Sinopse: A beleza do Professor Eric se torna assunto entre as alunas do colégio fazendo com que Nívea fique apreensiva sobre uma possível hipótese.
Durante um passeio com os pais, a beleza da jovem chama a atenção e ela se vê diante de uma situação inesperada.
⚠️Notas da autora: Recomendo a leitura do capítulo I já postado, antes de prosseguirem aqui.
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Minha primeira semana de aula transcorreu normalmente, eu só me encontraria com o Professor Eric em sala na 2a feira seguinte. Mas devo confessar que por vários momentos do dia ele não saía dos meus pensamentos. Após o episódio na biblioteca, não esbarrei mais com ele em lugar nenhum nas dependências do colégio. "Ele deve passar boa parte do tempo na sala dos professores" pensei.
Decidi me focar no livro que ele havia indicado e avancei bem a leitura até a aula seguinte. Era 6a feira e já estava quase finalizado. Na verdade não era bem um livro em prosa e sim o poema francês mais famoso do período medieval chamado "A Canção do Rolando". Uma história um pouco cansativa mas interessante.
Eu estava no intervalo das aulas, dentro de uma das cabines do banheiro feminino quando ouço risadas adentrando o local. Eram duas alunas conversando animadamente.
- Avez-vous rencontré le nouveau professeur de littérature?
(Você conheceu o novo professor de literatura?)
- Oui, je l'ai fait. Je l'ai vu marcher dans la cafétéria. Il est trop beau.
(Conheci sim. O vi caminhando pelo refeitório. Ele é lindo demais.)
- Ma sœur de première année est son élève. Elle m'a dit que même s'il était merveilleux, il est trop sérieux et pas trop gentil
(A minha irmã mais nova do primeiro ano é aluna dele. Ela me contou que mesmo sendo maravilhoso, ele é sério demais e nem um pouco simpático.)
- Pensez-vous qu'il a une petite amie?
(Você acha que ele tem namorada?)
- Absolument ! Les jolis hommes sont souvent commis.
(Certeza! Homens bonitos quase sempre são comprometidos.)
Escutei atentamente a conversa, afinal era óbvio que estavam falando do Professor Eric. E se ele for realmente comprometido? Em meio ao meu encantamento, isso não tinha passado pela minha cabeça. Não apenas namorada, e sim ser casado! Esperei as duas amigas saírem do banheiro e me dirigi até a pia para lavar as mãos. Em seguida, rapidamente peguei meu celular da bolsa de mão que sempre carrego comigo e "corri" até o perfil do Instagram dele, olhando com mais atenção cada momento pessoal registrado. Não havia nada que pudesse denunciar um possível relacionamento, nem mesmo na outra aba em que amigos fazem marcação nas fotos. Sendo um perfil público, eu ainda não me sentia à vontade para segui-lo. Com isso, era apenas uma "stalker". Após visualizar cada foto e sem nenhuma mulher ao lado dele, eu fiquei mais aliviada.
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De noite, eu e meus pais estávamos reunidos na sala. Meu pai sentado à mesa do jantar trabalhando, enquanto eu e minha mãe sentadas no sofá e ela procurando algo de interessante na TV. Eu estava com meus pensamentos longe, distraída. Minha mãe pensando que havia algo de errado comigo, puxou uma conversa.
- Tudo bem com você, minha filha?
- Tudo sim, mãe. Só estou um pouco entediada. As matérias de aula em dia, não tenho mais o que estudar.
- A primeira semana na escola, como foi mon Petit? - meu pai questionou.
- Tranquilo também. Professores novos, disciplinas novas...
Ele deixou o que estava fazendo e veio até mim, sentando-se ao meu lado. Com isso fiquei entre eles dois.
- Chérie, eu sei que eu e sua mãe não passamos tanto tempo juntos de você. Trabalhamos muito. Mas quero que saiba que te amamos.
- Je sais, papa. Et je t'aime aussi.
(Eu sei, pai. E eu amo vocês também)
E me abraçou carinhosamente junto da minha mãe que em seguida, sugeriu:
- Amanhã é sábado, porque não fazemos algo juntos? Nós três?
- Bien, eu tenho uma reunião na segunda feira e preciso deixar o material pronto mas... Oui, podemos sair para fazer algo.
- Mas mãe, você não tem atendimento amanhã na clínica? perguntei curiosa.
- Felizmente eu consegui atender todas as clientes hoje e amanhã a equipe ficará responsável.
- Ótimo. Podemos almoçar juntos, o que vocês acham?
- Parfait! - papai comemorou - Você escolhe o restaurante.
- Vamos na churrascaria de sempre. As carnes de lá são ótimas.
- Isso mesmo, você se entope de carne gordurosa e depois reclama que não entra mais nas roupas - minha mãe em tom irônico me deu uns beliscões na minha cintura seguido de inúmeras cosquinhas me fazendo rir incontrolávelmente enquanto meu pai nos observava e sorria.
Eu não podia negar o amor e carinho que meus pais sentiam por mim, embora fossem ausentes. Com isso, eles cobriam esses momentos de ausências me dando atenção em forma material: passeios, roupas e dinheiro sempre que eu precisasse. Mas eu vivia uma vida sem grandes emoções ou profundidade. Motivos os quais o tédio e vazio interior me preenchiam boa parte do tempo.
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Na manhã seguinte, me dediquei a cuidar do meu corpo antes de sair para o almoço. Enchi a banheira de hidro com sais de banho da minha mãe e fiquei relaxando por um bom tempo. Deitada e com as pernas abertas, a água morna me deu a sensação de estar nas nuvens. E novamente, o professor mais lindo que já tinha conhecido dominava meus pensamentos fazendo meu coração acelerar. Meu celular estava ao meu lado na beira da banheira e então me peguei visualizando mais uma das várias fotos do seu perfil. Uma foto em especial que me chamou a atenção foi uma selfie em que ele estava com os mesmos óculos de aros transparentes de dentro do carro com um meio sorriso. Lindo. Os olhos mais azuis do que nunca. Suspirei com aquele anjo em forma de homem. Infelizmente, meus devaneios foram interrompidos por duas batidas na porta.
- Nívea, querida, não demore muito! Dia de sábado os restaurantes sempre ficam lotados.
- Já vou sair, mãe.
Tive que descer de ambas as nuvens que me erguiam: a nuvem do banho relaxante e a nuvem encantada em que estava por causa dele.
Terminei o banho e fui para o meu quarto onde eu considero uma espécie de santuário. Como disse anteriormente, sempre fui tímida porém, no meu espaço particular eu posso ser do jeito que eu quero e uma das coisas que gosto de fazer é ficar nua. Basta fechar a cortina da varanda do meu quarto, trancar a porta e pronto! Meu corpo está livre. Belo, com formas redondas e... intocado. Sim, nunca vivi nenhum namorico de adolescente, meus lábios sem saber o que era beijar na boca e meu corpo amadurecido nunca tocado por um homem. O prazer que meu corpo sentia vinha das minhas mãos. Após conhecer o professor Eric, a frequência em me tocar aumentou rsrs... É claro que já pesquisei e li sobre sexo, internet hoje em dia está aí ao alcance de muitos e quando eu era um pouco mais nova, minha mãe foi comigo a uma ginecologista onde ela conversou comigo sobre tudo que envolve sexualidade. Conhecimento na teoria eu possuía. Na prática, nada.
Para o passeio em família, escolhi uma calcinha rosa de cetim bem confortável que cobria meus lábios mas ao mesmo tempo era fininha na parte de trás cravando no meio do meu bumbum redondo e grande. Coloquei um vestido também na cor rosa com bolinhas brancas que era bem justo no corpo, modelo tomara que caia com babados e um "cadarço" bem fino na altura dos seios onde se monta um laço. Para os pés uma sandália bem confortável e finalizando, maquiei apenas os meus olhos com máscara e lápis de olhos o suficientes para dar destaque ao azul natural. Meus cabelos que estavam no tamanho um pouco abaixo do ombro, cuidadosamente penteados.
Pronta pra sair, fiz uma selfie básica de frente ao espelho, que de imediato postei no Instagram usando várias tags em inglês e francês, resultando em likes e alguns comentários. Não sigo muitas pessoas no meu perfil, apenas meus primos e tios paternos que moram na França. Por outro lado, minhas fotos fez com que eu conseguisse a proeza de ter quase dois mil seguidores. Como eu já estava quase em cima da hora, deixaria para ver os comentários mais tarde.
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Sábado de Sol e a churrascaria tinha bastante clientes. Felizmente não precisamos enfrentar fila para entrar e meus pais e eu fomos levados pela recepcionista para uma mesa mais reservada. As outras eram ocupadas pelos mais diversos grupos de amigos: comemoração de aniversário, famílias reunidas e também casais a sós. Logo que sentamos, o rodízio de carnes começou a vir na nossa mesa. O gerente da casa, Heitor, veio falar conosco pois conhecia o meu pai há muitos anos.
- Mas é um prazer recebê-los mais uma vez! Porque não fizeram uma reserva? Eu teria uma boa mesa para clientes tão especiais!
- Merci Heitor, mas decidimos ontem à noite então não pude te telefonar. - meu pai o agradeceu.
- Estão sendo bem atendidos? Qualquer coisa, pode falar diretamente comigo!
- Muito gentil da sua parte, mas não se preocupe, o atendimento está excelente! - minha mãe fez questão de enfatizar.
Heitor já era um homem quase de meia idade com os cabelos castanhos e alguns fios brancos em evidência. Os olhos também eram castanhos. Não era nem feio nem bonito mas possuía a aparência impecável e uma simpatia habitual a qual o cargo lhe compelia. Até então, ele não havia me notado e ficou surpreso ao me ver.
- É a pequena Nívea? - ele me olhou atento.
- Nem tão pequena assim, ela acabou de completar 15 anos. - minha mãe o corrigiu.
Ele parecia não acreditar no que via e eu podia jurar que estava com os olhos grudados no decote do meu vestido.
- Me lembro de você pequena correndo por entre as mesas deixando sua mãe de cabelo em pé!
- Isso já faz tempo. E eu estive aqui outras vezes mas não lembro de você.
E eu não lembrava mesmo.
- Verdade, eu gerenciei uma outra filial por muitos anos até retornar para a matriz onde eu comecei.
- Monsieur Heitor, posso lhe garantir que o atendimento aqui não foi o mesmo com a sua ausência. Eu e Helena percebemos isso - meu pai o advertiu.
- Essa foi uma das razões que me fez retornar para cá. E agora tenho certeza que tomei a decisão certa em voltar para onde comecei - deu um meio sorriso e se voltou para mim acariciando de leve os meus cabelos.
Sim, ele estava me violentando com os olhos. E eu não pude esconder o quanto meu rosto ficou vermelho com isso. No instante seguinte, Heitor precisou deixar a mesa em que estávamos pois teria que dar atenção aos outros clientes.
Situações iguais a essa aconteciam comigo frequentemente sempre me deixando sem reação. Nunca subestimei a minha beleza de rosto e corpo mas ser alvo de olhares masculinos na forma mais predadora da coisa faz com que eu me sinta uma fêmea indefesa. Olhei o decote do meu vestido, o laço amarrado e em nada exaltava os meus seios no entanto, o porte redondo e firme que eles possuíam chamara a atenção. Procurei disfarçar o quanto pude, menos o coração acelerado que não consegui controlar. Uma vez que o sr. Heitor não voltou mais à nossa mesa, fui me tranquilizando aos poucos.
Por fim, esse momento ao lado dos meus pais foi muito agradável. Conversamos, rimos... Foram quase duas horas em que finalizei o almoço pedindo uma sobremesa bem calórica: banana split com bolas de sorvete de chocolate e flocos mergulhada em muita calda de caramelo. Algo diferente das sobremesas habituais.
- Chérie, quando você terminar, vamos para casa.
- Oui, papa. Acho que não vou comer nada pelos próximos três dias.
- A esteira no nosso quarto estará te esperando filha, caso você se desespere para perder todas as calorias de hoje. - minha mãe piscou pra mim.
- Eu sei, eu vou precisar. - e revirei os olhos. Posso ir ao banheiro antes de ir?
- Claro, amor. Enquanto isso, pedimos a conta.
Me retirei da mesa e fui até o banheiro para escovar meus dentes. Após consumir muita carne vermelha e uma sobremesa quase vulcânica em termos de calorias, era necessário. Ao terminar e já estar no corredor voltando para a mesa, um dos garçons de repente me para.
- Pediram para entregar isso a você. - e me passou um bilhete dobrado em quatro.
- Quem? - perguntei à ele tomada pela curiosidade enquanto olhava o papel.
- Isso eu não posso falar mas a pessoa pediu para que você leia quando já estiver em casa sem seus pais por perto.
- Tá bom. - concordei e pus o bilhete rapidamente na minha bolsinha.
Ao chegar em casa, fui para o meu quarto e então abri meu Instagram para ver as reações da minha postagem. Algo em torno de cem curtidas e vinte comentários dos meus primos e desconhecidos. Hashtags em excesso nos colocam em evidência no mundo todo. Além de mais uns dez perfis que começaram a me seguir.
Lembrei do bilhete que havia recebido e de súbito o peguei na minha bolsa abrindo rapidamente a fim de matar a minha curiosidade.
"Estou aqui neste momento trancado na minha sala do restaurante e enquanto escrevo este bilhete, a calça social que uso está aberta com meu membro para fora, rígido de tesão, pulsando e desejando você e seu corpo delicioso. A menininha levada cresceu. Cresceu e chamou a atenção daqui de toda a equipe. Por força da minha função de superior, precisei colocar ordem entre os rapazes e fazê-los ficarem focados em seus trabalhos.
Eu tenho uma filha da sua idade e é monstruoso isso o que sinto mas você é linda demais para não ser notada e desejada. Não vejo a hora de você vir novamente aqui para que eu possa admirá-la, ainda que de longe. Seu lindo rosto de boneca, seu maravilhoso corpo repleto de curvas. Um beijo, Heitor."
Cantada ou assédio? Não sei dizer pois ambos nos dias de hoje vivem em conflito nas relações sociais. Um homem, creio eu, da mesma idade do meu pai me dizer coisas assim é algo que não acontece todos os dias. Ou acontece? E o que fazer diante disso? Absolutamente nada, porque eu me encontro na mesma situação, com 15 anos e me sentindo atraída por um homem quase 20 anos mais velho que também facilmente poderia ser meu pai.
Continua...
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