Acorda, está na hora de irmos à igreja! ouço meu pai me chamando na porta do quarto. Levanto assustado e me jogo novamente na cama.
- Não acredito que vou ter que ir de novo à igreja. Resmunguei.
Levantei, tomei um banho e fui me vestir. Peguei uma roupa social, vesti o terno e arrumei o cabelo. Imagina usar terno e gravata em um domingo, no calor de 40° do RJ e no verão. Aquilo era demais pra mim. Ah, nem me apresentei. Me chama João e tenho 19 anos, aquele que me acordou é meu pai, Pastor Antônio e moro também com minha mãe Letícia. Sai do quarto com cara fechada.
- Bom dia.
- Não faz essa cara João, você sabe que precisa ir à igreja. O que eles vão pensar de nós?
- Que somos normais? Retruquei
- Não me responde, não seja mau educado.
- tá bom pai, já estou pronto, satisfeito?
Meu pai me olhou com fúria nos olhos e eu não abaixe a cabeça
- Me pergunto onde foi que eu errei com você João?
Eu não respondi e tomei meu café. Saímos de casa e fomos para à igreja, chegando lá todos vieram nos cumprimentar e eu fingi estar interessado no papo sobre as passagens do culto do dia. Quando algo me chamou a atenção no portão, vi um menino lindo, na verdade o cara mais lindo. Senti meu coração palpitar forte, minhas mãos começaram a soar e eu o acompanhei com os olhos até entrar na igreja.
- João o que você acha disso?
- Perfeito. Respondi sem ouvir
- Sim realmente é perfeita essa passagem. Diz Gislaine uma membro do grupo jovem
- QUE? Voltei a terra
Ela me olhou assustada.
- Desculpe preciso entrar.
Entrei na igreja e ele estava sentado sozinho em um canto. O culto já ia começa e meu pai me chama lá pra frente, o acompanhei e começou o culto, porém a todo momento eu tentava olhar pra trás e observar ele.
- filho deixa as distrações de lado e ouve a palavra.
- Sei. Falei baixo
Em um determinado momento do culto é perguntado quem são os vindo pela primeira vez e ele levantou a mão e temos que ir cumprimentar todos com um abraço ou aperto de mão para dar boas vindas. Só de pensar que eu iria pelo menos apertar a mão dele já me fez sorrir.
- isso filho, sorria! Diz mamãe. Mal sabe ela o motivo haha
Nos levantamos e fomos cumprimentar. Eu fui direto nele e nem reparei os demais que estavam lá pela primeira vez, chegando próximo a ele, estando a mão e sem esperar ele me abraça.
- E ae, prazer sou Renato.
- oi. Só consegui falar isso e senti o perfume vindo do seu pescoço, o abraço forte dele me apertando e suas mãos dando tapas em minhas costas.
Meu Deus, voltei pro meu lugar depois de cumprimentar todos ainda sentindo seu perfume em mim. O culto terminou e todos foram saindo, muitos queriam falar conosco depois do culto para agradecer e tal e eu perdi Renato de vista.
- Ei Gislaine eu vim! Renato se aproxima, com uma voz doce e um jeito de moleque.
- Ah que ótimo amigo. Ela o abraçou
Nossa ele está na minha frente.
- Esse é o Renato, João. Meu amigo e eu convidei pra vir hoje. Espero que ele não suma do culto como antes. Né Sr Renato?
- Também espero que não. Digo em voz alta
- Ham? Exclamou Gislaine
- É... Quero dizer... Que venha mais vezes ao culto. Gaguejei muito
- Pode deixar vou vir mais vezes e quero participar do grupo jovem Gislaine. Diz Renato.
- eu também quero!
- Ue João você nunca gostou...
- Mais agora eu gosto!
- Tá bom. Estranhou Gislaine
Fomos embora e no carro eu só conseguia lembrar dele. Gislaine me adicionou no Whatsapp do grupo jovem e eu vi que Renato também estava nele.
- Não posso mandar msg assim...
- mandar msg pra quem filho? É alguma gatinha do grupo jovem? Perguntou meu pai
- Aaah, sim é.
- Para de perturbar o menino Antônio.
- Isso aí filho, já está na idade de casar.
- é, estou! Falei sem dar muita importância.
Chegamos em casa e fui direto para o quarto, me joguei na cama e não conseguia me mover. Só tinha um pensamento... Renato!