Naquele dia eu estava eufórico …, tudo estava caminhando bem e eu me sentia realizado; todavia, precisava voltar para casa e enfrentar meus pais; assim que entrei, Seymour, meu pai olhou por cima dos óculos e tornou a mergulhar o rosto no livro que tinha nas mãos; Elvira, minha irmã mais nova sorriu e correu até mim, me abraçando carinhosamente como sempre fazia; retribui o abraço e olhei em direção da cozinha onde Jasmine me observava em silêncio; a expressão de seu rosto dizia tudo que precisava ser dito.
Na mesa, durante o jantar o silêncio era uma tortura; por mais de uma vez, tentei explicar as razões da minha decisão e de como fora difícil fazer o que fiz sem prévio aviso; não esperava por compreensão, nem mesmo aceitação, ansiando apenas conformação. Lamentavelmente nada recebi. Meu pai limitou-se a me encarar por alguns minutos, suspirar e voltar a comer o bolo de carne e a salada de batatas; Elvira segurou minha mão e sorriu; já Jasmine baixou a cabeça e supus que choramingava, embora tentasse esconder isso de todos.
Mais tarde, depois que todos se recolheram fui para a garagem; decidi terminar o motor do Buick, mas também sabia que não haveria tempo; era apenas uma maneira de espairecer, deixando de lado o desconforto em casa. Repentinamente, senti uma presença e ao me voltar vi que se tratava de Jasmine; aquele seu jeito dócil e delicado me tocavam de uma forma como jamais acontecera antes. Pensei que ela tinha vindo para me repreender ou mesmo para suplicar que eu mudasse de ideia, porém ela não fez nem disse nada; apenas me olhava com aqueles lindos olhos azuis profundos e inquietantes.
Após algum tempo, ela baixou novamente a cabeça e deu-me as costas, indicando que se retiraria; seguindo minha impetuosidade juvenil, corri até ela e segurei seu braço; a sensação de sua pele macia provocou-me um arrepio; eu não apertei seu braço, mas também não permiti que ela se afastasse. E quando eu menos esperava, ela se voltou para mim e segurou minha nuca; nossos lábios se aproximaram, selando um beijo longo, quente e molhado.
Ensaiei segurá-la pela cintura, mas não consegui; Jasmine desvencilhou-se de mim e correu para fora da garagem, me deixando lá; eu, um jovem tolo, sonhador e apaixonado; ponderei todas as minhas últimas atitudes procurando algo que justificasse um recuo, algo que me permitisse sonhar com ela …, de sonhar conosco. Estirei-me no velho sofá de tecido rasgado que ficava no canto próximo da bancada de ferramentas ainda pensando em tudo o que acontecera e, principalmente, no beijo de Jasmine.
Na manhã do dia seguinte, quando me dirigi para a cozinha deparei-me com Elvira tomando seu café da manhã, com Jasmine encostada no fogão, preparando ovos mexidos e bacon; olhei ao redor e não vi meu pai; perguntei sobre ele e Elvira, com sua afobação característica, respondeu quase tropeçando nas palavras.
-Ele foi para o estaleiro …, tem serviço atrasado e ele disse que só volta no fim de semana!
Sentei-me enchendo minha caneca com café fresco; enquanto sorvia a bebida, Jasmine se aproximou trazendo nas mãos o prato com ovos, bacon e torradas; eu bem que tentei encará-la, mas como sempre ela recuou e me deu as costas mais uma vez. Assim que terminei a refeição, fui para o quarto e arrumei minha mala. Não havia muito o que levar.
Desci as escadas e Elvira veio até mim, me abraçando com fervor e choramingando; eu fiquei de joelhos em frente a ela, limpei as lágrimas com meus polegares e beijei seu rosto; me levantei e caminhei até a porta; antes que eu tocasse na maçaneta, Jasmine irrompeu, vindo da cozinha até mim; trazia um pequeno embrulho; disse que era um lanche para a viagem e quando eu tentei abraçá-la ela recusou; disse que não era o melhor a fazer. Com essa imagem, saí de casa.
Foram três longos e árduos meses de treinamento sem tréguas; eu levei meu corpo ao seu limite e me dediquei totalmente. Antes do fim do mês de novembro fomos dispensados com a informação que em breve seríamos deslocados para nossa lotação. Voltei para casa ansioso por reencontrar os meus …, por reencontrar Jasmine. Mas, as notícias do lar não eram boas.
Seymour metera-se em uma contenda sindical e estava preso; o sindicato veio até nossa casa e disse que prestaria todo o apoio necessário e que ele logo seria solto; Elvira viajara com amigas da escola e só retornaria para o natal. Jasmine me recebeu com um largo sorriso, incapaz de esconder sua alegria ao me ver; alisou meu uniforme e disse que preparara uma refeição especial para mim.
Enquanto jantávamos, ela não conseguia tirar os olhos de mim, assim como eu não conseguia desviar meu olhar sobre ela; me ofereci para ajudá-la com a louça e foi na cozinha que tudo aconteceu …, foi tão rápido que nem eu, nem ela pensamos nas consequências. Eu a tomei nos braços e nos beijamos com enorme furor e desejo. Minhas mãos apalparam seu corpo por cima do vestido e minha impetuosidade viril cutucava seu ventre.
Nos despimos um ao outro ali mesmo na cozinha; ao vê-la nua, fiquei encantado com sua beleza; Jasmine era uma mulher madura, mas o tempo fora generoso com ela; seus seios médios ainda tinham uma firmeza intrigante e seus mamilos levemente achatados realçavam-se ao centro de largas aureolas róseas. Tomei-os em minhas mãos e os beijei antes de saboreá-los ao som dos languidos gemidos dela.
Jasmine desceu uma das mãos até meu membro, segurando-o com carinho e massageando-o com uma gritante veemência; levei-a para a mesa da cozinha e fiz com que se deitasse sobre ela; Jasmine flexionou os joelhos e abriu as pernas, exibindo sua pequena e delicada gruta destituída de uma cobertura de pelos. Nunca tinha vista uma vulva depilada e ao vê-la senti arrepios percorrendo minha pele, enquanto minha boca salivava ansiosamente.
Mergulhei meu rosto no baixo-ventre e deixei que minha língua explorasse toda a região; já nas primeiras sugadas, provoquei um gozo em Jasmine, cuja reação foi a mais doce possível; segui em frente e quanto mais eu saboreava sua gruta, mais gozos fluíam, deixando minha fêmea em absoluto êxtase, acariciando os meus cabelos e implorando para que eu não lhe desse trégua.
Muito tempo depois, mas ainda com vontade de apreciar aquele sexo quente e úmido, eu me pus em pé, aproximando-me dela até o instante em que minha glande exageradamente inchada se esfregasse naquele regaço quente e macio; segurei-a pela base e passei a pincelar de baixo para cima e de cima para baixo.
Jasmine já não tinha mais controle sobre suas reações, contorcendo-se sobre a mesa e abrindo-se ainda mais, como que evocando que eu tomasse a iniciativa mais desejada naquele momento; eu sorri para ela e me deliciei com sua expectativa delirante refletida em um olhar doce e ao mesmo tempo selvagem. Sem aviso prévio, estoquei com energia, fazendo parte de meu instrumento penetrar aquelas carnes úmidas e quentes. Ela reagiu com um gemido prolongado seguido de um gritinho abafado, claros sinais que me estimulavam a avançar.
Com movimentos pélvicos medidos, fui cravando meu falo dentro dela, ouvindo seus gemidos e apreciando sua expressão de prazer desmedido; quando me vi inteiramente dentro dela, com o perfeito encaixe de minha virilidade em sua sensualidade, dei início a uma sequência de movimentos para frente e para trás, ora fincando, ora extraindo meu falo das entranhas suculentas de Jasmine, observando sua reação voluptuosa e estimulante. Aos poucos, fui acelerando meus movimentos, o que redundou em uma nova sucessão de gozos que devastavam o corpo de Jasmine cujas reações eram frenéticas, respondendo ao prazer recebido com palavras balbuciadas, mais gemidos e mais gritinhos.
Sem perceber o tempo em que nos entregáramos ao prazer carnal, não arrefeci em meu assédio, especialmente porque Jasmine era tudo o que eu sonhava como mulher; apertei seus seios mantendo o ritmo dos golpes pélvicos, desfrutando da sensação de proporcionar à mulher desejada uma avolumada e irrefreável sucessão de prazer que ela jamais sentira antes em sua vida. E somente quando meu corpo estremeceu e um formigamento espalhou-se pela superfície de minha pele, foi que percebi que o inevitável estava por vir.
Meus músculos contraíram-se involuntariamente e um longo espasmo me fez projetar o corpo para a frente; tentei avisá-la, mas não houve tempo …, gozei como jamais gozara em minha vida, ouvindo Jasmine dizer o quanto me amava. Despejei minha carga quente dentro dela, com contrações descontroladas jogando meu corpo para frente e para trás, até que não restasse mais sêmen a ser expelido, do mesmo modo como não havia mais acomodamento em Jasmine para reter meu líquido.
Inclinei-me sobre ela e um beijo arrematou nosso idílio carnal; ainda respirávamos com dificuldade, e nossos corpos ressentiam-se do deleitoso esforço a que foram submetidos; fazendo uso da escassa energia que ainda me restava, tomei-a em meu colo e fomos para o quarto; nos deitamos abraçados trocando mais beijos e carícias até que o torpor resultante do prazer e também do esforço nos envolveu, fazendo com que fossemos arrebatados por um merecido e necessário sono.
Os primeiros raios da manhã do dia seguinte banharam o quarto com sua resplandecência eloquente; porém, não foram eles os responsáveis a me fazer voltar do mundo dos sonhos e sim a mais deleitosa realidade de sentir a boca de Jasmine desfrutando de meu sexo que já correspondia com um tonitruante turgor, ostentando toda a minha virilidade renascida. Jasmine, ansiosa, veio para cima de mim, tomando posição para sentar-se sobre meu mastro rijo, fazendo com que ele, aos poucos, tornasse a invadi-la até que se encaixasse com perfeição. Seguiu-se, então, um delirante espetáculo da fêmea cavalgando seu garanhão, subindo e descendo, causando-me enorme êxtase. Segurei-a pelos peitos de mamilos intumescidos, ouvindo-a gemer exasperada.
A fêmea experimentou mais uma caudalosa tormenta de orgasmos que a faziam dançar sobre mim, sempre dizendo meu nome cada vez que seu corpo era sacudido pelo prazer. Elevei minha resistência ao limite apenas para dar a ela tudo que merecia como mulher desejada e como fêmea delicada; seus gestos, seu olhar, seus beijos …, enfim, tudo em Jasmine, para mim, era perfeito. Ela sempre fora meu exemplo de mulher para ser desejada, cuidada e amada até o último dia de sua vida.
No entanto, todo meu esforço atingiu um estágio em que apenas o clímax restaria inexorável; segurei-a pela cintura, acelerando seus movimentos de sobe e desce, até que, mais uma vez, gozei! Os gemidos mútuos constituíam a harmonia ideal para aquele momento; ejaculei dentro dela com um gozo quente e viscoso preenchendo-a de tal maneira que Jasmine pressentiu mais ondas de prazer decorrentes do meu ímpeto.
Ela se deitou sobre mim, pousando sua cabeça em meu peito; cochilamos por algumas horas e quando acordamos tomamos um banho e fomos para a cozinha; afinal, ambos estávamos famintos. Com nossa fome saciada, convidei-a para um passeio; o rostinho de Jasmine iluminou-se de uma maneira que deixou-me sensibilizado; percebi os olhos marejarem, mas ela não permitiu que o choro a dominasse.
Jasmine vestiu sua roupa de domingo e saímos; ela enlaçava meu braço com cautela, mas não escondia seu orgulho de estar ao lado de um homem uniformizado; fomos até o parque que iniciava seus eventos e nos divertimos a valer. Comprei-lhe um urso de pelúcia cor-de-rosa e ela ficou eufórica rindo como uma criança com seu primeiro presente. Depois do parque, fomos ao cinema e eu lhe comprei pipoca; Jasmine prestou muita atenção ao filme; seus olhos cintilantes e sua expressão de espanto inocente, me cativavam como sempre aconteceu.
Voltamos para casa e pelo resto da semana permanecemos como um casal, sempre aproveitando para saciarmos nosso desejo com um sexo tórrido e prolongado. Uma madrugada estávamos abraçados na cama logo após um gozo fantástico e Jasmine mantinha sua cabeça pousada sobre o meu peito. Repentinamente, ela me encarou com um olhar enigmático; fiquei curioso querendo saber o que havia além daquele olhar.
“Não vamos passar o natal juntos …, então, quero lhe dar um presente; algo que mostre a você que serei, para sempre, sua!”, ela disse com um tom afetuoso. Permaneci sem compreender, até que Jasmine deitou-se de lado, curvando o corpo e flexionando uma perna; ela puxou uma nádega para cima, exibindo seu selo. “Tome-o …, ele te pertence!”, arrematou ela, deixando-me estupefato. Compreendi o que ela pretendia e antes de mais nada, levei minha língua até ele, promovendo alguma lubrificação; azeitei meu sexo com saliva e tomei posição.
Já na primeira estocada, meu membro projetou-se para dentro, vencendo a resistência inicial; Jasmine deu um gemido contido e curvou-se um pouco mais, estimulando que eu prosseguisse em meu intento; com pequenas estocadas e sempre cuidando para que ela recebesse a invasão com mais prazer que dor, atingi o objetivo ao ver-me atolado em seu selo.
Passei a estocar com golpes comedidos, porém Jasmine pedia mais; dizia que queria guardar dentro de si o prazer de ver-se dominada pelo único e verdadeiro homem de sua vida …, intensifiquei ainda mais as estocadas, produzindo um deleitoso resultado!
Jasmine gemia e gritava, tentando, em vão, sufocar sua impetuosidade, deixando de lado toda e qualquer reserva; ela balbuciava a cada golpe afirmando que aquele gesto significava uma entrega única e sincera como prova de seu desejo por mim. “Depois de ti, ninguém mais me terá desse jeito! Para sempre serei tua!”, dizia ela com voz arfante e engolfada. Quando meu orgasmo avizinhou-se acelerei ainda mais o assédio até que uma forte contração muscular fez meus músculos se retesarem ao mesmo tempo em que meu membro parecia inchar para em seguida explodir em um gozo indescritível! Naquela noite, dormimos na mesma posição inesquecível para mim.
Na manhã seguinte, fomos até uma galeria onde tiramos uma foto naquelas cabines expressas; Jasmine as recortou entregando uma para mim e guardando outra dentro de seu sutiã. Nos beijamos ali mesmo, sem nos preocupar com o que pudessem pensar ou dizer …, nós nos bastávamos …, ao retornarmos para casa, Jasmine insistiu em irmos para o quarto, onde nos despimos, deitando na cama; ela me beijou longamente e depois pousou sua cabeça sobre o meu peito; fizemos amor com ela sobre mim, gingando seu corpo em um frenesi que parecia não ter mais fim …, mais uma vez, gozamos ao mesmo tempo como uma prova de nossa entrega irrestrita.
Infelizmente, minha dispensa chegara ao fim; era o segundo dia do mês de dezembro; trajando meu uniforme e carregando minha mochila da campanha, desci para o café da manhã com o olhar entristecido de Jasmine lamentando sua perda. Estávamos em pé na porta e eu fiz menção de beijá-la, porém isso não foi possível com a chegada de Seymour; com um aspecto horrível ele nos encarou e nada disse, avançando casa adentro; repentinamente, ele olhou para trás em olhou para mim, examinando meu uniforme; creio que percebi uma ponta de orgulho, porém ele desapareceu dentro da cozinha.
Tomei as mãos de Jasmine e as beijei …, tomada por uma ansiedade dolorosa, ela me abraçou e seus lábios foram ao encontro dos meus, selando aquele que seria nosso último beijo; saí de casa e caminhei sem olhar para trás, pois queria guardar em meu coração o rosto iridescente de minha Jasmine, minha mãe e a única mulher que amei! Em poucos minutos, estava dentro do ônibus que conduziria meu regimento para o aeródromo onde embarcaríamos em um avião cargueiro rumo ao nosso destino. Na manhã do dia três, desembarcávamos em Pearl Harbour, nas ilhas do Havaí; meu pelotão estava perfilado aguardando a revista; após a ordem do dia, um oficial de ligação nos entregou nossos documentos de lotação.
Ansioso, abri o envelope e li: “Lotação: U.S.S. ARIZONA”; corri para as docas e logo avistei o encouraçado majestoso com sua couraça abrangente e suas peças de artilharia repousando sobre o apoio; abri minha carteira e olhei a foto com Jasmine; beijei-a com carinho e corri em direção à treliça de embarque …, subitamente o alarme soou pelo alojamento interno do navio naquela manhã do dia sete …, estávamos sob ataque; saí do alojamento correndo, e o que vi foi a pura descrição do inferno!
NOTA: Em 07 de dezembro de 1941, a marinha de guerra japonesa desferiu um ataque surpresa ao porto de Pearl Harbour; uma bomba de oitocentos quilos atingiu o paiol do USS Arizona, destroçando a enorme belonave, levando consigo 1.177 homens embarcados; sobre seus destroços, foi erguido um memorial, para aquele dia descrito como o “Dia da Infâmia”. Os poucos sobreviventes do ataque, quando de seu falecimento, são cremados e suas cinzas depositadas abaixo do memorial.