“E foi assim que o Leão se apaixonou pelo cordeiro”
“Seja bem vindo aManaus”.
Essa era a placa em que o carro de meu pai está passando agora, com uma população de quase 4 milhões de habitantes, uma cidade que está sempre dívidas em duas estações! Quente de derreter e frio de congelar os ossos.
Até parece que o Sol amava aquela cidade, bem, eu não me apresentei ainda, que falta de educação a minha.
Eu me chamo Richard Solace, um jovem de seus 16 anos que foi colocado na mala a força, colocando no avião e posto no dispache para a cidade onde meu pai morava.
Morei sempre com minha mãe desde do divórcio aos 7 anos de idade e não lembrava muito da fisionomia de meu pai. Eu sempre achei meu pai mais durão do que todos os outros pais, mas o que ele acharia de uma rapaz que estava escondendo um segredo que ele não aceitaria?
Sou um rapaz de cabelos negros como a noite, encaracolados e olhos negros, lábios finos e vermelhos com uma pele parda e ombros largos, mesmo sendo alto, ainda era um pouco magro demais.
O carro de meu pai poderia ser um gol preto, mas o velho passava pela cidade como se fosse uma Touro, seus olhos castanhos e barba por fazer o deixavam mais jovem do que era.
Ele estava ouvindo seus bregas, enquanto eu tentava ler alguma coisa e aumentava até ficar mais surdo do que era em meus fones.
Manaus tinha mudado até demais desde de que me lembrava. Papai poderia ser um funcionário do distrito, porém ele sonhava alto e jogava todas as apostas comigo! Por ser seu único filho e ainda por cima ser bom em programas de informática.
“Como foi a viagem? - Soltou o velho olhando ainda paras as ruas, me fazendo retirar os fones para responder.”
“Bem, poderia ser bem pior. Mas foi muito bom. - Respondi sem ânimo algum. Não queria está ali, estava indo bem na escola que minha mãe tinha posto.”
Sair do Rio de Janeiro e ter que vim mora com meu pai, foi algo que não gostei desde do início. Eu tinha meus amigos, tinha uma vida e estava concorrendo a um estágio para o jovem aprendiz na Apple. Mas por causa de meu velho e seu problemas. Tive que vim pra ajudar.
A família do meu pai era desanimada e ele tinha brigado com todos para poder ajudá-lo nessa hora. A sorte que ele tem WhatsApp e ligou para minha mãe.
Encarei novamente meu livro que estava devorando a dois dias, O príncipe cativo me deixou tão apaixonado por aquele romance que floresceu ideias em minha mente.
“Ainda está tomando seus remédios? - Perguntou meu pai preocupado e pegando em minha mão.”
“Estou sim. - Mexi em meus remédios que estavam no bolso da camisa.”
Manaus estava em seu tempo chuvoso e o frio era de bater os dentes. Ainda faltava pelo menos uma hora até chegar a casa de meu pai.
“Então piorou o contínuo o mesmo? - Perguntou meu pai novamente preocupado com minha situação.”
Olhei pra frente e respirei bem fundo, eu estava bem, era o que eu dizia sempre para mim na frente do espelho, só que não era verdade, minhas mãos estavam tremendo novamente e cruzei meus braços para esconder de meu pai.
“Estou sim, ainda estava fazendo terapia. - Suspirei cansando tentando fechar aquele assunto ali mesmo.”
“E o terapeuta pelo menos era bom? Porque meu filho, eu ouvi sua mãe…”
“Papai, está tudo bem. Eu estou bem, faz anos que não me dar mais crise alguma. Eu estou bem…”
Meu pai parou num sinal vermelho e seus olhos focaram em mim, pedi aos deuses pra que o sinal verde fosse aberto logo, para continuarmos aquilo, mudasse de assunto o quanto antes.
O sinal verde abriu e meu pai viu que a conversa não sairia mais nada e correu pela rua.
Chegamos na casa de meu pai, uma casa simples de dois andares, ele saiu do carro e abriu a garagem nas pressas devido à chuva. Ele voltou e colocou o carro na garagem, assim que ele abriu a porta, vi que tinha melhorado a casa.
Uma mesa de centro com jornais, bem à frente de uma tv grande, um sofá de três lugares da cor beje esteva com suas almofadas. Uma escada ao lado esquerdo levava para o segundo piso, logo em seguida, ia para um quarto onde ele colocou para ser um escritório pessoal, e a segunda porta ao lado era um depósito, a sala de jantar que dava para cozinha, e um banheiro social bem ao lado. E logo atrás o quintal. Com uma varanda e mais embaixo um pé de manga enorme cobrindo quase o teto da casa.
O segundo andar tinha os dois quarto num corredor, o piso era de azulejo azul antiderrapante como no chão da sala e da cozinha. As paredes eram em um laranja por do sol.
“Vou levar minhas malas para cima papai. - Disse abrindo a porta que levava para o segundo andar.”
“Não quer ajudar? - Gritou meu pai tirando a roupa molhada.”
“Não, melhor não.”
Rapidamente virei a chave e levei as malas para cima e quando abri meu quarto eu quase caio para trás, estava da forma como eu pedi há anos. Meu quarto era grande, com toda a parede pintada dos cavaleiros do zodíaco, o chão era todo cheio de tapete e algo que eu jamais que meu pai faria para mim.
A cama estava em cima de meu guarda roupa, era quase um beliche, a escada que levava para cima, em baixo tinha uma porta que dava para meu guarda roupa, ao lado dele tinha uma porta que levava para o banheiro, que era dividido pelo meu pai e eu, uma mesa grande e uma estante enorme para por meus livros. Um projetor que dava para a única parede branca que tinha, que eu poderia ver meus filmes sem problemas.
Era meu presente de aniversário até eu me casar.
Meu velho poderia ser tudo, mas ele fez algo que eu pedi e adorei aquilo. Guardei minhas roupa, coloquei meu PC gamer e fui atrás da vaga do estágio que eu tinha passado, se poderiam me transferi para Manaus.
Olhei para a foto que eu tinha guardado. Era o único beijo que tinha dado na vida, para um rapaz que eu tinha ficado na escola, ele era perfeito, mas tudo se rompeu quando tive que vim para essa cidade.
Ouço um barulho de algo caindo, e saio correndo do quarto e abro a porta, ouço que é lá de baixo e corro as escadas.
“Pai… Pai… Pai…”
A porta estava aberta da varanda, e corri para ver o que tinha acontecido, até eu esbarrar em algo duro e cair de costa no chão.
Abro meus olhos e vejo algo que jamais poderia em hipótese alguma perceber como era perfeito.
Estava um rapaz de mais ou menos seus 30 anos, de cabelos castanhos e sorriso branco a me olhar, seu rosto triangular e suas roupas molhadas colavam em seu corpo, ele era forte, deveria fazer academia e me encarou com ternura.
“Não sabia que o José tinha trago seu filho para cá.”
A voz do cara era grossa e suas mãos era imensas, muito maior do que meu pai, ele estendeu a mão, mas não levantei com sua ajuda.
Olhei a casa toda e pegue uma frigideira que estava em cima da mesa e apontei para ele.
“Ou você sai daqui ou bato em você. Um”
O cara me encarou franzindo o cenho e sorriu achando graça.
“Três”
Quando eu ia acerta o cara, meu pai tira a frigideira de minha mão e me encara como se eu fosse um perturbado.
Meu pai, eu encarei meu pai e o vi tão surpreso quanto eu, de pele morena e cabelos castanhos como seus olhos, de rosto triangular e severo, de corpo malhado e sensual. De voz grossa e falador de besteira nato. Eu o vim se reação pela primeira vez na vida.
“Jose? Não vai me apresentar seu filho?”
A voz do cara tinha congelado meu pai, como se eu não pudesse ter visto algo ou conhecido algo.
“Hey haaa…”
“Pai? Quem é ele?”
Encarei o cara que estava com uma chave igual do meu pai em sua mão, roupas molhadas e observei a mesa, tinha 3 pratos. Tentei pensar…
“Há meu filho, bem… ele é…”
“Prazer Richard, sou o esposo do seu pai. Quero dizer, seu padrastro.”
O rapaz me encarou e sorriu, dando a mão para um aperto.
Eu encarei ele, minha cabeça estava fritando com tudo aquilo, eu não sabia o que pensar, se eu estava feliz, aliviado, ou se tudo aquilo era efeito dos remédios que andava tomando.
Me belisquei várias vezes e quase me bato com a frigideira.
“Gustavo, não é assim que eu planejei falar para meu filho que…”
Papai começou a tossi, eu e Gustavo nos aproximamos rapidamente, já que meu velho apertou a cadeira ao se apoiar, a tosse estava piorando e um bolo de sangue saiu de sua mão.
“Cadê os remédios ? Onde está os remédios? - Disse quase me desesperando. - cadê essa porra de remedio?”
“Richard, calma. Está na gaveta do quarto do seu pai.”
Corri sem fazer perguntar para ele, assim que abro o quarto do meu velho, vejo roupas jogadas no quarto e sabe se lá o que mais. Corri para o criado mudo e peguei os frasco de remédios que encontrei. Quase quebro meu pescoço ao descer as escadas correndo e entrego com um copo de água para Gustavo.
O mesmo deu os remédios e forçou meu pai a beber a água, beijou sua testa e disse que tudo ficará bem. Assim que meu pai parou de tossi, escondi minhas mãos trêmulas nos bolsos da bermuda e tentei não guaguejar.
“O senhor está bem?”
“Estou sim filho, estou… eu quero que conheça Gustavo, meu esposo.”
Gustavo ainda estava molhado, mas seus olhos me passaram uma certo alívio e felicidade por eu está ali com ele.
“Seu pai sempre falou bem de você, e me desculpem por eu ter estraga a surpresa que ele faria para você. Ele preparou tudo, até uma certa conversa sobre. - Gustavo sorriu ao colocar meu pai no sofá. - Ele tem orgulho de você. Espero que a gente se deem bem.”
Meu pai era Gay? Meu Deus, eu estava achando isso um máximo, enfim poderia ser eu mesmo.
Gustavo foi tomar banho e sentei do lado do meu velho.
“Quando foi que o senhor descobriu gay? - A pergunta veio primeiro do que saber se ele estava bem mesmo. Minha curiosidade sempre falava mais alto.”
Meu pai me encarou e colocou sua mão em meus ombros.
“Eu sempre fui meu filho… só não sabia como jogar esses sentimentos para fora, encontrei Gustavo sendo meu enfermeiro, ele cuidou de mim, quando bati de carro e sempre ia me visitar com uma desculpas esfarrapadas…”
“Já vai contar mentira para ele? Você sabe que era você que estava correndo atrás de mim. Richard, ele foi até aonde eu luto Jiu-jítsus se matricular para fazer companhia e ter papo.”
Papai sorriu de uma forma cafajeste para Gustavo, mas logo se recompôs.
“Deu certo, estou casado a três anos com ele. - Gustavo sorriu bagunçados seus cabelos do banho tomado.”
“Porque que eu vim para cá então papai? Já que o senhor tem ele para cuidar de você?”
“Eu queria te contar tudo isso, que você fizesse parte dessa vida, que tudo fosse bom. Estou velho e me tratando. Não queria perder mais tempo com outras coisas. Você é meu filho, não posso deixar só sua mãe com você e eu nada.”
Naquele momento tudo poderia acabar, meu pai nunca tinha dito nada a não ser ligações rápidas e etc, eu estava feliz. Porque sabia que eu poderia ser quem eu realmente fosse….