Por esse amor - Ep. 12: O QUE PODE DAR ERRADO?

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Gay
Contém 1725 palavras
Data: 12/03/2021 19:56:05

Lá estava ele, bem na minha frente. É engraçado como a foto nunca faz jus à pessoa. O Yuri é lindo, um verdadeiro urso, no melhor sentido da palavra. Penso em mil coisas para dizer, porém, não encontrei palavras para respondê-lo e, graças a Deus, Giovanna apareceu ao meu resgate.

A minha amiga abraçou o irmão e eles começaram a falar sobre uma surpresa, fiquei meio sem entender, porém, entendi que neste contexto ainda sou um estranho para o Yuri.

— Não vai me apresentar o teu amigo? — perguntou Yuri apontando na minha direção.

— Ah, tá. Yuri, querido irmão, esse é o Tino, o meu BFF. — Giovanna é uma força da natureza e conseguiu me deixar corado.

— Ah, prazer, eu sou...

— Yuri, eu sei. A Giovanna fala bastante de você. É um prazer, finalmente, te conhecer, Yuri. — apertei freneticamente a mão de Yuri.

— O que eu vou almoçar hoje? — questionou Giovanna, olhando para as unhas. — Eu estava com saudades da tua comida, a tia Olivia é um terror na cozinha. — fazendo uma careta engraçada e se apoiando em mim.

— Quis preparar algo diferente hoje. Estava com saudades do tambaqui, então, cozinhei uma caldeirada. Você come peixe, né? — Yuri perguntou olhando para mim e parecendo um pouco preocupado.

— Claro, como sim. — falei para o alívio dele.

Seguimos para a sala de jantar, a casa da Giovanna é grande e bastante iluminada. Gosto de prestar atenção nos detalhes como as fotografias que estão na parede ou o cheiro delicioso que invade o ambiente. A minha, pelo contrário, é escura e nada aconchegante.

A Giovanna começou a falar pelos cotovelos. Contou várias histórias da família, incluindo, o dia em que o Yuri se perdeu na floresta por causa do irmão caçula, o Richard. Ela também explicou sobre a morte dos pais, o motivo de mudarem para Manaus e que interpretou a Cinderella em uma peça da escola.

— Esquenta não, Santino. A Giovanna é assim mesmo. Uma dica? Atura ou surta. — aconselhou Yuri mandando uma mensagem no celular, imagino que seja para Zedu, o seu namorado.

— O Zedu não vem? — perguntou Giovanna servindo salada em seu prato.

— Não, ele foi visitar a mãe. Acredita que a dona Tereza está namorando? Eu super apoio, afinal, ela está sozinha há anos. A minha sogrinha merece toda a felicidade do mundo.

— A Dona Tereza é a mãe do Zedu. Acredita que o filho dela tentou matar toda a família? — contou Giovanna fazendo uma expressão de tristeza.

— Sério? — soltei, ainda surpreso com a informação.

— Sim. Ele sequestrou a família e, infelizmente, foi morto pela polícia. Acho que de certo modo, eles nunca superaram completamente. Demorou bastante para o Zedu tomar a decisão de se mudar para São Paulo.

— Boa tarde, família e estranho. — disse um rapaz loiro, sentando à mesa e deixando a mochila no chão.

— Ah, Santino. Esse é o Richard, o meu irmão mais novo. — explicou Giovanna, antes de reclamar sobre a falta de queijo de búfala da

Meu Deus. Se a Giovanna era bonita, o Richard podia ser considerado um Deus Grego. Um rapaz alto, os cabelos loiros no estilo surfista e os ombros largos. Quase engasguei com o suco de cupuaçu, mas consegui disfarçar.

De repente, os irmãos começam a relembrar outras histórias. Eu me sinto em um reality show sobre aquelas famílias famosas. Eu percebi que entre eles, o Richard era o mais espevitado, inclusive, mudou de escola quatro vezes.

Não demorou muito e os tios deles chegaram. A Olivia entrou com o Júnior, um garotinho de quatro anos e, logo em seguida, foi a vez de Carlos. Pelo que entendi, os dois são advogados, mas atuam em áreas diferentes do direito.

Mais uma show de histórias sobre a família da Giovanna. Confesso que não entendi nada, porém, me diverti naquele almoço. Pude conhecer também mais sobre minha melhor amiga.

Cheguei em casa e desabei na cama, estava cheio e feliz, tudo o que um rapaz gordo gosta. Nas redes sociais, vi alguns stories do Kleber. Ele realmente estava ajudando a mãe e mostrou todo orgulhoso o material que ela recebeu da faculdade.

***

KLEBER:

- Terra para Santino? Cambio.

SANTINO:

- Oi, gazeteiro. Tudo certo?

KLEBER:

- Você quer fazer algo hoje? (emoji tímido)

SANTINO:

- Que horas?

KLEBER:

- Umas 20h? Pode ser. (emoji de relógio)

SANTINO:

- Claro. Pode deixar (emoji de coração)

***

Isso é um encontro? Eu vou ter um encontro com o Kleber. Eu não sei nem o que usar. Liguei para a única pessoa que poderia me ajudar naquele momento, o Sérgio. Graças a Deus, ele estava em casa e o chamei para o meu quarto.

Para começar, o Sérgio e eu, temos estilos completamente diferentes e, claro, nem preciso dizer que personalidades também. Mesmo com ressalvas contra Kleber, ele decidiu me ajudar e quase desmontou meu guarda-roupa através de roupas legais.

— Sério, Santino? — questionou Sérgio, segurando várias roupas e dando uma risada abafada.

— Vai começar a ser maldoso?

— Não, não. — ele disse nervoso tentando se defender. — Apenas que suas roupas não são legais.

— Eu não sou igual a você, Sérgio. Eu não tenho um corpo bonito. Gosto de roupas largas e pretas. — contei, quase desabafando e tirando as roupas das mãos de Sérgio.

— Qual é, Tino. Eu já perdi desculpa. Você está sendo mais que amigo para mim. Nem o Renan que se dizia o meu irmão, aquele cretino, ficou do meu lado. — senti uma certa melancolia na voz de Sérgio, então, deixei as roupas na cama e peguei no seu ombro.

— Me ajuda a comprar roupas?

— Eu dirijo! — exclamou Sérgio.

Nada melhor que um banho de loja. Confesso que roupas para gordos são difíceis de encontrar, só que o Sérgio buscou algumas referências de lojas na internet e facilitou a nossa jornada.

Eu não tenho um estilo, isso não é novidade, contei com a boa vontade das vendedoras e, aos poucos, fui descobrindo a melhor forma de combinar as roupas.

Para o encontro, o Sérgio achou melhor escolher roupas leves, mas com bastante estilo. Optei por uma camisa florida azul, uma bermuda branca e sapatênis marrom. Comprei outras peças também, afinal, o cartão ilimitado teria que servir para alguma coisa.

Sério, o Sérgio e eu, parecíamos ter saído daqueles filmes adolescentes onde a mocinha "toma um banho" de loja. Nunca carreguei tantas sacolas diferentes, no fim, o Sérgio conseguiu me ajudar e fazia tempo que não fazia algo por mim, tipo, comprar roupas.

Cheguei em casa, fiz um tratamento de pele (valeu, Giovanna) e tomei um banho rápido. Para ajudar a espantar o nervosismo, coloquei uma música, a canção da vez é "We Are Young", do Fun Fun. Acho legal uma música que fale sobre a importância de se manter jovem, mesmo você colocando o mundo em chamas.

Cantarolo algumas partes e faço lypsinc de outras (usando o pente como microfone), porém, uma mensagem de Kleber traz de volta todo o nervosismo existente dentro de mim.

***

KLEBER:

Onde eu te pego?

SANTINO:

Vamos de moto? Acho melhor eu te pegar. O que me diz?

KLEBER:

Mas eu só quero uma desculpa para você pegar na minha barriga. Gosto quando os seus dedos ficam fazendo carinho nela.

***

PUTA MERDA! Ele sabia da minha tática maligna de passar os dedos na entrada em V dele. E agora? Infelizmente, não tenho muito o que fazer e, por causa, da saliência dos meus dedos acabei topando o passeio de moto. Enviei a minha localização e, em seguida, aviso aos agentes da portaria a chegada de Kleber.

Desodorante? Check. Gel no cabelo? Check. Dentes escovados? Check. Perfume? Check. Ok. Todos os passos necessários para evitar odores involuntários foram seguidos. Dou uma olhada no espelho e, para minha surpresa, até me acho bonito.

Os minutos passavam, eu só conseguia andar de um lado para o outro da sala. O Sérgio estava vidrado em alguma mensagem de texto, seus dedos nos teclados do celular pareciam mais agitados que os meus pés.

O interfone tocou e, claro, que eu fiquei assustado, dei um grito abafado e corri para atender. Ainda bem que o Sérgio não percebeu, pelo menos, espero. Autorizei a entrada do Kleber no condomínio e vou para a entrada o aguardar.

Não demorou muito e o Kleber apareceu montado em sua motocicleta. Essa é maior em comparação a que usamos no Ceará. Ele estaciona, tira o capacete e coloca no guidão. Por incrível que pareça estamos usando um look parecido, apenas as cores são diferentes. O Kleber apostou em uma camisa amarela pastel e a bermuda azul.

— Oi, estranho. — ele disse se aproximando e beijando meu rosto, atitude que me faz corar.

— Oi. — solto sem saber o que dizer.

— Está preparado?

— Hum. — respondi balançando a cabeça.

— Olha, olha. — falou Sérgio saindo de casa e analisando Kleber. — O traga em segurança para casa. Santino, qualquer coisa me liga. — fazendo um sinal de telefone com a mão direita. — Boa noite, crianças. — entrando em casa.

— Hum. — soltei, mas percebendo que o Kleber não ficou feliz ao ver o Sérgio.

— Ele parece um fantasma, credo. Nunca vi. — murmurou Kleber parecendo mais adorável que o normal. — Enfim, não vou quebrar o clima do nosso encontro, quer dizer, do nosso passeio. — Kleber tentou se corrigir sem sucesso, pois, recebi a mensagem.

Meu primeiro encontro com outro cara. Eu nunca imaginei que uma viagem de formatura pudesse mudar minha vida. O Kleber subiu na moto e me passou o capacete. Percebi que a moto era nova. As rodas estavam um pouco gastas, a lataria era vermelha e na frente do guidão tem uma antena corta pipa.

Como sempre, o Kleber deu três batidinhas no banco da moto. Aparentemente, aquela era a deixa para eu subir. Utilizei a calçada como apoio e consegui sentar sem grandes problemas. Um cheiro doce me embriagou, de uma maneira positiva, o Kleber arrasou na escolha do perfume.

— Segura. O teu colega de quarto me mata se alguma coisa acontecer contigo. — Kleber falou em tom irônico e coloca minhas mãos em volta de sua cintura.

— Para onde vamos?

— Isso, meu caro Santino, é uma surpresa. — anunciou Kleber, colocando o capacete e dando partida na moto.

Eita. O meu primeiro encontro. Queria tanto pedir conselhos para o Yuri. Ele é mais velho e já deve ter passado pelos mesmos dilemas que os meus. Espero ter outras oportunidades de conversar com ele, mas, por enquanto, eu estou sozinho e preciso impressionar o Kleber. Bem, o que pode dar errado?

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Comentários

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Ta faltando emoção véi, o conto ta pequeno mas ta mt boa a história. Continua logooo!!

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NÃO PRECISA DE CONSELHOS DE YURI. DE ASAS A SUA IMAGINAÇÃO.

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