No fundo da masmorra úmida e fétida do castelo do Senhor das Terras do Leste, Gulnar, o cavaleiro, jazia com o corpo pendendo ante as mãos acorrentadas na parede de pedra; com os ferimentos ainda a verter sangue, a respiração entrecortada e uma dor que teimava em vencer sua resistência forjada no calor da batalha, ele via seu fim aproximar-se inexoravelmente. Em sua mente nada mais importava; fora um bravo guerreiro, servindo ao Rei Hagart e em sua alma implorava aos deuses anciãos que seu fim fosse abreviado e que logo ele pudesse banquetear com seus irmãos de armas no salão celestial.
Com a visão embaçada e a mente turvada pela dor, ele viu um pequeno ser correr para dentro da cela; era um pequeno camundongo de pelagem branca e olhos vermelhos; com a característica agilidade dos roedores, ele escalou o enorme corpo do guerreiro, até atingir seu ombro direito.
-Olá amiguinho! Farás companhia enquanto definho? – perguntou o cavaleiro com tom ameno e brincalhão.
-Não, meu amigo …, estou aqui para ajudá-lo a fugir – sussurrou o pequeno roedor com voz fina.
-O quê? Você fala? – questionou o guerreiro em estado de estupefação – Quem te enviou Isso é alguma chalaça do meu algoz!
-Claro que eu falo, seu idiota! – resmungou o animalzinho em tom indignado – Quem me enviou foi Garth, o mago …, agora fique quieto que preciso dar um jeito nesses grilhões!
Com incrível destreza, o roedor subiu até as correntes que aprisionavam as mãos do guerreiro e passou a roê-las com dentadas curtas, mas velozes. E todo o seu esforço não tardou em surtir o efeito almejado, rompendo os grilhões que escorreram pelos aros de suporte, libertando, assim, o cavaleiro. De pronto, o pequeno roedor correu até as grades da cela fazendo a mesma coisa nas dobradiças que também não resistiram.
-Agora, preste atenção, pois vou falar uma única vez! – disse o animal assim que retornou para perto de Gulnar – até o fim do corredor não há guardas …, vou na frente e te espero próximo da escadaria …, vamos subir e depois te digo o que fazer …, agora, venha!
Ainda hesitante e atordoado, Gulnar temeu tratar-se de uma armadilha, mas ao final cedeu ao ímpeto de escapar daquele tormento. Caminhando com alguma dificuldade dado seu estado, o guerreiro seguiu pelo corredor úmido até atingir a tal escadaria, onde o pequeno roedor o aguardava.
-Ótimo! Que bom que conseguiste! – exultou o animalzinho – Suba a escada e siga pela murada até onde está presa uma corda com nós …, desça por ela e encontrará uma montaria …
-Mas, e você? Como escaparás? – perguntou o cavaleiro com tom apreensivo.
-Não se preocupe comigo …, preocupe-se com você! – respondeu o roedor – Vá! Depressa! Eu te alcanço depois ...
Seguindo as instruções de seu salvador, Gulnar correu pela murada, desceu pela corda e encontrou a montaria; saiu em galope ligeiro sem olhar para trás; em dado momento, surpreendeu-se ao perceber que a montaria, uma égua de batalha, movia-se por vontade própria, seguindo um caminho tortuoso e desconhecido, até atingir uma floresta e dentro dela estancar sua corrida ao chegar em uma clareira, onde Gena o esperava.
Ela o ajudou a desmontar e pediu que ele se apoiasse nela, caminhando até um caramanchão confeccionado com galhos e folhas; Gena fez com que o cavaleiro se recostasse e ajudou-o a tirar a túnica de couro rasgada e o camisão de algodão; usando de alguns unguentos que Garth lhe fornecera, Gena cuidou das feridas de Gulnar, sempre ante os olhos atentos do guerreiro.
-Diga-me …, você é quem penso que é? – perguntou ele sem ocultar sua curiosidade.
-Depende …, quem pensas que sou? – devolveu ela com tom brincalhão.
-Se foi Garth que te enviou …, você é a pequena roedora que veio em meu socorro! – questionou ele, certo de que sabia a resposta.
Gena acenou com a cabeça e Gulnar sorriu; comentou que sorte ele tivera em ter alguém tão linda cuidando de sua vida; Gena limitou-se a sorrir; terminando de cuidar das feridas, ela providenciou água e alimento para o cavaleiro; impetuoso como de hábito, Gulnar saboreou a pequena refeição, sem hesitar em mostrar sua excitação pela jovem. E pelo tom da conversa, Gena também percebeu o interesse do cavaleiro por ela.
-Depois de tanta luta …, aprisionamento …, tortura …, tu consegues sentir excitação por mim? – perguntou a jovem, com tom insinuante.
-Impossível não se sentir atraído por uma fêmea bonita e sagaz! – respondeu Gulnar em tom elogioso – E pelo que parece, tens um corpo muito desejável!
-Hum, ele te apetece, cavaleiro? – perguntou ela em tom insinuante.
-Mais do que imaginas …, sei que vês como estou? – respondeu ele, fazendo questão de exibir seu mastro em riste pronto para o embate.
Gena não perdeu mais tempo com provocações; despiu-se com rapidez exibindo com orgulho sua nudez aos olhos gulosos de Gulnar; antecipando-se a ele, Gena subiu sobre seu corpo, tratando de tomar posição para que sua gruta engolisse o mastro ela fê-lo desaparecer dentro de si, ao sabor dos gemidos do macho ensandecido.
Gena cavalgou Gulnar, subindo e descendo sobre o mastro com movimentos rápidos e frenéticos, o que não demorou a conceder-lhe uma sucessão de orgasmos delirantes; Gulnar, ao seu turno, segurava as mamas firmes de mamilos durinhos, apertando-os com volúpia; vez por outra, ele erguia o tronco até que sua boca sedenta os alcançasse, lambendo e sugando com enorme ânsia, elevando ainda mais o prazer proporcionado à parceira que já perdera a noção da realidade, tomada que estava pela tormenta irrefreada de gozos que varriam seu corpo. Com o dorso erguido, Gulnar segurou Gena com firmeza, ficando de pé e manejando-a ao seu bel prazer.
Ele sacudiu o corpo da fêmea para cima e para baixo, fazendo com que ela atingisse um patamar orgásmico que varria seu corpo com ondas e mais ondas de prazer delirante. Como se ela fosse uma boneca, Gulnar continuava a sacudir seu corpo que pendia em seus braços e seu membro rijo; e depois de muito esforço, o cavaleiro estremeceu, grunhindo como um animal, enquanto ejaculava vigorosamente, inundando a fêmea com seu néctar fecundante.
Vencido, mas plenamente satisfeito, Gulnar pôs-se de joelhos, libertando Gena do delicioso jugo masculino; ambos respiravam com dificuldade, mas as expressões em seus rostos revelam o regojizo pelo prazer que haviam desfrutado; a tarde perdia sua cor com a chegada do manto escuro da noite; Gulnar ponderou que não seria aconselhável cavalgarem sob a escuridão, sugerindo que partissem logo pela manhã …, porém a figura etérea de Garth veio surpreendê-los.
-Que fazem ainda aí? Montem e venham para cá, rápido! – disse ele com uma voz que parecia ecoar na mente do casal; antes que o cavaleiro comentasse sua sugestão, uma pequena estrela cintilante surgiu entre eles – Sigam essa luz e venham! Não percam mais tempo!
Com a diminuta estrela cintilando acima deles, Gena e Gulnar subiram em suas montarias e galoparam o mais rápido que podiam. E pouco antes da alvorada, eles chegaram ao castelo, entrando pelo acesso ao leste e dirigindo-se, imediatamente, para a torre do mago, que já os esperava impaciente.
-Até que enfim! Tua demora poderia ter me custado a vida! – esbravejou ele com irritação.
-Me perdoe, meu senhor! – desculpou-se Gena ficando de joelhos perante o mago – Foi tudo culpa minha e …
-Não me interessa saber! Agora, você, Gulnar, prepare-se para cumprir seu desígnio – interrompeu o mago ainda impaciente – Tome este frasco; vá para os aposentos do Rei e lá, tire sua roupa, beba o conteúdo e deite-se sobre a cama …
-Eu? Mas, porque isso? – perguntou o cavaleiro atônito e exasperado – Como posso me deitar na cama real? E o que contém esse frasco?
-Agora não tenho tempo para muitas explicações! – respondeu o mago andando de um lado para o outro – Apenas faça o que estou mandando fazer! O Rei não estará lá! Receberás uma visita; quero que faça dela uma mulher plena e satisfeita …, mas antes disso, trate de meter esse pequeno ovo na gruta antes de penetrá-la …, e não me faça mais perguntas! Vá! Rápido! Com o tempo as explicações virão …
Perplexo com o comportamento do mago, o cavaleiro optou por não discutir com ele, saindo do recinto com muita pressa. Gena permanecia de joelhos, aguardando suas instruções, enquanto Garth preparava alguma coisa em sua bancada; voltou-se para ela tendo nas mãos dois pequenos frascos.
-Mais uma vez, preste bem atenção no que digo! – começou o mago, exibindo os dois frascos para os olhos argutos de Gena – Não podemos cometer erros, entendeu?
-Sim, Mestre, eu compreendo! – respondeu ela sem erguer o olhar – Farei de tudo para compensá-lo de minha traição!
-Olhe aqui, este frasco contém um feitiço para que tomes a forma de um pequeno pássaro azul – iniciou Garth, exibindo o frasco e esperando que a jovem olhasse para ele – Leve o segundo consigo até os aposentos de Rhea; ao chegar lá, abra-o e deixe que seu conteúdo se espalhe sobre ela …, depois vá para junto de seu dono …, Sêmet tem o antídoto para que retomes a forma humana …, não cometa erros, entendeu? Caso contrário será a sua vida apenas um montinho de estrume.
Gena abriu o primeiro frasco, sorvendo seu conteúdo, logo transformando-se em um pequeno pássaro de penas azuis; voando em torno do mago, a ave pegou o segundo frasco, saindo pela janela em direção aos aposentos da princesa. Entrando pelo alpendre, ela sobrevoou a princesa que dormia a sono solto; com o bico abriu o frasco e um fino pó azulado escorreu, caindo como uma nuvem sobre Rhea.
Terminada sua tarefa, Gena voou para Sêmet, que já a aguardava ansiosamente; planando na frente do guerreiro, ela aguardou que ele tomasse nas mãos outro pequeno frasco, do qual lançou-se um pequeno borrifo …, e Gena retomou sua forma humana; sem esconder sua nudez, ela sorriu para seu dono, que a tomou nos braços beijando-a com voracidade. Sêmet não perdeu tempo em levar Gena para a cama, cobrindo-a com seu corpo musculoso e penetrando-a com golpes cheios de vigor.
O guerreiro copulava como um animal no cio, golpeando cada vez mais fundo enquanto sorvia os mamilos intumescidos, sugando e mordendo com volúpia, ouvindo sua fêmea gemer e explodir em gozos sucessivos. “Gostou de foder com Gulnar? Ou preferes a mim? Fala sua vadia!”, rosnou ele intensificando ainda mais seus golpes contra a gruta alagada de Gena, que surpreendera-se com a descoberta do guardião.
Mantendo o controle da situação, como toda a fêmea sabe fazer no momento oportuno, ela sorriu marotamente. “Sim! Gostei! Gostei muito! Agora me castiga, meu macho selvagem! Me castiga que eu mereço!”, ela respondeu com tom provocador; Sêmet encheu-se de fúria sexual e sem aviso, sacou o membro, fazendo com que Gena ficasse de quatro sobre a cama; de pronto, ele arremeteu contra o selo anal, enterrando seu mastro com uma só estocada, ouvindo a fêmea gritar de excitação. E assim, o casal permaneceu pelo resto da manhã …, manhã que reservava outras surpresas.
Em seus aposentos, Rhea foi abruptamente acordada por Joyce, cuja expressão afobada denotava que tratava-se de algo urgente. Rhea abriu os olhos em sobressalto e ao ver de quem estava lhe importunando, teve ímpeto de agredi-la.
-Rápido, majestade! O Rei a espera sem seus aposentos! – disse a serva com uma expressão despachada.
-Como assim? Explique isso, sua idiota!? – vociferou Rhea, um tanto surpresa.
-Não temos tempo! Venha! Venha comigo, agora! – respondeu a serva, puxando a mão da princesa. Lembrando-se de Sidônia, Rhea imaginou que o pacto estava em andamento e pôs-se a seguir a serva pelos corredores em direção ao quarto do Rei.