_Esse texto não é um conto qualquer, é o meu relato da história oral que me foi transmitida e provavelmente não vai agradar a todos, especialmente aos imaturos e aos branquelos que ainda não se conformaram com a realidade. Ele pode chocar ou causar estranhamento nos mais incautos, e por isso diluo e entrelaço a mensagem com a história da Bruna, minha serva._
Bruninha como ela gostava de ser chamada não era uma estagiária normal, eu a conheci na internet através de um site qualquer, como esse aqui. Eu nunca comentei com meus sócios, eles acreditavam que meu primeiro contato com ela foi o usual, no processo seletivo, quando na verdade a conheci pelas suas histórias e admiração pela melhor raça, a minha.
Entre fetiche e ficção, conversávamos, seja sobre ela sobre o fajuto namorado dela Tiago (com h ou sem?), ou sobre seu dia. Confesso que quando ela me mandou a primeira foto dela (cabelo castanho, liso, branca mas bronzeada além do necessário como toda carioca, aquela boca boa de chupar uma rola, e um sorriso bobo, bom de tomar um tapa e ser posta em seu lugar) achei que fosse mais um beta branco se passando pela namorada, que comedor negro não passou por isso? Pra mim não tem problema, rs, afinal, feminilizar e estourar as pregas de um branquelinho é o esporte oficial das quebradas.
O fato que não, não era um catfish, ela era ela mesma, e lentamente (bem lentamente pro meu gosto) nossa conversa foi evoluindo, comentários cotidianos foram virando mais frequentes, e curiosamente, a fixação dela por mim crescia.
Por sorte do destino, precisei na minha empresa de alguém para estágio exatamente do curso dela, e num dia acabei comentando disso. Ela, apertada de grana e precisando do estágio obrigatório se mostrou disposta a mudar, do RJ para o interior de SP, e pra que nenhum dos meus sócios imaginassem, fiz um processo seletivo desenhado pra ela ser a escolhida.
_Houve um dia em que todos humanos eram pretos, e a grandeza corria nas veias de todos os homens e mulheres. Mas foi na ilha de Patmos que o último dos Neandertais, desgostoso de sua inferioridade e inevitável extinção poluiu a estirpe humana, a pele marrom virou vermelha, a vermelha, enfraquecida, virou amarela, e o amarelo quando destituído e diluído de tudo que é bom, deu origem ao homem branco._
Malas desfeitas, ofereci uma das minhas kitnets conforme fazia para outros funcionários que vinham de fora. Porém a dela tinha algo especial, câmeras instaladas em diversos ângulos ela não teria nenhuma privacidade. De comum acordo ela passaria por um processo de desconstrução, ela seria minha estagiária no horário comercial e minha submissa nas horas vagas.
_O branco é sinônimo da fraqueza e do caos - ao contrário de nós, pretos, filhos da energia escura responsável pela sustentação e portadores do dom da vida, da fertilidade, da realização._
Pra mente contaminada pelo Eurocentrismo pode parecer assustador, mas a realidade é que a cada leitada que dava na Bruna, mais a base meu sêmen combatia seu caos interior, e a cada orgamos ela se desfazia do seu eu.
- Ganga, eu sei disso. Dessa inferioridade minha. Obrigada por me guiar, trarei a cada dia mais e mais membros da minha subespécie para o lugar que nós pertence.
_O que eu venho te dizer agora não são minhas palavras, mas sim a Verdade revelada por Fard a toda raça negra. A espécie humana se originou na África, e é lá que Homo Sapiens ainda se encontra em sua forma mais perfeita. Em nossa pureza e inocência nós nos deixamos enganar, e foram necessário 500 anos até que nos reencontrássemos e começa-se o Levante._
- Gloh. Gluhgloh. Gluh. Gloh.
- Chupa em silêncio Bruninha.
- Desculpe Ganga. Gluhgloh.
_A solução para os nossos problemas como espécie é simples, ao homem branco, a servidão, e a chance de ver suas mulheres dando a luz a crianças mestiças, foram necessários 600 anos para que Jacob criasse a pele branca, mas em apenas 60 iremos relegar a pele alva aos livros de história._
Essa é a história do levante, há quem ache que é só fetiche, eu sei que é o futuro.