Verdades secretas capítulo sete

Um conto erótico de Mistério
Categoria: Gay
Contém 2962 palavras
Data: 20/02/2021 16:54:04

Capítulo 7

Entre lençóis e travesseiros Gael deitava o seu corpo cansado. Vestindo apenas uma cueca branca, ele adormecia deitado com a barriga encostada no colchão. Os lençóis não cobriam totatalmente o seu copo, eles se entrelaçavam entre as suas pernas, deixando as suas costas e nádegas à amostra.

Despertou sentindo a humidade de língua percorrer as suas costas, descendo pela coluna vertebral até as suas nádegas.

Ainda sonolento, sentiu a sua cueca sendo arrancada por mãos masculinas e lábios tocando a sua bunda. Gael inclinou a cabeça para trás para ver de quem se tratava e sorriu ao ver Ivan sorrindo para ele.

Percebeu que o primo estava nu sentado sobre as suas nádegas, encostando o pênis ereto sobre elas.

_ Eu não sabia que você estava aí.

_ Esqueceu que me deu uma cópia da chave?_ perguntou Ivan, beijando o pescoço do primo.

Ao sentir os pelos do corpo arrepiar e o hálito quente de Ivan na sua orelha antes de mordê-la levemente, Gael sentiu-se excitado.

Ivan virou-o de frente para si, e pondo as mãos nas faces do primo, o beijou.

_Eu te amo, Gael.

Gael beijava o pescoço e deslizou a língua sobre os seus mamilos. Desceu a mão até as nádegas de Ivan, que as retirou e as pôs no seu pênis. Gael entendeu o recado e iniciou a masturbação no primo, que fez o mesmo com ele.

Os seus olhos se encontraram em silêncio. Ivan sorriu admirando a beleza do primo que tanto desejava. Beijou-o novamente e o virou de costas para ele, descendo a língua até as intimidades do primo e assim saboreando o seu gosto, penetrando a língua o mais fundo que podia.

Os gemidos de Gael ecoavam pelo quarto, despertando ainda mais desejo em Ivan.

O moreno perguntou pelo lubrificante e Gael apontou o dedo para a gaveta da mesa de cabeceira.

Com delicadeza, Ivan penetrava os dedos no cuzinho do primo, desfrutando da sua contração. Lubrificou o seu pênis antes de penetrar em Gael e iniciar o movimento sexual.

O ritmo dos movimentos dos seus corpos aumentavam junto com o tesão que sentiam.

Gael rebolava de quatro sentindo o primo dentro dele, enquanto Ivan o masturbava. Ambos deliravam de prazer.

_ Me fode, caralho! Me come gostoso!

Depois de desfrutar longos minutos de prazer, Ivan gozou sorrindo, apoiando o queixo sobre o ombro de Gael e beijou o seu rosto.

Gael gozou em seguida.

A falta de entusiasmo de Victor para fazer as atividades corriqueiras, preocupava a sua família. O loiro passava os dias sério e falando somente o necessário.

Não ficava mais empolgado ao ver a sua série favorita, não tinha mais interesse nos seus livros, não sorria quando a sua avó preparava o seu prato favorito.

Andréia estava preocupada com o estado emocional do filho, e por isso, o liberou do castigo antes do prazo. Contudo, Victor permanecia tristonho.

O que ninguém desconfiava era que o motivo da sua tristeza se chamava Gael. O menino desejava vê-lo e sentia-se muito triste por não ter para Gael a mesma importância que o amado tinha para ele.

Ainda se recordava com tristeza ao lembrar da visão de Gael beijando outros homens e se questionava se havia feito algo errado no ato sexual por ser inexperiente.

Domingo era o dia da semana em que Paulo não abriam a pensão e tirava o dia para uma realizar uma limpeza mais profunda no local. Não que essas atividades não eram feitas nos dias de semana. Manter o estabelecimento limpo era o que mais o orgulhava. Mas aos domingos eram dias de caprichar para ajudar a manter a higiene no lugar.

Como toda a família estava em casa, todos contribuíam na faxina. Mesmo contrariado, Victor limpava por conta da obrigação imposta pela sua mãe. Naquele dia, pediu ajuda a Virgínia, prometendo fazer o trabalho de História só e pôr o nome da menina.

Paulo entrou na pensão trazendo duas revistas debaixo do braço. Ao vê-lo, Virgínia sorriu empolgada.

_ O senhor trouxe a revista que eu pedi, tio?

_ Aqui está.

Paulo entregou uma revista a menina e um gibi ao neto.

Virgínia gritou de felicidade. E beijou o rosto do idoso, agradecendo pelo presente.

_ Eu não sabia que os jovens ainda lessem revistas. Hoje em dia é tudo pelo celular._ comentou Roseli esfregando o balcão de mármore.

Virgínia sentou em uma das cadeiras e apoiou a revista sobre a mesa.

_ Esta não é qualquer revista. É a The Society, a revista que aborda o mundo da elite econômica brasileira. Só notícias e fofocas da alta sociedade.

_ Então, é por isso que ela custou tão caro. É revista de rico._ disse Paulo pegando a vassoura.

Victor se aproximou da amiga e sentou ao seu lado, apoiando o cotovelo na mesa e o queixo na palma da mão.

_ E por que você quer ler isso? Eles nem fazem parte da sua realidade.

_ Não fazem ainda, meu amor. Mas um dia eu vou me casar com um velho rico e me tornar uma socialite.

Andréia balançou a cabeça negativamente. Achou a menina tola.

_ Você deveria está pensando em vestibular vai prestar. Sonhos não enchem barriga._ Andréia comentou sem parar de limpar os azulejos.

_ Eu já decidi o que vou fazer ano que vem.

_ Sério, amiga? O quê?

_ Porra nenhuma.

Todos a olharam espantados.

_ É isso mesmo, gente! Ano que vem não vou fazer nada. Não vou procurar emprego e nem prestar vestibular. Eu mereço descansar.

_ O que você tem de voz tem, te falta em juízo. _disse Roseli.

_ Mulher, você é uma péssima influência pra mim.

_ E mesmo assim você me ama.

Victor sorriu concordando em silêncio que amava a amiga.

Virgínia arregalou os olhos diante de uma fotografia que viu na revista.

_ Olha! Este aqui não é o cara que estava lá na parada LGBT e na boate.

Victor se empolgou pensando se tratar de Gael e retirou a revista da mão de Virgínia. Para a sua decepção era Ivan.

_ É o cara que o Gael beijou._ Victor disse tristonho.

Virgínia tomou a revista de volta.

_ Aqui está dizendo que ele é o filho do empresário Raúl Matarazzo, o dono de uma das maiores construtoras do Brasil! Gente, eu estive perto de um milionário e não sabia!

_ E faria diferença você saber? Por caso você acha que ele te pediria em casamento?

_ E por que não, Victor? Aqui na matéria diz que Ivan Matarazzo está noivo de uma moça de classe média. Ela não é pobre como eu, mas não é rica como ele. Ou seja, ele não tem preconceito com classe social.

"Mas o chato é que a matéria aborda de uma forma tão negativa. Estão o tempo inteiro dizendo que ela é filha de um engenheiro e uma professora. Como se a moça fosse uma morta de fome e ele fazendo caridade de está com ela."

_ Se falam assim de uma moça de classe média, imagina o que falariam se esse rapaz namorasse alguém pobre como nós?_ Paulo disse.

_ Papai, gente rica se casa com gente rica. Nunca põem uma aliança no dedo de um pobre. A classe média eles até toleram, mas nós, só nos vêem como serviçais.

_ Quando o amor bate, nivela todos. Se um rico amar uma pessoa ele não vai se importar se a pessoa amada seja pobre.

Andréia olhou para a madrasta sorrindo e disse:

_ Tá vendo muita novela, Roseli.

A conversa foi interrompida com o som de uma voz masculina chamando por Victor.

Victor correu em disparado para fora. Seu rosto irradiou felicidade ao vê Gael numa moto e correu para beijá-lo.

_ Como você descobriu onde eu moro?

_ Perguntei ao seu tio.

Movidos pela curiosidade, todos foram ver quem era o homem que chamava por Victor.

Andréia não gostou de ver Gael. Julgavá-o velho demais para o seu filho.

_ E aí, gatinho? Tá de bobeira?

_ Eu não tô fazendo nada divertido.

_ Então, vamos dar um rolê? O meu primo está dando uma festa no Iate dele.

_ Eu não conheço ninguém que vai estar lá. E nunca fui a um iate.

_ Essa vai ser a sua primeira vez. E como assim você não conhece ninguém? Conhece a mim, porra! Suba aí.

_ Eu preciso pedir permissão a minha mãe. Só um minuto.

Andréia relutou muito antes de ser convencida pela família a autorizar Victor a ir. Ela fez muitas recomendações ao filho para não consumir bebidas alcoólicas e está sempre segurando o seu copo para que ninguém colocasse drogas escondido. Paulo disse ao neto para não esquecer das camisinhas.

O loiro tomou banho e trocou de roupas. Gael o aguardava dentro da pensão respondendo os interrogatórios de Andréia.

Victor desceu entusiasmado de tanta felicidade. E ambos partiram na moto de Gael.

Ivan foi presenteado com o Iate quando completou vinte e cinco anos de idade. Raúl o presenteou com a intenção que o filho se animasse para voltar ao Brasil, mas não obteve sucesso na tentativa.

Depois de cinco anos, Ivan decidiu usufruir do presente fazendo uma festa na embarcação, reunindo alguns amigos.

Seu sorriso se desfez ao vê Gael chegar acompanhado de Victor. Recusava-se a acreditar que o primo que tanto amava levou para a sua propriedade o seu rival.

Victor sentia-se como um animal fora do seu habitat natural. As pessoas a sua volta vestiam roupas de banho, e alguns mergulhavam na piscina e outros dançavam ao som de músicas eletrônica tocadas por um DJ, os jovens consumiam Uisques, tequilas e alguns fumavam maconha. O menino não estava acostumado a estar perto de pessoas ricas e sentiu-se mal por isso.

Tomado pela ira, Ivan puxou Gael pelo braço e o levou para a sala do Iate, deixando Victor só.

_ Como você teve coragem de trazer aquele cara para a minha festa? Está me tirando de palhaço?

_Não estou entendendo, Ivan. O que você tem contra ele?

_ O que você acha? Eu devo ficar de boa vendo o homem que eu amo com veadinho de merda que ele comeu?

_ Você tá com ciúme, Ivan? Eu não acredito.

Gael virou para frente, penetrando o dedos entre os cabelos.

_ O que rolou entre nós não significou nada pra você, Gael? É muita audácia sua esfregar aquele desgraçado na minha cara.

_ Ivan, nós não somos namorados. Você tem a Carla. Eu achei que você entendeu que o que rolou entre nós foi só curtição.

_ "Curtição "?! Eu te amo, caralho! Te amo desde moleque. Já sei. O problema é o meu pai e a Carla? Pode deixar. Está tudo sobre controle. Eu termino com a Carla e o meu pai não pode fazer nada para nos separar, como fez há anos atrás. Meu amor, podemos ficar juntos de boa. Vamos esquecer o meu pai, Carla e o loiro idiota.

Ivan tentou beijar Gael, mas ele se esquivou.

_ Ivan, eu sou veado. E veados não se prendem a uma relação monogâmica. Isso é coisa de hétero.

_ Não diga bobagens. Isso é preconceito da sua parte. Temos tanto direito a ter uma relação sólida e amorosa quantos os héteros.

_ Mas eu não quero! Eu sou bicho solto. Eu não quero me prender a uma relação.

Ivan abaixou o olhar.

_ Ivan, você é o meu primo e eu tenho um carinho enorme por ti. Não quero te magoar. Mas eu sou assim.

_ E o amor que sentimos um pelo outro desde moleques? Isso não significa nada pra você?

_ Ivan, nós éramos muito jovens! Você foi para a Suíça e o tempo passou, as coisas mudaram. Nós mudamos. Eu sinto muito ter dado a entender que a gente poderia ter algo mais sério. Mas, eu juro que não foi a minha intenção te magoar. Eu não imaginei que você ainda era apaixonado por mim. Eu achei que você só tava curtindo.

_ Como não percebeu que sou apaixonado por ti? Deixe de ser cínico, Gael.

_ Eu sinto muito.

Gael saiu da sala e foi até o lado de fora. Aproximou -se de Victor, que estava deslocado num canto.

_ Venha, vamos embora.

Mesmo sem compreender o porquê de Gael ter voltado com a expressão de insatisfação, Victor aceitou ir embora sem fazer nenhuma pergunta.

O ódio o corroía a alma de Ivan. Lembrar das palavras de Gael o fazia sentir-se como besta fera desejando estraçalhar a carne da sua presa.

Culpou o seu pai. Se Raúl não o tivesse mandado estudar na Suíça, o afastando de Gael, talvez o primo não esquecesse o amor que sentia por ele. Por culpa de Raúl, Gael não era mais seu e estava nos braços de outro naquele momento.

Ivan bebeu além do que estava acostumado. Mas, nem o álcool o fez esquecer o fato de que nunca mais teria Gael.

Chegou em casa bêbado. Dispensou todos os empregados, incluindo os seguranças.

Subiu para o quarto do pai furioso.

_ É tudo culpa sua!

Ivan tinha lágrimas nos olhos e quebrava os objetos do pai.

_ O que você tá fazendo? Está bêbado?

_ Você me afastou do Gael! Me surrou como se eu fosse um burro de carga e me pôs pra fora do país. Fez tudo isso porque é preconceituoso! É um homofóbico nojento que não aceita ter um filho gay.

Raúl o olhou com ódio. Concluiu que o filho voltou a ver Gael e esbravejou:

_ Você deveria ter esquecido essa história de veadagem! Eu não fiz filho para ser uma boiolinha de merda. Pensei que tivesse parado com essa porra.

"Você voltou a ver aquela bicha do Gael não foi? Vocês são dois miseráveis! Maldita hora que você nasceu. Eu deveria ter dado um tiro nos dois quando os peguei de putaria."

_ Você é nojento! Hipócrita do caralho. Se julga melhor do que nós. O moralista, mas não passa de um adúltero safado. Um depravado.

_ Não fale assim comigo!

_ Eu falo sim. Você destruiu a minha vida, pai.

_ Não me chame de pai. Eu não tenho filho veado.

Ambos ouviram a voz de um homem chamar por Ivan.

O moreno apontou o dedo indicador para cima e sorriu de um jeito maquiavélico, fazendo contraste com os seus olhos cheios de lágrimas.

_ Você tem um filho veado sim. Eu sou gay, bicha, boiola, marica. Eu sou um pederastra, como você gosta de dizer. E eu vou te provar isso.

_ Quem está aí?

_ Surpresa, Papai._ disse Ivan com voz infantil.

Ivan pôs Raúl na cadeira de rodas e abriu as cortinas, pondo a cadeira diante da parede de vidro, onde o empresário pudesse ver um jovem na sala. Era o mesmo que estava nas fotos com Sônia.

Ivan desceu ao encontro do rapaz e o beijou.

_ Tire as roupas.

O rapaz obedeceu sorrindo e Ivan também ficou nu. O rapaz tentou beijá-lo, mas Ivan o virou de costas e o jogou no sofá, fazendo -o ficar de quatro.

Ivan se tocou até o pênis ficar ereto e penetrou com força, sem usar o lubrifante. O rapaz deu um grito de dor.

_ Tá doendo, porra!

_ Cala a boca. Eu tô te pagando, então não reclame.

Ivan depositava toda a sua raiva na metida, fazendo o rapaz sangrar. Comia o homem olhando para Raúl.

O empresário ficou assustado com a cena. Para ele era inadmissível um homem transar com o outro, principalmente sendo o seu filho. Se Ivan quisesse comer alguém, que comesse uma mulher. Ele pagaria para o filho a mais bela das prostitutas.

Arrependeu-se de ter passado os seus bens para filho. Desejou ter o expulsado de casa e o deserdado.

Sentiu uma forte dor no peito. O coração batia num ritmo acelerado. A dor era insuportável.

Tentou gritar e pedir ajuda, mas devido a língua enrolada não conseguia. Retorcia o rosto e tentava, inutilmente bater no vidro. Mas as estavam fracas demais.

Ivan assistia o pai agonizar. Não conseguia se comparecer. Naquele momento, somente o ódio ocupava o seu coração.

Numa fração de segundos, o rapaz olhou para cima e viu Raúl se contorcer. Assustado, se afastou de Ivan.

_ Olha, tem um cara lá em cima! Ele está passando mal! _ O rapaz exclamava assustado. _ Você não vai fazer nada?

Ivan apenas olhava para o pai de uma forma inexpressiva.

Raúl perdeu todas as forças. O seu coração perdeu os movimentos cardíacos. A cabeça caiu inclinada para o lado, os olhos arregalados e a boca torta aberta parecendo querer gritar por socorro, Raúl deixava este mundo.

_ Caralho! Mano, ele morreu! Ele morreu!

O rapaz sentou no sofá com as mãos apoiadas na cabeça. Nunca presenciou a morte de alguém.

_ Ligue para ambulância! Peça ajuda! Faça alguma coisa!

Ivan pegou a carteira e tirou sete notas de cem reais.

_ Pegue o seu dinheiro e vá embora daqui.

O rapaz pegou as notas e Ivan acendeu um cigarro. Nu, sentou no sofá com as pernas cruzadas e fumava tranquilo.

_ Você vai ficar aí parado? Como pode ser tão frio?

_ Isso não é da sua conta. Agora vaza daqui.

Diante da frieza de Ivan, o rapaz sentiu-se tão assustado que se vestiu com rapidez e saiu correndo da casa. Decidiu que nunca mais voltaria a ver Ivan.

Quando terminou de fumar, Ivan apagou o cigarro no cinzeiro. E subiu as escadas lentamente. Entrou no quarto e olhou para o corpo do pai por alguns segundos.

Pegou o celular e ligou para o hospital. Mudou a entonação da voz fingindo preocupação.

_ Socorro! O meu pai está tendo um infarto! Venham o mais rápido que puderem.

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Comentários

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Eu só não concordo muito com a postura de bicho solto do Gael, vai ferir muita gente. Mas cada pessoa vive sua vida e se ele gosta de viver assim, está no direito dele. O Ivan é um louco que eu vou aguardar pra ver quais serão os frutos colhidos por ele.

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