O mundo do pornô gay é conhecidamente dividido em subcategorias. Existem, por exemplo, os ursos onde a maioria dos homens são só musculosos de fato, e não homens realmente gordos e peludos, porque a indústria do pornô segue padronizando os corpos e mentindo sobre eles. Existe o mundo dos twinks, dos daddys, da sexualização do homem negro e a idealização do colossalmente dotado, dos asiáticos... E a lista segue tomando forma e parece nunca ter fim, porque aparentemente nós gostamos muito de enquadrar pessoas em pequenas caixas. Mas um fato não é jamais contestado: o subgrupo dos latinos amadores é definitivamente o mais pervertido basicamente por abraçar, literalmente, todos os gêneros. Digo isso com prioridade porque ainda sou um desses consumidores. Mas não é só isso: conheço a safadeza deles na prática.
Juan é um venezuelano que às vezes gosta de tomar um tempinho das minhas noites. Nossos encontros não são frequentes, mas quando acontecem são sempre marcados por muito tesão e uma dose exagerada de perversão.
Conheci o imigrante quando trabalhei poucos meses num loja de eletrônicos aqui no centro da cidade antes de conseguir me sustentar fazendo o que você sabe bem. Além dos eletrônicos, havia no lugar um espaço sob os meus cuidados para cópias de documentos e esses serviços rápidos. Nosso encontro se deu no local porque Juan precisava regularizar alguns documentos para a sua permanência no país.
Eu tive que olhar o danado com olhos safados quando ele chegou. Foi impossível.
Primeiro que ele é dono de uma lapa de coxa que não cabe nas bermudas jeans que costuma usar. É sério, a peça chega a ficar toda apertada no corpo. Daquelas coxas que faz sua mão ficar pequena quando você apoia nelas pra chupá-lo. Depois que ele tem uma cintura dessas largas que se criam com a musculação, mas Juan não é do tipo musculoso. Nem deve ter tempo e dinheiro para academia. Tem uns trinta e poucos, é baixinho, mãos grandes, queixo quadradão, boca carnuda, língua muito áspera e um pau desses que entra em você rasgando e melando tudo.
Olhei tanto o volume desenhado dele no primeiro encontro que ele não demorou a perceber e começar aquela pegação que a gente adora. Mete a mão aqui, ajeita o pau ali, coloca de um lado, coloca do outro, coça as bolas por cima da roupa, enfia os dedos na virilha e cheira disfarçadamente. Ele sabia que estava lidando com puto. Se não soube imediatamente, fiz questão de avisar. Num momentinho que não tinha ninguém olhando eu saí de dentro do balcão, dei a volta pra chegar perto dele, roçei minha coxa na dele e na hora de virar a minha bunda foi certinha no pau volumoso. Juan pegava tanto no pau no meio dos outros clientes que chegavam e saiam que eu achei que ele fosse se masturbar ali mesmo daquele jeitão disfarçado e safado que a gente conhece.
Eu nem entendia direito o que falava, mas entendi a excitação de atender um homem do tipo dele. A vontade de sentar naquelas coxas veio logo.
Encenamos ser preciso me passar um documento por whatsapp para que eu pudesse imprimi-lo e na mesma noite daquele dia eu já estava babando na foto do pau que ele me enviou. Típica: em pé no banheiro, a mão cheia de sabão, os pés no fundo da foto e o pau babando em primeiro plano. O corpo do pau é modesto e a cabeça também. Na base é que ele é grosso.
Eu disse brincando num espanhol muito mais vagabundo que eu que fazia uns programas e ele sugeriu que fosse caro demais para um homem do tipo dele. Mais um caridade? Sem dúvidas. Espero que guardem meu lugar no céu por isso.
Duas noites depois eu estava com o short caído pelos joelhos, as coxas bem separadas, a bunda muito empinada para sentir o pau quente dele entrando e rasgando fundo um caminho que percorreria muitas outras vezes depois. Transamos num beco que dá para o conjunto de casas onde ele mora e que não é muito longe de onde eu mesmo moro. Eu tinha que gemer contido toda vez que o desgraçado tacava a mãozona na minha cintura, prendia com força e puxava fazendo minha bunda bater no seu próprio quadril. Pessoas conversavam não muito longe da nós , os cachorros da vizinhança latiam, uma criança chorava numa casa de luzes acesas bem próxima e ele suava feito um bicho enquanto me comia sem pena.
Não tem cenas de amor aqui, se é isso o que você espera. Tem um ursinho que gosta de ser torado no pau como um homem verdadeiramente gosta e ir embora sem nenhum responsabilidade emocional sobre os ombros.
Perdi a conta de quantas vezes eu tive que pedir para ele tirar o pau de mim porque eu estava começando a atingir um estado de tesão que me fazia gemer muito e alto, ou porque estava me machucando com aquela rola de base grossa e quente feito o inferno. Pau do tipo que pulsa e cresce mais dentro de você. Pau de latino tem disso. Pau que faz você chorar – não só pelo olho – e implorar ao mesmo tempo para ser atravessado. Deplorável e lindo.
Nunca um punhado de notas amassadas me fizeram tão bem.
Já pensei em parar de cobrar de Juan, mas consigo enxergar que maior parte da excitação dele estar em achar que tem poder sobre mim só porque me paga uma merreca por um cu macio e guloso pra caralho. Não me importo em ceder a ele esse tipo de sentimento. Vejo nele uma personalidade bonita. Juan é um homem bonito por dentro. É bonito, inclusive, quando esbraveja qualquer coisa em seu espanhol impossível de acompanhar no meio do orgasmo que atinge comigo. Às vezes para me fazer entrar no clima dele, enrola um português enquanto bate na minha bunda me chamando de cachorro e puto. Gosta de gozar na minha cara. Quando não na cara, goza entre minhas nádegas só pra ter o prazer de depois brincar com o seu pau amolecendo entre as duas bandas de carne usada. O cheiro do sexo dele é fora do comum de bom. Essa é outra coisa nele que me faz continuar sendo uma santa alma caridosa.
Juan, inclusive, não pode me pagar um motel. Também não pode me levar em sua casa por dividir o espaço com a irmã, o filho dela e um outro primo, todos venezuelanos. Foi sobre o primo de trinta anos que falou num português muito engraçadinho “ele também come viado”. A vontade de dar para os dois me sobe à cabeça. Portanto, quando Juan me pega, faz isso nos corredores sujos e úmidos, em uma rapidinha atrás da parada de ônibus escura duas ruas acima da minha, em raros momentos na minha casa, num carro que toma emprestado do vizinho e que devolve com nítido cheiro de rola impregnado nos bancos. O seu sangue quente latino o torna um pervertido de primeira e é por isso que ele sempre sugere que a nossas transas aconteçam em qualquer lugar. O que importa mesmo é que ele soque em mim uma rola sedenta e malvada.
Tentamos transar uma única vez em sua casa. A família tinha uma certa reunião com alguém que pretendia trazer alguns mais dois irmãos de Juan para o Brasil. Pensei comigo que se eles forem como ele é, abrigo eu mesmo em minha casa, sobre minha cama, sem nenhum problema. Esta, por sinal, foi uma tentativa excitante e ao mesmo tempo muito engraçada. Resume-se em: um oral feito na sala com ele sentado no sofá velho e o pau babando como sempre, o começo de uma foda na porta do quarto e o meio dela sobre a cama, mas um fim interrompido pela chegada da irmã e do primo que me fizeram sair pingando na cueca da casa deles enquanto deixava para trás um Juan tentando disfarçar o pau duro dentro da bermuda.
Meu rosto ficou bem conhecido pelos familiares, tenho certeza. Não me importo. Quem sabe o primo não me procure para uma foda rápida dessas que eu sei que eles curtem.
Juan vai aparecer aqui mais vezes. Ele me rende boas situações e gozadas sempre certeiras como essa que eu dei agora enquanto escrevia e pensava que já não nos vemos há boas semanas. Preciso resolver isso. Logo!