De-mi-ti-do.
Eu queria chorar em posição fetal e morrer, eu estava terminando meu curso de mecânica e ainda por cima estava terminando meu inglês. Que ódio.
Me chamo Alex Dos Santos, ou pode me chamar de Alex, sou um rapaz com cabelos escuros e lisos, olhos castanhos e um nariz um pouco arrebitado, meu rosto estava em um tratamento pesado de acne e mesmo eu sendo um pouco magro, sempre gostei de moda.
“Você está demitido… - essa era a voz do meu chefe que gritava em minha mente que bem um louco.”
Eu estava chorando quando cheguei no meu apartamento, meu mundo tinha caído, eu estava demitido, apenas ali quando cheguei que percebi que não teria mais como eu me virar em pagar o aluguel.
Olhei para meu gato Laranjado, Frederico e para meu Rusky siberiano, Potter.
“Vamos ter que se mudar e agora?”
Meu gato pulou no colo e ronronou enquanto meu cachorro mexiam em minha mão para eu dar carinho a ele.
O que eu uma pessoa sensata fez?
“Alexia, Toca Funny thing.”
Comecei a cantar e dançar com meu cachorro é meu gato bem louco no apartamento, enquanto eu dançava eu praticamente estava chorando. Deus, como eu ia contar isso para meus pais?
Continuava a dançar, Potter pulava em meu colo enquanto eu girava com Frederico, e o gato me encarava como se eu fosse um retardado.
Encarei o espelho e fiz a única coisa que poderia fazer naquele dia, liguei para meu melhor amigo. E contei a ele tudo que tinha acontecido.
Cristóvão era um dentista, o rapaz era um moreno de cabelos loiros tingidos, seu rosto era redondo e gordinho, mesmo ele sendo baixinho, era muito para frente; sempre teve atitude, ele amanhã gatos e tinha uma siamesa é um gato sem pelos.
“Cris, por favor atende…. meu Deus, ainda bem que atendeu. Eu tenho que te contar algo…”
“Eu to um pouco ocupado Nico, mais faz o seguinte, vai para meu apartamento que mais tarde a gente conversa o que acha? Não vou sair com Kyungsoo hoje e podemos conversar. Tchau beijos”
Suspirei cansado e não iria discutir, coloquei comida para meus bichinhos e resolver ir, peguei o ônibus para onde meu amigo estava morando.
Cris morava sozinho num apartamento bem grande, e a minha sorte é que eu tinha a chave reversa, e poderia aparecer na casa do meu amigo.
Peguei o elevador e guardei meus fones de ouvidos no bolso da calça jeans e ajeitei minha camisa de botões coloridos e cores do arco iris, dei uma última olhada no espelho do elevador e vi que meus olhos estavam vermelhos, coloquei novamente o óculos escuro e sai do elevador.
Andei um pouco e vi alguém deitado na perto do apartamento do meu amigo, o rapaz estava desmaiado, olhei para os lados e não vi ninguém por perto para pelo menos perguntar quem era ou pedi ajudar.
Andei cautelosamente até o rapaz, e abri a porta do apartamento, mais quando ia entrando, sinto alguém pegando meu tornozelo com força e tentando me derrubar.
“Meu Deus me solta, eu… haaaa, me solta… alguém…”
“Você… você não vai… não vai entrar nesse apartamento…”
O cara estava bêbado e isso eu poderia perceber, o álcool já saí de seus poros, ele gritava e berrava e me derrubou no chão, ele tentou subi em cima de mim, e eu tentava sair debaixo dele. Para um rapaz negro e musculosos, ele era muito forte.
“Me solta… eu… alguém me ajuda…”
“Eu te peguei seu ladrãozinho… eu…”
Conseguir dar um chute em seu saco e ele se virou rodando de dor ao lado e sem querer eu chutei seu rosto enquanto eu saia do alcance dele, o fazendo desmaiar. Liguei urgentemente para Cris.
“Cristóvão, tinha um bêbado na porta da sua casa, meu Deus ele… eu acho que eu matei ele…”
Um minuto de silêncio e um bufo de irritação depois, Cris me respondeu.
“Deus, você não matou ele. Pelo amor de Deus, esse é O Dino Pantoja, amigo do Kyungsoo, ele mora no apartamento da frente e fiquei responsável por cuidar dele, de vez em quando.”
“Desde de quando virou babá de um bêbado? Eu sou seu amigo, ele quase me matou pensando que iria te roubar.”
Cristóvão riu um pouco e isso me irritou, grande amigo eu tenho.
“Coloca ele para dentro do apartamento, deitado no sofá e você ainda lembra de primeiros socorros? - Disse ele sem nem ao menos deixar eu responder. - Espero que sim, porque você vai cuidar desses primeiro socorros deles, até o Kyungsoo chegar aí.”
Desligou na minha cara e vi o rapaz deitado no chão inconsciente, puta que pariu o que eu fiz?
A porta estava aberta e tentei pegar o garoto, ele era muito grande e tive que ir arrastando, ainda bem que ninguém ligou para a polícia por eu estar levando uma pessoa inconsciente para dentro de um apartamento que não era o meu. Aí sim meu dia ia ficar mais fudido do que já estava.
Joguei o brutamontes em cima do sofá do meu amigo, e corri para pegar os primeiros socorros, abri um pouco a boca Dino e percebi que ele usava aparelho, a boca estava saindo um pouco de sangue, peguei a fase e fui tentar passar no sangramento, eu não poderia jogar água, ele iria se afogar. Então tive que cuidar disso pessoalmente, limpei o nariz que tinha sangrado.
Dino deveria ter seus dois metros e dez de altura, seus músculos eram grandes, sua pele era negra e bem brilhosa, ele tinha cabelos negros crespos, feições bonitas e um rosto retangular, sua camisa de botes estava rasgadas e suas calças jeans claras estavam sujas. Abri a camisa para ver se tinha algum arranhão ou coisa do tipo, mais não tinha nada.
Eu chutei o saco dele, mas não iria abrir as calças dele para ver se ele estava bem ou não, isso aí seria assédios e eu realmente não quero ser preso e ser mais uma estatística. Limpei o suor e a sujeira do que podia e fiquei sentado na mesa da cozinha que dava para uma varanda. Não coloquei nada para ouvir ou me distrair.
Ele poderia acordar e ter um susto e enfim partir para briga, ele ainda estava bebado, de vez em quando eu ia ver se ele estava bem e percebi duas coisas, ele roncava que nem um porco e babava que nem uma criança.
O celular dele tocou e percebi a foto de uma menina de cabelos negros e óculos, ela era bonita, seu nome era Rosa, eu fiquei tentando em pegar o celular e atender. Mas deixei tocando.
Minha mente se dividiu em duas tarefas, uma era ver se ele estava bem e a outra era em como tudo tinha acabado para mim. Ia ter que trancar a faculdade e sem casa. Céus, como eu ia contar para meu pai que estava sem emprego agora? Novamente eu me peguei chorando.
Silenciosamente eu estava sentado agora na varanda do Apartamento de Cris, eu tinha feito um empréstimo grande para poder fazer a mecânica que meu pai sempre quis, para poder ajudar ele. Eu estava com nome sujo até o talo, e ainda tinha a cirurgia da minha irmã e do meu gato que tinha que pagar.
Eu sofri depressão a um tempo atrás, e estava me curando, remédios e terapia, e de um tempo para cá, o trabalho estava me puxando demais, eu estava perdendo mais meu sono e não estava com tanto gás assim para continuar. E aquelas vozes tinha voltado a falar comigo, as vozes que jamais saíram de minha cabeça.
Eu sempre usava camisas de mangas longas, por causa das marcas em meus pulsos, marcas profundas. Olhei novamente para baixo e uma voz sútil em minha cabeça sussurrou em meu ouvido.
“Se joga… não vai doer… e tudo isso acaba de uma vez.”
Olhei para baixo, e lembrei de tudo que estava agora em jogo, até lembrei de Kaike, aquele filho da puta que me traiu da forma mais escrita do mundo e como aquilo doía também. Meu cérebro não pensava mais.
“Vai… Você não vai conseguir pagar tudo, acho melhor você pular de uma vez, termina todas as suas dores, não tem casa, não tem dinheiro, não vai ter como pagar o banco…”
A beirada dava para subir e desajeitado, me sentei na beirada, meu coração disparava e comecei a gelar, olhei uma última vez para trás e vi o rapaz deitado. Ele estava bem.
“Desculpas por ter te agredido.”
E fechei meus olhos.
Sinto alguém me pegando e puxando para trás.
“Velho, Mano, você está ficando louco?
A voz grossa e agora mais firme me fez acordar com um baque surdo no chão. Abri meus olhos e vi o Dino bem em cima de mim.
“Você está ficando perturbado garoto? - Ele tinha uma voz aguda o que era engraçado, vindo de um brutos.”
“Eu… aii, isso tá machucado. - As mãos fortes em meu braço me fez acordar mais um pouco”
“Desculpas… - Ele soltou as mãos e me carregou até o sofá. - Se eu não fosse… o que você tem na cabeça em?”
Dino ainda tinha resquícios de baba em sua roupa, seus olhos ainda estavam baixos e ele ainda fedia a álcool e algo bem pior que não queria pensar.
Mas me senti tão grato que acabei abraçando ele mesmo assim é beijando seu rosto, meu coraçãozinho se alegrou.
“Obrigada, obrigada…”
Dino me encarou e começou a ver se eu tinha quebrado algo.
“Você precisa tomar um banho. - Eu disse para o mesmo que sorriu desconfiado e se cheirou.”
“Nossa preciso mesmo… - Foi ai que ele se tocou. Ele passou o braço pelo meu pescoço e apertou um pouco. - Quem e você é porque está aqui? Fale antes de eu chamar a polícia.”
Eu tentava desesperadamente me soltar, meus olhos já lacrimejando e meus pulmões queimavam sem ar, eu me debatia e tentava falar.
“Amigo… Cristóvão… Kyungsoo… Amigo… Dino… porfavor…”
Dino afrouxou o mata leao, quando ouviu o nome de seu amigo. Eu caí em cima de seu corpo soluçando, desesperado por ar, meu corpo doía a cada entrada de ar nos pulmões e me virei para ele e me afastei no sofá.
“Você… você está louco?”
“Louco? Você arromba o apartamento do namorado do meu amigo e tenta se matar, e eu sou o louco? - ele disse encarando meus olhos”
“Não fui eu que tentou me prender duas vezes me menos de 30 minutos. - rebati passando a mão em meu pescoço .”
Eu e Dino nós encaramos rapidamente e saltei do sofá com dificuldade para chegar a cozinha, ele ficou ali no sofá, mas logo se levantou e foi para o banheiro.
Deus, o que eu fiz para merecer tudo isso?