Antes da web - Parte 16

Da série Antes da web
Um conto erótico de MARCELO
Categoria: Heterossexual
Contém 2042 palavras
Data: 03/12/2020 13:35:59

PARTE 16 - MARCELO

Claudio estava atrás de mim, assim como eu, ele não sabia o motivo da minha mãe estar brava, mas também esta pronto para correr a qualquer sinal que eu desse.

- Garoto, eu vou te matar! De quem é essa merda que eu encontrei de baixo do sofá.

Nas pontas dos dedos na minha mãe tinha um pedaço de pano. Ok, não era um pedaço de pano qualquer, era uma calcinha. A calcinha de Tereza.

Caralho!

Olho da minha mãe para o Claudio, depois para ela de novo.

- Não é sua? - eu digo sem pensar.

- Garoto, perdeu o amor à vida...

- talvez seja minha - Claudio diz, Minha mãe olha para ele.

- Ta ok, então veste. – Ela diz apontando a calcinha para ele.

- Ta brincando né? - ele pergunta para minha mãe e depois para mim - Cara, eu te amo, mas isso é demais - Depois volta a olhar para minha mãe - ela é maligna demais, cara, acho que me apaixonei, quer casar comigo Dona Cida?

Minha mãe tenta manter a seriedade, mas era o Claudio, ele sempre conseguia a fazer rir e dessa vez não foi diferente.

- Quer saber, eu não quero nem saber de quem é isso - ela diz jogando a calcinha em cima de mim - só espero que vocês dois estejam usando camisinha, sou nova demais para ser avó.

- A senhora seria uma avó linda – Claudio diz, minha mãe começa a sair da sala e eu dou um sorriso para o Claudio, me sentindo aliviado.

- Alias, - ela diz voltando - Marcelo, você esta de castigo.

- É o que? Ah mãe, eu to velho demais para isso né, vai fazer o que? Tirar meu celular? O vídeo-game?

- Não, não. Nada disso. – ela dá um sorriso, eu conheço esse sorriso, eu e meus irmãos já sofremos com ele, o sorriso de deboche – Algo que você gosta mais, ou melhor, alguém. Vou tirar o Claudio.

- E o que? - eu pergunto ao mesmo tempo em que escuto Claudio dizer: "Eu disse que ela é maligna".

- Sim, agora você é obrigado a ir pro sítio no fim de semana, sem o Claudio. Mas aproveitem, vocês tem a semana toda. - Ela da um sorriso e eu me arrepio - É devolva essa calcinha para dona.

Vou para o meu quarto levando a calcinha, Claudio me segue em silêncio.

- É serio cara, eu vou me casar com ela.

Eu jogo a calcinha na cara dele. Ficamos matando o tempo no meu quarto ate a hora dele ir para o trabalho.

Talvez eu devesse ir com ele, já que não teria mais meu fim de semana, passar algum tempo durante o dia na academia seria interessante.

Porra! Onde fui me meter, três dias de academia e meu corpo parecia moído e triturado duas vezes.

Na aula de educação física na quinta, eu mal conseguia correr. Preferi ficar no banco, Claudio já tinha me zoado demais.

À noite, depois de ter ido para academia, eu esperei Claudio sair do trabalho e juntos fomos ate uma confeitaria local, onde tinha encomendado um bolo para comemorar o aniversario da minha mãe.

Meu pai já tinha chegado do sítio, quando eu e meu amigo chegamos com o bolo, cantamos parabéns para minha coroa.

Fui no quarto pegar o presente e Claudio me acompanhou para pegar o dele também.

Apesar de dizer que não precisava, meu amigo tinha pagado o dinheiro que tinha pegado emprestado comigo. Dinheiro que o seu pai tinha devolvido.

Minha mãe ficou toda alegrinha com os presentes, era só carinho com o meu pai, não queria pensar nisso, mas tudo indicava que a festinha iria continuar no quarto dele. Eca!

Minha mãe ficou ainda mais feliz quando meus irmãos ligaram para ela, eles não poderiam vir para cidade no fim de semana, então a ligação durou bastante tempo.

Chamei Claudio para dormir na minha casa, já que no dia seguinte eu teria que ir pro sítio, mas ele preferiu dormir na sua casa. Como de costume, acordei de manhã e Claudio já estava na minha cozinha.

-... Dinheiro do mercado - ele terminou de falar.

- É o que?

- O Claudio esta falando que o pai recebeu pelo trabalho feito essa semana e deu pra ele o dinheiro pra fazer o mercado - Minha mãe resumiu enquanto meu amigo termina o seu café.

Eu sentei do seu lado para tomar o meu sem o encarar, durante todos os dias dessa semana, Claudio vinha com uma novidade do seu pai, que estava quase uma semana sem beber.

Claudio ainda não conseguia acreditar nesse milagre, afinal, uma semana atrás ele entrava na minha casa, puto por ter sido roubado pelo pai.

Ver meu amigo feliz pelo seu "milagre" quase compensava tudo, mas não foi milagre, foi eu.

Quando o Claudio entrou na minha casa dizendo que tinha sido roubado, a primeira coisa que fiz foi olhar para ver se ele tinha sido machucado.

Fisicamente, Claudio estava bem, porem seu emocional estava um lixo. Claudio sempre foi assim, um cara forte, mas com facilidade para se magoar, sua bondade muitas vezes era devolvida com ingratidão.

Quando Claudio me contou sobre a traição de Clara, eu senti raiva por ter meu coração partido, mas no dia seguinte estava de pé, encarando ela, com a ajuda do meu amigo. Se fosse o Claudio no meu lugar, ele ficaria uma semana trancado no quarto, curando sua ferida.

Meu amigo sempre foi assim. Então, saber que seu pai, o cara que devia zelar por ele, tinha o roubado estava destruindo e eu tinha que fazer algo.

Eu escutei Claudio me contar tudo em silêncio, apenas o apoiando e deixando que a raiva dele saísse.

- Desculpa - ele me disse depois que já tinha me contado tudo, em algum momento eu tinha o abraçado e dado meu ombro para ele chorar - Acho que estou sem cabeça para sair hoje.

Quem tinha cabeça para isso? A raiva que Claudio sentia tinha passado para mim, mas eu conseguia disfarçar melhor. Lógico que num dia normal, Claudio saberia, mas não naquele momento.

Eu olho o relógio e aviso que vou sair para comprar uma pizza para gente.

- Vou contigo.

- Não, você fica aqui e descansa um pouco

Dou mais algumas desculpas sobre farmácia e camisinhas e logo saio de casa.

Ainda na porta, eu ligo para pizzaria e encomendo a pizza, aviso que irei buscar e pergunto o tempo de espera, depois de ouvir a resposta, eu desligo.

Então atravesso a rua, a casa do Claudio esta com a luz ligada. A porta não estava trancada, então eu entro.

O pai de Claudio estava com a cabeça no sofá e corpo quase todo no chão, garrafas vazias estavam espalhadas pela sala.

Vou ate ele.

- Ei, acorda - eu digo chutando devagar a sua perna.

- Claudio? - ele diz em gemidos, ainda de olhos fechados.

- Não é o Claudio - Eu respondo me agachando do seu lado - levanta seu bêbado.

Eu passo a mão por ele, o ajudando a levantar.

- Marcelo? - ele pergunta com o bafo de cachaça todo na minha cara - Você... Que fazendo... Claudio.

Ele falava coisa com coisa, então eu dou uma tapa forte na cara dele.

- ACORDA!

O cachaceiro abre bem os olhos quando recebe a tapa, seu rosto começou a ficar vermelho. Eu o arrasto para o banheiro, ligo o chuveiro e o coloco debaixo da água frio.

- NÃO... PARA... Não faz isso.

- Fica quieto - eu digo e dou outra tapa na cara dele.

Ele para de falar e começa a chorar. Não tenho pena, fico ali o segurando enquanto ele toma água gelada na cara.

Depois eu o tiro dali, seco o rosto dele.

- Ta melhor? - Eu pergunto, ele não me responde nada, mas me encara, então levanto a mão - quer levar mais umas porradas?

- Não

- Então responde porra. Ta melhor?

- Estou...

- Ótimo, então vamos conversar.

Eu o sento no vaso e o encaro, ele ainda estava bêbado, mas agora ele se lembraria do que eu ia falar.

- Você roubou o dinheiro do Claudio para gastar em cachaça, você ignora e maltrata meu amigo. Ele nunca disse nada, ele sempre tenta cuidar de você e da sua bebedeira - Ele fechou os olhos enquanto eu falava, então eu chutei sua perna - Olha para mim, caralho. Agora, acabou. O Claudio vai passar o fim de semana na minha casa, quando ele voltar, você vai ter arrumado todo esse lixo que você chama de casa, vai sumir com toda a sujeira. Vai dar o seu jeito para conseguir o dinheiro que você roubou dele de volta, ta escutando.

- To.

- Ótimo. Agora vem a ameaça, se você não fizer isso, se faltar um centavo do dinheiro que você roubou, se eu ouvir o Claudio falar alguma coisa negativa de você, eu volto aqui e acabo contigo - Eu me aproximo dele, coloco meu rosto na altura do dele - Se eu voltar aqui, você vai se arrepender por qualquer gota de álcool colocada na boca. Eu vou te bater tanto, mas tanto, que nem o Claudio vai te reconhecer. Ok?

Era uma ameaça vazia, acho que eu não teria coragem de chegar a esse ponto, mas estava contanto com a bebedeira dele para acreditar no que eu disse.

- Sim

- Agora se seca, e é melhor o Claudio não saber que eu tive aqui.

Eu o deixo no banheiro com sua roupa molhada. Pego a garrafa que ainda tinha bebida e jogo o líquido na pia, depois saio de lá.

Passa na farmácia e vou pegar a pizza encomendada.

O milagre do Claudio tinha sido eu ter ido ate seu pai e o ameaçado, depois que minha raiva passou, eu percebi o que tinha feito, se meu amigo soubesse o que eu fiz com pai dele, será que ele ia me perdoar? Eu não ia arriscar.

Minha mãe nos manda pro colégio e me lembra que eu teria que voltar rápido para irmos pro sítio.

No colégio foi tudo numa boa, eu continuava conversando com Brenda e Sheila por celular. No colégio, elas não me davam atenção, apenas ficava com Clara, o que era bom, assim uma não sabia da outra.

Depois da aula, Claudio foi para casa comigo. Ele me ajudou a abastecer a mala do carro, então fomos para sítio.

Eu queria que ele fosse comigo, e vejo que minha mãe também, apesar dela não falar nada. Quando chegamos no sítio estava ficando tarde.

- Que bom que o Marcelo veio com vocês - meu tio disse quando me viu.

- Algum problema? - meu pai perguntou.

- Não, é só que eu to preso aqui no sítio e o Hugo ainda não chegou.

- Ele foi para onde?

- Pra escola.

- Quer que eu vá atrás dele, tio?

- Iria me ajudar demais.

Meu primo estudava no sítio vizinho ao nosso, é onde todas as crianças dos sítios estudam. Na real, nem é uma escola de verdade, a Dona do sítio tem só uma salinha e os ensina apenas o básico.

Vou atrás do meu primo, o sítio é perto e geralmente ele vai e volta sozinho, porém com o horário, o dia esta quase escurecendo. Quando chego no sítio vou direto para a salinha de aula.

- Com licença - Eu falo abrindo a porta.

- MARCELO! - Hugo grita ao me ver, ele levanta na cadeira e vem na minha direção - Eu nem acreditei quando o tio disse que você ia vir.

- Cadê sua professora? - eu pergunto.

Hugo estava na sala apenas com mais um colega, filho de um funcionário do nosso sítio.

- A tia Aline, teve que ir ao casarão, um peão a chamou, era urgente.

- Ta ok, vou atrás dela avisar que vou levar vocês, fiquem aqui. - Eu os deixo lá e vou pro casarão.

Eu só vi Aline uma vez, ela é uma mulher muito linda e é casada com o dono do sítio, um coroa que tem idade talvez para ser avó dela.

Resolvo bater na porta da cozinha, teria mais chance de algum empregado me atender. A porta esta só encostada e quando eu vou bater, a porta se abre.

Parado ali na porta, eu olho para dentro e vejo Aline com o corpo inclinado sobre a bancada da pia, enquanto um cara pelado, que com certeza não é o seu marido, estava atrás dela.

- AHHHH! - Ela grita quando me vê ali.

CONTINUA...

Obs.: O começo da proxima parte já esta disponivel no wattpad.

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