para um processo de inevitável deterioração, que poderia, em algum momento, descambar para a separação. De início, procurou aconselhamento espiritual, porém, não funcionou. E agora, ali, na sala, sozinho, ele se desesperava! Seria a única saída aceitar a ideia de dividir sua mulher com outro homem?
Nesse clima tempestuoso, Eleutério lembrou-se do cartão que um amigo lhe dera dias antes. Foi até o escritório, vasculhando as coisas sobre a escrivaninha, até encontrar o que procurava. “Dra. Wanda – Terapeuta Sexual”, diziam as letras garrafais em tom dourado no cartão de visitas. Eleutério ficou examinando o cartão pensando que, talvez, aquela fosse sua última opção antes que seu casamento se desfizesse em tristeza e distanciamento.
Na tarde do dia seguinte, ele aguardava a consulta agendada com a tal terapeuta; sentado na saleta de espera, ela olhava para o vazio, sentindo uma amargura correr-lhe as entranhas. As vozes que preenchiam o ambiente lhe pareciam distantes e indiferentes; apenas sua dor gritava ensurdecedora. “Seu Eleutério? O senhor pode entrar”, disse a recepcionista, elevando o tom de voz, já que era a terceira vez que anunciava.
Eleutério, parecendo sair de um transe, levantou-se e caminhou para dentro do consultório; ao deparar com a terapeuta, o sujeito tomou um susto, pois, esperava por uma imagem mais conservadora; Wanda era uma morena exuberante, com um olhar cativante e um sorriso arrebatador; não fosse a situação em que se encontrava, Eleutério, provavelmente, sentiria inclinado a rever seus conceitos de fidelidade. Após os cumprimentos de praxe, ela pediu que ele se acomodasse em uma poltrona de couro, enquanto ela tomava assento em outra, bem a sua frente, munida de bloco de notas e caneta.
Wanda fez uma breve exposição de seu método de tratamento, e depois de pedir que ele se sentisse o mais relaxado possível, tomou nas mãos, uma pequena lanterna, que emitia uma luz de tom esverdeado, apontando-a para o rosto dele. “Siga a luz com atenção, concentrando-se apenas nela …”, e, de repente, tudo escureceu! Quando voltou a si, Eleutério sentiu-se exausto, com um suor febril escorrendo em suas têmporas. Para ele, a impressão é de que haviam se passado apenas alguns minutos, mas, olhando para o relógio na parede constatou que decorrera quase uma hora.
-Agora, o senhor pode ir – disse a terapeuta, com tom calmo e seguro – Marque um retorno para a semana que vem e …
-Mas, é só isso? – interrompeu ele, interpelando a especialista – O que aconteceu? Porque eu apaguei?
-Calma! Não fique tenso, pois vai prejudicar a terapia! – respondeu ela com o mesmo tom impassível – Vá para casa e na semana que vem conversamos …, os resultados virão em breve!
Sem esperar por uma resposta, Wanda se levantou da poltrona e dirigiu-se até a porta abrindo-a para ele. Eleutério saiu, ainda aturdido e somente saiu daquele estado quando a recepcionista perguntou se ele queria marcar o retorno. Foi para casa pensativo; decidiu não revelar nada para Lucrécia, já que sequer havia lhe contado da consulta.
Depois do jantar, o casal esparramou-se no sofá da sala, assistindo a um canal a cabo; Lucrécia pusera os pés sobre o colo de seu marido, que, por sua vez, os acariciava suavemente …, ao segurar os pezinhos dela em suas mãos, Eleutério sentiu uma excitação inesperada, com seu membro erigindo-se com atrevimento.
E tal foi a potência, que Lucrécia pôde sentir a rigidez do membro, empurrando seus pés; após um intervalo de indiferença disfarçada, ambos se entreolharam com uma expressão de volúpia estampada em seus rostos.
-Nossa, hein? Fazia tempo que eu não sentia meu marido com tanto tesão! – comentou Lucrécia com tom excitado – Isso tudo é pra mim?
Eleutério mirou o rosto singelo da esposa e sorriu marotamente; ele apertou os pés dela contra o membro rijo, comprovando que ela era o alvo de sua excitação. Lucrécia puxou p vestido, exibindo a calcinha de cor clara cuja umidade denunciava sua correspondência aos ímpetos do marido. Em poucos minutos, ambos estavam nus, deitados sobre o tapete, com o sujeito sugando os mamilos intumescidos, enquanto a fêmea esfregava seu ventre contra a ferramenta dura e quente do marido.
Eleutério arremeteu para dentro de sua esposa com tanto vigor, que ela gritou de prazer, implorando para que ele socasse seu membro com força; ele atendeu ao pleito da esposa, atirando-se em movimentos pélvicos intensos e febris, provocando uma sucessão de orgasmos que assolavam a fêmea, que correspondia contorcendo-se de satisfação. E o interlúdio sexual prosseguiu, com Lucrécia suplicando para cavalgar o marido, ansiando por sentir-se no comando de seu macho. Eleutério transigiu com doçura, permitindo ser a montaria da esposa.
A maior surpresa, mantida velada por ambos, dizia respeito ao desempenho do marido, cuja impetuosidade e pertinácia mostravam-se muito mais relevantes que em qualquer outro encontro anterior; era como se Eleutério fosse um novo homem, dotado da mesma energia do início do casamento, o que deixava Lucrécia imensamente feliz, saboreando seu macho após tanta ausência passiva.
Lucrécia ansiava por mais e com essa intenção, arredou-se do mastro mantendo-se de cócoras até que sua vagina estivesse sobre o rosto do marido, passando a esfregar-se sobre ele. “Chupa! Chupa a tua fêmea safada!”, dizia ela em tom provocador. Eleutério segurou as nádegas da esposa e passou a lamber e depois chupar sua vagina, o que desaguou em mais orgasmos carregados de êxtase, com Lucrécia gritando histérica dominada pelo prazer.
E no momento em que ela se jogou para a frente, pondo-se de quatro para os olhos gulosos do marido, o simples balançar daquele traseiro suculento, operou no macho o arrebatamento esperado; em posição de ataque, e com a ajuda da parceira, separando suas nádegas com as mãos e apoiando o rosto sobre uma almofada, Eleutério estocou sem piedade, colmatando as entranhas da fêmea com sua rigidez inédita e golpeando com movimentos profundos e acelerados.
Lucrécia dedilhava sua vagina, ampliando ainda mais o prazer que sentia, regojizando-se a medida em que a profusão de orgasmos tornou a conturbar seus sentidos, fazendo dela a fêmea mais desejada do mundo. A cópula anal seguiu um curso frenético e imprevisível, enquanto os corpos suados davam sinais de atingir o limiar de sua própria resistência …, e foi nesse clima insano, que o orgasmo do macho sobreveio enorme profusão; Lucrécia deleitou-se em sentir-se inundada pela onda de esperma do marido, e ainda mais ao sentir o excesso escorrer entre suas pernas …, e ainda com o membro a meio mastro inserido em si, Lucrécia suspirou aliviada, sentindo-se plena com o peso do marido sobre seu corpo; e ali mesmo, após tanto êxtase, o casal adormeceu.
Na consulta seguinte, Eleutério estava eufórico e falante, contando com detalhes a noite de amor e paixão com sua esposa e de como seu desempenho funcionara como dantes, tudo com detalhes, com os olhos acessos e atentos da terapeuta; ao se despedirem, ele perguntou quando deveria retornar. “Quando você sentir necessidade …, deixe seu corpo falar por si!”, ela respondeu, sorridente estendendo a mão para o paciente que se foi alegre e saltitante.
Imediatamente, ela sacou o celular e fez uma ligação; depois de uma breve conversa, perguntou a quem estava do outro lado da linha: “Então …, sente-se bem?”.
-Sim, doutora …, me sinto ótima! – respondeu Lucrécia com tom esfuziante – Ainda bem que eu consegui que ele encontrasse seu cartão! Muito obrigada!
-Não precisa agradecer …, afinal, é o meu trabalho! – respondeu Wanda em tom cortês.
-Mas, posso saber o que a senhora fez? – quis saber a esposa, incapaz de esconder sua curiosidade com o resultado da terapia.
-Ah, minha querida! Lamento, mas, são segredos da profissão! – respondeu Wanda com tom enigmático