Minha família foi para a Fazenda do meu Tio, me deixando sozinho em casa.
Cuidei dos meus afazeres, cheguei em casa era mais de meio dia.
O sol estava muito forte, mas lá no horizonte, bem onde a vista alcançava, vindas das bandas do Mato Grosso, nuvens pesadas de chuva se aproximavam ameaçadoras!!!
Pensei enquanto olhava o horizonte, com as mãos escoradas na vigota de madeira do alpendre:
-- pode chover canivete aberto, mas vou pra cidade a pé se for o caso!
As horas não passavam, os ponteiros se arrastavam, mas com custo, e muita impaciência, chegou às 15:00 hs.
Tomei um banho, me arrumei, coloquei uma camisa xadrez vermelha e branca, uma calça mais folgada pra ajudar a ter mais movimentos nas pernas, peguei no meu armário um punhal “cabo de coral” feito em níquel” e afiado mais que língua de sogra, presente do sr. Miguelito, um bugre pantaneiro que trabalhou pro meu pai muito tempo, a charqueadeira com a bainha (faca pantaneira que se leva nas costas, medindo do cabo à ponta uns 50 cm) um lenço preto no pescoço, que me ajudaria caso eu levasse uma facada, escolhi uma botina com um salto mais baixo, bom pra não perder o equilíbrio caso eu levasse um empurrão.
Após refletir se era o caso… depois de muito pensar, resolvi levar o 38tão cano longo que meu pai guardava no seu quarto.
Fui até a minha gaveta onde guardava minha grana, peguei um bom tanto de dinheiro, afinal das contas, se desse alguma merda, eu teria como me virar!
Desde criança, eu ouvia tanto os causos do meu tio, pai e avô, que já sabia o que fazer em determinadas situações!!!!
Municiei o tambor, peguei mais umas 30 munições e guardei tudo nos bolsos de uma velha guaiaca pantaneira que a tempos eu não usava.
Eu havia deixado o alazão preso no mangueiro comendo farelo e milho, o bicho estava gordo e forte, pêlo brilhando.
Fui até o galpão das nossas tralhas, coloquei uma calça de couro nova, em vaqueta bem sovada marrom, que eu havia comprado em Araçatuba com meu tio, peguei meu buçal de 5 argolas e puxei o cavalo até o galpão.
Escovei o pêlo avermelhado do bicho, joguei uma manta de lã trançada e um baixeiro de feltro no lombo, meu cutiano juncão pantaneiro, apertei o travessão, coloquei um alforje, depois um pelego baixo, pra não perder o equilíbrio na hora de um galope, uma velha baldrana que foi do meu finado avô, com bolsos grandes, apertei tudo com minha xinxa de lida.
Peguei um laço de corda nylon, por conta de não saber se precisaria laçar algum dos lazarentos, e o laço de couro não é bom de se usar em asfalto ou concreto. Amarrei na garupa, deixando três rodilhas cobrindo a anca do cavalão.
Minha cabeça estava cheia de ideias, coração acelerado, olhos pegando! 🔥
Como o tempo estava mudando, atrelei o porta-capa na traseira do arreio, e dentro, estava minha velha capa boiadeira da Renner, a famosa 3 Coqueiros.
Coloquei a cabeçada de 7 argolas com o freio e minhas rédeas de couro de anta. Peiteira não era necessário, pois seria peso extra no caso de dar bosta e eu precisar vazar às pressas!!!
Levei o famoso “rabo de tatu” (tipo de chicote, que se acertar no lombo, o sujeito até caga)
Por fim, calcei um par de esporas de alpaca que era do meu avô, pai da minha mãe.
Me preparei para uma guerra, mas não foi com farda, e sim meus trajes de boiadeiro.
Levei meu cavalão até a frente de casa, amarrei no esteio, busquei meu chapéu caranda de abas largas com uma pena de arara azul que peguei lá pras bandas do Goiás em uma viagem.
Peguei o 38 e coloquei escondido na cintura, por dentro da guaiaca, nem dava pra perceber o cabo. Punhal do lado esquerdo e à frente com o rabo de tatu preso pela alça no cabo, e nas costas, presa de lado pela calça de couro, e guaiaca, minha velha e afiada charqueadeira.
Tranquei a casa, acendi as luzes do terreiro e deixei as chaves escondidas no local de sempre!
Pensei… eles tinham um bando grande, levariam até um lutador pra me bater, então eu poderia morrer de tanto apanhar, mas levaria uns pro inferno comigo!
Olhei no pasto, a gadaria toda de costas para o lado oeste, de onde vinha a ventania e as nuvens escuras.
A tempestade não tardaria a cair.
Antes de montar, fiz o sinal da cruz, pedi força e pontaria certeira caso fosse necessário…
Desamarrei o alazão que estava uma fera, relinchando e parece que pressentindo o que estaria por vir.
Arrumei o cabo do buçal no maneador do arreio, juntei as rédeas perto da cernelha do alazão, que àquela altura manoteava as patas dianteiras furioso parado no lugar, como se querendo sair logo na carreira.
Coloquei o pé esquerdo no estribo, o cavalão bufou com raiva, parecendo possuído. Quando sentei no lombo, o cavalo arrancou nervoso indo para a porteira de casa. Esbarrei com ele nas rédeas, que o macho sentou o rabo no chão levantando poeira no terreiro.
Se alinhou, empinou algumas vezes, e custei colocar ele na linha.
Falei com ele, alisei sua crina, e aos poucos ele foi acalmando o fogo.
Saímos galopeando em três pés até a beira do asfalto. Virei o animal, passei o trinco na porteira, e segui para o meu destino.
Eu estava com aquilo me consumindo por dentro, um misto de raiva e tudo quanto havia de ruim.
Era um desaforo, aquele bando de filhos de puta armando pra me dar uma coça. Eu morreria aquele dia, mas não apanhava de ninguém!!!
E outra, eu era um sujeito da paz, amigo de todo mundo, mas a inveja e a dor de cotovelo é uma desgraça mesmo!
Poderia ter falado pro meu tio, que com toda certeza levaria uma peonada junta, e a bosta tava feita naquela cidade! Mas eu não era e nunca fui covarde igual certos tipo de gente!!!!
😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂
Saímos pela beira da rodovia a passos lentos, em alguns locais onde o barranco era mais baixo dava pra sentir o ventinho gelado e aquele cheiro de chuva se aproximando.
Passamos pela entrada que ia para o sítio do Espanhol, seguimos em frente, até que avistamos a entrada que levava para a cidade. Meu coração estava para sair pela boca de tão nervoso. Eu acendia um cigarro na brasa do outro…
Bem mais adiante naquela velha boiadeira, perto de onde eu parava para dar uma mijada, encostei o cavalo perto da velha Farinha Seca, apeei e fui arrumar as tralhas no seu lombo. Apertei as barrigueiras, conferi tudo, saquei o mangote para dar uma mijada, e quase no fim da urinada, começou a cair uns pingos mais grossos de chuva, acompanhados de umas trovoadas.
No meu Oriente fundo verde marcava quase 17:00 hs, então resolvi colocar minha velha capa boiadeira.
Os pingos engrossaram e nem bem acabei de me cobrir e fechar o porta-capa, São Pedro mandou água e não foi pouca não gente. Malhou uma chuva de ventania, com muitos raios e trovões.
Eu estava tão focado na “missão” que nem me importava com aquilo.
Sai devagar com o cavalo por aquele estradão, que àquela altura, era lama vermelha pura. Andamos mais de meia hora e cheguei no local onde eu cortava caminho. Não havia mais roçado naquela época, e fui descendo com o alazão no meio daquela terra fofa encharcada.
Mais uns minutos e alcancei o cafezal, quebrei rédea à esquerda e segui pelo carreador, onde tinha mais capim no trieiro.
Quando cheguei na beira da estrada que levava à vilinha, desci escorregando com o cavalo em meio a enxurrada que escorria igual uma cachoeira do meio do cafezal.
Segui beirando o asfalto até atingir a quadra onde ficava o bebedouro dos animais.
Não se via uma viva alma pela rua, todas as casas trancadas e as luzes dos postes todas acesas.
Parei para dar água pro meu cavalo, o bicho só deu umas bocadas, dois ou três goles e recuou querendo subir para o centro.
A chuva caindo sem dó, balançando árvores, derrubando galhos podres, e eu ali, protegido embaixo da capa e do meu chapelão de abas largas.
Subi perto da rotatória que ia pra casa da minha namorada, desci a rua que ia para o centro, e uns 20 minutos depois, eu estava chegando perto da praça da igreja.
A sorveteria estava aberta, e quando parei na frente, vi minhas amigas e a patroa delas lá nos fundos, empurrando a água com rodos.
A morena me viu e foi falar comigo. Chegou perto da porta e me mandou entrar:
-- Sai dessa chuva Beto, só você pra aparecer aqui embaixo de uma tempestade igual essa!!!
Falei que ia dar um giro e depois voltaria ali.
Ela se despediu e voltou ajudar sua patroa.
Seguimos no passo lento, olhando e procurando o povo.
Andei mais um pouco, e cheguei no posto de gasolina, e quando meus companheiros me viram chegando, não acreditaram!
Parei perto da valeta, apeei do cavalo e fui falar com os dois:
-- E aí rapaziada, tão pronto pra mais tarde? É hoje que onça bebe água!!!
Falando isso, abri a capa e mostrei os “equipamentos” que eu estava carregando!
Os dois arregalaram os olhos e ficaram bestas ao me ver armado de revólver, faca, punhal e chicote:
- Eu já falei, apanhar eu não vou, e se vão apelar, eu também vou!!! Na minha cara, vagabundo não bate não…
Aí meu amigo coçou a cabeça e comenta:
- “Mai o Beto, será que vão aparece com essa chuva?
Vão sim meu amigo, é hoje, e se não aparecer, eu vou buscar em casa!!!
Caímos na risada, e ficamos ali de papo combinando e coordenando as ações, até a hora que eles saíram do turno, às 18:00 hs.
A chuva havia dado uma trégua, restando uma leve garoinha, bem fininha. O mormaço subiu, e a cidade ficou um forno.
Tirei minha capa e guardei nas tralhas, montei no alazão e fui acompanhando meus companheiros que moravam umas 4 ruas pra baixo da casa da minha namorada.
Passamos pelo centro, e quando chegamos na sorveteria, avistamos a patroa das meninas indo embora, e deixando elas cuidando do estabelecimento.
Paramos por lá, desci do cavalo e fiquei na calçada de olho em tudo.
Logo as duas vieram e a Tica foi falando:
- Beto, to sabendo que hoje vai ter “pau” na cidade...olha, eu vi uns meninos diferentes na cidade, eram uns 5 e estavam com o “Magrelo” e o amigo dele, passaram de caminhonete antes da chuva, e os outros estavam na carroceria fazendo a maior bagunça, acho que eram de fora!!!
Virei pra rapaziada e falei:
São os primos do outro palhaço que vieram de São Paulo, e vão querer me pegar!
A morena ficou preocupada e pediu toda aflita:
-- Ai Beto...to com um pressentimento ruim, vai embora, a gente não sabe quem é esse povo…
- Calma minha querida, eu sei o que to fazendo, pode confiar!!!
Meus amigos precisavam ir pra casa jantar e se arrumar pra logo mais…
Eu disse que ficaria por ali, e que logo mais, queria a turma toda reunida na praça, pra depois levar a briga pra outro lugar!!!
Se despediram e foram na carreira embora, e pediram para eu ficar esperto!
A chuva havia parado, mas o calor estava matando, peguei meu cavalo e o amarrei em uma árvore na praça.
Voltei para a sorveteria e pedi uma coca bem gelada.
A Tica secou uma mesa e três cadeiras e se sentaram comigo. A morena me encarando e prestando mais atenção em mim, pergunta:
Beto, você por acaso vai buscar alguma boiada? Porque veio vestido assim?
As duas riram do meu traje, mas quando mostrei o cabo do 38, acabou a graça delas. A Tica ergueu a mão para o céu e pediu misericórdia, a morena reprovou minha atitude, e falou um monte pra mim!!!
Acalmei minhas amigas e disse que aquilo era pra me defender do bandão que viria me pegar, que eu não cacei confusão, mas não ia apanhar na covardia e ficar quieto.
Matei aquela coca, pedi outra e enquanto a morena foi buscar, meu parceiro, o do açougue, chegou com a F75 do seu avô.
Aquele era sacudido, e bruto também, bom de pancada.
Estacionou e veio me cumprimentar, perguntando onde estava a comitiva posando! 😂😂😂😂😂😂
Falei que os forasteiros queriam montar em mim caso eu fosse à cavalo… então, eu ali estava, à cavalo, trajado e armado até os dentes! 😂😂😂😂😂😂😂😂😂
Mostrei o 38, ele riu e mostrou o dele na cintura também 😂😂😂😂😂
A coisa fervia naquelas paragens meu povo!!!!!! Eita tempo veio doido...
Meu parceiro sentou comigo e as meninas, pedimos mais coca-cola, fumamos mais uns cigarros e quando é fé, lá vem os meninos do posto de gasolina.
Eram baixinhos, mas bem troncudos os dois parceirinhos nossos!
Vieram de bicicleta, e quando desceram das suas Monark barra forte, ergueram a camisa e mostraram como estavam armados.
Um tinha uma corrente no passador da calça, o outro, um cabo de aço com um cadeado pendurado!
Eita que a nossa turma estava ficando boa!!!
Se juntaram a nós, e já mandei vir mais coca cola e o que tivessem vontade…
Mais uns 10 minutos, chegou outra turma, que moravam em uma fazenda perto da casa do meu tio, vieram 6 em Fiat 147, que devia ter até uma bazuca debaixo do banco do “fietinho”. 😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂😂
Pelas contas, comigo eram 10, mas ainda tinha gente que queria ajudar a quebrar as fuças dos folgados da cidade!!!
Juntamos 4 mesas e a despesa foi aumentando… e veio coca-cola e tudo mais…
Já devia ser quase 19:00 hs, o movimento aumentando na praça, os lanchões abrindo… ouvimos um tropel da peste vindo da rua de trás da igreja.
Saindo pelo meio das árvores, pelos lados da igreja e de tudo quanto era rua, a maior turma.
Foi até bonito ver gente!!!
Não digo que eu fosse amigo de todos, mas os conhecia, e sempre respeitei quem quer que fosse, rico ou pobre, gordo ou magro, preto ou branco…
Quando espalhou a notícia que os playboy iam me pegar pra bater, junto com uns cara de São Paulo… brotou gente do ralo pra me ajudar!!
Apareceu companheiro a cavalo, de moto, bicicleta, a pé, de jeep… só faltou cair do céu. 😂😂😂😂😂
Sei que secamos o estoque de coca-cola da sorveteria, e quando reuni aquela galera toda, eu avisei:
Povo, vamos circular senão vai dar na cara demais, se espalhem pela praça, na calçada e deixa os folgados chegarem aqui!!
Devia ter uns 50 do nosso lado, se não fosse mais!!!!
Logo chegaram as meninas da nossa turma, aí completou a coisa toda.
A morena e a Tica ficaram besta de ver aquele povo todo ali por conta da briga.
Sabe, é o que acontecia quando se era folgado e desprezava o povo da cidade onde se morava!
Chamei duas das meninas que chegaram, as comprimentei e pedi um favor:
Quando os mauricinhos chegarem na praça, vocês vão lá e avisam que o Beto tá indo pra saída do cemitério, e se quiser brigar, vai ser lá o pega… e se não for, são uns covardes!!
Elas riram e concordaram em dar o recado!
O rapaz que a mãe trabalhava na casa do cuzão folgado, e mandou me avisar da trama dos folgados, estava lá no meio. Fui até ele e pedi pra vazar, senão poderia sobrar pra mãe dele alguma coisa!
Ele não gostou da ideia, mas concordou comigo e foi embora do meio da turma!!
O relógio da igreja marcava quase 20:00 hs, algumas pessoas chegando para lanchar na praça, outros bebendo… avistamos os carros dos riquinhos metidos da cidade chegando.
Eu até babei na hora… chega deu um tesão!!!
Estavam em uns 7 carros, e só a rapaziada, sem as suas namoradinhas metidas!
Minha turma disfarçou, mas não os perdeu de vista.
Estacionaram como de costume do outro lado da praça, e vieram caminhando. Pelo que contei, estavam em 15 no bando, e na frente, guiando, estava o rei dos cornos, o Magrelão tonto, seu amigo folgado e cuzão, e os caras de São Paulo.
Do lado do Magricela, vi um rapaz da nossa idade mais ou menos, meio fortinho, usando uma camiseta regata, nos pulsos umas munhequeiras, e usava uma calça agarrada igual uma bailarina com um sapatinho no pé que parecia mais a conga da minha finada avózinha! 😂😂😂😂😂😂😂😂😂
Devia ser o tal de lutador que ia me quebrar no meio! Achei até graça, mas precisava ver o que ia acontecer!
Eles no meio da praça, minhas amigas me olharam e eu balancei a cabeça e pedi pra elas darem o recado!
Disse para as meninas que depois eu pagaria a conta da sorveteria. Corri até o meu cavalo, montei e fiquei esperando o recado.
De onde estava vi os folgados rindo e falando com as meninas, provavelmente devolvendo o recado!
Sai pra rua, me mostrei pra eles montado no cavalo, quando a meninas vieram e contaram o recado:
- Assim Beto, eles vão pra lá, mas disseram que você tá com medo de apanhar na frente de todo mundo aqui na praça...e que você parece um palhaço montado nesse pangaré velho!!!
Aquilo fez meu sangue ferver, a vontade era catar um por um ali mesmo,mas eu sabia que ia dar polícia, quebra-quebra, e muitos dos meus companheiros não tinham os mesmos recursos que eu na época!!!
Meu amigo do açougue montou na caminhonete e veio atrás de mim, os do Fiat 147, os cavaleiros, bicicleteiros… parecia até uma romaria!😂😂😂😂😂😂😂😂
Nem ouvi ou vi ninguém, estava focado 700% na briga de logo mais!
Estava arrepiado e furioso igual um jacaré pego na tarrafa!!
Vi quando saíram e deram a volta na praça, já na rua de trás, perto das máquinas beneficiadoras, tiraram uma fina do meu cavalo, e saíram cantando pneu.
Risquei o cavalo na espora e fui galopeando até a saída que ia para o cemitério.
Demorei uns 20 minutos pra chegar, mas quando cheguei no lugar, estavam todos esparramados.
Na frente, o tal lutador se alongando, rodando o pé no alto…
Desci do cavalo, analisei a situação, e logo atrás foi chegando a minha turma.
Uns 5 minutos, o lugar estava lotado, e alguns dos mauricinhos já com cara de choro, e o cú na mão de arrependimento por seguir o Magrelão naquela empreitada!!!
Olhei pro lutador, ele era fortinho, mas eu pegava no laço bicho muito maior que ele… então resolvi deixar o 38, faca, punhal, chicote e tudo mais com um dos companheiro, tudo disfarçado pra ninguém da outra turma perceber!
Tirei o chapéu, meu lenço e fui pro meio da estrada, que estava iluminada pelos faróis dos carros.
O Magrelão de lá já falou:
- Quero ver hoje Betão, quem é o cuzão...seu bosta...vem agora!
O lutador colocou a mão no ombro dele, pediu pra ele ficar quieto e veio pro meu lado.
Confesso que eu tava atento, mas a força do peão estradeiro aqui não é pouca hoje… imagina eu com meus 20 anos 😂😂😂😂😂
Ela parou, cruzou os braços e falou todo folgado:
- Aê cuzão… caipira do caralho… é você que apavora meu primo e os amigos dele? Vem cá tirar uma com a minha cara se for homem… cuzão…só eu e você aqui… vou te ensinar como agente faz com folgado lá em Sampa...
E veio pra cima de mim correndo, fez que ia me dar um chute com o peito do pé esquerdo, e deu com a direita no meu braço esquerdo.
Doeu, mas o que eu acho que ele não esperava, é que o sujeito quando cresce no meio de boi nelore, o sistema é meio diferenciado 😂😂😂😂😂😂😂
Quando me chutou, acho que tentando me derrubar, eu agarrei o cambito dele com aquela calcinha apertada igual um cano de garrucha, igual uma onça faz com um bezerro, dei um passo pra trás e arrastei ele igual um trator CBT tombando capoeira no correntão... (Eu era bruto igual arado de meia tomba)
O rapaz estrebuchava tentando escapar, mas era tarde!
Eu rodei ele e fui batendo de lá e de cá igual se faz com um boneco, ralei ele todinho naquele asfalto ruim cheio de buraco. E vim trazendo ele pra perto. Soltei uma botinada na barriga dele, que se não cagou era por não ter bosta no canudo. Depois peguei pelo bracinho, arrastei mais um pouco, e joguei ele sem ar no chão, aí a bota comeu pras costas, pra cara, na bunda, no saco… segundo meus companheiros, eu parecia estar com o satanás no corpo!
Peguei o moleque pro fundo da calça e joguei igual um traste perto dos amigos deles e gritei:
- É isso...esse monte de bosta que veio me bater? É isso? Bando de corno, filho de puta...eu devia ter mandado minha irmãzinha mais nova bater em vocês… e você Magrelo, filho duma puta arrombada, agora é sua vez!!!
Estavam todos perplexos sem acreditar no acontecido, me ouvindo esturrar igual uma onça!!
O Magrelão tentou fugir, mas daquela vez não deu certo… peguei ele pelo fundo da calça e aí o pau cantou…
Gente que briga da porra foi aquela...😂😂😂😂😂😂
Meus companheiros partiram pra cima e a peia comeu de acordo.
O Magrelão, eu judiei dele um pouco, mas não dei soco nele, bati de mão aberta na cara. Dei cada tapão nas orelhas dele, na boca, que fiz chorar e implorar pra eu parar.
Uns montaram no carro e fugiram, outros foram cercados e apanharam igual vaca na horta! Igual gato no saco!! 😂😂😂😂😂😂😂
Cansado de bater no chefe dos cornos, gritei e mandei parar com a surra, tava bom já.
Meu amigo do açougue estava batendo no que trouxe os primos. Esse eu fiz questão de dar um murro, e foi o único!
Acertei no meio do olho dele uma pancada, que ficou roxo uns 2 meses.
Falei pro Magrelão que daquele dia em diante, ele ia parar de ser folgado e se olhasse torto pra mim ou algum dos meus amigos, a peia ia ser dobrada.
Que se falasse dos meus cavalos, eu ia cortar ele na espora. E que o certo era denunciar ele e seus amigos por querer me pegar na tocaia, na traição. Mas eu não fiz isso…
Dei mais uns chutes no cú do Magrelão, do lutador e do primo dele, fui até a caminhonete do meu amigo, peguei minhas armas, meu cavalo e fui voltando pra sorveteria.
Estava de alma lavada, meu braço esquerdo dolorido, mas satisfeito por ter acabado tudo bem, e sem precisar dar tiro.
Voltamos todos juntos, aquela procissão pelas ruas da cidade!
Meu amigo chegou com a F75 do meu lado e me alertou:
- Beto, caso dê polícia, me entrega as armas que eu vou guardar em casa, assim não dá problema pra ninguém… eu também tô armado…
Entreguei minhas armas, menos o punhal, e fui indo junto com a turma.
Quando chegamos na sorveteria, o movimento tinha aumentado na praça, mas a notícia da briga ainda não havia se espalhado.
Quando as meninas me viram, chegaram apressadas querendo saber se eu estava bem… se tinha me machucado.
Dei muita risada, mostrei meu braço meio vermelho por conta do chute, e a palma da mão dolorida de tanto dar tapas… e contei como aconteceu a briga!
Minha galera tomou conta da entrada da sorveteria, o calor estava gostoso, e eu de alma lavada, precisava tomar uma dose.
Fui até um lanchão na praça, pedi uma meia dose de rabo de galo, matei em uma lapada, e só então eu descansei um pouco.
Logo meu amigo do açougue chegou e falou que tinha guardado o revólver e minha charqueadeira. E nos juntamos a todos e demos muita risada daquilo tudo!!!
Não tive problema com polícia nem nada do tipo, começou e acabou aquela briga entre a rapaziada.
Mas no outro dia a fofocaiada comeu na alta pela região, e quem não gostava dos tangas frouxas, nos aclamava como heróis.😂😂😂😂😂😂😂
Não lembro ao certo em Cruzados quanto deu a conta, mas calculo em dinheiro de hoje em dia, uns $,00. 😂😂😂😂😂
Quando estava perto de fechar a sorveteria, a morena me perguntou se minha namoradinha sabia daquela confusão toda.
Disse que não, mas no outro dia, com toda certeza ficaria sabendo com o resto da cidade!!!
Ela também queria saber se eu já ia embora…
Falei que naquela noite, se ela tivesse afim de andar a cavalo, eu a levaria comigo, para passar a noite na fazenda entrando na vara. Afinal, eu estava sozinho em casa!!!
Ela sorriu toda feliz, e disse que precisava inventar que iria dormir na casa da Tica.
Combinado, mas pra isso dar certo, eu precisava que eu parceiro levasse ela até a outra saída, perto do cafezal.
Foi eu pedir, e ele já deixou tudo acertado no esquema!
Também pedi pra ele buscar o revólver e a charqueadeira, pois não queria voltar desarmado, afinal, nunca se sabia o que poderia estar me esperando no caminho, e todos sabiam onde eu morava!!!
Combinamos tudo, e uma meia hora depois, eu estava na entrada do cafezal esperando meu amigo trazer aquela morena rabuda pra mim!!
Fumei uns dois cigarros tranquilo, até que me aparece descendo pela estrada um par de faróis redondos da F75 do meu parceiro.
Assim que ele parou, a morena desceu com uma mochila no ombro com algumas roupas.
Ele veio e me entregou o revólver e a faca, e nos desejou juízo por aqueles caminhos😂😂😂😂😂😂
Éramos jovens, e nada nos detia, ou colocava medo...nada...absolutamente nada!!!
Encostei no barranco, ela montou no alazão que estava mais calmo, agradecemos nosso amigo e cúmplice, e entramos pelo cafezal indo para a fazenda.
Ela agarrada em mim, rindo muito e me bolinando o corpo todo. Eu avisando que hora que chegasse em casa, ela ia me pagar 😂😂😂😂😂
E fomos no passo lento, sem pressa, fumando, conversando, planejando como eu a levaria embora no outro dia…
Era eu, meu cavalo e aquela morenaça gostosona por aquele sertão. Vez por outra, relâmpagos iluminavam o caminho.
Lembro como fosse agora, o barulho dos cascos do alazão naquele chão barrento, alguns grilos nas moitas fazendo barulho, e os estalos dos beijos que a morena me dava no ombro.
E chegamos na porteira da fazenda era quase 1:00 da manhã.
Entramos, deixei fechada a cancela, e subimos pra minha velha casa.
O terreiro estava com as luzes acesas, o que facilitou nosso movimento por ali.
Desci ela no alpendre e mostrei onde acendia as luzes de volta da casa…
Fui desarriar meu cavalão, tirei minha calça de couro, esporas... e depois de tratar o bicho com muito zelo, fui ver minha “amiga” que me esperava deitada na rede.
Sorriu lindamente, se levantou e me deu o maior amasso.
Nos beijamos muito, e quando a coisa começou a pegar fogo, sugeri entrar em casa e tomarmos um banho.
Peguei a chave, abri a casa e fui entrando com aquela cavala.
Encostei a porta, apaguei as luzes de fora, deixei o 38 em cima da mesa e fui levando ela para o banheiro.
Nos despimos, ela tinha um corpo fantástico, uma bucetona carnuda, peluda...e virgem, só não dava ela por nada, queria casar com o cabaço intacto!! 😂😂😂😂😂😂😂
Debaixo d’água, nos ensaboamos com calma, sem pressa, esfreguei aquele corpo moreno, coxas grossas, bundona grande e empinada...seios fartos e bem firmes… era um tesão a minha “pretinha”...
Assim eu a chamava quando estava comendo seu rabão.
Minha rola dura igual um vergalhão balançava roçando naquela lapa de bunda.
A morena se abaixou e abocanhou meu cacete e mamou feito uma bezerrona apartada e faminta. Engolia até a metade, depois esfregava ele nos peitões, batia ele no rosto, e ria toda safada!!!
Levantei minha pretinha gostosa, deixei ela embaixo da água morna que escorria do chuveiro, e fui chupar sua buceta.
Ela tinha um sabor, um cheiro de fêmea delicioso.
Chupava seu grelo, esfregava a cara, mas quando começava melar de verdade, ela virava a bunda, com medo de não resistir e liberar o cabaço pra mim 😈😂😂😂
Abri seu rabão, e lambi seu cuzinho, que estava bem fechadinho, precisando da minha tora leiteira!
Soquei a língua naquele cuzinho quente, ela rebolou na minha cara, e o que não apanhei na briga, fui surrado por aquela garupa de égua!!!
Me levantei, posicionei a cabeçorra grossa na porta daquele cuzinho já velho conhecido meu, fui empurrando e rompendo as pregas da minha preta gostosa.
Ela com os braços nas altura da minha cintura me puxando pra cima dela, e eu com meus braços no alto da parede me escorando naquela bunda carnuda que estava sendo devorada por minha rola grossa.
Quando encostei meus pentelhos na sua bunda, dei um tempo e com ela mais relaxada, iniciei as bombadas vigorosas.
Ela gritou feito uma louca com meu cacetão todo entalado naquele cuzinho quente:
- Aiiiii...como ta grossa essa rola… aaaiiiii…
Eu fiquei maluco com aqueles gritos, e a rola parecia que dobrava a grossura.
Mordi com força suas costas, segurei sua cintura bem torneada e soquei sem dó. Eu precisava descarregar a tensão… e a testosterona falava alto naqueles momentos.
Soquei tanto no cuzinho dela, que sangrou um pouco, e olha que nós dois transavamos a anos!
Para amenizar um pouco o estrago, comecei bolinar no seu grelo, que estava duro e espetado pra fora, então minha morena relaxou um pouco, e ao invés de gritar de dor, começou a gemer de prazer:
Isso meu anjo… assim… faz carinho na tua pretinha..faz… gostoso… meu macho…
Eu endoidava ouvindo aquelas coisas, e não deu outra… A rola começou formigar, ficar pulsante, então sem aviso prévio, abracei ela feito um tamanduá, mordi seu ombro e descarreguei a porra toda, lotando aquele cuzinho quente que se escondia no meio daquele rabão gostoso…
Ela sorriu satisfeita, empurrou nossos corpos para debaixo do chuveiro e ficamos engatados naquela posição até meu pau escorregar para fora!
Depois se virou, me abraçou e nos beijamos demoradamente embaixo daquela água morninha.
Lá fora a chuva voltou a malhar com força, mas ali dentro do banheiro, era só 🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥🔥
E nos amamos um bocado naquela madrugada! No chuveiro, na minha cama… E paramos aquele rala gostoso, eram quase 5:00 hs da manhã!!!
Quando eu era jovem, não me cansava fácil, e estava sempre disposto para um amor gostoso!!!
Quando saímos da cama para mais um banho, nos refrescamos, e depois fomos à cozinha passar um café!
Estávamos varados de fome…
Guardei o revólver do meu pai no meu armário, e depois fui preparar nosso *desjejum! (*palavra bonita essa)
Comemos pão, bolo, banana maçã, queijo e requeijão...e tomamos quase um litro de café!
E nada da chuva parar, e trovões e raios…
Voltamos pra cama era por volta das 7:00 hs, pois eu sabia que meus pais só voltariam à tarde, ou só no domingo, e a morena só trabalharia a noite na sorveteria naquele fim de semana.
E tiramos um cochilo bem gostoso!
😴😴😴😴😴😴😴😴😴😴😴
Apagamos meu povo, embalados pelo som da chuva caindo, e a ventania que soprava forte, fazendo as folhas balançarem…
A única coisa que me recordo foi do barulho de batidas na porta do meu quarto. Quando abri os olhos, vi minha amiga nuazinha, dormindo com a cabeça no meu peito.
Outra vez as batidas na porta! Ali me assustei…
Seriam meus pais e irmãs de volta em casa? Ou o que?
Arrumei a cabeça da morena no travesseiro, me levantei em silêncio, e fui caminhando devagar até a porta do meu quarto.
Abri a maçaneta vagarosamente, senti um cheiro conhecido, mas não atinei o que seria.
Quando me foi permitido olhar alguma coisa, qual não foi a minha surpresa, ao encontrar em pé, encostado na parede do corredor, coçando o bigode e rindo muito…
Meu bom, amado e sempre companheiro tio❤!!!!!
Pedi pra ele esperar, que eu estava peladão, ia colocar uma zorba e um short.
Quando sai do quarto, o Brancão estava esquentando uma água pra passar um café novo.
Pedi a benção ao tio, e depois dele me dar um abraço, me pegou pelo pescoço, bagunçou meu cabelo e falou me zuando:
- "Fí de rapariga, safado… eu doido te caçando pra tudo que é canto, e o fia da puta aqui… iscundidim meteno ferro numa muié… to sabeno do forfé que teve onte na vila...seu cachorro do mato…me exprica tudim esse causo...anda!!!
Pedi um cigarro pro meu tio, me sentei, e ainda bocejando e coçando a rola iniciei o relato!
Depois de ouvir minha versão, meu tio contou que logo de madrugada foi na cidade buscar um botijão de gás para começar a marcação dos bois, chegaram uns 10 até ele e foram contando o que havia acontecido.
E cada um que contava, falava uma coisa!!!
Desde que eu havia levado uma facada, ou matado um e fugido para o Mato Grosso, que tinha caído do cavalo…
Depois de tudo esclarecido, perguntei sobre meus pais!
O tio disse que meu pai estava no comando dos trabalhos, e ele havia inventado uma desculpa, que precisava buscar uns medicamentos e mais sal pros bois e saiu atrás de mim. 😂😂😂
Mas ninguém da nossa família estava sabendo da confusão!
E me alertou, que se soubesse da arapuca que armaram pra mim, teria ido resolver tudo.
Hoje penso que Deus nos livrou de uma tremenda confusão! Eu conhecia bem meu tio, e sabia muito bem como aquilo ia terminar!!!!!
Tudo esclarecido, ele me acalmou e disse que cuidaria de contar tudo pro meu pai, e ficaria tudo bem.
Aí sendo muito do sacana, perguntou sem rodeios:
-E fala fio, quem é a potranca que ocê ta amoitano no quarto? É cunhecida… é da vila mêmu?
Contei que era minha boa amiga, a morena potranca da sorveteria…
Ele riu demais, avançou em mim e me encheu de tapas e pontapés… era a forma dele fazer carinhos em mim e demonstrar orgulho.😂😂😂😂
Perguntei a hora, quando me falou, quase caí pra trás. Eram 10:00 hs, e eu ali na cama.😂😂😂😂😂
Disse que meio dia levaria a morena embora pra casa, e depois, pegaria minha namoradinha e iria pra casa dele.
Ele terminou de coar um café, bebemos e fumamos mais um cigarro, e logo ele anunciou que precisava voltar para a fazenda e ajudar na serviceira.
Disse que logo depois do almoço eu estaria por lá, a ajudaria eles.
Deixamos tudo combinado, meu tio me deu um abraço, e foi embora.
Voltei pra dentro, passava das 10:30, fui acordar minha preta gostosa.
Levei um caneco de café e fui soprando no nariz dela, até a gata despertar.
Abriu os olhos, me deu um sorrisão dos mais lindos, se ergueu na cama, me deu um bom dia, pegou o café e tomou um gole, depois se esparramou na cama e pediu toda manhosa:
- Betãããããoooo (balançando aquele tremendo rabão) vamos fazer mais um pouquinho...heim...tô com vontade meu amor…
Ai que vida "marvada" eu tinha naquela época meu povo!!!!!😂
Chupei a preta dos pés a cabeça, e comi muito, e com força o cuzinho dela até quase o meio dia.
Quando estava levando ela pra cidade, contei que meu tio esteve em casa querendo saber se estava tudo bem… e fomos cortando caminho por aquelas boiadeiras enlameadas derrapando até chegar na entrada da cidade.
Para evitar o falatório, deixei ela em uma quebrada meio afastada da sua casa, onde haviam uns terrenos baldios. Ela desceu, me desejou tudo de bom, só fez um pedido:
Sei que não posso exigir nada de você meu amigo, mas não vai com tua namorada na sorveteria...por favor! Ela não gosta de mim e da Tica, e também não vou com as fuças dela!!!! Vamos deixar assim as coisas… bjos seu safado!!!
E saiu andando e balançando aquela anca de égua pela rua.
Eu me dirigi até a casa da minha namoradinha, e ao estacionar, saíram meus sogros e ela, com os olhos inchados de tanto chorar, preocupada, querendo saber se eu estava vivo.
É meu povo, a notícia esparramou igual rastilho de pólvora, e toooooda a região ficou sabendo do causo! Haviam várias versões. 😂😂😂😂😂
Quando desci da caminhonete, ela me agarrou, me beijou e com o rostinho no meu peito, chorou de molhar minha camisa!!!
Meus sogros, me chamaram pra entrar e tomar um café, e explicar o ocorrido!
Quando sentei à mesa, peguei um café e fui contando o causo todo, desde o início, na noite que comecei a namorar com a pequena ciumenta, filha deles.
E não omiti nada, contei que levei revólver e tudo mais.
Minha sogra fazendo o sinal da cruz, e meu sogro fumando e me chamando de "italianim" sacudido, que não negava a raça da minha família.😂😂
Aí meu sogro perguntou se meus pais ou meu tio sabiam da confusão.
Disse que só meu tio, mas que ele estava calmo!
Meu sogro conhecia bem o pai do rapaz que chamou os primos de São Paulo pra me dar a tal surra.
Me falou que eram uns moleques à toa, sem juízo e covardes.
O papo estava bom, mas eu precisava ir ajudar o meu tio. Perguntei se deixaram eu levar a pequena comigo, ou se gostariam de me acompanhar até lá.
Meu sogro não tinha nada pra fazer naquele fim de semana, já mandou a mulher e a filha se arrumar, e dali uns 15 minutos, fomos todos para a fazenda do meu tio.
Foram no caminhão dele, e eu com a pequena grudada em mim igual uma gatinha, na caminhonete.
Quando chegamos na fazenda do meu tio, foi uma baita festa.
Meu sogro gostava muito da minha família, principalmente do meu tio, que no passado, quase virou seu cunhado!
Depois de todos os comprimentos, meu pai e minha mãe quiseram saber cada detalhe da confusão.
Relatei tudo nos mínimos detalhes, e após uma avalanche de perguntas, minha mãe fala:
- Eh meu filho, coração de mãe não se engana… a dias to sentindo você estranho, meio calado, dormindo na rede pro lado de fora de casa…
Meu tio já desmanchando aquele clima de preocupação, todo brincalhão, deu um assobio alto e:
Povo, o Beto é da nossa raça mêmo… topô us covardi com os companhero dele...arresorveu tudo...tá bem… vamo cabá de carimbá os boi, e vamo assa carne…!!!!! Hoje tem festa aqui em casa…
Pegou o 38 e descarregou dando tiros para o alto 😂😂😂😂😂😂. Minha sogra e namorada quase caem de susto, meus pais, irmãs, tia e meu sogro rindo do meu tio maluco com aquele seu jeito de ser!!!
Me jogou a chave da sua F100 e me mandou buscar cerveja, tubaína e coca cola pra churrascada!!!
E assim foi até o domingo à tarde meus amigos e amigas!!!
Tudo ficou daquele jeito mesmo, não tive mais confusão com a "gangue dos tangas frouxa", e certa vez, acreditem, livrei o Magrelão de apanhar de uns outros mauricinhos de Prudente em um baile na cidade de Dracena…
Mas isso, já um outro causo… !!!