Verdades secretas capítulo 24

Um conto erótico de Mistério
Categoria: Gay
Contém 3942 palavras
Data: 11/03/2021 23:21:04
Assuntos: Gay, Tesão, Mistério, Sexo, Amor

Capítulo 24

A melodia que pairava por aquele luxuoso quarto de hotel era o som da água do chuveiro batendo sobre a pele branca e macia de Victor.

Deitado na cama, com os braços cruzados sob a cabeça, Ivan observava o teto, sentia-se devorado pelo desejo de possuir o seu amado, que se banhava no banheiro ao lado.

A chama da paixão queimava no seu corpo, fazendo o seu pênis se enrijecer, imaginando penetrar dentro do orifício apertado do homem que ama.

Levantou de imediato. Não deixaria escapar a oportunidade de fazê-lo seu debaixo das águas mornas daquele chuveiro. Libertou-se das roupas e sapatos. Ficando completamente nu, acariciou o pênis, tocando nos lábios imaginando eles sendo beijados pela boca macia e rosada do menino loiro que se apossou do seu coração.

Victor ouviu a porta do box se abrir lentamente, revelando a imagem de Ivan nu, com o pênis ereto pronto para levavá-lo ao auge do prazer.

_ Você veio tomar banho comigo?_ A pergunta veio com um sorriso malicioso e uma piscada de olho. Deu uma leve mordidinha no lábio inferior, deixando Ivan completamente ao mercê dos suas vontades.

_ Se toque pra mim.

Victor mudou de posição ficando de lado para Ivan. Deslizou o sabonete sobre o seu corpo delegado e alvo. Ivan invejou o sabonete, que percorria a cada parte do menino, começando pelo pescoço, descendo pelos mamilos, indo de um lado para outro no tórax, fazendo movimentos circulares pela barriga, até chegar no pênis e testículos.

Para provocar ainda mais o amante, Victor gemia enquanto se masturbava sem largar o sabonete. Olhava para Ivan de um jeito angelical, fazendo um contraste delicioso de luxúria e santidade.

Com alguns passos dados, Ivan entrou no box fechando a porta por trás de si. Puxou o amado para os seus braços, segurando o seu queixo com uma mão e com a outra, deslizava os dedos sobres os lábios de Victor, que fechava os olhos se deliciando com o toque do amado.

O loiro sentiu a língua de Ivan invadir a sua boca. As águas molhavam aqueles corpos quentes e sedentos um do outro.

Com a mão boa, Victor procurou o seu objeto de desejo e iniciou uma masturbação, levando Ivan à loucura. Com o outro braço, envolveu o pescoço do empresário, jogando o sabonete no chão, aproveitando cada momento daquele beijo molhado e delicioso.

Ivan interrompe o beijo e por alguns segundos, seus olhos se encontram em perfeita sintonia. Através deles, ambos expressam seus desejos e carinho um pelo outro.

_ Obrigado por me fazer feliz, Ivan. Eu não sei o que seria de mim se você não tivesse entrado na minha vida. Eu acho que não suportaria a tristeza por tudo que me aconteceu.

Ivan acariciou o rosto do menino. Estava tão apaixonado e feliz pôr tê-lo, que o medo o assombrou novamente.

_ Te fazer feliz é o meu objetivo de vida. Você não tem noção do bem que me faz, meu solzinho.

Os lábios voltaram a se beijar, fortalecendo ainda mais o amor que sentiam um pelo outro.

Delicadamente, Ivan pôs Victor encostado com o peito na porta do box, ficando com as mãos apoiadas no vidro. Beijava a nuca do loiro, acariciando a sua bunda.

Sentindo as pernas moles, Victor as abre para facilitar a entrada do seu objeto de desejo dentro de si.

Segurando firme nos quadris do menino, Ivan penetra aos poucos, provocando gemidos.

O movimento se inicia. A princípio, lento para não machucar o menino. Aos poucos vai acelerando e o barulho dos seus quadris se chocando ecoa pelo ambiente. A mão de Ivan procura pelo pênis de Victor, masturba o menino, que fica ainda mais excitando.

Em meio ao tesão ardendo em seus corpos, gemidos, gritos e respirações ofegantes compõem a melodia do ambiente. Líquidos quentes e leitosos são despejados dos seus pênis.

Victor sentiu um líquido quentinho dentro do seu ânus e sorriu com a sensação prazerosa. Já Ivan limpava a mão sobre o ombro do loiro, sugando-o em seguida.

_ Se eu pudesse morava dentro desse cuzinho gostoso pro resto da vida.

Victor virou para frente, pondo as duas mãos no pescoço de Ivan. Sorrindo, sussurrou ao pé do ouvido:

_ Esse cuzinho é todo seu. Assim como essa piroca é toda minha.

Seguido das palavras, veio uma mordidinha leve na orelha. Tomando pelo tesão e tendo os pelos do seu corpo arrepiados, Ivan o beija novamente.

"Bom dia, solzinho." Com essas palavras, ao som da voz de Ivan, seguido de um beijo no rosto, Victor foi despertado.

Ainda sonolento, esfregou os olhos e gemeu, se acomodando nas cobertas.

Sentiu a mão macia do empresários percorrer o seu corpo nu, parando nas nádegas e penetrando o dedo no seu ânus.

_ Isso é covardia. Me deixe dormir.

O loiro sorriu, cobrindo a cabeça com o travesseiro, deixando Ivan encantado com a sua preguiça.

Ivan retirou o lençol de Victor, revelando o seu corpo nu. A boca encontrou as costas do menino e a beijou, em seguida deslizando a língua. Victor gargalhava com a cosquinha que sentia. Retirou o travesseiro e jogou no namorado.

_ Você está sendo muito malvado comigo.

_ Que injustiça da sua parte. A culpa é sua de dormir tão lindo. Olha como você deixou o garoto.

Ivan pôs a mão de Victor sobre o seu pênis duro como barra de ferro.

_ Covarde!

_ Você adora.

_ E ainda é convencido! Sorte sua que você é lindo _ Victor o beija_ e delicioso.

_ Sorte sua. Porque é você quem desfruta.

_ Desfruto mesmo. E espero que seja só eu. _ Victor deslizava o dedo sobre o peito de Ivan.

_ Hum, quer dizer que o meu solzinho é ciumentinho?

_ Digamos que eu gosto de cuidar do que é meu. Nesse caso, só meu. Você é o meu anjo, Ivan. Meu anjinho.

Novamente as bocas se encontraram num beijo intenso, que foi interrompido com um toque na porta.

_ É o café da manhã. E nem me venha com aquele papo de vergonha de comer, que você precisa se alimentar. Vai comer nem que eu tenha que te dar na boquinha.

O empresário cobriu o corpo com um roupão branco e foi atender a porta retornando com um carrinho do café da manhã.

O loiro sentou na cama, encostando as costas na cabiceira e Ivan sentou ao seu lado pondo um morango na sua boca.

_ Gostou de ontem?

_ Mais ou menos.

_ Por quê?

_ Eu confesso que antes de chegarmos, eu fiquei apreensivo. Temia não saber me comportar bem no meio daquela gente rica. Mas, aí, aos poucos, eu fui me soltando e até gostando. Até que..._ Victor se esticou para pegar o suco e bebeu.

_ "Até que" o que , Victor?

Com fome, o loiro pegou um pedaço no croissant, com mão esquerda. E mesmo envergonhado por causa da paralisia da outra mão, mordeu.

_ Você lembra do Felipe? Aquele amigo do Gael.

_ Sei quem é. _ nesse instante, Ivan ficou sério.

_ Eu não sei que desagradável coincidência é essa, mas ele estava lá. Invadiu O banheiro, onde eu estava, e começou a me falar um monte de desaforos. Tomando as dores do Gael, como se tivesse algum direito. Ah, isso me deixou tão puto!

"Mas, eu não entrei no joguinho dele não. Eu não queria que acontecesse uma briga e isso te envergonhar. Eu engoli o sapo e saí do banheiro. Foi muito desagradável. "

Ivan socou a cabeceira da cama.

_ Puta que pariu! Esse desgraçado me paga. Isso não vai ficar assim.

O loiro pôs o croissant de volta no prato, abraçou o namorado e o beijou no rosto.

_ Não fique assim não, meu anjinho. Já passou. Não vale nem a pena esquentar a cabeça com aquele sem noção.

Ivan permaneceu sério. Em silêncio, planejava o troco que daria em Felipe.

_ Mô, você não vai comer? Já estou com vergonha por causa da minha mão. Se eu comer sozinho vou ficar ainda mais envergonhado... esquece o Felipe. Se eu soubesse que isso estragaria o seu humor nem tinha te falado nada.

_ Você fez muito bem em me falar. Não admito que você esconda nada de mim. Mas, você tem razão. Por enquanto, vou deixar o Felipe pra lá. Esse problema eu vou resolver quando chegar no Rio.

_ O que você vai fazer?

_ Vamos comer logo. Temos que voltar daqui a pouco.

_ Você tem problemas da empresa para resolver?

_ Que mané empresa. Nós vamos passar o dia juntinhos. Mas, eu quero te levar para fazer um passeio, em seguida vamos almoçar em algum restaurante e depois vamos para a minha casa.

_ A minha mãe vai ficar louca. Ela disse que...

_ Eu já conversei com a sua mãe enquanto você dormia. Ela já sabe e permitiu que você só vai pra casa amanhã. O que é uma pena, porque por mim você nunca mais saía da minha casa.

Victor sorriu e o beijou.

_ Eu amei o seu "roteiro" para o nosso dia, mas eu quero trocar o restaurante por almoçar na sua casa. É por causa daquele probleminha, que você já sabe qual é.

Ivan segurou a mão enferma de Victor e a beijou.

_ Eu vou fazer o que for possível para que você possa recuperar os movimentos da mão.

_ Eu amo quando você cuida de mim.

_ Vamos logo terminar esse café da manhã?

_ Amor, eu gostaria de te fazer um pedido.

_ Diga, solzinho. Você não pede, você ordena.

_ Depois da refeição, você me veste como se eu fosse um bebê?

_ Menino, você adora me tentar, né?

Victor recebeu um tapa sonoro nas nádegas, seguido de um beijo.

_ Escolha o que quiser. _ disse Ivan para Victor dentro de uma loja de grife, no shopping center.

_ Ah, não, Ivan. Você já me deu aquele terno e sapatos caríssimos. Eu não posso aceitar que gaste ainda mais dinheiro comigo.

_ Pare de tanta formalidade. Você é o meu namorado. Não precisa fazer cerimônias.

_ Não é cerimônias. É que nós acabamos de voltar de São Paulo, onde tivemos uma noite de amor e agora você quer me dar roupas de grife? Assim fica parecendo pagamento.

O empresário gargalhou e abraçou o namorado.

_ Meu bem, você diz cada coisa. Você me faz feliz como nunca fui na minha vida. Eu só quero retribuir essa felicidade.

_ Mas, você já retribui. Você também me faz feliz, Ivan.

_ Você quer realmente me ver feliz?

_ Lógico!

_ Então, aceite os meus presentes. São todos dados com a maior boa intenção. Eu ficaria tão feliz.

_ Tudo bem. Você venceu. Mas, eu quero que fique bem claro que eu amo você e não o seu dinheiro.

_ Não se preocupe. Eu sei que você não é interesseiro. Eu conheço muito bem esse tipo de gente. Lido com muitos no dia a dia. E sei que você não é assim. Esse é um dos motivos, pelo qual eu te amo.

A vendedora se aproximou para atendê -los. Tímido, Victor não conseguia escolher as roupas e, por isso, contou com a ajuda do namorado e vendedores.

As compras foram feitas em grande quantidade, e nas lojas mais conceituadas do shopping. Roupas, meias, sapatos, cuecas, sungas, perfumes e um relógio Montblanc foram carregados em diversas sacolas pelo motorista.

O casal caminhava de mãos dadas pelo shopping, acompanhado do motorista. Victor reparou que na zona sul, um casal homoafetivo não despertava muitos olhares, como acontece no bairro onde mora.

_ Sérgio, me faz o favor de levar as sacolas para o carro e nos aguardar lá?

_ Sim, senhor.

Assim que o motorista se afastou, Victor comentou:

_ Coitadinho. Ele carregou todos aqueles pesos sozinho.

_ Vamos tomar um café? Há uma cafeteria ótima por aqui.

_ Eu vou ter dificuldades para segurar na xícara.

_ Oh, meu amorzinho! Você pode pedir um bubble tea. Assim você usa o canudo.

_ É... pode ser.

Para a sua surpresa, Luíza avistou o casal entrando na cafeteria. Sentiu-se incomodada, pois não desejava ver Ivan.

Ao sentarem à mesa, o celular de Ivan tocou.

_ É o Renato. Eu vou atender na sacada da varanda. Vai pedindo um cappuccino com chocolate e canela pra mim.

_ Tudo bem. Vê se não demora.

O loiro apoiou o cotovelo sobre a mesa e a palma da mão embaixo do queixo para aguardar o atendimento. Quando olhou em direção ao caixa, percebeu que estava sendo observado por um jovem de pele clara, cabelos castanhos escuros e cacheados com um bigode fino delineando os seus lábios finos.

Victor recebeu um sorriso malicioso, o que o deixou envergonhado e ao mesmo tempo envaidecido.

Luíza observou os olhares do colega de trabalho e se aproximou dele.

_ Pode tirando o cavalinho da chuva, Ítalo. Esse aí já tem namorado.

_ É óbvio que tem. Um anjo lindo desses com certeza não está sozinho. Mas, eu não sou ciumento.

_ Engraçadinho. Papo de amiga. Sossega essa facho porque o namorado dele é daquele tipo de pessoa, que é muito perisogoso ter como inimigo.

_ Ele namora o Thanos?

_ Pior. Namora o meu irmão.

_ E desde quando o Gael é perigoso, mulher?

_ Com certeza, eu não estou falando do Gael.

Ítalo arregalou os olhos e bateu na testa.

_ É, claro! Você tá falando daquele seu irmão louco que perseguia o Gael e te deixou na merda! Tinha me esquecido que você me contou essa história.

_ Pois, é. O diabo em forma de um lindo homem de trinta anos.

_ Seu irmão é mesmo muito sortudo. Por ter um namorado tão lindo. Também, com dinheiro tudo fica possível.

O gerente se aproximou dos dois e mandou Luíza atender a mesa de Victor.

Mesmo contrariada, ela obedeceu sem argumentar.

_ Boa tarde, senhor. O que deseja?

O sorriso foi inevitável nos lábios de Victor ao vê-la.

_ Luíza! Que bom te ver! Quanto tempo! Como você está?_ o jovem se levantou para abraçá-la.

_ Estou do jeito que você está vendo: cansada e com olheiras. E você? Como está? A mão melhorou?

_ Que nada. _ Victor respondeu tristonho.

_ Não fique assim. Eu tenho certeza que você vai ficar bom. Nunca me esqueço de você nas minhas orações.

_ Muito obrigado. Você é um amor.

_ Então, o que vai querer?

_ Ah, sim! Quero um dubble tea e um cappuccino com chocolate e canela para o Ivan.

_ O insuportável.

_ Vocês não se dão bem?

_ Como poderíamos se foi ele o responsável por eu está nesta situação?

_ Como assim?

_ Você não sabe? O meu "querido" irmãozinho me expulsou do meu apartamento, me tirou a minha mesada e não satisfeito, fez o Gael perder o emprego.

Victor a olhava confuso. Para ele não tinha lógica o seu Ivan tão bom e amoroso agindo como um canalha.

_ Ele praticamente subornou o ex-chefe do Gael para que o meu irmão fosse demitido. Tudo isso porque foi rejeitado. Eu não posso ficar de braços cruzados. Tive que trancar a faculdade e estou aqui trabalhando.

_ Mas isso não é justo! Você também era filha do pai do Ivan. Você tem direitos!

_ Não tenho. O meu "digníssimo " pai passou todos os seus bens para o nome do Ivan, quando ainda estava vivo.

_ E por que ele fez isso?

_ Não sei. Mas, não quero ficar aqui falando do Ivan. Ele é o seu namorado e eu gosto muito de você para ter alguma treta contigo. Muito menos por motivos que não valem a pena. Eu já volto com o seu pedido.

Victor ficou pensativo com as informações que acabara de receber. Ele tinha um carinho enorme por Luíza, e não achava justo que a mulher fosse prejudicada. Não conseguia compreender como Ivan foi capaz de cometer esse tipo de atitude cruel.

O empresário entrou na cafeteria e sentou ao lado do namorado.

_ Fez o pedido?

_ Sim.

Ivan olhou para o caixa e avistou Ítalo observando o seu namorado. Lançou sobre o jovem um olhar ameaçador, que o fez desviar os olhos para a tela do computador.

_ O que foi, Ivan?

_ Eu não gosto nada do jeito que aquele cara estava te olhando.

_ Que cara?_ Victor se fez de desentendido.

_ Vai me dizer que você não viu? Que sujeito mais cara de pau!

_ Temos aqui um homem lindo com ciúmes de mim. Que honra! _ Victor beijou o namorado, que permaneceu de olhos abertos encarando Ítalo.

A maciez do colchão, o perfume de amaciante no edredom, lençol e fronhas, as luzes fracas iluminando pontos específicos do quarto e a companhia do homem amado era para Ivan o ambiente perfeito para relaxar. E pela primeira vez, gostou de dormir em casa.

_ Que dia maravilhoso. Pena que vou ter que te devolver para a sua mãe amanhã.

_ "Devolver" , você fala como se eu fosse uma coisa.

_ Mas, você é a minha coisinha...rica.

O empresário segurou no queixo do menino e o beijou. Aconchegou Victor em seus braços, enquanto ele repousava a cabeça sobre o seu peito.

_ Amor, eu preciso conversar contigo.

_ Sobre?

_ Sobre a Luiza.

Ivan franziu o cenho.

_ O que tem a Luíza?

_ Você não acha injusto que a sua irmã trabalhe numa cafeteria por um salário mínimo e ainda tenha que interromper os estudos?

_ Que papo é esse, Victor? A Luiza já encheu a sua cabeça?

_ Não. Ela só me disse o que aconteceu.

_ Puta que pariu! Eu não tenho um minuto de paz! É Gael te mandando cartinhas de mil novecentos e antigamente, é Felipe falando merdinhas e agora a Luíza fazendo a minha caveira pra ti! Oh, caralho!

Victor se afastou para olhar nos olhos de Ivan.

_ A Luíza não fez a sua caveira! Ela apenas desabafou. Ivan, você é muito rico. Deve ter gastado uma fortuna comigo hoje. O que custa você ajudar a sua irmã?

_ Isso não é assunto seu. Cuide da sua vida!

_ Agora você vai fazer grosserias comigo? Sério, eu não estou te reconhecendo.

_ Eu não quero falar sobre esse assunto.

_ Mas eu quero. Amor, a Luíza teve que trancar a faculdade! A minha mãe já trabalhou numa cafeteria de shopping e o serviço é muito pesado e mal remunerado.

_ Pense pelo lado positivo, a minha "_ Que poder é esse que você tem sobre mim? " irmãzinha terá uma linda história de superação para compor a biografia dela.

_ Como você consegue ser tão ruim?! É a sua irmã!

_ Ah, já chega!

_ Eu gostaria que você a ajudasse, por favor?

_ Por que você se preocupa tanto com ela?

_ Por que você, que é irmão, não se preocupa?

_ Eu não vou nem perder o meu tempo te respondendo.

Ivan virou para o lado oposto. Estava muito bravo com a situação.

A escuridão da noite impedia que Victor identificasse de quem era a silhueta que o seguia. Assustado, o menino correu, mas sentiu que não conseguia sair do lugar.

Ao olhar para trás, avistou uma sombra humana de três metros de altura correndo em sua direção, segurando uma barra de ferro.

A criatura maligna tinha os olhos vermelhos como a chama que arde nas profundezas do inferno. O medo o paralisou. Victor sentia que lhe faltava o ar, e as pernas e mãos estavam trêmulas. O coração batia acelerado.

Um golpe atingiu a sua cabeça e o menino se viu banhado de sangue.

Virando para o lado oposto, viu diante de si um caixão aberto. Aproximou -se. Para o seu desespero o corpo deitado ensanguentado era o seu.

Um grito de horror ecoou pelo quarto, fazendo com que Ivan acordasse assustado.

Victor sentou na cama. Mesmo depois de despertado, sentia um medo aterrorizante.

Respirava com dificuldades e tinha lágrimas nos olhos.

_ O que houve, meu amor?

Victor tentava falar, mas não conseguia devido a falta de ar.

Ivan se lembrou que Andréia recomendara ao filho antes de sair, que não se esquecesse da bombinha de ar, caso a asma ataquasse. Ele correu até o closet, acendeu a luz e revirou a mochila de Victor até encontrar a bombinha.

Imediatamente, a entregou a Victor. Depois de alguns segundos usando o objeto, o menino conseguiu respirar sem dificuldades.

_ Você está melhor?

Victor confirmou com a cabeça, mas ainda estava assustado.

_ Eu tive um pesadelo horrível!

_ Pesadelos não são reais. Você pode ficar tranquilo, que já passou.

_ Não passou. Eu evito pensar, mas tem horas que isso me vem à cabeça. É assustador saber que alguém tentou me matar e eu não faço ideia de quem seja! E se essa pessoa tentar de novo? E se tem alguém planejando me matar, Ivan?

Percebendo o desespero do namorado e o sentimento de culpa pesando sobre si, Ivan não conseguiu conter as lágrimas.

_ O que eu fiz para despertar o ódio de alguém ao ponto desse tentar me matar?

_ Você não fez nada. Você não merecia isso. Não merece sofrer desse jeito. Eu não suporto te ver assim.

_ E se ele ou ela tentar me atacar?

Victor gritou de desespero. Chorava muito.

Ivan o abraçou o mais forte que podia.

_ Ninguém vai te fazer mal. Se acalme. Pense que aqui nos meus braços ninguém pode tocar em você. Eu sou a sua muralha.

Aos poucos, Victor foi se acalmando. E nos braços de Ivan, adormeceu se sentindo protegido.

Observar a brisa balançando os galhos das árvores pela parede de vidro acalmava Victor.

O menino ficou admirado com o tamanho da piscina e a ponte que atravessava sobre ela.

Ivan sentou ao seu lado, à mesa do café da manhã. Beijou o seu rosto e numa expressão agradável e perguntou:

_ Você está se sentindo melhor?

Victor confirmou com a cabeça. Contudo, a tristeza estava expressa no olhar.

_ Não fique tristinho.

_ Eu sempre fico assim quando tenho aquele pesadelo. Mas, daqui a pouco passa.

_ Eu faço qualquer coisa para tirar ou amenizar a sua tristeza. Pode pedir o que quiser.

_ Sério mesmo?

_ É claro. Hoje eu sou o seu gênio da lâmpada mágica.

_ Eu quero que você ajude a Luíza.

Ivan revirou os olhos para cima.

_ Eu não vou sustentar gente desocupada.

_ Mas, ela não é desocupada! Está trabalhando duro.

_ A mãe dela é. Foi amante do meu pai por anos só para não fazer porra nenhuma da vida e ser sustentada por um velho asqueroso metido a garanhão.

_ Você pode dar um jeito de que só ela seja beneficiada. Você pode devolver o apartamento.

_ Não vai adiantar de nada. Aquele apartamento é muito luxuoso. A Luíza não teria dinheiro para manter o local e muito menos pagar o condomínio._ Ivan disse bebendo um xícara de café._ Gente, isso aqui tá frio.

_ Ela pode vender o apartamento e usar o dinheiro para investir nos estudos, ou comprar um local mais modesto... ou até mesmo alugar e usar o dinheiro do aluguel para viver. Por favor, meu bem?

_ E eu que pensava que gente boazinha só existisse em novelas toscas. Você não existe, Victor. Tudo bem. Se for para te fazer feliz, eu doou o apartamento para a Luíza. Mas, é só isso.

"Que poder é esse que você tem sobre mim? "

Victor sorriu. Levantou e sentou no colo de Ivan, apoiando a cabeça no ombro do moreno.

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Comentários

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Ivan tem q sofrer un pouco pra cair na real e se tornar mais humano e Gael tbm! Luiza é a tooooop

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Não estou preparado para ver esse casal separado, é isso. Tão lindos juntos.

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Uma vida feita em cima de castelo de Areia um dia acaba

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Quando a verdade for revelada, sobre o atentado que o Victor sofreu, acho que ele sentirá raiva mas depois vai perdoar o Ivan. Victor tem um coração muito bom.

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