Noite alta, corpos exauridos, mal nos lavamos e fomos nos deixando abandonar na cama, desfalecidos pelo cansaço. A ordem dos corpos havia se alterado. Enquanto, no canto direito da cama, Bia dormia sozinha, o corpo inclinado de lado e os braços estendidos para uma amiga ausente; no lado esquerdo, Gê recostava as suas nádegas em mim e agarrava-se ao calor dos meus braços como se eles fossem alguma espécie de manta protetora. Era terno sentir aquela bela morena buscar no meu corpo os seus aconchegos. Terno e excitante.
Gê dormia comigo como se eu fosse o seu homem. Eu pensava que era justamente esse abraçar noturno que terminaria por confirmar a nossa maior intimidade. Não era o sexo. Durante o sexo, os corpos ainda podem se defender. Mas na hora do sono – ou do sonho – não existem defesas, o inconsciente comanda e é, nesse momento, que ocorrem as maiores entregas, a transmutação de corpos e almas. Eu e Gê, Gê e eu, ambos enlaçados, entrelaçados... adormecidos.
Acordei, o mundo ainda escuro, o membro rígido, as nádegas de Gê recostadas em mim, o meu corpo fazia um arco em torno do corpo da minha amada, acomodando-se às suas formas, seguindo as suas curvas. Aos poucos, os meus braços foram abaixando, indo na direção secreta dos prazeres, fui acariciando aquela pele macia e arredondada, adentrando aquelas duas metades iguais e perfeitas, sentindo o fulgor repartido daquelas carnes. Minhas mãos queriam as nádegas de Gê, desejavam a entrega que elas segredavam, pediam que Gê se deixasse levar, sem medos, sem tabus.
Afundei ainda mais as minhas mãos naquelas vertigens, mergulhei no proibido, até atingir a delicadeza frágil do cu da minha amada. Aquele ânus era como uma pequena violeta escondida, um sussurro no meio das montanhas, um pequeno cristal aberto em flor. Fui tocando, mãos furtivas, devagarinho, dedos fálicos e lubrificados, adentrando, formando anéis, argolas, brincando com a elasticidade do cu.
Os olhos de Gê quase se abriram, como se quisessem comunicar algo, mas preferiram o silêncio consentido, não dizer nada com os olhos, nenhuma palavra proferida pelos lábios, apenas as nádegas que se voltavam em minha direção, os joelhos cada vez mais dobrados para que o corpo de Gê se tornasse uma conchinha, as nádegas reluzentes, e lá dentro se iniciasse o desabrochar de um violeta escondida, pequena flor que se expandia com o movimento circular e fálico dos meus dedos.
Um, dos, três dedos, o anel sempre elástico formava uma pequena argola e depois se contraia novamente, fechando-se novamente, apertando, ora expelindo, ora abraçando o corpo intruso que lhe adentrava as partes. Retirei os meus dedos e no cu de Gê formou-se um vazio, uma fenda, uma pequena rachadura, qualquer coisa que clamava pela minha presença.
Gê desejava ser novamente preenchida e eu sabia disso. Porém, adiava o momento para estimular suas chamas, abrasá-la, instigá-la a procurar os seus prazeres. Eu ansiava pelo momento em que eu não seria mais o intruso, o invasor, o homem dominante que se apossa de corpos e fronteiras. Não, eu queria ter a fragilidade da espera e a ternura daqueles que desejam apenas habitar o corpo da pessoa amada. E para habitar era preciso receber o clamor de um chamado. O clamor da voz de Gê que me pedia:
– Vem cá, entra dentro de mim, vem me preencher...
Eu fui, coloquei apenas a pontinha e esperei. Gê, novamente, pediu:
– Coloca tudo no meu cuzinho, faz esse pau morar dentro de mim, faz ele me preencher.
Eu penetrei por completo na entradinha de Gê. O cu da minha amada era a abertura que transformaria o meu ser no seu mais novo hóspede. Abracei ela com força e intensidade, aproximando os nossos corpos. Os meus braços agarravam o corpo de Gê, enquanto o meu quadril se encarregava de fazer os movimentos. Gê clamava:
– Eu sou tua, meu amor. Sente o aconchego do meu cuzinho, rompe as minhas pregas.
Gê estava de ladinho, imóvel, apenas desejando, completamente entregue, a bundinha reluzente, inclinando-se, direcionando-se, querendo. Depois, vinha o sussurro:
– Enfia esse pau na minha bundinha, vai, brinca dentro dela.
Fui brincando, seguindo os sussurros, fazendo cumprir os desejos, Gê queria submeter-se, pequeno animal encolhido, indefeso, os joelhos junto ao peito, o corpo deixando-se aninhar no meu, sentindo o movimento sensível-brusco do meu pênis, as suas nádegas cada vez mais abertas, sensoriais, como uma fenda coberta de flores. Era preciso apenas de uma pequena dose de violência para romper as pregas, escavancar, na umidade, aqueles túneis, e deixar o espaço aberto para a passagem de novos estímulos, correntes sensíveis de prazer, revelações.
Gê queria a presença de todos os sentidos. Ela queria a entrega e desejava me ver a possuindo, habitando o seu corpo, desvendando os segredos daquele mundo novo. Eu, explorador de Gê. Explorador das reentrâncias do cu da minha amada. Eu, sensível e brusco, multiplicado em vários: rasgava as suas pregas, abraçava o seu corpo com ternura e entregava-lhe os meus dedos como consolo.
Gê mordia a ponta dos meus dedos, gemia, contorcia-se, soltava gritinhos tímidos, queria mais. O seu corpo foi virando em direção ao meu, o rosto querendo encontrar-se com o calor da minha face. Gê pediu:
– Olha nos meus olhos e me beija, come a minha bundinha de frente pra mim.
Ficamos de frente, as pernas de Gê bem abertas, na altura dos seios, nossos olhos unidos por uma doce e intensa ternura. Aos poucos, os meus braços tornavam-se duas imensas alavancas que, repetidamente, aproximavam e afastavam os nossos corpos. Os movimentos de separação surgiam apenas para oferecer um maior vigor ao imã sexual que nos juntava, numa ginástica complexa. Gê, agora, deixava-se dominar por desejos incontidos:
– Tira todas as minhas pregas, me rasga, me preenche. Tira esse pau por inteiro e depois me preenche novamente, habita esse cuzinho com ainda mais intensidade.
Gê falava, gemia, riscava o ar com os seus desejos, instintiva, animal. O nosso ritmo foi aumentando, mais forte, mais rápido, mais caloroso, até que Gê não aguentou e começou a estremecer no meu cacete, fazendo a sua xoxota pingar de tão molhada.
As pregas de Gê iam se abrindo mais e mais, acomodando o meu membro, transformando o corpo intruso em habitante, em amante, em puro desejo. Um espaço novo se gerava, o cu tornava-se uma morada, abria-se, reinventava-se. Primeiro rasgado, violentado, rompido, para, então, tornar-se flor, violeta ardente, habitação inaudita, aconchego, num movimento duplo de gozo, dor e prazer.
O meu pau escavocava a sua nova morada, o corpo de Gê parecia querer sempre mais, pulsante, argola de braços cilíndricos, abraços, apertava o meu pênis e depois soltava, relaxando, fluindo, entregando-se. Eu, brusco e sensível, descia com cada vez mais força naquelas cavidades que se formavam, retirava as pregas de Gê, penetrava na lisura do seu cu, escutava os seus gemidos, seus gritos contidos, seus pedidos:
– Ai! Mete forte, deixa o pau lá dentro, habita o meu cu, mais fundo, mais fundo...
O pau completamente lá dentro e ainda faltava, sempre era possível fazer as sensações atingirem pontos mais distantes, nervuras inéditas, mistérios. Eu olhava para Gê, beijava os seus olhos, os seus lábios, e tentava atingir os seus esconderijos. Gê continuava:
– Mete mais fundo, me preenche, faz ressoar as minhas cavernas, mais fundo...
O corpo de Gê possuía prazeres abismais, quanto mais eu escavocava as suas terras, mas ela se perdia em profundezas. O cu estava liso, o meu cacete o percorria com lisura, hábil habitante daquela morada. As pregas estavam rompidas, os movimentos eram fluidos, os gemidos se faziam mais leves e decididos. Gê era minha, eu a habitava, preenchia, mergulhava naquela morada de abismos. Ela pedia:
– Vai, deixa eu ser tua, mais forte, com força, rasga mais, vai, mais, mais, mais...
Gê intensificou-se, os dedos na vulva, despertos, vibráteis, num movimento de segundos. O corpo em transe, como pólvora acesa, tremente, desfazendo-se em gemidos:
– AAAAAHHHHHHH!
Aquelas sensações vibravam em mim, como se no meu peito seios se formassem, como se na ponta do meu membro um clitóris surgisse, o corpo de Gê em mim, fluido, circular, desejante, o corpo de Gê na ponta do meu membro, como parte dele, um membro de tremores femininos, agitações vulcânicas, fendas, flores, violetas... Eu explodi junto com Gê, num gozo conjunto... um gozo que era como uma transmutação de corpos que tinha começado no sono e ali encontrava o seu término. Era um gozo que se mesclava, macho e fêmea, pênis e vulva, masculino e feminino. No cu de Gê, a brancura do meu sêmen misturava-se com o mel transparente que escorria da sua vulva. No corpo de Gê refluíam os nossos prazeres. No cu de Gê estava a profusão de um gozo que explodia, expandindo-se, relaxando os nossos corpos, para recomeçar mais adiante, em outro ponto, novamente, sempre terminando e recomeçando em nós, na exaltação dos nossos corpos.
Gê deitou-se, o seu corpo repleto com o calor líquido das nossas intimidades. Ela posicionou-se, novamente, de conchinhas e puxou os meus braços para junto de si, quase como se eles fossem o seu bichinho de pelúcia. A minha amada falou:
– Vamos dormir, meu amor, vamos dormir como se nada tivesse acontecido. É melhor Bia não ficar sabendo dessa nossa festa noturna.
Olhei para o lado de Bia e vi que não adiantaria tentarmos esconder os fatos. Do outro lado da cama, vi a minha pequena brincando com o seu corpo, numa siririca sonolenta e preguiçosa, de quem se masturba ainda tendo remelas nos olhos e sente a necessidade de alongar pernas e braços. Não sabia o quanto os seus olhos tinham visto. Saberia ela que Gê havia se inaugurado para mim? Gê, a minha mulher.
Comentem e nos brindem com três estrelinhas!
Leiam também as partes 11 e 12:
O NOVO NORMAL - O DESPERTAR DE UM JOVEM RAPAZ (PARTE 11)
O NOVO NORMAL - A DESPEDIDA (PARTE 12)