Sozinho, na piscina deserta. Passa das 10 da noite. Semiescuridão, somente luzes aos pés das árvores criam um clima intimista.
A água está quentinha. Estou quietinho. Mexo-me suavemente, como a não incomodar a superfície líquida.
Aproximo-me da borda com menos luz, apoio os braços no mármore ranhado do piso, e o queixo sobre as mãos. Fecho os olhos, fico sentindo a carícia fluida no meu corpo.
Um leve tremor na água. Quase imperceptivelmente, outro corpo partilha a noturna piscina agora. Desliza suavemente sob a superfície. Sinto as pequenas ondas formando-se em torno do meu corpo.
Mantenho-me silente e absorto em mim mesmo, à beira da piscina.
Percebo o corpo aproximar-se e não mais afastar-se. Faz par comigo, na posição e lugar, ao meu lado. Também em silêncio.
Quase tão líquida quanto da água, sinto ignota mão, suave mão, tocando minhas nádegas, por sobre a sunga. Estremeço intimamente. Depois de círculos suaves sobre minha bunda, a mão sobe um pouco para as costas e desce por dentro.
Sinto agora a maciez da mão sobre minha pele; por baixo do short, vagueia pelos meus glúteos e desce e se insinua no meu orifício – que se mexe sozinho...
Estou teso, erétil. Minha mão recolhe e acaricia minha dureza, enquanto a estranha mão vai baixando minha sunga, liberando minha nudez.
O quente de um corpo sinto encostar-se em minhas costas. Sutil respiração na minha nuca, enquanto rígido volume sonda minha entrada e vai se metendo.
Afasto um pouco as pernas, a facilitar a invasão. A rigidez musculosa abre caminho por dentro de mim – pregas afastam-se. Recolho-o integralmente. Sinto pelos pubianos a roçar minhas nádegas. Reconheço: meu território está conquistado.
O movimento é cadenciado: afasta-se, fingindo sair; e retorna, ávido. Cadência e suavidade. Repete-se o mover-se. Várias vezes.
A carícia de minha mão intensifica-se, intensificando meu prazer...
Até que sinto uma leve parada do seu corpo, uma pressão maior: jatos líquidos me inundam; gemidos discretos preenchem meus ouvidos. Minha mão arranca jorros pastosos que se espalham na água, em torno de mim.
Duplo gozo. Corpos que estremecem, agitam-se – agita-se a água.
Estou sozinho, na piscina deserta.