Dois virgens, eu e ela, inesperadamente repartindo um quarto. Os pais dela confiavam em nós, então, no quarto ao lado deles estávamos, ainda que em camas separadas.
Mas a gente mesmo não confiava tanto assim nas nossas próprias convicções. Já nos pegávamos, sempre de roupas, em cada oportunidade. Daquela vez éramos mais tentados. Alguma coisa a mais ia acabar acontecendo.
Assim, satisfeitos e contentes, com aquela maneira leve de pensar e encarar as coisas de quando se é jovem, que afasta ansiedades e expectativas, especialmente quando o sol está alto e tudo é sensação, vida e calor, nos olhávamos, sorrindo, por um instante, logo antes de abandonar as malas no chão, espiar o que há no frigobar e ganhar novamente a rua para aproveitar cada minuto da viagem. Renata tinha estatura média para baixa, um rosto delicado sobre os quais um ou outro fio do cabelo cacheado repousava e usava jeans e um saltinho que era o bastante para deixar suas pernas e nádegas com um formato perfeito.
Nos próximos minutos, eu já estava ereto, admirando-a à distância de dois ou três passos, ainda dentro do hotel e atento para que seus pais não percebessem onde residia meu único interesse daqueles dias. Durante aquele breve almoço, minha conversa seria limitada e monossilábica, já que eu teria a mente ocupada tentando escolher se daria uma chance ao destino ou se já me masturbaria assim que voltasse ao quarto.
Mas decidi aguardar, porque, vocês entendem, decidimos dar uma escapada à praia ainda no primeiro dia. Eu só a havia visto de biquini por fotos. Valia a pena esperar para conferir aquilo; na pior hipótese, seria um material mais fresco e vivo na hora de aliviar minha tensão.
Caminhando até a praia, à distância de poucas quadras, Renata liderava o grupo. Eu fazia questão de andar um pouco atrasado para registrar fielmente suas formas e proporções. Sobre o biquini, a garota usava shorts curtos de cor bem clara e uma blusinha. Um passo após o outro, mantinha-se no limite entre o bem-comportado e a sensualidade de paulista que sabia das coisas – ou acreditava saber. Tinha feito suspense, saindo já totalmente vestida do banheiro quando nos preparávamos. Eu olhava para aquela escultura descendo a rua, dos cabelos castanhos presos num coque feito à pressa até os pequenos pés em havaianas, passando pela cintura e pelas panturrilhas malhadas. Dezenove anos e já se cuidava tanto…
Eu, magro de tudo, mantinha as mãos nos bolsos do calção e apertava o membro duro, estimulando de leve, com dificuldade em me conter. Ia ter de gozar na água salgada?
Renata entrou logo na água, mas deu para dar uma boa olhada no corpo relativamente magro mas de coxas grossas. Era meu tipo. Minha primeira namorada e eu já havia acertado. Um magrelo de sorte; eu devia enganar muito bem no papo furado, só podia ser.
Nos abraçávamos dentro da água, meio nadando, meio dançando, e as ondas me ajudavam a sentir aquele corpo com meu pênis, rígido contra ela. Sua coxa entrou entre minhas pernas e foi difícil segurar. Nos beijávamos, tentando fazer parecer inocente, mas muito pré-gozo estava se diluindo no mar naqueles minutos.
Voltamos. Uma vez no quarto, eu já havia quase gozado umas dez vezes.
“Eu vi o que você ficou fazendo”, disse, brincalhona. “Não tem vergonha?”
Claro que ela sabia que antes e depois daquela esfregação eu estava batendo uma através dos bolsos. Continuou:
“Relaxa, você escondeu bem. Mas é que eu conheço sua cara de excitado.”
Fiquei um pouco envergonhado mas me recuperei logo:
“Bom, você deve conhecer bem minha cara de tesão. Sempre estou com tesão perto de você.”
“Sim, eu sei. Mas dessa vez fiquei com pena. É por isso que vou fazer uma coisa agora, mas só se você prometer que não vai me achar uma safada.”
“Juro que não.”
“E não vá achar que a gente vai fazer qualquer coisa antes da hora.”
“Fica fria.”
Eu estava tremendo. Seria friagem por ainda estarmos molhados?
Vi então a garota se ajoelhar à minha frente. Por acaso havia um espelho por trás dela, só para me dar mais um ponto de vista. Se fosse rolar o que eu estava imaginando, eu ia durar uma fração de segundo.
“Lá na praia me deu uma certa vontade de dar uns beijinhos aqui em você. Só que por cima do calção, tá? Você acha que tudo bem?”
Eu não seria capaz de dizer não para nada que ela oferecesse. Só assenti com a cabeça. Estava com dificuldade de formar palavras. Renata, então, inclinou-se mais para perto e beijou minhas coxas com carinho. Então foi até a cabeça de meu pênis. Começou a beijá-lo pela parte de cima, o que não seria tão estimulante se eu não estivesse vendo, ao mesmo tempo, nádegas perfeitas escapando dos shorts, a oscilar, através do espelho.
“Lindinha, está muito gostoso. Agora beija embaixo.”
Ela parou o que estava fazendo e me olhou.
“Ei, você acha que eu não sei fazer isso?”
Eu sabia que ela não sabia, mas optei por não dizer nada. Não podia arriscar fazê-la parar. O bom foi que a indignação pareceu deixá-la mais resoluta: segurando firme meu membro revestido pelo tecido, Renata abocanhou e, para se certificar de que fazia direito, passou a acompanhar minha reação com os olhos grandes e sensuais enquanto sua boca subia e descia, provando o sal do mar pela segunda vez naquele dia. Aquela aspereza toda não intimidou os dois jovens virgens, e foi em poucos instantes que senti que iria ejacular.
“Lindinha, espere!”
Não quis gozar ali, dentro da roupa, então corri para o banheiro e deu tempo de imaginar todo aquele esperma indo parar na garganta, na língua, nos lábios, no rosto e nos cabelos cacheados de minha namorada, enquanto eu emitia jatos e mais jatos espessos na direção dos azulejos.
(Continua)