Borboletas sempre voltam 23

Um conto erótico de Mistério
Categoria: Gay
Contém 2005 palavras
Data: 23/12/2020 17:35:57
Assuntos: Gay, Tesão, Mistério, Sexo, Amor

Capítulo 23

Bruno travava uma luta interna para conter as lágrimas. Sentia-se humilhado e traído. "Como Jonas teve coragem de fazer isso comigo?" era o que se perguntava diante da alegria de Matheus pela viagem.

_ Desejo que vocês façam uma boa viagem._ respondeu Bruno abaixando o olhar.

Matheus desviou o corpo para o lado.

_ Ops! Por pouco não me acertou.

_ O quê?_ perguntou Renata.

_ A inveja da Bruninha.

_ Deixa de ser infantil, Matheus! Olha o que a gente conversou!

_ Tudo bem, mamãe! Foi só uma brincadeirinha.

Bruno saiu da sala e foi para o quarto antes mesmo de tomar café. Trancou a porta, e mordeu os punhos para controlar a raiva e o choro.

Uma hora depois Jonas o ligou, mas Bruno se recusou a atender. O rapaz mandou uma mensagem:

"Amor, eu posso explicar td. Estou no carro, aqui na esquina. Vem me encontrar. Precisamos conversar."

Movido pela raiva, Bruno pensou em não ir. Deixar Jonas plantado o esperando, o fazer de idiota como foi feito. Em seguida, pensou em mandar uma mensagem desabafando o seu ódio em forma de xingamentos a Jonas.

Por fim, decidiu ir até o encontro com o amante e ouvir o que ele tinha a dizer.

Bruno entrou no carro sério e sem olhar para Jonas, que segurou o seu queixo para beijá-lo, mas Bruno se esquivou.

_ Fala logo! Eu tenho mais o que fazer.

_ Oh, meu amor, me perdoe? Eu não tive culpa! Eu não sabia que a Renata tinha tirado Matheus do castigo. Ele apareceu lá em casa de surpresa e viu as passagens, ficou me fazendo um monte de interrogatórios e por fim tive que dizer que as passagens eram para viajar com ele.

Bruno ouvia olhando para frente.

_ Olha pra mim. Eu juro pra você que eu não queria ir com ele...

_ Não queria?

_ Não quero.

_ E por que vai?_ perguntava sem olhar para Jonas.

_ Eu já te expliquei. O Matheus viu as passagens, eu tive que dizer que eram...

_ Já acabou? Eu posso ir?

_ Vai me tratar com essa frieza? Cara, eu não tive culpa!

Bruno permaneceu olhando para frente.

_ Meu amor, eu prometo que assim que eu voltar, vou planejar alguma viagem pra a gente. Um final de semana só nosso.

Bruno olhou para Jonas.

_ Olha, Jonas eu estou na merda. Estou desempregado, vivendo de favor na casa da minha tia e comendo o pão que o diabo amassou nas mãos do Matheus, mas eu não preciso da sua caridade!

_ Não é caridade, Bruno! Eu quero ficar contigo!

_ Comigo? Não quer não. Você com toda certeza prefere o seu namoradinho do que eu.

_ Claro que não! Eu não tenho preferência! Amo os dois por igual!

Bruno foi tomado um golpe de raiva.

_ Eu odeio te amar! Você não sabe como dói te ver aos beijos com o Matheus! De saber que é com ele que você vai viajar, que é ele que você apresenta pra todo mundo como o seu namorado, que vocês transam enquanto eu fico em casa com cara de idiota.

_ O que você queria, Bruno? A gente namorava e você sumiu sem me dizer uma palavra. Eu fiquei oito anos sem ter um relacionamento sério com ninguém, te amando e morrendo de saudades e você nada. Desapareceu do mapa!

'O Matheus entrou na minha vida e me tirou daquele sofrimento. A gente se apaixonou. Aí você volta e balança o que eu sentia por ele. Eu te aceitei, sem mesmo você me dizer o porquê foi embora.'

_ Eu sei que eu estou todo errado! Mas eu tô com ciúmes, porra! Eu não queria estar, mas estou! Eu não queria te amar, mas te amo! Mas que porra! _ Bruno disse socando a perna.

Jonas o puxou para beijá-lo, mas Bruno se esquivou. Jonas insistiu o pegando com força e Bruno continuou se debatendo. Por fim, Jonas conseguiu contê-lo e o beijou a força, em seguida o aprisionou em seus braços, enquanto Bruno chorava.

_ Oh, meu amor. Me desculpe por tudo isso. Eu sei que está difícil pra você, mas também está difícil pra mim. Eu só queria te fazer feliz e acabei falhando. O efeito foi o contrário. Eu te prometo que vou tentar te pagar por isso. Vamos ir para aonde você quiser. Você pode me pedir o que quiser. Eu compro agora mesmo.

Bruno conseguiu se libertar dos braços de Jonas.

_ Comprar!? Você acha que o meu sofrimento de saber que vocês vão ter uma lua de mel, que o Matheus vai está no meu lugar feliz pra caralho se compra?! Não precisa me dar nada.

'Só me deixa ir porque fiquei de lavar os banheiros. '

_ Eu tô me sentindo péssimo. Não gosto de te vê assim. Odeio magoar as pessoas que eu amo.

_ Tchau, Jonas! Boa viagem.

Bruno saiu do carro.

Jonas socou o volante com as duas mãos!

_ Puta que pariu!

Isabel acariciava os cabelos de Bruno, que estava deitado no seu colo. Ela sentia pena do amigo e estava revoltada com a atitude de Jonas.

Bruno havia passado a tarde inteira na sua casa para não vê Matheus partir em viagem.

_ Que filho da puta! Olha, eu torcia para que vocês dois ficassem juntos, mas sinceramente, o Jonas não te merece. Você merece muito mais do que os restos do Matheus.

_ Eu sei. Isso me dói muito. O ciúme me corrói por dentro. Mas eu amo aquele homem. Eu nem sei o que fazer.

_ Uh, é! O jeito é você vir realmente para a casa dos meus avós neste carnaval.

_ Ah, não sei, Bel. Eu não estou bem vou acabar estragando o clima do ambiente.

_ Se ficar em casa triste será pior. Vai ficar no quarto chorando enquanto o Jonas se diverte com o Matheus?

Isabel tentou persuadí-lo a viajar com ela, mas foi inútil. A família dela era muito festiva e Bruno queria mesmo ficar quieto, longe de tumultos.

Chegou em casa a noite, quando teve certeza que Matheus e Jonas haviam partido. Encontrou a tia sentada no sofá, vestida de pijamas, enrolado num lençol. Bruno entrou com cautela porque pensava que a tia estivesse dormindo.

Ao vê-lo, ela sorriu.

_ Oi, meu querido. Que bom que você chegou!

Bruno beijou o seu rosto e deitou a cabeça em seu colo. Sentir os carinhos da tia o fez recordar de sua mãe e a saudade apertou no peito. Pensou que se tivesse ao lado dela sentiria mais seguro, consolado.

_ Esta casa fica tão silenciosa sem o Matheus.

_ Já está com saudades?!_ perguntou rindo.

_ Ah, sabe como é, né? Eu fico preocupada. É a primeira vez que ele viaja sem mim. Eu sei que o Jonas é uma boa pessoa e que o Matheus está feliz, mas são coisas de mãe.

Bruno desejou que a sua mãe sentisse a sua falta.

_ Aliás, o Pedro tem perguntado muito por você. Ele disse que você se afastou. Poxa, o Pedro é tão gente boa.

_ Eu sei. Ele é um amor. O problema sou eu. Da minha parte não rolou nenhum tipo de sentimento. E eu não quero enganar o Pedro.

_ Ah, que pena! Você anda tão tristinho. Acho que sair para dar uns beijinhos te faria tão bem.

_ No momento, eu estou concentrado em encontrar um emprego. Melhorar a minha vida e sair das suas costas.

_ Você não está nas minhas costas. É bem-vindo nesta casa. Ignore as palavras duras do Matheus.

'Eu vou vê se consigo alguma coisa pra você lá na concessionária. Não contratamos jornalistas, mas você pode trabalhar como vendedor até conseguir uma vaga na sua área.'

_ Obrigado por tudo, tia. Eu não sei o que seria de mim sem você. Tu é um anjo.

_ Anjo nada. Eu amo você. Quero te vê bem e feliz. Você sim é um anjo. Pela grande ajuda que tem me prestado aqui em casa com as tarefas e também graças a sua paciência com o Matheus esta casa não se transformou num campo de guerra.

'Às vezes eu olho pra você e penso: "como um ser tão horrível como o Gustavo pode ter um filho tão maravilhoso?'

Renata beijou a testa do sobrinho. O seu celular tocou. Ela ficou espantada ao vê que era Rose, a mãe de Bruno. Fazia tempos que não falava com a cunhada.

Durante o telefonema, Renata ficou pálida com a expressão de assustada. Bruno estranhou e ficou preocupado.

_ Tudo bem. Eu estou chegando aí amanhã... O Bruno está bem... Tchau.

Renata desligou o telefone, pôs as pontas dos dedos no nariz e respirou fundo.

_ Quem era, tia? O que houve?

Renata o olhou séria.

_ Era a sua mãe.

_ O que ela queria? Faz tanto tempo que ela não liga.

_ Ela me ligou para dizer que o meu pai faleceu há umas duas horas. Ele não resistiu a luta contra a leucemia.

_ O vovô estava doente?! Ninguém nos disse nada!

_ Ele não queria que dissesse e o Gustavo também não. O funeral e enterro serão amanhã.

Bruno permaneceu em silêncio.

_ Eu vou me arrumar para pegar estrada. Você vem comigo? Não quero ficar sozinha com eles.

Bruno não tinha uma relação afetiva com o avô, que homofóbico, incentivou o seu pai a expulsá-lo de casa.

Além disso, morria de medo do pai. Pensar em Gustave o causava pavor, mas ele não poderia deixar a tia sozinha naquela situação. Por isso, aceitou ir, mesmo contra a sua vontade.

Eles partiram algumas horas depois. Renata estava aflita. Não via a família há dezoito anos desde que foi expulsa de casa por está grávida. Ela ainda tinha mágoas do pai e do irmão. As únicas que tinha algum tipo de contato eram a cunhada Rose e a mãe, essa antes de falecer há um ano.

Bruno estava com muito medo de rever o pai. Ainda se lembrava da surra que levou quando Gustavo descobriu a sua sexualidade. Mas por outro lado, pensava na mãe e na saudade que sentia dela. O fato de revê-la seria um alívio.

A capela estava cheia de pessoas trajadas de preto. O caixão estava no centro, perto do altar.

Quando Renata e Bruno entraram todos os olhares se voltaram para eles.

Gustavo arregalou os olhos. Achou um atrevimento que a irmã e o filho estivessem ali. Sentiu-se afrontado.

Rose sentiu o coração se encher de alegria ao vê o filho. As lágrimas surgiram nos olhos devido a emoção. Bruno sentiu o mesmo. Queria abraçá-la e notou que Gustavo a segurou discretamente para que ela não fosse ao encontro do filho.

Renata ignorou a presença do irmão. Apesar das mágoas, estava triste pela morte do pai.

Bruno segurou em sua mão e os dois se aproximaram do caixão.

Indignado Gustavo foi até eles.

_ Como se atrevem a vir até aqui envergonhar o funeral do meu pai? Nós somos pessoas decentes. Isto aqui não é antro de piranha e veado.

Apesar do medo, Bruno ficou revoltado pelo xingamento direcionado a Renata.

_ Não fale assim com ela, pai. Respeite a minha tia.

_ Como você se atreve a me chamar de pai? Eu não tenho filho bicha. Eu quero os dois pra fora agora.

_ Gustavo, por favor olhe o vexame!_ disse Rose quase chorando.

_ Cala a boca! E vocês dois vão embora!

_ Eu não vou. Eu também era filha e tenho o direito de está aqui tanto quanto você.

_ Piranhas não tem dirito a nada.

_ E pedófilos? Os pedófilos têm o direito de estar aqui, pai?

Gustavo o olhou sério e lhe deu uma bofetada.

_ Você tome cuidado com o que vai dizer.

Renata arregalou os olhos e disse:

_ Você ficou maluco, Gustavo?!

Gustavo olhava de forma desafiadora para Bruno, que segurava a face, devido a dor do tapa.

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Comentários

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Feliz natal atrasado kkkkkk

Minha nét voltou só agora kkkkkkkk

ansioso para os próximos capítulos ♡♡♡♡♡♡

uma maravilha semana e um feliz 2021 pra todos.

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Com um avô homofóbico, um pai homofóbico entre outras coisas, uma mãe que preferiu os homofóbicos ao filho, o que exatamente o Bruno foi fazer lá? Porque não existe essa de é família não.

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O Jonas jogou a real para Bruno, ama os dois e quer os dois, e o Bruno aceitou a situação. Só que como o Matheus não foi informado e não concordou é exatamente isso que acontece, o amante é quem leva a pior e o Bruno é o amante

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Existe algum sentimento além de sofrimento dentro do Bruno? Porque ele tem que se apegar tanto ao sofrimento? Essa de achar que "quanto mais a pessoa sofrer mais feliz ele vai ser um dia", é extremamente bizarro. E essa de ele achar que está protegendo o Jonas em não contar que foi o pai dele que levou a irmã do Jonas ao suicídio é na verdade um desejo imenso de proteger o culpado

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Espero q Jonas acabe sozinho e infeliz, ele é nojento. O Matheus é infantil como qualquer pessoa inexperiente em se tratando de namoro, porém suas atitudes tem fundamento, ele sim é a grande vítima dos dois.

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Acho q ele abusou da irmã de Jonas. Odeio ipocresia e pedófilos mais ainda! Espero q o Bruno seja corajoso uma vez na vida e desmascara esse monstro, pq a força dos monstros é o silêncio dos covardes!

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Quanto mais eu penso, mais chego a conclusão que o Jonas é o grande filho da puta da história. E essa viagem do Bruno e da Renata foi totalmente desnecessária. Foram lá só pra serem as vitimas? Detesto gente que não reage...

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Cadu06 é vdd, Jonas a cada capítulo sendo o babaca o boy lixo. mds

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Vocês percebem como em alguns diálogos do Jonas como Bruno, o Jonas consegye transparecer que o Matheus é um estorvo? Que cara nojento.

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Pqp... se Jonas e Matheus morressem eu não ficaria triste

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e mais uma vez, tomara que o Bruno encontre um amor de verdade e que a jararaca da mãe do Jonas frouxo se ferre.

Aí aí esse Mateus e Jonas se merecem.

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oh my god, que Capitulo foi esse?

Nossa amei, parece novela. ah esse Gustavo pai do Bruno aí que verme desprezível, aí aí aí quando ele tiver na pior vem com aquela Desculpas que todos os pais homofóbicos dizem. Me perdoa filho e bla bla bla. Eu NUNCA perdoaria se tivesse um pai homofóbico desse. E outra de eu fosse o Bruno. ah esse tal Gustalixo estaria com todos os ossos quebrados. Tenho horror a pessoas homofóbicas.

E não demores a postar, tô sem unhas pra roer. sério mesmo kkkkkkkk.

E ansioso para o próximo capítulo.

♡♡♡♡♡♡♡

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