Capítulo 25
_ Que caralho você está fazendo aqui?
O olhar raivoso de Gael era direcionado a Ivan.
_ Calma, meu filho, o Ivan só veio conversar conosco.
Gael havia acabado de chegar da academia. O seu corpo estava suado e cansado por causa dos exercícios físicos. Desejou chegar em casa, tomar um banho e descansar. No entanto, para a sua desagradável surpresa, encontrou Ivan em pé na sua sala com Luíza séria sentada no sofá com os braços cruzados e Fernanda perto da janela.
_ Eu não tenho nada para conversar contigo. Fora daqui e me deixe em paz! Depois de tudo o que me fez deveria ter vergonha de correr atrás de mim.
Ivan riu do equívoco do primo.
_ Aliás, o seu namoradinho sabe que você está aqui?
_ Sim. É a pedido dele que estou perdendo o meu tempo estando aqui.
_ Perdendo tempo mesmo. Porque eu não quero caralho nenhum que venha de você.
Fernanda arregalou os olhos. Temia que Ivan desistisse por causa da birra de Luíza.
_ Cale a boca, Luíza! Ivan, ela está de cabeça quente. É claro que ela vai querer sim. Nós ficamos muito gratas com a sua generosidade.
_ Não é generosidade nenhuma. Fiz pelo Victor , que insistiu muito. Se dependesse de mim, vocês não viam um centavo do meu dinheiro.
_ Eu posso saber do que vocês estão falando?
_ Seu dinheiro não, "querido." A Luíza também deveria ter tido direito à fortuna do Raúl, que também era pai dela.
Ivan deu uma gargalhada bem mais sonora que a anterior.
_ Tá rindo de quê, idiota?_ perguntou Luíza enojada de olhar para Ivan.
_ Sabe, Luíza, apesar de te achar uma songa monga, temos algo em comum. Nós dois fomos gerados com o objetivo de duas piranhas darem o golpe do barriga. Só que a Sônia foi mais esperta.
_ Eu discordo. A minha irmã não teve um filho amoroso como os meus. Ela teve uma cobra que a picou. Eu tenho a mais absoluta certeza que nenhum dos meus filhos não me jogariam na rua, como você fez com a sua mãe. E eu amo os meus filhos, ao contrário dela que nunca te amou.
Para a irritação de Fernanda, Ivan permaneceu com um sorriso debochado nos lábios.
_ Antes eu tinha dúvida se você se parecia com o Raúl ou com a Sônia. Mas, hoje eu tenho certeza que é com ela. Mãe e filho são pervesos, cruéis e abjetos.
_ Ah, eu estou tão emocionado com essa declaração de amor de uma mãe para os seus filhotinhos. Eu adoraria continuar aqui contemplando esse momento de amor familiar, mas eu tenho que trabalhar. Eu não tenho uma filha garçonete e um filho desempregado para me sustentar.
Gael sentiu uma raiva tão grande que avançou em Ivan para agredi-lo, mas foi detido pela mãe e irmã.
_ Seu desgraçado! Eu vou te matar! Você vai se arrepender por todo o mal que me fez.
Ivan piscou o olho e jogou um beijo para Gael.
_ Então, Você passa lá no meu escritório para resolvermos a transferência do apartamento para o seu nome. Mas, vai no horário que a minha secretária marcar. Se chegar de surpresa não será atendida. Adeus, família.
Ivan se retirou e Gael correu atrás dele gritando:
_ Eu ainda te mato, seu desgraçado! Eu juro que te mato!_ dizia socando o vidro do carro de Ivan.
Luíza o segurou tentando acalmá-lo.
_ Gael, calma. Não vale a pena. Calma.
Eles retornaram para a sala. Luíza foi até a cozinha e retornou com um copo com água e açúcar para dar a Gael, mas ele recusou. Andava de um lado para o outro nervoso.
_ Eu odeio tanto esse veado. O que mais me dá raiva é que esse louco sempre sai impune das maldades que faz.
_ Como todos os outros homens como ele. O mundo é dos ricos, meu filho. Mas, pelo menos ele vai devolver o apartamento para a Luíza. É claro que a minha filha tinha direito a muito mais. Mas, por ora está ótimo.
_ Eu não quero que esse maldito apartamento.
_ Você quer sim. Não diga besteiras, menina. Você não tem nem onde cair morta.
_ Mãe, você sabe que custa caro manter um apartamento daqueles. O condomínio é uma fortuna e nós não temos dinheiro para isso. E sem contar que ele é muito grande e precisaríamos contratar alguém para nos ajudar com a limpeza.
_ Podemos vendê -lo. Um apartamento daqueles deve valer uns novecentos mil.
_ A troco de que o Ivan quer devolver apartamento para a Luíza? Generosidade é que não é. Aquela cobra nem sabe o que significa isso.
_ Foi a pedido do Victor. Ele me viu trabalhando na cafeteria e eu acabei comentando com ele sobre o que o Ivan fez conosco. Como o menino é bonzinho, pediu para que o demônio me devolvesse o apartamento. Eu me arrependo tanto de ter comentado com o Victor e posto o garoto nessa história.
_ Você fez muito bem. Pelo que percebi esse menino tem o Ivan nas mãos. Do jeito que eu conheço o meu sobrinho, ele não é de ceder. Deve está muito apaixonado pelo Victor.
As últimas palavras de Fernanda deixaram Gael com mais raiva. Até então ele acreditava que Ivan ainda o desejava e estava usando Victor, assim como ele fez. No entanto, percebeu que perdeu o interesse dos dois.
_ Isso é muito bom.
_ O que é bom? Não sei o que você vê de bom nessa merda toda._ Gael disse irritado.
_ O fato do Victor controlar o Ivan. Pelo visto o menino gosta da Luíza para interceder por ela. O jeito é se aproximar do Victor com jeitinho, sendo a melhor das amigas e assim pedir favores que o Ivan não vai recusar.
_ Eu não vou usar o Victor. Eu acho isso uma puta de uma sujeira! Eu não concordava quando o Gael fazia isso. Nem pensar.
_ E quem está falando de você? Eu mesma me encarrego disso.
_ Ah, que papelão hein, mãe! E para finalizar a conversa: não tem papo com Ivan. Esquece apartamento.
_ Deixe de ser burra e egoísta! O seu irmão está desempregado e eu também. Pense em nós.
A moça foi convencida pelas palavras da mãe.O que mais queria era ajudar a família.
_ A minha mãe tem meia razão, Luíza. Eu não digo por mim. Eu me viro. Mas, aquele apartamento é um direito seu. Você precisa pensar no seu futuro.
_ Tudo bem. Eu aceito o apartamento, mas não quero contato com o Ivan e nem vou usar o Victor.
_ Logo, eu vou poder contribuir nas despensas. Vou trabalhar.
Os dois a olharam espantados.
_ Posso saber onde e de quê? Nem diploma você tem, mãe. A carteira nunca foi assinada._ perguntou Gael rindo.
_ Vou trabalhar como secretária na Construtora Matarazzo. O meu querido amigo Victor vai me ajudar convencendo o meu sobrinho a me contratar.
_ Você nem é amiga do Victor. Nunca o tratou bem por ele ser o meu namorado.
_ Digamos que eu mudei. Agora sou uma pessoa mente aberta, desconstruida, como vocês costumam dizer. Percebi que preconceito não está com nada.
_ Mãe, você me envergonha.
Luíza saiu da sala chateada. Gael olhava para a mãe balançando a cabeça negativamente.
_ Quem te viu quem te vê hein! Ivan Matarazzo fazendo caridades. Esse Victor te deu um chá de cueca caprichado. Eu mesmo te pedi muito para dar alguma ajuda a Luíza e você se recusou. Chegou até a ser grosseiro comigo.
Ivan olhava para Renato, que estava sentado na sua frente, na mesa do escritório.
_ A Luíza foi fazer o favor de chorar para o Victor. Aí ele ficou a noite inteira enchendo o meu saco.
_ E o Gael? Como reagiu a tudo isso?
_ Me ameaçou de morte._ Ivan disse rindo.
Renato arregalou os olhos surpreendido.
_ E você ainda acha graça nisso?
_ É divertido ver aquele imbecil espumando de raiva. Falando em morte, eu quero que você entre em contato com a minha equipe jurídica. Eu preciso fazer um testamento.
_ Que papo é esse, Ivan? Você é muito jovem para pensar em testamento.
_ Não sabemos o dia de amanhã. Eu não quero correr o risco de bater as botas e deixar a Sônia desfrutando do meu dinheiro. Aquela vaca não vai herdar um centavo meu.
_ Mas...
_ Sem "mas", Renato. Só faz o que eu estou te mandando.
_ Tudo bem. Mas, se você não vai deixar nada para a sua mãe e pelo jeito não vai beneficiar a sua irmã também. Então, quem será o seu herdeiro?
_ Ora, o Victor!
_ Você tá maluco?
_ Maluco por quê?
_ Você começou a namorar esse menino ontem. Uma coisa é gastar rios de dinheiro com roupas de grife para ele, outra é transformá-lo no seu herdeiro!
_ Victor é a única pessoa decente que merece ser meu beneficiário. Diferente da minha família, ele me ama e não tem nenhum interesse no meu dinheiro. Está comigo por amor.
_ Como você tem tanta certeza disso?
_ Renato, eu já disse daquela vez que eu ofereci dinheiro para ele se afastar de Gael e ele recusou. E quando fomos as compras ele não quis aceitar. Victor sabe que eu sou louco por ele. Eu disse daria tudo o que ele me pedisse. E sabe o que ele me pediu? Para ajudar a Luíza. Esse menino é um anjo.
_ Bom, o dinheiro é seu. E você faz o que quiser. Eu só acho que você deveria esperar um pouco. Para a relação ficar mais sólida.
_ A nossa relação é muito sólida. E vai ficar até mais. Eu vou pedi-lo em casamento.
Renato estranhava o comportamento de Ivan. Nunca o vira tão apaixonado.
_ E mudando de assunto. Quero que demita um funcionário. Ele é engenheiro aqui na empresa, o Ernesto Sobral.
_ Uh, é! Por quê? O Ernesto é o nosso melhor engenheiro e nos presta bons serviços há anos. Ele era o favorito do Raúl!
_ Demita e não pague. Se ele quiser receber que entre com um processo judicial.
_Mas por que tudo isso? Que ódio é esse do homem a ponto de querer receber um processo?
_ Processo que vai demorar um bom tempo. E quando ele ganhar, nós recorremos e adiamos ainda mais. Vai demorar anos para ele receber. E depois pagamos com a verba reserva para processos de funcionários.
_ Ivan, eu não sei o que aconteceu, mas...
_ Ah, como esse homem fala! Cara, sem argumentos. Só me obedeça. E peça ao chefe dele para dizer as seguintes palavras: "Agradeça ao seu filho Felipinho por essa inesperada demissão." Agora, pode ir.
Renata caminhou em direção à porta. Estava pronto para sair, quando Ivan o chamou.
_ Renato, não se esqueça de me dizer como ficou a cara da Sônia quando ela souber que não vai herdar nada.
Ivan disse sorrindo e Renato ficou espantado pelas palavras do patrão, se sentindo desconfortável pois pensava que Ivan desconhecia o seu caso com Sônia.
_ Ah, não me olhe com essa cara. Eu sei muito bem que você come a Sônia há anos.
_ Eu..Eu..
_ Apesar de sempre achar engraçado o "fodão " do Raúl Matarazzo ser corno com o seu braço direito na empresa, e olha que eu livrei a sua cara não te entregando pra ele, eu acho que você merece coisa melhor. O que ela tem de gostosa tem de venenosa. Feche a porta antes de sair.
Renato saiu sem jeito, deixando Ivan digitando no computador.
Ao entrar no seu apartamento, Renato estranhou as luzes acesas. Para aumentar o seu susto, ouviu um barulho de colher batendo no alumínio vindo da cozinha.
Sônia entrou na sala vestida somente com um blusa social branca do amante, segurando um pote de porcelana e lambendo uma colher suja de brigadeiro.
_ Já chegou, benzinho? Fiz brigadeiro para passar nesse seu corpinho gostoso.
_ Sônia! Você já chegou?
_ Infelizmente, sim. Mas, pretendo retornar à Nova York em breve. Ah, é tão bom respirar ares do primeiro mundo.
_ É tão poluído quanto o nosso.
Sônia se aproximou de Renato, envolvendo os seus braços no ombro dele e lambuzou a boca do homem com o brigadeiro, lambendo em seguida.
_ Você é tão pessimista.
A mulher se afastou de Renato, e o jogou no sofá. Retirou a blusa revelando o seu belo corpo nu, deixando o executivo com o membro duro. Ela sentou no colo dele e mordeu a sua orelha, deslizou a língua sobre o seu rosto, enquanto acariciava o seu pau.
_ Você é tão gostosa.
_ Tá gostando, safado? Tá?_ Sônia perguntava mordendo o lábio inferior.
Renato gritou de dor, quando sentiu o seu pênis ser apertado por Sônia, que o olhava séria.
_ Que porra é essa de você me esconder as coisas? Não combinamos que você me contaria tudo que desrespeitasse ao Ivan? Tá me traindo, Renato?
Com muita dor, o homem pediu para que ela parasse.
_ Por favor, Sônia! Pare. Do que você está falando?
Sônia soltou o pênis de Renato e o beijou.
_ Eu vi as fotos que o Ivan postou, sem vergonha nenhuma, da nova "namoradinha". Você sabia de tudo e não me contou nada. Somente insinuou que poderia ser um rapaz por quem Ivan está apaixonado. Mas, manteve a porra da boca fechada.
_ Eu não sabia. Soube depois.
_ Conta outra, Renato. Por que não me contou?
_ Eu ia te contar quando você chegasse de viagem. Como você é homofóbica, presumi que ficaria com raiva por o seu filho está namorando outro homem. Por isso, quis esperar para te contar pessoalmente e com calma.
_ Eu sei que você gosta do Ivan. Mas, ele não é o seu filho.
_Eu adoraria que fosse.
_ Pode ter certeza que ele não ia querer ter um pai pé rapado como você.
"Ivan é maquiavélico. Destruiu a minha vida. E a mim que você deve lealdade.
"Mas, eu não estou brava. Quem diria que esse tal de Victor era o namorado do meu filho? O Ivan é louco. É um psicopata. Eu deveria ter o mandado para um manicômio no lugar da escola na Suiça."
_ E já vou logo avisando que o Ivan está muito apaixonado pelo menino. Se você tentar alguma coisa para separá-los, o seu filho vai ficar muito puto. E nós sabemos que a ira do Ivan é algo que é bom evitar. Além disso, o Victor é um bom menino. Não merece ser perturbado.
_ Hum! Renatinho está com peninha da bichinha loira! Eu não tenho a intenção nenhuma de separar os pombinhos, apesar de achar nojento essa coisa de um homem comendo o cu do outro. Mas, esse namoro vai ser muito lucrativo pra mim.
_ Como assim lucrativo pra você?
_ Você pergunta demais, docinho.
A princípio Sônia estranhou o fato do filho está namorando o garoto que agrediu. Depois, pensou que Ivan estando apaixonado ficaria mais vulnerável a sua chantagem. Já que não ia querer que Victor descobrisse a verdade.
Renato já estava farto de ficar entre o amigo e a amante. Ele era apaixonado por Sônia, tinha um tesão muito forte pela mulher. Queria tê-la como mulher.
_ O Ivan sabe sobre nós.
_ Eu não acredito que você contou pra ele! Você tá maluco, Renato?
_ Eu não contei. Ele me disse que sempre soube e não falou nada para o Raúl para poder me proteger.
_ Que merda! Ele não tinha que saber! Agora como você vai espionar?
_ Meu amor, nós estamos juntos há tanto tempo. Eu tenho uma condição financeira estável. Agora que sabemos que o Ivan sabe sobre nós, creio que podemos oficializar a nossa relação. Eu não quero mais viver as escondidas. Quero ser o seu marido.
Sônia deu uma gargalhada, deixando Renato espantado.
_ Tá louco, Renato? Você meu marido? Ponha uma coisa nessa sua cabecinha, homem para pôr uma aliança neste lindo dedinho aqui, tem que ser no mínimo um grande milionário. Coisa grande mesmo, nada de renda avaliada em um ou dois milhões. É do Raúl Matarazzo para cima.
_ Eu não sou nenhum morto de fome. Sou muito bem remunerado na empresa do seu filho.
_ Bem remunerado?_ Sônia gargalhou inclinando a cabeça para cima._ Você chama esse seu salário chinfrim de vinte e cinco mil reais de boa remuneração? Amor, isso não paga nem os meus vestidos.
_ O que eu sou pra você hein, Sônia? Você está me humilhando, me chamando de pobretão, mas adora quicar na minha pica.
_ É isso mesmo. Eu gosto muito da sua pica. Ela é deliciosa e me faz gozar. Eu sou foda na cama e te dou muito prazer. É assim que se resume a nossa relação: sexo gostoso.
_ Eu não vejo dessa forma. Eu te amo.
_ Ah, não, Renato! Eu tô louca de tesão e você aí com papo brochante de amor. Cale a boca e me foda.
Sônia o beijou esfregando a vagina no membro do executivo, o deixando louco de tesão.
Quando soube da demissão do pai, Felipe concluiu que se tratava de uma vingança de Ivan e ficou louco de ódio.
Para aliviar o estresse, convidou Gael para ir ao bar com ele. Planejava ir em seguida para um motel com um empresário.
Luíza se aproximou da porta do quarto de Gael e ouviu a conversa picante entre os dois e ficou triste. Voltou para o seu quarto para assistir TV.
Ela sempre fora apaixonada por Felipe. Contudo, não era bonita como o irmão e por isso nunca despertou o interesse do rapaz.
Luíza não era uma feiosa, mas não tinha sensualidade, usava o óculos e não tinha uma bunda carnuda e a barriga levemente avolumada. O único atributo interessante que possuía era os seus lindos cachos castanhos claros.
Gael entrou no quarto da irmã para pedir um perfume emprestado e se espantou ao vê-la chorando.
_ Luíza, me empresta aquele seu perfume que... você está chorando?! O que houve?!
A moça enxugou as lágrimas.
_ Nada.
_ Não minta pra mim. Eu não vou sair daqui até você me contar.
_ Se ficar plantado aí vai perder o seu encontro com o seu namoradinho.
_ Eu não tô entendo a sua ironia.
Nervosa, a moça se cansou de guardar segredo.
_ Eu gosto do Felipe!
_ O quê?!
_ É isso mesmo, Gael! Eu sou apaixonada por ele.
_ Não! O Felipe não é pra você.
_ Por que não? Por acaso eu não sirvo para ele por que não sou bonita e gostosa como você é? Eu sei disso. Eu sou uma idiota mesmo de ter alguma esperança.
_ Não! Você é linda!
_ Ah, para Gael!
_ É verdade! Você é linda, é inteligente, generosa, sensata... Você é maravilhosa. E o Felipe é um filho da puta que come geral. Não tem responsabilidade afetiva com ninguém. Eu não quero que ele te machuque.
Gael abraçou a irmã e beijou a sua testa.
_ Eu te amo tanto. Você é a minha vida. Por que não me disse antes que gostava do Felipe? Se eu soubesse não teria ficado com ele.
_ Olha, o Gael rejeitando sexo por minha causa!
_ Eu rejeitaria o homem mais gostoso do mundo só para evitar o seu sofrimento. Você vale muito mais do que qualquer pica e cu gostoso. Me desculpe?
_ Não tem do que te desculpar. Eu também te amo, Gael.
Os dois se abraçaram.
_ Eu não vou mais ficar com ele. Mas, não quero te vê triste. Vamos ao bar conosco?
_ Ah, nem pensar. Eu nem fui convidada.
_ Você vem sim. Ponha a sua melhor roupa, faça uma bela make e vamos. Daqui a pouco, eu te chamo.
No bar, Felipe relatou para os amigos sobre a demissão do seu pai.
_ Gente, o Ivan não tem escrúpulos mesmo! Primeiro prejudicou o emprego do Gael, agora teve a coragem de fazer essa maldade com o seu Ernesto que não fez nada pra ele! É de dar nojo!
_ É isso que mais me irrita, ele ter mexido com o meu pai. Mas, isso não vai ficar assim. Esse playboy não perde por esperar.
_ Bem-vindo ao clube das vítimas do senhor Ivan Matarazzo._ Gael disse erguendo o copo de shop.
_ Eu tenho pena do Victor. Tão bonzinho, nem sabe que está lidando com uma cobra.
_ Pena de quê? Esse tal de Victor é uma bicha sonsa. Traiu o Gael para dar o golpe do baú no Ivan.
_ Eu nem quero ouvir falar no Victor.
_ Tá com dor de corno, né Gael?_ Felipe perguntou rindo._ Você todo se achando que os dois estavam brigando por ti e no final estão fodendo e te deixaram de lado.
_ Cala a boca, Felipe.
_ Quer saber? Vou zoar com a cara desse babaca do Ivan. Me envia aquela foto que você e o Victor estão se beijando na praia. Vou enviar para o embuste. Ele vai ficar puto.
Gael sorriu gostando da provocação e enviou a foto.
_ Ah, gente! Pra que essa babaquice? Puxa, e se o Ivan ficar com raiva e descontar no Victor? Vocês sabem que ele é ruim. Isso é sacanagem!
_ Que desconte! Aquela bicha interesseira e traíra merece se foder. _ Gael disse sorrindo.
_ Pronto, enviei. Eu queria ser uma mosquinha só para vê a cara de puto do Ivan vendo essa foto.
_ Que maldade! _ Luíza disse balançando a cabeça negativamente.
O sorriso de Felipe se desfez ao vê uma mulher de cabelos escovados e com corte chanel entrando no bar. Ela tinha os lábios finos e delicados pintados de vermelho, seus belos olhos azuis estavam contornados por longos cílios postiços. A maquiagem realçava ainda mais a sua beleza.
Ela caminhava com elegância em cima dos seus saltos altos, vestindo um vestido justo de estampa de onça, que valorizava as suas curvas e nas mãos trazia uma bolsa louis vuitton.
Hipnotizado de desejo, o jovem se levanta indo em direção à ela, deixando Luíza triste por ver o homem que ama atraído pela sua tia.
Sônia sentou no banco do balcão do bar e pediu um Martini.
_ Dois, por favor. Por minha conta.
Sônia olhou para o lado para verificar de quem era aquela voz masculina que queria lhe pagar uma bebida. O seu ego se envaideceu ao vê se tratava de um jovem de corpo atlético, pele clara e cabelos cacheados castanho claro.
A mulher devolveu o sorriso de um jeito sensual.
_ A madame não se incomoda se eu pagar uma bebida?
_ Já vou logo avisando que depois de bêbada eu fico bem alegrinha.
_ Opa! É assim que eu gosto! Adora fazer a alegria das mulheres bonitas ! Prazer, Felipe.
O rapaz esticou a mão para cumprimentá-la. Sônia mordeu o lábio inferior. E segurou na mão dele.
_ Sônia Matarazzo.