Capítulo 28
As nuvens cinzentas anunciavam uma tempestade a caminho. Temendo ficar presa numa rua alagada, Andréia decidiu que não iria à faculdade naquele fim de tarde.
Optou por ir para a casa descansar depois de horas exaustivas de trabalho na loja.
Ficou muito feliz ao encontrar Victor sentado no sofá de casa. O menino estava repleto de sacolas com a família em volta.
Ao vê a mãe entrando pela porta, Victor sorriu tão feliz por finalmente poder matar a saudade. Fazia duas semanas desde que se mudou para a casa de Ivan. Sempre que ia à sua antiga casa, não via Andréia, já que ela saia cedo para trabalhar e só retornava as vinte e três horas depois das aulas na faculdade.
O menino se atirou nos braços da mãe.
_ Mamãe! Que bom te ver!
Ambos beijaram-se nas faces.
_ Oh, meu amor! Eu estava morrendo de saudades de ti. Como você está? Olha pra você! Tá mais lindo. Bem vestido. Com a pele boa.
_ É obviamente que ele está com a pele boa, está transando direto. Você deveria fazer o mesmo, Andréia.
Victor ficou envergonhado com as palavras do tio, corando a face.
_ Como você é desagradável, Adrian._ disse Andréia franzindo o cenho._ O que são todas essas sacolas?
_ São presentes pra vocês.
_ Filho, você teve coragem de pedir o Ivan para comprar tudo isso? Ele vai pensar que somos interesseiros.
_ Relaxa mãe, eu comprei com o meu dinheiro. O Ivan decidiu me dá uma mesada e também deixou o cartão de crédito comigo.
_ E o cartão de crédito teve limites para tudo isso?
_ Cartão de crédito de rico é sem limites._ Paulo disse sorrindo olhando para uma garrafa de uísque que ganhou de presente do neto.
Além dos presentes, Victor havia entregado aos avós uma quantia de oito mil reais para ajudar nas despesas da casa. E quis dar cinco mil a Andréia, mas ela recusou.
_ Mãe, eu posso ajudar vocês. Você já fez tanto por mim. Me deixe retribuir?
_ O que eu fiz por você foi por amor e obrigação. Você não me deve nada.
Mesmo com muita insistência, Victor não conseguiu convencer a mãe a aceitar o dinheiro, mas ficou satisfeito por conseguir que ela aceitasse os presentes.
Andréia perguntou se o filho estava frequentando o colégio e ele confirmou.
_ Ivan queria me mudar de colégio para um desses de rico, mas como estamos na reta final e eu vou ficar lá mesmo.
Andréia também soube que Victor havia ganhado uma BMW de presente do noivo, e que o mesmo havia contratado um segurança/ motorista.
_ Você está sendo vigiado? Isso é um pouco estranho.
_ Não tem nada de estranho, mãe. O Ivan disse que a cidade anda muito perigosa, que é para a minha segurança.
_ Não seja chata, Andréia. Gente rica anda com segurança. _ disse Paulo.
_ O Ivan não anda com segurança, pai.
_ Eu adorei a ideia do meu Vitinho ter segurança. Ou você já esqueceu que quase o mataram? Eu já gostava do Ivan e agora sabendo que ele está cuidando de ti eu gosto mais ainda._ disse Roseli, beijando o rosto de Victor.
Com as palavras da madrasta, Andréia se sentiu aliviada.
_ Vamos logo para o mais importante: você está feliz, coração?
_ Muito, mãe! Ivan é maravilhoso! É claro que temos as nossas briguinhas, mas nada grave. Coisas de casal.
Roseli havia feito estrogonofe de frango para o jantar, prato favorito de Victor.
Depois do jantar, recebeu uma ligação de Ivan chamando -o para ir embora.
Andréia convidou o filho e o genro para um churrasco que daria no sábado na hora do almoço.
_ Assim eu posso matar a saudade sem pressa._ disse Andréia dando um beijo de despedida no rosto do filho e ficou assistindo admirada Victor entrar no carro.
Sentado na cama, vestindo apenas uma cueca Ivan digitava no celular, quando sentiu os lábios de Victor beijando as suas pernas. O loiro estava nu, com os cabelos molhados. Havia acabado de sair do banho e cheirava a sabonete.
Ivan pôs o celular de lado e acariciou os cabelos do amado, enquanto ele subia chegando ao seu membro, beijando por cima da cueca. Duro, Ivan esfregou a cabeça de Victor no seu pênis.
O loiro levou a boca até a barriga do moreno, enquanto retirava a sua cueca. Levou-a até os pés, olhando-o com um olhar e sorriso safado.
Dominado pelo tesão, Ivan não resistiu e puxou Victor para si o beijando, acariciando as nádegas brancas e macias do noivo.
O loiro gemia enquanto era beijado. Para excitar ainda mais Ivan, ele esfregava a bunda no pau do moreno, deixando Ivan totalmente vulnerável ao seu poder de sedução.
Deslizou a língua pelo queixo, pescoço, tórax e barriga até chegar no seu objeto de desejo, onde pôs a sua boca macia e úmida iniciando o sexo oral.
O empresário gemia e mordia o lábio inferior, revirando os olhos, movimentando os quadris. Sentia as mãos frias de Victor massageando os seus testículos, ficando ainda mais excitado.
_ Caralho! Vou gozar.
Victor retirou a boca e prosseguiu a masturbação no parceiro com a mão enquanto o beijava, sentado em seu colo, fazendo Ivan gozar.
O loiro acariciou o rosto do amado. Trocavam carinhos pelos olhares meigos que travavam entre si.
_ Amorzinho, a minha mãe nos convidou para almoçar sábado. Vai ter um churrasco lá em casa. Nós vamos, né?
_ Eu estava pensando em te levar ao clube no Sábado. Mas, vai ficar para a próxima. Vamos sim ao churrasco.
"Mas! Eu exijo que você pare de chamar lá de sua casa. A sua casa agora é aqui."
_ Ok, senhor Matarazzo.
Victor o beijou segurando as suas faces.
_ Vai ser até bom. Porque eu preciso falar com a minha sogra.
_ Eu posso saber o conteúdo desta conversa?
_ A sua mãe cursa Direito, não é? Então, quero oferecer a ela um estágio na construtora. Eu não acho justo uma mulher tão inteligente e esforçada como ela perder tempo naquela loja.
_ Oh, meu amor! Você faria isso pela minha mãe? Você não sabe o quanto isso me deixa feliz. Você é tão generoso.
_ Eu quero ajudar a sua família, porque sei que eles são importantes pra você. Vê esse sorriso lindo e esse brilho nos olhos me faz me sentir tão bem. Eu amo te vê feliz.
_ Eu te amo tanto.
Ivan beijava os ombros de Victor, acariciando a suas nádegas.
_ Você assim todo lindinho, cheirosinho e peladinho no meu colo tá me dando um tesão.
_ É mesmo, safado?_ Victor deu um leve tapinha no rosto de Ivan, que sorriu._ Tá esperando o que para me comer?
_ Vou fazer isso agora.
Com um beijo longo, o casal inicia mais rodada de prazer.
O sábado estava ensolarado. A fumaça do churrasco pairavam no ar deixando um aroma delicioso que despertava fome em todos.
Enquanto os outros estavam reunidos comendo e bebendo na parte externa da casa, Ivan convidou Andréia para entrarem e ficarem a sós.
A princípio, a mulher ficou preocupada pensando que poderia ter acontecido algo ao seu filho. Contudo, ela recebeu espantada a proposta para ocupar uma vaga de estagiária no setor jurídico da Construtora Matarazzo.
Ivan temia que a sogra recusasse, assim atrapalhando os seus planos, mas para a sua alegria ela aceitou agradecida.
_ Ivan, eu não tenho palavras para te agradecer por isso e, principalmente, por tudo que de bom que tem feito ao meu filho.
"A princípio, eu temia que ele ficasse depressivo devido ao que aconteceu, mas graças a esse amor que ele sente por você e que é correspondido a recuperação está sendo cada vez mais eficiente. Muito obrigada, de verdade."
_ Eu faço qualquer coisa pela felicidade do meu Victor. É como se fôssemos um só. Se ele está triste, eu também fico, se está feliz eu também fico feliz. Victor é a minha vida.
"Mas, falando do estágio. Eu gostaria de te dizer que assim que chegar na empresa procure pelo diretor executivo Renato. Somente a ele. Pois, será a pessoa responsável por te instruir no que for necessário. E se acontecer qualquer coisa que te desagradar, pode vir falar diretamente comigo."
_ Quando eu começo?
_ Quando você quiser.
_ Não precisa passar pano pra mim por ser a sua sogra. Eu prometo ser uma boa profissional. Digna da sua confiança. Jamais vou me aproveitar do fato de ser a sua sogra.
_ Gostei de vê. Comece na terça-feira. Assim você pode usar a segunda para pedir demissão no seu outro emprego e resolver a sua vida. Esteja no escritório às nove da manhã. Tranquilo pra você?
_ Está ótimo. Muito obrigada mais uma vez.
Todos receberam com a alegria a notícia do estágio de Andréia. Para comemorar, Paulo decidiu a abrir uma das garrafas de Uísque que ganhou de presente de Victor.
Discretamente, enquanto todos estavam distraídos, Ivan convidou Adrian para ir a um canto da casa.
Adrian achou que Ivan queria fazer alguma surpresa para Victor, mas se surpreendeu.
_ Então, eu preciso muito da sua ajuda e da sua discrição também.
_ Pode dizer, querido. Protejo segredos tão bem como uma senha.
_ A empresa Matarazzo preza pela boa aparência dos funcionários. É algo que é tradição desde a época do meu avô e eu não sou um homem de quebrar tradições. Não me leve a mal. Não que eu ache que a Andréia se vista mal...
_ Pode ser sincero. Ela tem umas roupinhas tão simplizinhas que chegam doer os olhos. Apesar, de amar a minha irmãzinha, eu concordo que o look dela não está a altura da Matarazzo.
_ Pois é. Eu gosto muito da minha sogra e não quero que ela seja alvo de comentários maldosos. Mas, ao mesmo tempo não quero ofendê-la. Daí é que vou precisar da sua ajuda.
"Como você é um cara elegante e de bom gosto..."
_ Sério?!_ Adrian perguntou sorrindo.
_ Com certeza. _ mentiu Ivan._ Eu gostaria que você levasse a Andréia a uma loja para comprar algumas peças do estilo formais, elegantes, mas não seria demais. Algo jovial... como se fosse para um encontro.
_ "Um encontro?!"
_ Sabe como é, né? As mulheres costumam caprichar nos encontros. É como se fosse o mesmo capricho.
_ Ah, sim. Entendi.
Ivan retirou da carteira algumas notas de cem e duzentos reais e entregou a Adrian.
_ Nossa! Tem muito dinheiro aqui.
_ Mixaria. Como você está me fazendo esse favor, aproveite e compre algumas peças para você também.
Adrian adorou a missão que recebeu e as vantagens que tirou da situação.
_ O problema é que ela vai estranhar eu ter tanto dinheiro.
Ivan pôs a mão no ombro de Andrian e disse:
_ Você é um cara inteligente. Há de inventar uma boa história.
Sério, Renato emtrou no escritório de Ivan. Ainda não conseguira superar as humilhações de Sônia. Fazia dias que não a via. Bloqueou a mulher das redes sociais e Whatsapp, e também recusou todas as ligações dela. O que deixou Sônia furiosa. Não por ter algum sentimento por Renato, mas porque odeia ser rejeitada.
Apesar de ignorá-la, Renato ainda se sentia atraído por Sônia. Sentia falta da sua presença, do seu corpo, da sua voz e dos momentos quentes que tiveram. Contudo, ele estava tão exausto emocionalmente que não tinha a intenção de revê-la.
_ Mandou me chamar, Ivan? Algum desabafo pessoal ou é assunto profissional mesmo?
_ A sua cara tá péssima. Trate de melhorar isso. O assunto é profissional mesmo. A minha sogra estuda Direito e ofereci a ela um cargo de estagiária aqui na empresa. Mas, eu quero que o salário dela seja compatível ao dos advogados profissionais, não quero que ela seja alvo de exploração como fazem com os estagiários e que aqui seja um excelente ambiente de trabalho para ela.
_ A que ponto você chegou? Se tornou um puxa saco de uma velha suburbana só para agradar o namorado.
Ivan sorriu por Renato achar que Andréia era velha.
_ Ela começa amanhã e eu quero que você a receba e a instrui.
_ Eu?! Você tá louco? Eu sou o diretor executivo. O meu cargo nada tem a ver com o setor jurídico. É melhor um dos advogados fazer isso. Pode ser a doutora Carla. Ela trabalha aqui há tanto tempo.
_ Eu sei. Mas quero que você faça isso. Leve-a para almoçar. Mas nada muito sofisticado para não espantar a Andréia, ela não está a acostumada a luxo.
_ E onde devo levar a coroa? Ao botequim para comer um PF? Você me disse que o pai dela trabalha com isso.
_ Deixe de ser irônico, Renato. Um restaurante normal no shopping. Um restaurante japonês é uma boa. Ela adora.
_ Ivan, por que eu?
_ Sem questionamentos, Renato. Faz o que eu estou mandando.
O empresário entregou o seu cartão cartão de créditos ao amigo.
_ Use-o e me devolva assim que pisar na empresa.
_ Engraçado é que eu estudei muito na graduação, nas pós, sou fluente em inglês e espanhol, me dedico há anos a está empresa para acabar como babá da sua sogrinha. A que ponto cheguei?
_ Ah, deixe de ser reclamão. Olhe pelo lado positivo, você vai comer de graça.
_ Oh, que "vantagem". Comida é algo escasso na minha vida.
_ Você ainda vai me agradecer.
_ Eu vou é trabalhar isso sim.
Renato saiu da sala. Ivan girou a cadeira e acendeu um cigarro na boca e tragou-o, libertando a fumaça com a cabeça erguida para cima.
Andréia retocava o batom no banheiro da empresa. Pelo espelho de dois metros, que cobria a parede, ela se admirava com o vestido novo. Era preto e justo, valorizando as suas curvas. O decote era tinha um toque de sensualidade, era em formato quadrado mostrando muito pouco dos seus seios. O cumprimento era uns dois centímetros acima dos joelhos.
Pelo gosto dela seria outro modelo, mas simples e mais barato. No entanto, Adrian exigiu que fosse aquele. Ela estava nervosa para o seu primeiro dia de trabalho.
Refletiu por alguns segundos sobre o quanto lutou para chegar até ali: as noites mal dormidas porque tinha que fazer alguma atividade da faculdade, o quanto estudou para ser aprovada no vestibular, o quanto se esforça para obter boas notas e mesmo fatigada do trabalho assiste as aulas lutando com o sono.
Estar ali, mesmo como estagiária, era para ela a realização de um sonho.
Ergueu a cabeça e respirou fundo, tomando um golpe de coragem para dar início a uma nova fase da sua vida.
Pelos corredores admirava em silêncio e discretamente o ambiente amplo e sofisticado da Construtora. Caminhava elegante em cima dos saltos. Portava consigo, além da bolsa, uma pasta contendo os documentos necessários para a sua contratação.
Aproximou-se de uma das secretárias, que estava parada diante de uma porta, olhando para uns papéis em suas mãos.
_ Boa tarde. Eu me chamo Andréia Oliveira. Eu gostaria de falar com o doutor Renato.
_ Pois, não. Quem gostaria?
_ Eu sou a nova advogada estagiária.
A secretária a olhou com desdenho pela ousadia de uma estagiária se sentir no direito de falar com um funcionário de um dos mais alto cargo.
_ Você não gostaria de um tapete vermelho ou uma taça de champanhe?
Andréia se irritou com o deboche da mulher, mas prefiriu se conter para não causar uma má impressão no primeiro dia.
_ O meu genro Ivan Matarazzo me disse para procurar pelo doutor Renato.
A secretária ficou assustada com a revelação. Assim como Renato, imaginou que a sogra do patrão fosse bem mais velha e muito menos bonita.
_ A senhora me desculpe. Eu sinto muito pela brincadeira. Eu sou Rebeca, a secretária do doutor Renato, muito prazer.
Andréia cumprimentou balançando a cabeça. Por dentro, estava satisfeita em ver a secretária debochada se sentindo temerosa.
_ Eu vou anunciar que a senhora está aqui. Sente-se. A senhora quer alguma coisa? Um café ou uma água?
_ Não. Obrigada.
_ Só um minutinho.
Rebeca anunciou a Renato a chegada de Andréia. Ele revirou os olhos para cima, irritado por ter que interromper o trabalho para dar atenção a uma estagiária por causa de um capricho de Ivan. Era ele. quem deveria puxar o saco da sogra e não usá-lo para isso.
Renato tinha a intenção de ser o mais breve possível no atendimento e dispensá-la o mais rápido possível.
_ Mande-a entrar.
_ Sim, senhor.
Andréia entrou com cautela. Não queria causar má impressão ao chefe. A porta foi aberta pela secretária.
_ Bom dia.
_ Bom dia. Sente-se._ disse Renato sem olhar para ela, escrevendo em alguns papéis.
A loira sentou enfrente a Renato. De primeira, o achou bonito, bem vestido com o seu terno Armani e cabelos lisos, curtos, bem alinhados, negros com alguns fios grisalhos. E para completar, ela amou sentir o aroma do seu perfume.
_ Bom, apesar de não ser advogado o Ivan me...
Assim que os seus olhos castanhos escuros miraram o belo rosto de Andréia, Renato se viu encantado pela mulher. Os seus cabelos louros soltos e sedosos ocupavam o pescoço. As sobrancelhas erguidas sobre os belos olhos verdes contornados com um belo delineado e uma sombra rosê.
Ele pensou se tratar de algum engano e sorriu, a deixando confusa.
_ Acho que está ocorrendo um engano aqui.
_ Como assim?
_ Bom, eu esperava a mãe do Victor e me mandaram a irmã.
Andréia sorriu envergonhada com a discreta cantada que recebeu.
_ Eu comecei muito cedo.
_ Com nove anos?
_ Não! Eu tinha quatorze quando o Vitinho nasceu. Mas, não me arrependo não. O meu filho é o melhor que me aconteceu na vida.
_ Agora está explicado.
_ O quê?
_ De onde Victor herdou tanta beleza.
A loira abaixou o olhar tentando disfarçar o gosto de receber o elogio. Renato temeu tê-la constrangido.
_ Me desculpe. Eu só quis ser gentil. De nenhuma maneira quero que se sinta constrangida.
_ Está tudo bem.
Para poder passar mais tempo com ela, Renato além de explicar sobre o estágio, a levou para conhecer todos os setores da empresa. Anunciou que iriam almoçar juntos. Com medo dela pensar se tratar de um assédio, ele deixou bem claro que era a pedido de Ivan.
O almoço foi no melhor restaurante do Shopping. O objetivo de Renato era impressioná-la.
Com medo de cometer alguma garfe por não conhecer os pratos do menu, Andréia pediu o mesmo que Renato.
O que se iniciou como uma conversa profissional, aos poucos, foi ficando mais pessoal. Renato falou sobre a sua vida, dizendo que era viúvo há muitos anos, falou sobre o carinho que tem por Ivan e para agradá-la, disse que gostava muito de Victor.
_ Você o educou muito bem. Esse menino é uma pessoa incrível. O Ivan melhorou muito como ser humano depois de conhecer o seu filho.
_ O meu filho é um amor. E o senhor, doutor Renato? Tem filhos?
_ Não tenho. Infelizmente, não tive a oportunidade. E vamos trocar o senhor por você e nada de doutor Renato. Pode me chamar só de Renato.
Ele a ouvia falar admirado pela sua beleza, o som da sua voz e o seu sorriso tímido e safado ao mesmo tempo. Andréia, ao poucos, foi se sentindo mais a vontade para falar da sua vida e muitas coisas que incluía a sua rotina.
Durante o expediente, ambos pensaram um no outro. Andréia se sentiu muito atraída pelo executivo como a tempos não se sentia por homem algum. Contudo, quis dissipar o desejo por achar que um homem como ele jamais se interessaria por alguém como ela.
O executivo se viu louco de desejo pela mulher. Lembrou dos seus seios rígidos que observou discretamente. Sentiu-se atraído pelos lábios finos e delicados de Andréia, que se assemelhavam aos do filho.
No final do expediente, Renato procurou por Andréia para a oferecer uma carona para a faculdade. Feliz, ela aceitou o convite.
Chegando a porta da faculdade, ambos se olharam sorrindo, desejosos um pelo outro.
_ Está entregue. Espero que tenha uma boa aula.
_ Muito obrigada, doutor...digo Renato. O senhor foi muito gentil comigo.
_ Quando que esses lindos lábios vão parar de me envelhecer? Eu sei que você é bem mais nova que eu, mas me chamar de senhor doi, né.
_ Ah, me desculpe. Eu sou muito atrapalhada. E você não está nada velho. Ainda está, como diz meu pai: "Na flor da idade. "
_ Que nada. Eu tenho cinquenta e quatro anos.
_ E desde quando isso é velho?
_ Você está sendo gentil.
_ Estou sendo sincera.
Os olhares se encontram e o desejo era transmitido por eles. Renato despertou nela o desejo adormecido, que queimava o seu corpo.
Mesmo temeroso, Renato acariciou o rosto da mulher, que fechou os olhos para sentir o toque da sua mão macia sobre a sua pele.
_ Você é uma mulher encantadora, Andréia. Eu nem sei como explicar o que eu estou sentindo neste momento.
_ Não explique. Me beije.
Renato fechou os olhos e a beijou. Os corpos se uniram num abraço.
_ Eu nem sei o que dizer. _ Andréia disse sorrindo.
_ Diga sim ao meu convite para jantar.
_ Sério?
_ Sim. Você é uma mulher maravilhosa. Eu quero muito te conhecer. Quero um momento só nosso. Pode ser amanhã a noite?
Andréia ficou pensativa. Durante a semana, teria provas na faculdade e não poderia faltar.
Explicou a ele a sua situação acadêmica e o executivo sugeriu para que o encontro fosse Sábado a noite. Ela aceitou. Trocaram números de telefone e com um beijo molhado se despediram.
Enquanto Victor e Virgínia jogavam vídeo game na sala de cinema, Ivan foi até o escritório para ligar para Renato. Estava curioso para saber como foi o primeiro encontro dos dois.
Para a sua alegria, Renato confirmou o que ele queria ouvir, que estava interessado por Andréia e que eles haviam se beijado.
_ Esse é o meu garoto! Arrasou, hein cara.
_ Eu vou levá-la para jantar no sábado. Como você tem bastante experiência com mulheres e a conhece, bem que poderia me dar umas dicas.
_ Olha só quem fala. Tu é veterano de guerra que eu sei. Mas, o que tenho a te dizer é que ela não vagabunda como a Sônia e muito menos ambiciosa. O jeito é você chegar comendo pelas beiradas, não se mostre oferecendo mundo e fundos que Andréia é como o filho, orgulhosa. Deixe ela falar, se sentir a vontade contigo.
_ Eu gosto dela. Ela é meiga, divertida, inteligente e muito linda. O único problema é a nossa gritante diferença de idade. Ela só tem trinta e um anos. É uma menina! Tem idade para ser a minha filha.
_ Mas não é. E ela não é uma menina. É uma mulher jovem, porém madura. Eu até que shipo vocês dois. Agora vê se dá um trato nela pra vê se a mulher pare de encher o saco do Victor.
_ Eu sabia que havia segundas intenções. Não seja ingênuo, Ivan. Ela nunca vai deixar o filho de lado por causa de homem nenhum. Você não entende nada de amor materno.
Renato se calou por um instante arrependido pelo que disse.
_ Me desculpe, eu...
_ Ah, Renato, pelo amor de deus. Eu odeio fazer o filhinho carente. Nunca foi do meu feitio. Eu não tenho a menor paciência pra isso. Agora, aproveite a noite. Quero saber detalhes, hein.
Ivan ouviu passos subindo as escadas correndo. Victor surgiu na porta.
_ Você não vem, bebê?
O empresário confirmou com o dedo polegar.
_ Renato, eu vou ter que desligar agora. Amanhã a gente se fala.
_ Falou.
Assim que desligou o celular, Ivan sorriu com as conquistas. A primeira era manter Andréia ocupada o suficiente para não perturbar a sua relação. Ele temia que ela causasse problemas no futuro. A segunda era ajudar Renato a se livrar de Sônia, já que não o agradava vê o amigo aos pés da megera da sua mãe.
_ Vamos, amor. As pizzas já chegaram.
O moreno se aproximou de Victor, o abraçou e o disse, em silêncio, que o amava, apenas usando o olhar e um toque carinhoso no queixo.
_ O que você acha deste?_ perguntou Andréia a Adrian usando um vestido coral com babado nas mangas.
_ Cruzes! Você está brega! Vai com este.
Adrian a entregou um vestido preto.
_ Mas esse é muito curto. Ele vai pensar que quero dar.
_ E não é o que a senhora quer?
A loira sorriu.
Depois de arrumada com vestido preto justo na cintura e folgado nos quadris, a mulher se olhava no espelho.
_ Uau! Você tá quase perfeita! Vem aqui para eu te fazer uma make.
Adrian amou o resultado.
_ Tá lindaaa! Arrasou!
_ Não tá muito exagerado,não?
_ Tá perfeita.
Victor entrou no quarto. Admirado, pôs as mãos no rosto, boquiaberto.
_ Mãe, Você tá lindaaaa! Vai sair?
_ Ela tem um encontro com um boy do trabalho. Rápida no gatilho._ disse Adrian piscando o olho, fazendo sinal de arma com a mão.
_ Hum! Gostei de ver! E quem é o sortudo?
_ Um dia eu te digo. Espere firmar a relação.
_ Misteriosa ela! Assim você me mata de curiosidade. Eu já vou. Ivan vai me levar à uma festa.
_ Vê se não vai meter os pés pelas mãos, Victor. Juízo.
_ Juízo digo eu.
O loiro a beijou no rosto.
Adrian entrou na sala gritando para Roseli e Paulo, que estavam sentados assistindo TV:
_ Senhora e Senhor, com vocês Andréia Oliveira Souza.
Ela entrou na sala tão feliz girando, enquanto Victor e Adrian batiam palmas.
_ Nossa! Mas você está linda!_ disse Roseli.
_ Eu quero só vê a hora que você vai chegar.
_ Ih, vô, pare de tratar a mamãe como se ela fosse criança. Parece até ela comigo.
_ Bom, gente eu vou chamar o UBER.
_ Não! Eu te dou uma carona. O Rogério leva a gente.
_ Você é um amor, filhinho.
Como um adolescente, o coração de Renato bateu acelerado ao vê-la entrando no restaurante. Sorriu admirado obsevando o sorriso dela.
Cavalheiro, puxou a cadeira para que Andréia pudesse sentar. Ela agradeceu com um beijo.
_ Então, o que a minha linda vai pedir?_ Renato disse segurando na mão dela.
_ Mais uma vez vou te deixar me guiar. Da última vez, você mandou muito bem.
Era a primeira vez que Andréia o via sem o terno e gravata. Ele usava uma calça bege uma blusa Polo azul clara.
O jantar foi muito agradável para ambos. Em seguida, Renato pediu uma garrafa de vinho. Conversaram sobre muitos assuntos agradáveis e sob o efeito do vinho riam muito.
No carro, os beijos iniciaram. Começaram pela boca, e em seguida ele beijava o pescoço da loira a deixando arrepiada.
_ Você vai para o meu apartamento.
_ Ah, não sei.
_ Por que não?
_ É o nosso primeiro encontro. O que você vai pensar de mim?
_ Que você é gostosa demais para que eu seja bobo de te deixar escapar.
Excitada, ela o beijou.
No quarto, a bala de hortelã que o executivo chupava se confundia com as suas línguas. As mãos que começaram timidas nas costas, percorriam os corpos: afagavam os cabelos, tocavam nas nucas provocando arrepios, percorrendo aos seios dela, a barriga dele até que finalmente tocavam os sexos.
Ela sentia o membro dele duro em suas mãos e ele sentia umidade da sua vagina.
Roupas foram retiradas e jogadas ao chão. A lingerie de renda preta cobrindo as intimidades dela, o deixava louco de tesão. As pernas da loira estavam moles. Os bicos dos meus seios se endureceram e deixei que a sensação estranha tomasse conta do seu ser.
As mãos dele correram para o quadril dela e, em seguida, para as suas coxas. Deitada na cama, sendo acariciada e beijada, Andréia abria as pernas cedendo ao desejo.
Renato gemia de tesão sentindo as unhas dela arranhando as suas costas. Ele se abaixou para beijar e sugar o líquido que se formava na vagina. Os arrepios pelos corpos aumentaram.
Pronto para alcançar o voo, Renato entrou dentro da mulher que tanto desejava. Os movimentos de quadris, levaram ambos à loucura. Gemidos, tapas no rosto e nádegas, múltiplas posições compuseram a melodia do prazer que guiavam os corpos dos amantes.
Em êxtase Andréia foi ao orgasmo como não ia há anos. Há muito tempo não se sentia tão mulher como naquele momento.
Perceber que levou uma jovem mulher ao ápice do prazer, resgatou em Renato o orgulho da sua masculinidade, que Sônia sugara como um vampiro. Satisfeito gozou urrando de tesão.
Após o sexo, beijos, abraços, elogios e carícias foram trocados pelo casal.
_ Você é maravilhosa! Que mulher é essa, meu deus!
_ Você também é incrível. Eu nem sei como ainda tenho fôlego.
_ Eu te quero, Andréia. Quero que seja minha e quero ser seu.
Feliz, a mulher o beijou.
O momento hot love do casal foi interrompido com o girar da fechadura abrindo a porta do quarto. Sobre eles pesaram os olhos malignos de Sônia.
_ O que você está fazendo aqui?_ perguntou Renato tentando cobrir o corpo de Andréia, que não entendia o que estava acontecendo.
Sônia tinha as chaves do apartamento de Renato. Cansada de ser ignorada, decidiu , depois de momentos de sexo selvagem com Felipe, ir até o apartamento de Renato cobrar satisfação. O porteiro não a deteve por ser acostumado com as visitas da mulher com frequência no apartamento.
_ Quem é essa piranha, Renato?