Ah! O Século vinte! Faz florescer o culto à ciência em todos os seus ramos; e aqui estamos …, meu nome é Adrian Levine e sou um terapeuta; formei-me em medicina e me especializei em psicanálise graças à influência do professor Freud e também Jung; com o passar do tempo aprimorei meu conhecimento, dedicando-me ao estudo do comportamento sexual humano; adepto da teoria de que a natureza humana consiste em uma razão imperfeita constantemente influenciada por desejos e sentimentos; e no campo dos desejos, sua índole sexual tem grande proeminência sobre o comportamento.
São quase oito horas da manhã e estou saltando do bonde em frente ao café Landtman situado no centro de Viena, cidade que adotei como minha desde os tempos de universidade; entro e Gustaf, o garçom vem ao meu encontro recolhendo meu casado e meu chapéu e me indicando a mesa de sempre; assim que me sento, ele me traz meu desejum matinal: pão brioche recheado de queijo e uma chávena de capuchino fumegante.
Termino a pequena refeição, pago e sigo para o edifício que fica do outro lado da praça onde tenho meu consultório, situado no terceiro andar. O ascensorista me cumprimenta já fechando as portas pantográficas e acionando a manopla de comando. Assim que entro no consultório, Martha, minha sempre fiel e verborrágica secretária me cumprimenta esbaforida.
Retribuo o cumprimento e sigo para minha sala, seguido por ela, sempre falante, trazendo seu bloco de anotações em uma das mãos e a agenda em outra; com lápis pendendo da orelha ela fala sem parar, me lembrando dos compromissos do dia, das consultas agendadas e tudo mais que puder desembuchar; já disse a ela que toda essa sua verborragia denota uma ansiedade sexual reprimida e que ela devia procurar saciar-se com um bom sexo oral …, sempre que digo isso, ela franze o cenho e exibe um olhar de desdém.
-Muito bem, Martha! – digo eu em tom mais elevado, tentando fazer com que se cale um pouco – Minha primeira consulta de hoje …, Sarah …, já chegou?
-Hã? Hum …, não senhor …, ainda não – respondeu ela empertigando a voz.
Assino os relatórios que estão sobre a mesa e vejo o cheque emitido pelo Senhor Weisemann, o marido de Sarah. “Pontual como sempre!”, penso eu enquanto endosso o documento para depósito. Entrego a papelada para Martha e peço que saia, pois preciso me preparar para receber minha primeira paciente; mais uma vez, ela franze o cenho enquanto se retira. Me livro do casaco e do chapéu, acendo um cigarro e me sento na confortável poltrona de couro marrom que está ao lado chaise longue, onde acomodam-se meus pacientes.
Poucos minutos depois, batem à porta; Martha a abre permitindo que Sarah entre; observo aquela mulher lindíssima e sempre fico pasmo: Sarah é uma judia cuja beleza não pode ser descrita com palavras!
Seu corpo esguio e cheio de sensualidade natural é a nota delicada que encerra a sinfonia de seu rosto cujo sorriso enlouquece todo e qualquer homem; os olhos azuis cintilam como estrelas em explosão e seus lábios finos parecem sempre convidar para um beijo lascivo e profundo. Durante as sessões com Sarah, descobri sua inclinação incomum para obter prazer através da dor.
A primeira vez tudo foi muito estranho e cheguei a pensar que ela podia apresentar um quadro de histeria sexual; com o uso da hipnose pude, finalmente, descobrir que se tratava de um comportamento desviante que não deveria ser reprimido, mas dependendo do ponto de vista, estimulado. E foi o que fiz.
-Bom dia Doutor Adrian …, devo me deitar – perguntou Sarah com sua voz fina e submissa.
-Não! Vamos iniciar logo nossa sessão! – respondi com rispidez – Dispa-se! Rápido!
Com o tempo eu aprendi as técnicas necessárias que permitem saciar a necessidade de Sarah; sem titubear, ela se despiu com movimentos sutis e olhares doces; ao vê-la, inteiramente nua, senti uma ereção aflorar dentro de minha calça; Sarah tinha seios lindos e perfeitos, cujos mamilos sempre intumescidos eram eterno convite a uma luxúria oral. Não esquecendo de sua vagina que ela trazia sempre depilada, mesmo contra a vontade do marido.
-O que o senhor quer que eu faça agora, Doutor? – perguntou ela em tom cabisbaixo sem me encarar.
-Venha até mim e ponha-se de joelhos – ordenei com tom enérgico.
Caminhando com provocante languidez, Sarah aproximou-se e pôs-se de joelhos entre minhas pernas. “Estou excitado! Sabes o que deve fazer? Ou precisas de um corretivo?”, perguntei em tom ameaçador.
-Creio que saiba, meu senhor …, mas, sempre é aconselhável um corretivo – respondeu ela em tom ansioso.
Inclinei-me sobre ela e segurei seu queixo com a ponta dos dedos; depois de um sorriso, mandei que abrisse a boca e cuspi dentro dela para, em seguida, beijá-la com profusão; eu podia sentir o corpo de Sarah fremir de excitação, demonstrando que precisava de mais estímulo. Afastei-me o suficiente para esbofeteá-la vigorosamente, deixando sua face avermelhada.
A reação foi imediata: Sarah teve um orgasmo! E foi de tal magnitude que seu corpo tremeu involuntariamente e um gemido explodiu em sua boca; inclinei-me mais uma vez e toquei sua vulva que estava quente e muito úmida. Ela sorriu para mim com certa hesitação; abri minhas pernas e apontei para a virilha.
Ela assentiu com a cabeça e pôs-se a abrir minha calça até expor meu membro rijo. “Estás esperando o quê, cadelinha? Vamos! Sorva-me!”, ordenei em tom ainda mais enérgico. Sarah exibiu um olhar combalido, mas também cheio de fascínio.
Sentir aquela boquinha engolir meu membro era algo divinal! Sarah premiou-me com uma suculenta felação, fazendo com que o instrumento rijo desaparecesse dentro de sua boca, reaparecendo logo depois todos lambuzado com sua saliva; ela repetiu o gesto por muitas vezes, enquanto sua mãozinha fazia carinhos em meus culhões enrugados, deixando-me à beira do êxtase.
-Chega! Pare com isso! Estou ordenando – rosnei a certa altura, envidando esforços para novas perspectivas – Cadela! Fique de costas e sente-se sobre mim! Rápido, não temos o dia todo!
Sarah não vacilou, obedecendo ao comando e oferecendo sua vagina para meu deleite; em poucos minutos, ela gingava seu traseiro sobre mim com sua greta engolindo e cuspindo meu membro com movimentos cada vez mais veementes e profundos. No instante em que pressenti um orgasmo se avizinhando em meu corpo, me preparei para uma reação rápida.
Levantei-me abruptamente, fazendo com que Sarah caísse no chão; fiquei sobre ela e ordenei que se voltasse para mim; me pus de cócoras e emiti nova ordem; Sarah começou a me masturbar, enquanto eu punha a mão para trás e bolinava sua vagina. “Gostas disso, vadia? Sei que sim! Vais gozar para mim, compreendeu?”, sussurrei ainda com energia.
-Sim! Sim, meu senhor! – murmurou ela, continuando a me masturbar e tremelicando em descontrole – Ai! Ai! Meu Senhor! Meu orgasmo! Ele …, ele …, ele …, Ahhh! Uhhh!
Sarah atingiu seu ápice usufruindo de um orgasmo múltiplo que varria seu corpo em ondas que pareciam não ter mais fim …, ao mesmo tempo, sua manipulação surtiu o efeito desejado e eu ejaculei volumosamente sobre seu rosto e seus peitos, ainda ouvindo seus gemidos e suspiros prolongados. Seu corpo tremia descontrolado e dominado pelas ondas de prazer que a açoitavam deliciosamente; ver Sarah contorcendo-se de prazer também me deixava em estado de êxtase indescritível! Ao final de tudo, levantei-me e apontei para ela a direção do lavabo para que se limpasse. “Não se esqueça! Os peitos permanecem lambuzados!”, informei em tom autoritário.
Enquanto se recompunha, Sarah guardava um olhar de gratidão sem proferir, no entanto, uma palavra sequer. “Terminamos por hoje, Doutor?”, perguntou ela assim que viu-se recomposta.
-Sim, por hoje, sim – respondi estendendo-lhe um envelope – Estas são as instruções para hoje a noite na presença de teu marido …, se tudo correr como espero …, essa foi nossa última sessão …, boa sorte, Sarah e seja feliz!
Pedi a Martha que enviasse outro envelope para o senhor Weisemann com instruções detalhadas, que ela atendeu de pronto. Alguns dias depois, um estafeta veio até o consultório portando correspondência do marido de Sarah. Dentro um cheque polpudo e nominal acompanhado de um bilhete lacônico escrito apenas “muito obrigado”. Endossei o cheque e pedi a Martha que providenciasse seu depósito.