Verônica olhou para o céu …, era noite de lua cheia; ela sabia o significado daquela noite, mas, ainda temia o que poderia acontecer; da última vez, a experiência foi demasiadamente excitante, mas, ao mesmo tempo, dolorosa ao terminar. Tudo culpa de Morgana! Desde o primeiro encontro com a bruxa, a vida de Verônica virara de cabeça para baixo! Era bom! Era tudo que ela queria, mas, acabava! E isso a deixava frustrada!
Sem avisos, retirou-se para o quarto, trancando a porta, pois temia surpresas indesejáveis; tomou um banho e nua pôs-se de joelhos em frente da janela aberta, recebendo o luar prateado banhando seu corpo; fechou os olhos e concentrou-se. Sua aura começou a vibrar tomando um ritmo persistente, até que ele sentisse o calor da aura avermelhada contornando seu corpo e dele fazendo parte.
-Venha! Estou a tua espera! – mentalizou ela assim que a sincronia tornou-se perfeita.
-O que queres de mim, menina? – perguntou a entidade que materializa-se diante dela com seu olhar ferino e arguto.
-Sabe o que quero! – respondeu Verônica ainda utilizando o canal mental.
-Bah! Sei! E tu sabes que isso tem um preço! – resmungou a entidade com tom irritadiço.
-Sim, eu sei …, mas, ainda assim, eu quero! – reiterou ela mentalmente com firmeza.
-Ah! Está bem! Sua abusada! – ele respondeu ainda mais irritado – Mas, em breve, terás que me libertar desse jugo desonesto! Maldita seja aquela bruxa!
Imediatamente, Verônica viu-se atirada em um vórtice alucinante, com sua aura viajando pelo tempo e pelo espaço. E quando a viagem etérea chegou ao fim, ela retomou em parte a sua consciência. Era o quarto dele! Olhou a sua volta procurando por ele …, viu-se só; deitou na cama e aguardou.
-É você mesmo? Verônica? – disse a voz máscula, fazendo-a abrir os olhos – Pensei que você não viria nunca mais!
Com um olhar brilhante, Verônica mirou Perkins; era um homem lindo e sensual, cuja nudez viril enlouquecia qualquer mulher; mas, agora e ali, ela era a única a desfrutar de um macho tão delicioso. Ela sorriu para ele e ajeitou o corpo sobre a cama.
-Aqui estou, meu homem! – ela disse com languidez, enquanto abria as pernas – Olhe com estou úmida por ti! Vem! Vem logo!
Enlouquecido de desejo, Perkins atirou-se entre as pernas de Verônica, saboreando seu sexo quente e molhado, fazendo sua língua varrer a região, provocando orgasmos que desabrochavam um após o outro, cada vez mais intensos e caudalosos; Verônica gemia e suspirava, segurando a cabeça do parceiro, como se quisesse que ele jamais saísse dali. E foram tantos orgasmos que ela perdeu-se em meio a um torvelinho de prazer desmedido. Retomando o controle da situação, Perkins subiu sobre a fêmea, cravando seu mastro rijo em suas entranhas de uma só vez, fazendo Verônica gritar de prazer ao sentir-se preenchida por seu homem, que não perdeu tempo em dar início a uma sequência voraz de golpes pélvicos rápidos e profundos.
Embora a fornicação estivesse apenas no início, ela almejava que jamais tivesse fim, suplicando para si mesma que aquele momento se eternizasse, impedindo o curso do tempo e o fluxo do espaço, apenas para que ela pudesse estar junto dele para sempre. Nadando em sua própria seiva, Verônica gemia e se contorcia, dominada pela impetuosidade exorbitante do macho, que golpeava cada vez mais rápido e profundo.
Verônica não estava satisfeita; precisou tomar a situação, girando seu corpo sobre o dele, até que ela estivesse por cima, cavalgando o macho, subindo e descendo em desatino, sentindo o membro entrar e sair de dentro de si, provocando mais uma sucessão de prazer sem limite. Perkins aproveitou a nova posição para sugar e lamber os mamilos intumescidos da parceira e cada vez que assim agia, ouvia um gemido longo em retribuição. E com um prazer em espiral crescente, juntos o casal gritou ao atingirem o orgasmo pleno ao mesmo tempo, com Verônica sentindo a onda de sêmen quente inundar suas entranhas.
Quedaram-se inertes sobre a cama, com suas respirações ofegantes e os corpos suados; embora aquele primeiro embate tivesse chegado ao seu fim, o desejo de Verônica ainda não estava devidamente satisfeito, e por esse motivo ela aguardou apenas o necessário para que Perkins pudesse se açoitado por sua língua, fustigando o parceiro até que o apêndice, antes inerte, mostrasse sinais de revitalização.
Após muitos beijos e carícias, ela sussurrou no ouvido dele, seu desejo mais inconfessável; ele fitou seu olhar como tentando certificar-se de que era exatamente isso que ela queria; não havia sombra de dúvida. Verônica sorriu, dando-lhe as costas exibindo seu traseiro de formas sinuosas e tentadoras; tomado por uma impetuosidade insana, Perkins subiu sobre ela e passou a esfregar o membro no rego entre as nádegas suculentas.
A invasão ansiada deu-se de forma surpreendente, fazendo a jovem soltar um gritinho histérico, deliciando-se com a curra provocada; o macho passou a golpear com a mesma intensidade de antes, porém com mais ardor, sussurrando palavras obscenas em seu ouvido e mordiscando seu pescoço; Verônica gemia e usava as próprias mãos para facilitar que o intruso se opusesse com mais profundidade, rasgando a menor resistência e fazendo dela uma serva conspícua a satisfazer seu macho adorado.
Perkins estava no auge de sua tarefa abusada sem demonstrar um sinal sequer de arrefecimento, o que para Verônica era uma prova inequívoca de que não era ele que a dominava, mas sim que era dominado pela vontade mágica que Verônica conjurara e que a fazia senhora da situação. E os golpes prosseguiram ainda mais veementes e frenéticos, envolvidos por gemidos, gritos, suspiros e palavras repletas de obscenidade.
No momento em que o gozo viril sobreveio, apenas um grunhido rouco anunciou sua chegada, e mais uma vez, Verônica viu-se preenchida pelo sêmen do macho que contraía seus músculos em um esforço final para sagrar-se vitorioso no doce e sensual embate a que fora submetido muito mais por desejo carnal, mas não menos que por anseio emocional. Derrotado em todas as instâncias, Perkins arquejou, desabando sobre a fêmea que por sua vez, também mostrava-se esgotada. Dominados pela exaustão, o casal acabou por adormecer, com Verônica segurando a mão do amado sentindo o contorno do anel que pendia em seu dedo anelar …, o anel de sagração.
Um sopro frio de ar lambeu o corpo e o rosto de Verônica que viu-se retornando do transe proporcionado pela entidade conjurada, que não tardou em surgir, envolto em uma nuvem de fumaça avermelhada.
-Então, rameira, estás satisfeita? – perguntou ele com certa impaciência na voz.
-Não tanto quanto eu mereceria, mas, sim …, serviu aos meus propósitos – respondeu ela com tom de ironia.
-Então, liberte-me, agora! – disse ele em tom ameaçador – Se não o fizeres, pagarás caro por tua teimosia e inconsequência!
-Talvez mais tarde – respondeu ela com desdém – Ainda preciso de teus serviços.
Com os olhos enegrecidos faiscando de ódio, a entidade desapareceu em meio à fumaça, deixando Verônica a sós com suas doces e recentes memórias …, subitamente alguém bateu à porta; ela procurou recompor-se escondendo sua nudez e abrindo a porta. “Meu senhor! Que grata surpresa!”, exclamou ela, curvando-se em reverência ao Sumo Sacerdote, que por sua vez, estendeu-lhe a mão com o anel de sagração para que ela o beijasse.
Feliz ao ver o anel, Verônica tomou a mão do sacerdote e beijou-a com sofreguidão, sentindo um enorme prazer que transcendia ao momento, viajando por uma saborosa memória recentíssima. “O prazer é meu em ver minha dileta discípula e adorada filha!”, respondeu o homem com sorrisos. Conversaram por alguns minutos, sem que Verônica conseguisse conter a vontade de entregar-se àquele homem charmoso, sensual e desejável.
-Espero-te para o jantar, como sempre …, e não se atrase …, sabes que tua mamãe detesta atrasos – disse ele ensaiando um tom de censura prévia, seguida de um sorriso.
Assim que a porta do quarto se fechou, outra lufada de vento frio soprou pelo ambiente; Verônica olhou para trás em viu uma ave exuberante de lindas penas esverdeadas voar pela janela, pousando sobre a cabeceira da cama …, em seguida a ave passou por uma transmutação, tomando a forma humana de uma linda mulher de longos cabelos negros com o corpo coberto por uma túnica verde e tendo parte do rosto coberta por uma máscara de ouro …, era Morgana, a feiticeira.
-Menina! Estás abusando da entidade que conjuraste! Trate de libertá-la imediatamente – disse Morgana em tom solene e impositivo – Tuas estrepolias precisam chegar ao fim, em definitivo!
-Mas, minha senhora …, eu não posso! – respondeu Verônica com tom amargurado – Sem ele não posso me reencontrar com meu homem em outra esfera dimensional!
-Esse outro homem, agora, é teu pai! – vaticinou a poderosa feiticeira, apontando o dedo em riste para sua serva e aprendiz – Se é assim, conforme-se em pagar o preço por teu abuso! Está além de meus domínios …
Assim com surgiu, Morgana desapareceu, retomando a forma de ave e voando para fora do quarto de Verônica, que atirou-se sobre a cama com as lágrimas escorrendo por seu rosto e soluços abafados em sua garganta.
Do alto de uma torre, uma figura em forma de gárgula contorcia-se até tomar a forma de um Anjo da Morte; ele olhou para a janela do quarto, enquanto ouvia o sussurro da entidade demoníaca ressoando em seus ouvidos, dizendo:
-É ela! É ela! Precisas me libertar dessa filha devassa! Ela me aprisionou apenas para satisfazer seu desejo proibido pelo pai! Liberta-me imediatamente!
O Anjo não respondeu, limitando-se a suspirar profundamente.