Minha noiva se chamava Vanessa (nome fictício). Ao contrário de todas as minhas ex, eu não estava com ela por causa do sexo. Era por amor. Ela era nada atraente. Peitos e bunda sem volume, muito magra, nariz um pouco desproporcional. Para compensar, ela estudou nas melhores escolas, era inteligente, tinha um bom emprego é ótimo salário. Era o que eu precisava, pois eu já tinha 30 anos e precisava dar um jeito na minha vida. Eu era bem sucedido na minha profissão, mas como eu dava prioridade a diversão (putaria, pra ser mais claro), se continuasse com o mesmo estilo de parceiras, não teria futuro.
Ela tinha uma irmã, Virgínia (nome fictício) e um irmão Vanderlei (nome fictício). Família normal com aquele hábito engraçado de batizar todos os filhos com a mesma letra do alfabeto.
A família era cheia de protocolos, era toda certinha e que dava até um tédio nos almoços de domingo. Eles também eram muito preocupados em manter o sigilo em assuntos de família. Qualquer coisa, uma pergunta simples qualquer já era motivo de ficarem com raiva como se estivéssemos sendo invasivos em querer saber tal coisa. Minha salvação era a dona Tereza (fictício). Era uma tia da Vanessa e que era a faladeira da família, minha fonte de informação.
No início do namoro, quando ela me apresentou a família, disse:
- Somos em três irmãos: eu, Virgínia e Vanderlei.
- Quatro, tem a Valquiria, esqueceu? Corrigiu a tia Tereza.
- Essa morreu, tia! Respondeu com frieza a minha noiva.
O nome Valquiria ficou na minha cabeça e eu nem podia tocar no assunto porque Vanessa ficava extremamente irritada.
Foi num domingo, aniversário do meu sogro, um homem de 80 anos que estava muito doente. Era a única data que todos os irmãos faziam um esforço para estarem juntos, apesar da agenda lotada, como era a exigência do senhor. Cheguei lá e fiquei impressionado pelo carro que estava estacionado na entrada da casa. Um esportivo caro, que sempre foi meu sonho de consumo e que mesmo com minha renda considerada alta, ainda estava muito distante da minha realidade financeira.
Lá estava uma mulher alta, cabelos vermelhos brilhantes, uma enorme tatuagem no braço, bunda grande e seios gigantes, aparentemente siliconada. Fui perguntar quem era e minha sogra disse que era a Valquiria, a outra filha dela. O convite feito a ela foi uma imposição de meu sogro, que fazia questão de ver a família reunida e não tolerava desavenças em casa enquanto estivesse vivo.
Foi perceptível o desconforto de todos os presentes com a presença dela. Ela era o oposto dos irmãos. Extrovertida, corpo avantajados, e parecia que não estava acostumada a vestir roupas 'decentes'.
Num certo momento, ela começou a dançar com as sobrinhas adolescentes e os homens da festa ficaram sem palavras, deixando as irmãs muito bravas. Alguém publicou um vídeo no grupo da família e eu salvei na hora sabendo que minha noiva apagaria em menos de cinco minutos. Não deu outra. Ela rebolava e descia até o chão e eu imaginando meu cacete naquele piso para acomodar aquela xota que parava a milímetros do solo.
Na semana seguinte, parei num supermercado a caminho da casa da minha noiva e a encontrei na sessão de frutas. Ela estava com um short, um top que não conseguia tapar os seios enormes e durinhos e revelava mais algumas tatuagens.
- Oi, eu cumprimentei.
Ela olhou em minha volta para ver se eu estava acompanhado antes de responder.
- Você deveria saber que eu não sou uma boa compania para pessoas como você. Disse ela, enigmática.
- Eu também não, respondi em tom de brincadeira. Pensei que você morava longe daqui.
- Porra nenhuma, cara. Moro há três quadras da casa dos meus pais.
Ela estava sendo ela mesma ali. Falava muito palavrão. Fomos passando por várias sessões do supermercado e vi que não poderíamos ficar por muito tempo conversando ali. Eu propus trocarmos telefone, assim como eu tinha o número de quase todos os parentes de minha noiva, para emergências. Eu dei meu número. Na vez dela...
- Você não vai me ligar, eu te ligo. Disse ela.
- Então, você é secretária... puxei assunto.
- Secretária? Onde você viu nesse país uma secretária dirigir um carro como o meu? Disse ela, com desdém.
- O que você faz então? Perguntei, confuso.
- Eu trabalho com Entretenimento Adulto, entendeu?
- Não, respondi.
- Sou GP, Acompanhante de Luxo, flagra?
- Fiz cara de meme.
- Sou PUTA, seu mané!
Eu não esperava ouvir aquilo, fiquei em choque, pois não esperava alguém daquela família tão normal. Me refazendo do susto e acreditando que já estávamos amigos, fiquei curioso e perguntei:
- Quanto você cobra?
- Vai tomar no cu! Ela virou as costas levando somente o que estava no cesto e me deixou ali, sem entender nada. Eu lhes juro que eu tinha a menor segunda intenção com aquela pergunta, mas ela entendeu outra coisa.
Quando eu estava saindo do caixa, recebo uma ligação privada (ou confidencial, depende de sua região).
- Entenda de uma vez por todas, otário! Puta também tem ética. Eu posso dar de graça para todos os homens casados da cidade, mas nunca para alguém da minha família.