Capítulo 59
Da saída do elevador, Andréia ouviu os gritos vindo do seu apartamento. Chateada, revirou os olhos para cima e entrou em casa brava.
Encontrou Renato sentado no sofá tentando ler o seu livro, mas não conseguia se concentrar devido aos gritos da discussão que viam do quarto de Victor.
_ Boa noite, meu amor._ Ele disse ao ver Andréia e a beijou.
_ Esse inferno de novo?
Renato encolheu os ombros.
_ Você é só pode estar louco! Fica vendo chifre em cabeça de porco!_ gritou Ítalo.
_ Louco?! Deixe de ser cínico ! Você ficou dando mole para aquele cara na minha frente. E pior, na frente dos nossos amigos! Me humilhando!
_ Ah, pare de fazer drama! Eu só tava olhando e olhar não arranca pedaços!
_ Mas precisa olhar na minha frente?! E ainda teve aquele nude no seu celular que até hoje você não soube explicar! Às vezes, você some num fim de semana, não atende as minhas ligações, desliga a porra do celular! Eu não aguento mais as suas humilhações!
_Eu vou embora. Você é muito chatinho, bobinho e mimadinho! Você me cansa. A sua companhia só agradável quando está de boca fechada na cama.
_ Você não tem o direito de falar assim comigo! Eu sempre te tratei muito bem!
Ítalo revirava os olhos para cima debochando, deixando Victor tão nervoso ao ponto de ficar trêmulo.
_ Eu não sou acostumado a ser tratado desta maneira!
Ítalo o olhou com ódio.
_ O que você quer dizer com isso? Repete, se tu for homem! _ Ele disse fechando o punho.
_ Eu disse que não sou acostumado a ser mal tratado!
_ Você tá querendo insinuar que o Ivan era melhor do que eu?
_ Melhor eu não sei. Mas, nunca me tratou mal como você me trata, nunca me desrespeitou como você me desrespeita. Você faz grosserias comigo na frente de todo mundo! Flerta com os caras e não está nem aí se estou por perto. Aquele Ítalo romântico e gentil parece que não existe mais.
_ Tá com saudades do Ivan, seu desgraçado? Realmente, ele te tratava melhor do que eu. Te dando uma boa porrada na cabeça! É assim que você gosta de ser tratado? Como mulher de malandro?
_ Como você se atreve a falar assim comigo?! Você não tem esse direito!
_ Tenho sim! Você nunca mais abra a boca para me comparar ao merda do Ivan ou arrebento a sua cara!
_ Você tá me ameaçando, Ítalo?
_ Tô te dando o papo. Entenda como quiser.
Revoltada, Andréia invadiu o quarto.
_ Que merda é essa aqui?!
Ela encontrou Ítalo transtornado, expressando ódio e Victor nervoso.
_ Eu não aguento mais essas brigas de vocês! Quase sempre é isso! Que namoro é esse parece um campo de guerra? Lá do elevador dá para ouvir as gritarias de vocês!
_ Eu já tô de saco cheio de você, seu moleque idiota! Quer ficar de neura, que fique sozinho!
_ Ítalo, você não vai falar assim com o meu filho!
_ Não se meta, Andréia!
_ Eu me meto sim! Você está na minha casa, insultando o meu filho! Você é muito abusado!
Renato entrou no quarto com a intenção de amenizar a situação.
_ É por isso que ele é assim mimado e imbecil, porque você o mima. Se mete em tudo.
_ Ei! Vamos acalmar os animos aqui! Olhem o nível que isso está chegando!
_ Eu quero que você vá embora da minha casa, agora! Não quero mais te vê aqui!
_ Eu vou mesmo! Vou me embora desse hospício!
_ Oh, rapaz, eu sempre fico na minha! Procuro não me meter na vida de vocês, mas gritaria dentro da minha casa e ofensas a minha mulher e o meu enteado eu não vou permitir. Acho melhor você ir.
_ A gente ainda vai conversar. _ Ítalo disse apontando o dedo para Víctor e saiu furioso.
_ Vai mesmo, seu moleque insuportável!
Olha, Victor, o Renato vive me dizendo que eu não devo me meter na sua vida, mas isso fica impossível! Você está namorando esse menino há mais de seis meses e não tem um minuto de paz. É briga atrás de briga. Onde vocês estão sai discussão. Você deveria ter vergonha na cara! É um garoto bonito, inteligente e simpático. Há muitos garotos por aí que dariam tudo pra estar com você e você aí, só escolhendo homens merdas! Um pior do que o outro!
Victor ouvia calado. Estava com tanta raiva que não conseguia falar.
_ Eu não quero mais que volte a ver esse menino. Acabou Ítalo, entendeu?
_ Andréia, Isso é ele quem tem que decidir.
_ Você tá contra mim, Renato? Será possível que eu não tenho um minuto de paz? Chego em casa depois de um dia cansativo de trabalho e encontro o meu filho aos berros com o namorado e o meu marido contra mim. Eu só posso ter atirado pedras na cruz para merecer um tormento desses!
Víctor sentou na cama, pondo as mãos na cabeça.
_ Eu não estou contra ti, meu amor. Só acho que você não pode ditar a vida do Victor. Ele está nervoso. O que você deve fazer é conversar com ele e não brigar e fazer exigências.
_ Renato, não se meta na educação do meu filho.
_ Já chega, mãe! Não precisa ser grosseira com o Renato! Ele só tá querendo ajudar! Aliás, me desculpe, Renato, por toda essa confusão dentro da sua casa? Me perdoe pela falta de respeito? Você não merece isso.
_ Eu já disse e espero não ter que repetir! Acabou os encontros com o Ítalo!
Renato revirou os olhos para cima e saiu do quarto. Estava cansado de não ser ouvido pela mulher.
Nervoso com os sermões autoritários da mãe e as brigas com Ítalo, Victor se sentiu sufocado e decidiu sair.
Trocou de roupas e foi até a sala de jantar, onde Andréia preparava a mesa.
_ Gente, eu vou dá uma volta.
_ A essa hora?! Você tem noção que a cidade está perigosa? E além do mais, eu já estou pondo a mesa.
_ Mãe, pelo amor de deus! Eu estou com os nervos a flor da pele! Me sinto sufocado! Eu preciso sair! Preciso ver gente! Preciso respirar! Eu não aguento mais!
_ Aonde você vai?
Renato estava estressado vendo o enteado nervoso.
_ Victor, toma. Pega esse dinheiro para pegar um táxi. Qualquer coisa nos ligue.
_ Obrigado, Renato. Mas, não precisa. Eu tenho grana aqui comigo.
_ Filho, não é melhor você ficar em casa? Você pode tomar um calmante e relaxar. Até podemos ver um filme depois do jantar.
Victor coçava a cabeça nervoso.
_ É sério, mãe. Eu preciso respirar. Espairecer a cabeça.
_ Você ainda não me disse aonde vai?
_ Eu não sei.
_ Você não pode sair sem rumo.
_ Eu vou...vou na casa da Virgínia ...tá bom? Agora tchau.
_ Filho!
Victor saiu às pressas.
_ Coitado do meu filho. Sofre tanto. Logo ele que é um anjo. Nessas horas o meu ódio pelo Ivan aumenta mais.
_ O que o Ivan tem a ver com isso, Andréia? Já faz nove meses que ele foi embora e nunca mais deu notícias.
_ O que me dá raiva, Renato, é que com o Ivan ele era feliz. Tinha brilho nos olhos, sorria com frequência e agora está assim, sempre triste, tenso e pra baixo. Se aquele desgraçado não tivesse feito o que fez, os dois poderiam estar juntos e o Victor feliz como merece está.
'O meu sexto sentido de mãe quase nunca se engana. O Gael eu vi de primeira que não prestava e acertei. O Ivan eu tinha as minhas cismas e deu no que deu. Mas, com o Ítalo eu me deixei enganar. Acreditei naquela farsa da bom moço. Até incentivei que os dois namorassem. Aí descubro que ele é esse merda.'
_ Eu ainda te falei na época. Mas, você não quis me ouvir. Praticamente jogou o Víctor nos braços do rapaz.
'Victor estava confuso e emocionalmente abalado, não estava em condições de se envolver com ninguém. Mas, você ficou perturbando para que ele desse uma chance para o Ítalo.'
_ Se arrependimento matasse. Eu só queria que o meu filho esquecesse o psicopata do Ivan. Aquele desgraçado acabou com a vida do meu filho! Eu o odeio tanto! Tudo isso é culpa dele.
Victor caminhava sem rumo pelo calçadão de Icaraí. Sentou no chão e ficou olhando o mar com os olhos umedecidos.
No seu peito apertava uma angústia incômoda. Sentia-se sufocado com o relacionamento com Ítalo. Estava extremamente perturbado.
Eles estavam juntos há seis meses. O namoro aconteceu devido a saudade que sentia de Ivan. O fato do marido ter sumido sem dar nenhum sinal de vida o atormentava.
Ivan sumiu das redes sociais, não ligava nem para a própria casa. Maria disse que ele desaparecera.
Por Fernanda, soube que Ivan apresentava muito interesse pelos negócios, o que deixou Victor muito ofendido. Pensou que para Ivan os negócios eram mais importantes que ele.
Por outro lado, Ítalo sempre se mostrava atencioso e carinhoso. Ligava todos os dias, demonstrava interesse pelas coisas que Victor gostava e com a insistência do violinista e da família, acabou aceitando o pedido de namoro do rapaz, que ocorreu no dia do seu aniversário de dezenove anos.
Contudo, Ítalo foi mudando o comportamento com o decorrer do tempo. Já não ligava com freqüência. Só procurava Victor para transar. Na cama só se preocupava com o seu próprio prazer.
As brigas ocorriam com frequência. Ítalo era extremamente ciumento e por qualquer motivo trazia Ivan para a discussão, deixando Victor triste.
O loiro sempre era alertado por Virgínia e Luíza sobre as puladas de cercas do namorado, que sempre negava, se aproveitando do estado emocional de Victor, dizendo que o loiro estava louco. Fazendo jogos emocionais, onde Victor sempre se desculpava pelos erros do violinista.
Ciumento, Ítalo cismou que Víctor mantia contato com Ivan pelas redes sociais. E para provar que não era verdade, cedeu a vontade de Ítalo em cancelar as redes sociais.
_ Eu quero falar com você.
Victor olhou para cima e avistou Ítalo o olhando furioso.
_ Eu não tô legal, Ítalo! Não quero mais brigar!
_ Você vai me ouvir!
Ítalo o puxou para cima pelo casaco.
_ Me solta!
_ Você nunca mais me compare a aquele desgraçado do seu ex. Eu não sou nenhum otário!
_Eu já estou de saco cheio de você ficar desenterrando o Ivan. Em todas as nossas brigas você vive falando nele!
_ Você pensa que eu sou otário? Primeiro me disse que não estava acostumado a ser mal tratado, ou seja, disse na minha cara que o Ivan te tratava melhor do que eu. Claro, ele é rico! Te enchia de presentes caros, te levava para viajar para o exterior. Você gostava de ser a putinha do seu sugar daddy.
_ Ítalo, pare de me ofender! Que merda! Eu não aguento mais isso! Só quero paz!
_ Você pensa que eu sou idiota. Eu sei que está enrolando para dar entrada no divórcio.
_ Eu já disse que estou esperando o Ivan voltar dos Estados Unidos para poder fazer isso.
_ É só pedir um divórcio litigioso! Mas, você quer voltar a ver o Sugar daddy. Tá querendo grana? Vai cobrar para dá pra ele?
_ Você é um estúpido! Eu tô com nojo de você!
_ Claro! Eu não tenho grana como ele! Se eu tivesse você aceitaria a de bom grato até uma boa porrada na cabeça!
_ Eu acho que você tem inveja do Ivan! Você fala tanto dele, do dinheiro dele! No fundo você tem ódio por não ser rico como ele!
Ítalo sentiu tanta raiva que acertou o rosto de Victor com um soco.
O loiro segurou o rosto, olhando para Ítalo assustado.
_ Você tá precisando de uma boa lição para aprender a não falar merdas!
Assustado e com medo de apanhar mais, Victor correu de volta para o prédio onde mora.
Subiu chorando. Encontrou Renato na sala e pôs a mão sobre o olho roxo para esconder o hematoma.
_ Víctor, o que aconteceu?
_ Nada.
_ Como assim nada? Você está machucado. Me deixe ver esse olho.
_ Não. Tá tranquilo. Eu caí no calçadão, mas tá tudo bem. Eu vou pôr gelo.
_ Você tem certeza que tá tudo bem? Você sabe que pode confiar em mim.
_ Eu sei. Tá tudo bem, Renato. Obrigado. Só não fala nada pra minha mãe. Exagerada como ela é, vai fazer uma tempestade num copo d'água.
Víctor foi para o quarto.
Renato não engoliu as mentiras do enteado. Ele estava de saco cheio de Ítalo.
_ Ivan, meu amigo. Tá na hora de você voltar.
Foi até o escritório, ligou o notebook e abriu a caixa de e-mail.
"
Meu querido amigo Ivan,
Já se passaram nove meses desde que você partiu para os Estados Unidos.
Tento de muitas maneiras entrar em contato contigo, mas não consigo. Tentei te ligar, mas você trocou de número, sumiu das redes sociais e não me responde pelo antigo e-mail.
Por isso, tomei a liberdade de implorar a Fernanda que me fornecesse o seu novo endereço de e-mail. A princípio, ela hesitou. Temia sofrer alguma repressão da sua parte, mas quando expliquei a ela os motivos os quais eu precisava falar contigo, ela compreendeu e foi solidária a minha causa. Peço que não a reprima. A nossa intenção é ajudar.
Eu entendo que você esteja passando por um tratamento psicológico, fazendo terapia e se afastando do Victor para dar tempo ao tempo, para que esse amenize as dores de ambos.
Sei também que está se dedicando aos estudos para ser o melhor empresário que já é. Eu respeito a sua decisão e não quero invadir o seu espaço.
No entanto, sinto saudades de ti. Eu tenho muito carinho por você.
Muitas coisas mudaram por aqui. Eu me casei com a Andréia. Foi uma cerimônia simples no civil e viajamos para Veneza na lua de mel. Foi um momento incrível! Um dos melhores da minha vida, mas não vou relatar aqui para que o e-mail não fique tão extenso. Tenho esperança que um dia estaremos juntos num bar, bebendo um shop e conversaremos sobre a minha viagem.
Como eu havia prometido a você, estou cuidando do Victor. Ele mora conosco.
Como a concessionária que você me deu fica localizada em Niterói, resolvi trocar o Rio pela cidade sorriso. Comprei um apartamento em Icaraí, enfrente ao mar, uma visão deslumbrante.
A concessionária está indo muito bem. As vendas estão ótimas.
Mesmo podendo proporcionar uma vida confortável a minha mulher, ela insiste em ser independente. Eu a admiro por isso. Ela é forte e determinada.
Os seus bolos fizeram sucesso. Ela e a Luíza estabeleceram um contrato, em que Andréia passou a ser a fornecedora exclusiva da sua cafeteria.
Para ajudá-la, montei uma cozinha industrial, onde o meu amor, junto com uns poucos funcionários, fabricam os bolos para fins lucrativos. Além da Luíza, Andréia tem conseguido outros clientes. Eu fico tão feliz em vê-la realizada, com a autoestima elevada.
Victor é um anjo de menino. Nos damos muito bem. Eu sempre procuro animá-lo quando está triste. Convindo-o para sair para pescar, o que ele adora, para assistir futebol no Maracanã, ir à praia e viajamos sempre em família.
Eu não me importo em proporcionar uma vida confortável a ele, mas ele se negou a receber uma mesada de mim e da mãe. Disse que queria trabalhar.
Como não tinha nenhuma experiência no mercado de trabalho e nenhuma formação profissional, encontrava dificuldades para conseguir um emprego. Por isso, o convidei para trabalhar comigo na concessionária e a Virgínia, com o seu jeito espoleta, se ofereceu para trabalhar também.
Ela com o seu jeito simpático e extrovertido, consegue cativar os clientes e vende muito bem, o que me surpreendeu, porque cheguei a duvidar da sua capacidade por ser tão inexperiente. Contudo, tem se mostrado uma das melhores vendedoras.
Já o Vitinho coitado, se esforça, mas não é bem sucedido como a amiga. Mas, ele se esforça.
Sobre a saúde do menino, ele tem feito terapia, exames no neurologista e segue a risco as fisioterapias. Aprensentou melhoras na mão e consegue mexê-la com dificuldades, é claro. Mas, ele está feliz e esperançoso com a melhora gradativa.
Ivan, eu sei que esse menino ainda te ama. Ele não diz as claras, mas sei que sente a sua falta. Contudo, reprime a saudade por medo de receber críticas dos amigos e família.
Eu te conheço, sei que também sente saudades dele, mas que o seu amor por ele é tão grande que sacrifica, sofrendo de saudades para não prejudicá-lo, pois acredita que a sua presença o faz mal.
Mas, meu amigo, nem tudo são flores. Há algo ruim que preciso te contar.
O motivo da sua partida foi para que Victor pudesse ser feliz, contudo isso não está acontecendo.
Infelizmente, Víctor cedeu a vontade da família e as insistências do Ítalo e aceitou iniciar um relacionamento com ele. Imagino que ler isso deva ser doloroso para ti, mas tenho que te contar.
A vida dele se transformou num caos desde que começaram a namorar. As brigas são constantes. Víctor recebe muitas ofensas do atual namorado, suporta as suas infidelidades e grosserias. Brigam em qualquer lugar, seja na frente de quem for. Me incomoda vê como o meu enteado se sente constrangido. Nem mesmo Andréia, que era a favor do namoro, suporta mais a situação.
Ítalo o sufoca emocionalmente. Suga as suas energias como um vampiro faz com o sangue da vítima. Sinto que o Víctor está perdido e fragilizado.
Chego a desconfiar que o nível das agressões evoluíram para físicas, mas não posso afirmar já que não tenho provas e Victor nega.
Eu não quero ser invasivo, mas sei que precisa saber dessas informações a respeito do seu amado Solzinho.
Eu sinto a sua falta, meu amigo. Quero muito revê-lo, abraçá-lo e te ouvir. Saber como tem passado, como está o seu tratamento, se está bem.
Mande notícias, querido.
Abraços do seu amigo Renato. "
Renato clicou com gosto em "enviar". Tinha esperanças que Ivan retornasse ao Brasil e acabasse de uma vez com todas com a situação desagradável referente a Ítalo.
_ Ivan, look at me (olhe para mim)._ disse um estudante com a câmera do celular apontada para Ivan, que interrompeu a pintura das unhas de um amigo para sorrir para o story feito pele estudante.
Ele estava em uma resenha na casa de uma amiga, também brasileira. Todos consumiam bebidas alcoólicas em copos vermelhos, fumavam maconha e se divertia ouvindo músicas em alto volume.
Sentiu o celular vibrar no bolso e percebeu que era uma notificação de e-mail.
Ficou surpreso ao vê que era Renato. Ele tinha certeza que o amigo não tinha conhecimento do seu novo endereço de e-mail.
Curioso, afastou-se de todos, indo a um dos banheiros da casa para ler a mensagem com mais privacidade.
Ao decorrer da leitura, os seus olhos expressavam seriedade.
Quando terminou de ler, ficou por alguns segundos mirando a tela do smartphone em silêncio. Ergueu os olhos para a sua imagem refletida no espelho e disse:
_ É, Ivan, pelo visto a viagem vai acabar antes do planejado. Dada as circunstâncias, chegou a hora de voltar para o Brasil.
E-mail para contato: letrando@yahoo.com
