Desde o 3º ano do EM eu sou perdidamente apaixonado em cara, que obviamente para o sofrimento diário do gay... É hetero.
Pois, bem. Durante o ultimo ano de escola eu entrei sem expectativa alguma já que estava me mudando para uma cidade muito pequena onde já morei, mas por motivos familiares tive que retornar. Comecei as aulas e só tinha um amigo que tinha o habito de falar, mas dois dias depois de chegar ele me fala que o (fulano) estava se mudando pra mesma cidade e conseqüentemente iria estudar com a gente, porque cidade pequena tem apenas uma escola. Ele chegou atrasado no seu primeiro dia (o que era uma habito dele) e vocês devem imaginar, toda a enrolação e babação de ovo que rola com novatos, e pá.
Eu não falava com ele por achar ele levemente arrogante, mas era tudo babaquice minha porque eu nem o conhecia. Com o passar dos dias as matérias foram ficando intensivas, pois os professores estavam dispostos a nos deixar aptos para o Enem, sem querer me gabar, modéstia a parte eu sou um aluno até acima da media. Não me considero inteligente, mas tinha sim mais facilidade de absorver alguns conteúdos.
Certa vez em uma aula de matemática, a matéria era funções e claro, tirei de letra. Já tinha terminado e estava enrolando, quando sinto uns cutucões em meu braço, era o fulano todo envergonhado:
Fulano- oi, tem como você me ajudar com isso aqui? Eu sou uma negação em matemática.
Eu- claro, vamos lá à sua carteira.
Eu o ajudei sem intenção alguma, de verdade. Logo depois que ele consegui entender o suficiente para terminar a questão, foi uma chuva de elogios sobre a minha pessoa, sobre como eu era inteligente, sabia explicar bem e tals...
Com o passar dos dias nós fomos ficando próximos, quando em dia de chuva, foram pouquíssimas pessoas e juntamos nossas mesas e fizemos as atividades, ele deitou sobre a mesa, usando os braços cruzados como travesseiro. Ele estava tão lindo daquele jeito que inconscientemente eu leve minha mão ao seu cabelo e fiz um cafuné, carinhoso demais, seguia o desenho do seus cabelos, a forma como cresciam, mas em um estralo voltei a mim. Tirei a mão o mais rápido possível, mas nessa hora ele olha pra mim e abre um sorriso como se ele se esforçasse para ser tão lindo daquele jeito.
Fulano- para não, continua. Ta tão bom, to quase dormindo.
Eu entrei em choque até porque eu esperava uma reação totalmente diferente.
Ele e outros garotos da sala tinham uma brincadeira de dar leves socos e tapas nos sacos um dos outros, brincadeira idiota que eu sempre deixei claro não gostar, acho que por isso, nunca fizeram comigo ou respeito ou por que eu não era tão machão quanto eles e seria estranho ou algo assim. Não que eu seja afeminado, mas nunca curti futebol, na verdade o único esporte que gostava era vôlei kkkk o estigma do gay.
Assim o ano foi passando, os carinhos e caricias aumentavam, horas eu achava que era apenas brincadeira de heteros outras eu achava que ele estava um pouquinho afim de mim, essa duvida me consumia.
Havia momentos que ele só me encara e dizia “to te olhando por que voce e lindo” eu não sabia o que fazer.
Havia dias que durante os intervalos das aulas ele vinha me abraçava e ficava dizendo o quanto eu estava cheiroso, eu já aproveitava e tirava uma casquinha e beijava seu pescoço, ele saia todo arrepiado.
Um episodio que me deixou em profunda confusão estávamos nos dois no corredor, não havia mais ninguém conosco, me lembro que estava de calça e minha braguilha estava aberta e ele olhou e falou:
Fulano- fecha a braguilha se não o passarinho vai voar!
Eu- então pego o passarinho pra ele não voar.
Nesse momento ele da uma leve pegada no meu saco, mas me lembro de suspirar e falar o nome dele.... a partir desse dia eu já estava com os 5 pneus arriados por ele.
Depois de uma brincadeira dele me beijar no pescoço, eu dei uma leve mordida no seu ombro, mas o clima foi cortado total quando ele se viu muito preocupado se iria deixar marca, por que depois da escola ele iria ficar com a namorada e não saberia como explicar aquilo.
No dia seguinte ele já não estava tão próximo como de costume, talvez eu tivesse entendido errado mesmo, talvez fosse só uma amizade e eu interpretei mal, então decidi me afastar. Os dias se passaram e ele não me procurou, eu estava PESSIMO, mas não podia cobra nada dele, afinal não éramos NADA.
Me lembro que nos voltamos a nos falar e ele disse que parou de falar comigo por que eu parecia distante e que talvez eu não quisesse falar com ele e ele respeitou, mas deixei como estava, ele não precisava saber o real motivo. Marcamos de fazer um trabalho na casa dele e blz, achei que talvez rolasse algo, mas NADA fizemos apenas o trabalho mesmo. Mas durante a noite (umas 22) eu mandei mensagem pra ele sobre como realizaríamos o seminário no Whatsapp, ele apenas visualizou e não respondeu... beleza.
No outro dia ele me informou que quem estava usando o celular dele era a namorada, que do nada me via na rua e fechava a cara pra mim. Nos formamos e quase na falei com ele, minha mãe trabalha na casa do tio/tia dele como diarista, certo dia ele encontrou ela lá, disse pra ela que gostava de mais de mim e estava com saudade de mim. Mas quando eu mando mensagem pra ele malema responde, apenas com respostas curtas e objetivas.
Essa noite tive um sonho que me fez lembrar da época do terceiro ano (hoje já estou na faculdade, já se passaram uns dois ou três anos)
O que vocês acham? Comentem aqui o que vocês pensam sobre esta história por que eu realmente não sei o que eu rolou....