Capítulo 12
Jonas suspirou e relaxou os ombros. Falar sobre esse assunto era muito conflituoso para ele, pois teria que lidar com os seus sentimentos conturbados.
_ Eu amo os dois.
Cinthia e Rafael o olharam surpreendidos. Não esperavam que Jonas diria aquilo. Apostaram que a resposta seria Bruno, por Jonas, apesar de ter se passado oito anos, ele ainda ficar balançado pelo rapaz.
_ Apesar do tempo e da distância, eu não consegui esquecer o Bruno. Parece que há uma força que me atraí para ele... é algo que eu não sei explicar.
"Já o Matheus é meu benzinho. Eu me sinto muito bem quando estou com ele... Eu sei que amo os dois... e quero os dois."
_ Você sabe que isso não é possível, né?
_ Eu sei, Cinthia. Estou numa cama de gato. Estou apaixonado por dois homens, que para piorar a situação eles são primos.
_ Ou seja, vai dar merda. Por isso, eu concordo com a Cinthia e acho que você deve escolher um deles e contar a verdade para o Matheus, antes que ele saiba por outra pessoa.
Jonas ficou cabisbaixo. Está apaixonado para ele era complicado, ainda mais por dois. Ele não tinha coragem de contar para Matheus sobre Bruno, pois temia que isso abalasse a sua relação com Matheus e o afastasse de Bruno.
Por outro, lado sabia que a situação precisava ser resolvida antes que ela se tornasse uma avalanche.
Dona Chiquinha adoçava o seu café na xícara de porcelana chinesa. Estava na companhia de Patrick e Betinho, à mesa posta para o lanche da tarde.
Ela falava indgnada sobre o episódio que presenciou na pizzaria do seu neto.
Não teve uma boa impressão sobre Matheus, o achou agressivo e mal educado.
_ O meu neto nunca gostou de escândalos. Como pode namorar um rapaz tão baixo nível como ele?
_ Vai ver que a macumba foi boa._ respondeu Betinho.
Patrick o olhou com repressão.
_ Eu sinto muito por tudo isso. Se eu não tivesse vindo para cá nada disso teria acontecido.
_ Mas o que você está dizendo? Você não tem culpa de nada e é muito bem-vindo aqui na minha casa.
"O Jonas é quem deve por limites nesse menino. Aliás, eu preferia mil vezes que fosse você o namorado dele."
Patrick sorriu timidamente.
_ Tá podendo, hein amigo! Bem que a senhora poderia dar uma forçinha e ajudar o Patrick aqui a conquistar o Jonas.
Patrick o olhou novamente com repressão.
_ Betinho, pare com isso! Me desculpe, dona Chiquinha é que o Betinho não tem travas na língua.
_ O Betinho tem razão. Eu conheço o meu neto e sei que se continuar desse jeito, o Jonas vai perder a paciência com esse menino. Aí eu faço questão de te ajudar. Eu até sonho com o casamento de vocês dois.
Patrick sorriu.
_ Seria um sonho. Mas eu sei que é impossível. Jonas não gosta de mim.
"Eu fiquei anos competindo com a memória do Bruno e veio o Matheus e o ganhou fácil."
_ Você precisa ser mais otimista, meu filho.
Dona Chiquinha acariciou o rosto de Patrick.
Após o chá da tarde, Patrick acompanhou Betinho até o portão da casa.
_ Se deu bem, hein mana. A velha coroca te adora.
_ Não fale assim da dona Chiquinha! Tenha mais respeito, Betinho.
_ Tudo bem! Não está mais aqui quem falou. Mas que você conseguiu uma boa aliada, isso você conseguiu.
_ A intenção dela é boa, mas não vai adiantar nada. Infelizmente, o Jonas está apaixonado pelo imbecil do Matheus. Eu já perdi essa parada.
_ E tu acha que o Matheus, barraqueiro daquele jeito, vai conseguir segurar o boy?
Patrick encolheu os ombros.
Betinho retirou o celular do bolso e mostrou o vídeo para Patrick, que assistia a cena com a expressão de nojo.
_ Que baixaria!
_ Você tinha que vê. Eu pensei que a gay ia derrubar a pizzaria no grito. A minha vontade é postar na internet e expor essa bicha barraqueira. Eu vou fazer isso.
_ Tá maluco?! Você pode perder o emprego!
_ Claro que não. Eu vou fazer isso num perfil fake. Assim a vergonha do Jonas será maior e eu tenho certeza que ele não vai aguentar manter esse namoro.
Patrick sorriu.
_ Como você é do mal.
Betinho postou o vídeo. Girou o celular e disse erguendo a sobrancelha:
_ Que começem os jogos.