Esse capitulo é todo narrado por Erick.
Quando Tales disse que faria a operação, eu criei esperanças. Assim que voltamos pra casa depois do acampamento, Tales passou quatro dias conversando com advogados sobre o dinheiro que sua vó havia deixado pra ele.
Logo depois de se acertar com os advogados, ele foi ao hospital e marcou a cirurgia. Ele parecia nervoso quando voltou do hospital, então eu e o Ivan fizemos nosso melhor para acalmar ele.
Dava pra ver que a ansiedade estava tomando conta dele e conversei com o Ivan pra saber oque fariamos para ajudar-lo.
Ivan: podiamos dar um cachorro pra ele, vi no face que dogs ajudam a aliviar a ansiedade - ele fala enquanto via as coisas da faculdade.
Eu: otima ideia, vamos comprar um cachorrinho então - pego a chave do carro do Tales.
Ivan: oque agora ? - ele me olha com espanto.
Eu: sim agora, ja que o Tales esta dormindo, ai podemos fazer uma surpresa.
Ivan: eu tenho que revisar as coisas aqui, ja estou acabando - ele volta a olhar os papéis.
Eu: vou sozinho então, ai quando eu der o cachorro pra ele vou dizer que é o filho meu e dele - saio do nosso quarto que alias só usavamos pra estudar, já que sempre dormiamos com o Tales.
Quando estava saindo do Ap ele vem correndo.
Ivan: sabe posso deixar pra depois as coisas da faculdade - ele fica vermelho e evita de me olhar.
Eu: vamos logo.
Fomos até um petshop e na hora que entrei me apaixonei por um gatinho que tinha ali, era um vira lata muito lindo com olhos heterocromaticos como os meus e os pelos cinzas.
Chamo o atendente e peço o gato, mas ele diz que já foi doado e que o homem que iria levar ele fim de semana. Cara me decepcionei na hora, que o atendente falou que ele havia sido doado.
Ivan por outro lado estava babando nós cachorros que tinha ali, até que uma pitbull filhote chamou atenção dele.
Ivan: Ei Erick, esse pitbull não lembra o Tales - ele sorri ao ver a pitbull.
Vou até ele e vejo uma cadelinha linda demais, ela possuia o mesmo olhar que o Tales.
Ivan: queremos ela - ele fala com o atendente.
Atendente: vou pegar os documentos de adoção, enquanto isso vocês podem ir vendo os brinquedos pro dog de vocês e as caminhas - ele sorri e vai até o balcão.
Meia hora depois haviamos comprado tanta coisa para a cadelinha que a atendente deu um enorme sorriso.
Atendente: desculpa perguntar, mas vocês são um casal ?
Eu: Não so dividimos o mesmo namorado, bem futuro namorado - digo com orgulho e um enorme sorriso.
Atendente: como assim.
Eu: um pouco complicado, mas o Ivan explica - dou um soquinho no braço dele.
Ivan: simples, uma semana é dele, e outra minha.
Atendente: nossa que exotico, o namorado de vocês deve ter muita sorte.
Ivan: porquê acha isso ?
Atendente: é bem óbvio, vocês dois são super gatos.
Ivan fica sem graça com o elogio.
Eu: nós que temos sorte por ter ele - sorrio.
Atendente: como ele é - ele começa a passar as coisas.
Ivan: ele é doce e amargo as vezes, tem um bom coração e quando vejo ele sinto que estou completo.
Eu: ele é perfeito pra mim, carinhoso e mandão, Meio bipolar a maioria das vezes e muito bom na cozinha.
Ivan: verdade ele cozinha muito bem.
Atendente: e como se conheceram ? - ele da os papéis para assinarmos.
Eu: amizade de infância, foi crescendo e já viu né.
Atendente: bem raro, mais fico feliz por vocês.
Ele sai de trás do balcão e vai em direção a onde a cachorrinha estava.
Atendente: é a primeira vez que ouço algo assim, mas da pra ver que vocês estão perdidamente apaixonados.
Ivan: i como.
Saimos da petshop e fomos pra casa, no caminho compramos pizzas para comermos mais tarde.
Chegando em casa o silêncio reinava, fomos até o quarto do Tales que ainda dormia e colocamos a cachorrinha perto do rosto dele.
A cochorrinha vai direto lamber ele, o acordando.
Tales: oque é isso - ele abre os olhos e dá de cara com a cadelinha.
Ivan: sua nova inquilina - ele se senta na beirada da cama e faz carinho no cabelo do Tales.
Tales se senta também e começa a dar risada, e a brincar com ela.
Ivan: eu disse que um dog ajudaria - ele se sente vitorioso.
Eu: qual nome você vai dar pra ela ?
Tales: não tenho um nome em mente, mas ver ela me deu uma alegria enorme do nada.
Ivan: eu chamaria ela de Talesinha.
Tales: tá de brincadeira né?
Ivan: estou claro - ele tenta não olhar pro Tales, mas tava na cara que ele tava falando sério.
Tales: Esperança, esse vai ser o nome dela - a cachorrinha pula quando ele da o nome a ela.
Ivan: otimo nome, mas acho que Talesinha é melhor
Eu: ela não podia ter um nome melhor - pego a mão do Tales e na mesma hora a Esperança começa a morder minha mão, mal chegou e já quer o Tales só pra ela.
Tales: ela é tão fofa - ele beija a cadelinha e eu fico com ciúmes do dog.
Eu: veja ela como nossa filha - beijo a testa do Tales.
Ivan: a filha de nós três.
Tales: ta vendo esperança, você tem dois papais.
Tales muda sua expressão de alegria para de dor e seu nariz começa a sangrar, aquilo me deixa em desespero e faz meu coração acelerar.
Eu e o Ivan ligamos pro Médico na hora e ele disse para levar o Tales para lá.
Levamos o Tales e ele fez uma série de exames, o médico disse que Tales tinha agora entre dois porcento de sobreviver a cirurgia.
Ouvir aquilo foi pior que levar uma facada, meu peito doia demais e a minha esperança de viver uma vida longa com ele diminuiu.
Tales teve que ficar no hospital por mais dois dias, e quando ele voltou estava claramente abatido.
Ele tentava fazer o possivel pra parecer forte na minha frente e na frente do Ivan, mas ver ele se esforçando para parecer bem só piorava a dor no meu peito.
Nunes, começou a ficar em casa pra ajudar o Tales ja que as dores de cabeça dele pioravam e quase sempre ele chorava de dor. Ele tinha medo de algo acontecer com o Tales quando ninguém estivesse em casa.
Conversei com o Ivan e decidimos parar a faculdade pra ficar com o Tales nesses dias difíceis.
Ivan: pode voltar pro trabalho Nunes - ele fala enquanto comíamos.
Nunes: nem, a gay precisa de mim e vou ficar ao lado dela.
Eu: eu e o Ivan conversamos e resolvemos parar a faculdade e cuidar do Tales até ele melhorar.
Nunes: vocês estão em época de prova, fazer isso é loucura - ele cruza os braços.
Ivan: mais louco é você parar de trabalhar pra ficar em casa.
Nunes: é diferente, Tales é pra mim meu irmão mais novo.
Eu: tem razão é diferente, pois o Tales é pra nos nosso futuro namorado.
Nunes: sabe que to vencendo nessa discussão né ?
Ivan: você volta a trabalhar, eu e o Erick cuidamos do Tales - ele se levanta e vai para o quarto do Tales.
Eu: nem adianta discutir, quando colocamos algo na cabeça é difícil alguém tirar.
Nunes: ai ta bom mas vocês também não vão perder a faculdade, vou dar meu jeito - ele se levanta e vai pro quarto dele
Dois dias depois minha mãe apareceu em casa com o Lincon e varias malas, ela havia ouvido a situação pelo Nunes. Ela disse que ficaria pra cuidar do Tales para que pudéssemos nos focar nos estudos.
Mãe: vou cuidar dele, assim você, Ivan e Nunes podem continuar com suas obrigações.
Eu: não precisa fazer isso mãe - me sento no sofa.
Mãe: filho não estou fazendo isso só por você, Tales também é alguém especial pra mim - ela se levanta e coloca a mão no meu rosto.
Eu: ta bom - respiro fundo.
Ivan: mais não quero que faça isso de graça, vou pagar cem reais a diaria.
Mãe: Ivan não precisa disso.
Ivan: tia se abriu mão do seu serviço pra vir, nada mais justo que ser paga como compensação.
Mãe: não precisa.
Eu: ela ja se decidiu mãe, desiste.
Os dias foram passando e já no final do mês o Tales sentiu tanta dor que acabou se cagando. Não senti nojo dele ou algo do tipo, apenas peguei ele e fui no banheiro. Eu e o Ivan começamos a dar banho nele que estava chorando de dor. Ele evitava nós olhar enquanto o banhavamos, conhecendo o Tales aquilo foi humilhante para ele.
No dia seguinte minha mãe foi conversar com a puta da mãe do Tales, que ao ficar sabendo do estado dele já acionou os advogados pela herança. Ela não foi ver ele em nenhum unico dia e isso me deixava muito puto, pois ela era ainda a mãe dele e podia ter um pouco de consideração.
Tanto eu como o Ivan estavamos ficando esgotados não por cuidar dele e sim por ver ele sofrer, sempre que podiamos choravamos escondidos do Tales, ele estava sofrendo tanto e não podiamos fazer nada.
Tales uma hora surtou comigo e com o Ivan, dizia que era pra nós dois irmos embora, ele disse que estava cansado de ver eu e o Ivan sentir pena dele, coisa que nunca senti.
Mas dava pra entender o surto dele, pois na cabeça dele, ele ia morrer e estava nós levando juntos. Ele só não entendi que queríamos estar ao lado dele de qualquer forma.
Um dia antes dele ser enternado, Ivan se senta na cama ao lado do Tales que dormia feito um anjo depois de tomar una remedios.
Ivan: até que a morte nós separe - ele olha pro Tales dormindo e beija seu rosto.
Erick: até que a morte nós separe - beijo a testa do Tales.
Me levanto da cama, pego uma garrafa de bebida na cozinha e vou pra sala beber. Fico ali sozinho, pensando em como não podia fazer nada. Havia me preparado a vida inteira para nada e isso me deixava puto demais.
Ivan: posso me juntar a você - ele aparece na sala.
Eu: claro.
Ivan: hoje ele passou o dia brincando com a Esperança - a dog vai em direção a ele.
Eu: eu sei a mãe me contou.
Ivan: ele vai sair dessa Erick ?
Eu: não sei Ivan, mas tudo que eu quero é que sim.
Nunes: nem convidam pra beber - ele aparece na sala com os olhos vermelhos de tanto chorar.
Eu: senta ai
Nunes: é amanhã que começa o tormento - ele ri e bebe direto da garrafa.
Ivan abaixa a cabeça.
Nunes: depois de ele sair dessa, vou bater tanto na gay por me fazer passar por isso.
Eu: eu seguro ele - bebo.
Bebemos até amanhacer. Tomamos banho e levamos o Tales para ser internado, nesse dia não podiamos ficar com ele no quarto não entendi o porque, No dia seguinte ele estava com cabeça raspada, brinquei com ele que a cabeça dele era feia pra cacete e ele forçou um risada e mostrou o dedo do meio. Nesse dia ficamos ao lado dele fazendo o possivel pra ele rir e se divertir.
No dia seguinte, quando finalmente chegou a hora da operação, Tales entrou em desespero. Não podia julgar ele, já que as chances dele era extremamente baixas. As unicas escolhas dele era morrer na mesa ou morrer com o pouco tempo que tem.
Tales: por favor Erick me leva embora - ele implorando pra mim fez meu coração quebrar de vez.
Eu: e-eu não posso - falar essas palavras me doeu muito.
Tales: Ivan por favor, eu não quero morrer, eu não quero mais fazer a operação - ele segura a mão do Ivan.
Nunes: ai Gay, eu não consigo - ele olhou bem pro Tales e depois saiu chorando.
Tales: por favor eu imploro eu não quero mais, eu não quero Ivan, eu não quero Erick ! - ele chorava sem parar implorando pra nós, meu peito tava doendo tanto por ver ele assim.
Tales: eu não quero morrer, POR FAVOR.
Ivan: chega vou te tirar daqui - na hora que ele ia se aproximar do Tales o Paulo e a minha mãe segurou ele.
Ivan devia estar quebrado como eu, podiamos perder de vez Tales, mas se não deixássemos ele ir ia ser pior pra ele que iria morrer sofrendo.
Tales: EU VOU MORRER!!! SE EU FOR, eu vou morrer - chorava sem parar.
Eu me aproximo dele e seguro sua mão.
Eu: você não vai morrer Tales, eu te prometo que você não vai morrer - beijo a testa dele e saio da sala.
Medico: vamos pra sala de cirurgia.
Tales: NÃO, NÃO, EU NÃO QUERO, EU NÃO QUERO ME DEIXA IR EMBORA POR FAVOR - comecei a me debater.
Ver Tales implorando pra ir embora partiu meu coração, nunca pensei que iria me sentir tão impotente do jeito que me senti. Eu passei minha vida toda me preparando pra ficar ao lado dele e protege-lo. E no final não consigo fazer nada além de chorar ao ver ele daquele jeito.
Soco a parede do hospital com tanta força que um corte se abre. A dor da ferida não era nada comparado com a dor que eu sentia por dentro.
Os enfermeiros levam o Tales para sala de cirurgia, assim que passam por mim e eu consigo ver ele dormindo com cara de choro.
Me sento no chão e fico chorando.
Enfermeiro: ei garoto, sua mão esta sangrando - um enfermeiro que sai da sala do lado vem em minha direção.
Eu: deixa sangrar, eu preciso disso.
Enfermeiro: é melhor cuidarmos disso.
Eu: Caralho meu, ta surdo me deixa assim - grito com o enfermeiro.
Minha mãe sai da sala e ao me ver chorando vem em minha direção.
Mãe: fica calmo Erick, Tales é forte e você sabe melhor isso do que ninguém.
Eu: não pude fazer nada mãe, eu só consegui prometer que ele ia sair de lá vivo, eu fui cruel.
Mãe: e ele vai sair vivo filho.
Eu: e se ele não sair - quando digo isso sinto um golpe no meu rosto que me faz cair no chão.
Ivan havia me socado com força.
Ivan: se vai falar merda é melhor ficar calado Erick, o Tales vai sair dessa - ele me olha com raiva por ter susposto que ele morreria.
Enfermeiro: se acalma vocês dois ou vou pedir para removerem vocês do hospital - ele fala calmo, e depois vai pra sala e pega algumas coisas pra fazer curativo.
Eu: disse que não preciso disso - olho pro enfermeiro.
Enfermeiro: mas se não fizer o curativo, vai ter que ir embora pois não vai ficar sujando o hospital todo com seu sangue.
Ele faz o curativo e depois vai pra outra sala. Paulo sai do quarto respirando fundo e limpando as lagrimas.
Paulo: vou ver como o Nunes esta - ele tenta se manter no controle e consegue.
Ivan: vai lá - ele fala com os braços cruzados.
Mãe: Erick, Ivan vem comigo.
Ivan: pra onde ?
Mãe: so me sigam.
Ivan: ta bom - ele a segue.
Olho pros dois indo, respiro funto me levanto e a sigo.
Ela nós levou para a capela do hospital, assim que ela entra faz o sinal da cruz.
Erick: rezar não vai me ajudar mãe.
Mãe: você não sabe disso Erick, as vezes pedir um milagre é tudo oque podemos fazer.
Ela se ajoelha e começa a orar, sem falar nada o Ivan se ajoelha ao lado dela e ora junto.
Eu: palhaçada, se alguém realmente ouvisse a gente o Tales não estaria na mesa de cirurgia agora.
Mãe: tudo na vida tem um motivo Erick, tudo na vida tem concerto e eu sei que quem estiver lá em cima vai ajudar o Tales.
Ivan: prefiro acreditar em um milagre do que apenas não fazer nada - ele olha para a imagem do santo.
Sai de perto deles e quando estava perto da sala de espera eu vejo o Nunes abatido, paulo fazia o possivel pra consolar ele.
Resolvo não falar com eles e deixar eles no canto deles, já que todos estavamos abatidos.
Uma hora se passou e em minha cabeça ouvia o choro do Tales, ouvia ele implorando pra ir embora.
Minha mente estava a milhão e eu não sabia oque fazer.
Saio dali e resolvo ir em direção ao bar que ficava em frente ao hospital, e assim que entro a primeira coisa que peço é uma maria mole.
Viro de uma vez e respiro fundo.
Garçonete: pasando por um momento difícil ?
Eu: difícil é pouco - olho pro copo vazio
Garçonete: pelo jeito deve ser alguém importante na sala de cirurgia.
Eu: sim ele é.
Garçonete: quer falar dele ?
Eu: não - coloco a mão no rosto.
Garçonete: as coisas são difíceis, mas sempre melhora - ela sorri e enche meu copo
Eu: não pedi outra dose - olho pra ela.
Garçonete: é por conta da casa, afinal pela sua cara você ta precisando.
Pego a segunda dose e viro ela toda.
Eu: você acredita em milagres ?
Garçonete: pode si dizer que sim, ja vi várias pessoas que dizia ter recebido um milagre - ela sorri.
Eu: entendi - pago e saio do bar.
Volto pra sala de espera e la as horas pareciam decadas, minutos pareciam dias e segundos horas. A espera estava me matando, foi quando resolvi ir a capela do hospital.
Sozinho ali eu resolvo pedir por um milagre, pedi que pudesse ver o Tales sorrindo novamente e sendo chato comigo, pra ele fazer as loucuras que só ele fazia.
Fiquei ali na capelinha por duas horas, eu chorava e implorava por um milagre.
Sai da capela e me sentei do lado do Ivan na sala de espera e por incrivel que pareça eu segurei a mão dele. Ivan estava se fazendo de forte mas eu sabia que ele estava como eu por dentro.
Foi um total de doze horas desde que Tales entrou na cirurgia. Ja estavamos todos apreensivos.
Quando o médico cirurgião aparece, sinto um gelo ma espinha e fico com medo do que ele ia falar.
Medico: vocês são a Familia do Tales Dominic ?
Ivan e eu: sim - ainda estavamos de mãos dadas
Medico: tenho uma notícia boa e ruim, qual querem primeiro - ele nós olha sério.
Ivan: a boa por favor - ele fala antes de mim.
Médico: o senhor Tales não corre mais risco e conseguimos remover o tumor completamente - Ivan suspira aliviado.
Aquelas poucas palavras tirarão um enorme peso das nossas costas.
Eu: e qual é a ruim ?
Médico: a ruim é que não sabemos quando ele ira acordar, ja que agora só depende dele, em casos como o dele pode demorar dias, meses ou talvez até anos.
Mãe: anos - ela susurra
Ivan: podemos ir vê-lo ?
Médico: claro mais só posso permitir três por vez.
Nunes: vai eu, Erick e Ivan - ele se levanta.
O medico nos leva em direção ao quarto onde o Tales estava e ao ver ele dormindo meu coração se acalma. Seguro uma mão dele enquanto o Ivan segura outra.
Nunes: ai gay, você sobreviveu - ele sorri e se põe a chorar de felicidade.
Ivan: podemos ficar aqui esperando ele acordar ? - ele olha pro médico.
Médico: sem problemas, mas os outros familiares não vão querer ver ele também?
Nunes: vamos deixar a tia e o Paulo ver ele também, ai vocês voltam - Nunes fala com um sorriso no rosto.
Ivan: sim - ivan se levanta e sai do quarto.
Eu antes de sair beijo a testa do Tales.
Depois de todos ali verem o Tales, eu e o Ivan ficamos ao lado dele. Na primera semana eu só saia pra tomar banho e comer e depois voltava, ivan fazia a mesma coisa.
Na segunda semana, minha mãe me obrigou praticamente a voltar pra faculdade e terminar meu curso. Ela dizia que se ele acordasse e soubesse que larguei a facu por causa dele, ele ia me dar um pé na bunda. Concordei com ela pois Tales podia fazer isso mesmo.
Eu saia da faculdade e ia pro hospital essa era minha vida, Ivan cuidava da Esperança sempre que ia em casa. Eu comecei a fazer a faculdade na parte da tarde e ele na parte da noite para que pudessemos sempre ficar com o Tales.
Certo dia, quando estava indo pra casa tomar banho, Ivan me ligou e pediu pra mim comprar ração. Passei na mesma petshop que pegamos a Esperança e quando olho para a vitrine vejo o gato vira lata ainda lá.
Entro na Petshop.
Atendente: olha quem esta aqui - ele sorri ao me ver.
Eu: oi.
Atendente: como posso te ajudar ?
Eu: vim comprar ração pra Esperança.
Atendente: vou pegar a ração.
Eu: esse gatinho não ia ser adotado ? - pergunto antes dele ir pro fundo.
Atendente: ele foi, mas trouxeram ele de volta já que não se adaptou com os outros gatos.
Eu: posso adotar ele - olho pra ele e depois pro gatinho que me olhava de maneira que fazia meu peito derreter.
Atendente: claro que pode, vou preparar os papeis.
Não demorou muito e estava indo para casa com o Gatinho que dei o nome de "Dom".
Dom de Dominic
Chegando em casa eu apresentei ele pra Esperança e para minha surpresa os dois se deram bem. Coloquei comida para eles e tomei um banho.
Sentei na mesa da cozinha e fiquei vendo as fotos do celular, praticamente toda minha galeria de fotos era só o Tales. Após ver as fotos e imaginar ele acordando, me deito na sala e fico brincando com o Dom.
Contei tudo sobre o Tales para o pequeno Dom, ele ficou deitado no meu colo prestando atenção em cada palavra.
Paro quando Ivan entra em casa.
Ivan: tava falando com quem ? - ele coloca as chaves na mesa.
Eu: com o novo integrante da família - mostro o Dom pra ele.
Ivan: adotou um gato ?
Eu: não é um rato, se ta vendo igualzinho um rato - falo ironicamente.
Ivan: bom ele tem seus olhos, tenho certeza que o Tales vai gostar dele - ele sorri e vai em direção ao banheiro.
Quatro meses dele dormindo e ainda nada de acordar, eu e o Ivan já havia feito amizade com todos do hospital, percebi que as visitas do Nunes haviam diminuido para uma visita a cada quinze dias. Mas não reclamei afinal, ele tinha a vida dele para gerir.
Sete meses e o Tales continuava dormindo, era Natal e eu e o Ivan levamos um Dvd pro quarto do dele e passamos nosso Natal assistindo filme ao lado dele. Ninguém mais dos amigos dele vinha o visitar, era apenas eu e o Ivan que continuávamos ao lado dele.
Eu: feliz Natal - olho pro tales e seguro sua mão.
Ivan: Feliz Natal - ele se põe a chorar enquanto segura a mão dele.
No Ano novo assistimos os três filmes do shrek que o Tales amava e depois o bendido Frozen que o Ivan pediu.
Quando deu um ano do Tales dormindo, Ivan teve que ir resolver assuntos com a família dele. Parecia que os problemas eram sérios, eu havia entrado no ultimo ano da faculdade e resolvi me focar nos estudos, mas mesmo assim visitava o Tales todos os dias.
Não sabia o porque mais o mundo estava se tornando preto e branco pra mim, as pessoas para mim pareciam sem cor, o céu azul parecia um cinza frio. Quanto mais dias passavam mais as coisas iam perdendo as cores ao meu ver.
Teve momentos que as vezes eu cogitava comigo mesmo que ele nunca acordaria, que ficaria ali dormindo para sempre. Mas fazia o possivel para tirar essas ideias da cabeça.
Um ano e meio dele dormindo e nada mudou, Ivan voltou e estava com muita esperança. Ele disse que Após resolver as coisas com a famila dele, ele foi atrás de pessoas que tinham historias parecidas com a do Tales e que na maioria delas no fim tiveram um final bom. Disse pra ele não me dar esperanças, mas ele me ignorou totalmente.
Ivan: ele prometeu Erick, então sei que ele vai acordar.
Fiquei em silêncio e olhei pro Tales e depois pro Ivan.
Ivan: ele vai acordar eu sei, ele vai acordar porque eu preciso dele.
Eu: nós precisamos - sorrio.
(Dois anos de coma do Tales)
Enfim hoje faz Dois anos que o Tales esta dormindo, contínuo a visitar ele mas agora não com tanta frequência. A mãe do Tales expulsou todos do apartamento dizendo que ia vender já que o filho dela nunca ia acordar.
Ela e o advogado do Tales tiveram a maior briga judicial e no fim a mãe do Tales ganhou apenas o apartamento. Era pouco perto da fortuna que Tales havia herdado de sua vó.
Enfim tinhamos apenas alguns dias para desocupar a casa, Nunes foi morar com o Paulo.
Eu e o Ivan alugamos uma casa com dois quartos, Sala, banheiro e cozinha. A casa era perto do hospital, acho que quatro quadras de distância.
Nessa altura o mundo ja estava completamente sem cor pra mim.
As unicas coisas que me alegrava nesse mundo era o "Dom" e a "Esperança". Não sei o porque mais em um mundo sem cor, apenas os dois pareciam ter cor.
Enquanto guardava minhas coisas em uma caixa para a mudança, vejo um envelope com meu nome e do Ivan. Era uma carta do Tales.
×PARA MEU AMADO IVAN E ERICK×
SE ESTÃO LENDO ESTA CARTA É PORQUE NÃO ESTOU COM VOCÊS, POIS SE TIVESSE ESSA CARTA JA ESTARIA QUEIMADA E ENTERRADA.
S2
NÃO POSSO DIZER O COMO DEVE ESTAR SENDO DIFÍCIL PRA VOCÊS DOIS, MAS POR FAVOR SIGAM EM FRENTE. AMO OS DOIS E POR AMA-LOS QUERO QUE SEJAM FELIZES.
NÃO DEIXEM QUE MINHA FALTA OS SEPAREM NOVAMENTE COMO A SUA MÃE ERICK ME CONTOU. EU PODIA SER CHATO MAIS FUI MUITO FELIZ COM OS DOIS.
ME PERDOA IVAN POR NÃO CUMPRIR MINHA PROMESSA, EU CHORO SÓ DE PENSAR NA RAIVA QUE VOCÊ FICOU DE MIM KKKKKKK.
SABE O TEMPO QUE FICAMOS JUNTOS NÃO FOI MUITO E EU SÓ DEI TRABALHO PRA VOCÊS DOIS, MAS OLHANDO PRA VOCÊS EU SOU GRATO.
o papel estava com marcas de lagrimas.
ACHO QUE NÃO CONSEGUI FALAR ISSO ENTÃO VOU DIZER POR AQUI, EU TE AMO ERICK E EU TE AMO IVAN. ENTÃO COMO UM ULTIMO PEDIDO DESSE FANTASMINHA AQUI, CONTINUEM SUAS VIDAS E SEJAM FORTES.
ERICK OBRIGADO POR ME AMAR A VIDA TODA, NEM SEI OQUE DIZER COMO ME SENTI QUANDO SUA MÃE ME FALOU ISSO, SÓ SEI QUE FIQUEI FELIZ.
IVAN OBRIGADO POR SER MEU PROTETOR E MEU CARINHA SÉRIO, MEU PÉ NO CHÃO.
BOM É ISSO, OBRIGADO AOS DOIS POR ME AMAREM E CUIDAREM DE MIM.
× DE TALES DOMINC, PARA ERICK E IVAN ×
Filho da puta de Tales penso em lagrimas. Paro de arrumar minhas coisas e levo a carta pro Ivan que ao ler se levanta e sai de casa. Vou atrás dele e encontro ele chorando em um parque onde Tales amava ficar.
Eu o abraço e ele me abraça de volta.
Ivan: quando ele acordar a primeira coisa que eu vou fazer é brigar com ele, por ter escrito algo tão besta.
Eu: é meu amigo, vou fazer o mesmo - passo a mão em seus cabelos.
Depois de embalarmos tudo nos mudamos para a casa nova, Dom e Esperança amaram a casa ja que havia um quintal grande pra brincar.
Tanto eu como Ivan começamos a crescer financeiramente, se o Tales acordasse eu poderia cuidar dele sem problemas.
Eu: acorde logo Tales, por favor - olho para o céu.
Ivan: sei nao, mas acho que essa mania de falar sozinho ta ficando estranha - ele me entrega uma cerveja.
Eu: estava em meu momento de reflexão por favor - bato na perna chamando o Dom pra deitar no meu colo.
Ivan: quando o Tales acordar ele vai ficar surpreso com o quanto crescemos - ele sorri.
Eu: verdade hein tu deixou até a barca crescer pra parecer mais machinho - sorrio.
Ivan: e você encheu seu corpo de tatuagem só porque ele curte.
Eu: sinto que logo ele acorda.
Ivan: eu também sinto isso.
(TRÊS ANOS APÓS O TALES ENTRAR EM COMA)
Acordo de Noite com um sonho estranho, havia sonhado com a vó do Tales. No sonho ela falava que se eu não corresse ia perder o despertar dele.
Me sento na cama e vejo a Esperança que estava do meu lado cheirando a foto do Tales, coisa que ela nunca fez. Achei que não era nada, mas minutos depois vejo o Ivan todo arrumado passar no corredor. Me levanto e vejo ele pegando as chaves do carro, ele havia passado perfume e tudo.
Eu: onde tu vai a essa hora ?
Ivan: pro hospital, tive um sonho com a vó do Tales me dizendo pra mim ir ver ele - ele sorri empolgado
Eu: eu também tive o mesmo sonho - olho ele assustado.
Esperança pegou o retrato com a foto do Tales e trouxe até mim. Assim que pegueu a foto ela começou a latir e a abanar o rabo.
Ivan olha pra mim e eu olho para ele, e não podia ser coincidência nós dois termos o mesmo sonho e a Esperança agir desta maneira. Na mesma hora corremos pro hospital, eu nem havia trocado de roupa, estava com samba canção, camisa e chinelos.
Quase que não me deixam entrar no quarto do Tales, mas como tinha amizade com todos lá, eles abriram uma exceção.
Quando chegamos no quarto do Tales, eu peguei uma mão dele e Ivan pegou a outra.
Passamos a noite acordados segurando a mão dele, Ivan dormiu mas não soltou a mão do Tales. Quando ia me levantar já sem esperanças sinto a mão do Tales apertar a minha e só por sentir isso meu coração dispara.
Eu: Ivan acorda, ivan - chamo o Ivan que levanta a cabeça e senti sua mão sendo apertado pelo Tales.
Ivan: isso é real ? - ele abre um sorriso.
Tales se mexe na cama e bem devagar abre os olhos, a cada milimetro que seus olhos foram abrindo o mundo foi se colorindo cada vez mais, ele pisca varias vezes e depois olha pra mim pro Ivan. Ver ele acordando me encheu de emoção, cara não segurei as lagrimas.
Ivan: Obrigado vovó - ele olha pro teto.
Tales: q-qu-que vo-vovó ? - ele parecia com dificuldade pra falar.
Eu: BEM VINDO DE VOLTA BELA ADORMECIDA - beijo sua mão.
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Capítulo 6.... Fim