Naquela manhã as recordações vieram mais fortes, a tristeza bateu no coração e as lágrimas começaram a descer, sim, era mais uma vez o efeito da bendita ansiedade que durante anos esteve presente nas minhas rotinas.
*Flashback On*
Eu sempre enxergava meus pais como meus super heróis sabe, eu tinha uma família perfeita, eu sempre preferia enxergar desse modo, minha mãe no auge dos seus 40 anos, esbanja muito amor e sorrir diante de todo que nos acontecia, ela era uma senhora muito simpática, aliás ela é, ou não, eu já não sei mas o que achar depois de todo ocorrido.
Meu pai era o marido perfeito, que trabalhava, amava e cuidava da família, eu sempre tive uma admiração imensa pelo ser humano que ele era.
Ana era nossa empregada, ela sempre foi responsável pela ordem da casa, desde que meus pais a acolheram depois de ser abandona grávida pelo marido, ela sempre morou em nossa casa, e era considerada da família, minha segunda mãe, João era filho de Ana, dois anos mais velhos que eu, sempre fomos muito próximos, na adolescência ele começou puxar umas brincadeiras um pouco estranhas, acabamos ficando algumas vezes, mas logo ele conheceu uma garota e começaram a namorar sério e lá vai minhas expectativas por água abaixo.
Era segunda-feira quando tudo aconteceu, cheguei da faculdade como normalmente faço, a porta já se encontrava aberta, fiquei assustado, adentrado na sala aparentemente estava vazia.
- Eu : Mãe, Ana, Vocês estão ai? - falo um pouco mais assustado.
O som de silêncio ecoava no ar, minha ansiedade já está apresentando sinais, ouvi um barulho vindo do quarto de meus pais, gelei, comecei a subir as escadas vagarosamente com um certo pressentimento consumindo meu subconsciente, maldita ansiedade, cheguei na porta fiquei, apavorado, sem reação, e totalmente destruído com tudo que vi.
Com muito desespero e dor no coração corri até minha mãe que estava sentada no chão do quarto com uma faca nas mãos, estava encharcada de sangue pela roupa, mãos e rosto, do lado estava Ana caida juntamente com meu pai, os dois estavam sem roupas e uma grande porção de sangue sob seus corpos.
- Eu: Maaae, oooque aconteceu aqui ? O que houve mãe? Porque você fez isso?- falei aos prantos e soluçando.
- Mãe: hahaha eles tiveram o fim que sempre mereceram, eu fui traída minha vida toda por esse sem vergonha que sempre vestiu esse papel de bom moço, e por essa vagsbunda que eu acolhi, dei um teto, eu sempre desconfiei de tudo, eu nunca quis enxergar na verdade, eu vivi minha vida toda em uma ilusão e essa escroto consegui arruinar as boas recordações que eu achava que tinha sobre família.
- Eu: Porque você não largou ele, sei lá, separou, não precisava chegar a esse ponto. - chorando muito com toda aquela cena.
- Mãe: não, não mesmo, ele destruí a minha vida, nada mais justo que eu desteuir a dele também, meu filho ,eu amo muito você, você não precisava presenciar todo isso, eu tenho que finalizar tudo, preciso tirar a minha vida, já não faz mais sentido está aqui sabe? Eu quero que você me prometa que vai se cuidar, que vai se formar, que vai ser feliz! Promete Guilherme? - falou com a faca apontada para si
- Eu : Não faz isso! - falei segurando a faca das mãos dela, tentei até que consegui puxar.
- Mãe: por favor meu amor! Já não faz mas sentido está aqui.
- Eu : Não, mãe você precisa sair daqui antes que João chegue e chame a polícia, você prescisa fugir!
- Mãe: Não, eu não vou.
Corri até o guarda roupas dela peguei algumas roupas, corri até meu quarto peguei o necessário e fui ao encontro de minha mãe.
- Eu : vamos precisamos ir, adeus papai! Desculpe não poder dar a você um enterro digno, mas eu preciso cuidar daquilo que me resta- falei dando um beijo em sua testa.
- Eu: Vamos, rápido- falei puxando ela que com muita dificuldade levantou, tomou banho, trocou a roupa e saimos para nunca mais voltar aquela casa que por muito tempo foi meu lar, meu porto seguro que agora se encontrava despedaçado.
