Escola, eu tinha sido deixado de carro por meu pai bem na frente da escola, e vai por mim eu pegar o bonde andando seria algo que eu teria que me forçar a gostar.
Eu tinha chegado no segundo bimestre e a escola já estava pegando fogo, era uma construção grande que dava para frente da Ufam. A escola era de tempo integral e a melhor escola do estado, você teria que ser mais do que um gênio pra está na escola. E eu sou inteligente para isso.
Andei com minha mochila para dentro da escola e direto para a diretoria, para pegar meu cronograma de aulas e a sala onde estaria, a chave e o cadeado da porta do meu armário.
Ainda estava em choque e não sabia ao certo o que pensar em sobre meu pai ser gay, ainda achava aquilo um máximo, mas tudo aquilo era muito novo para mim.
A diretoria não passava de um cara baixinho que mais ria do que botava medo, rapazes mais bonitos e bombado passavam por mim, meninas com corpos de jovens andavam em bando como um cardume de peixe.
O ensino médio era a pior coisa que poderíamos ter que passar na nosso vida, vários traumas percorria nossa vida toda por causa de míseros 3 anos. Aqueles corredores me deixaram nervosos, e entrei rapidamente no banheiro dos meninos que tinham no corredor da diretoria.
Me tranquei dentro do banheiro e comecei a contar para mim mesmo respirar e aguentar aquele dia, que tudo daria certo. Não deixaria ninguém zombar de mim, ou me maltratar como nas últimas vezes.
Sai do banheiro e lavei meu rosto e respirei fundo de novo. Andei até minha sala e bati na porta, antes de entrar.
“Bom dia, aqui que é a sala 2 ano 7?”
Os alunos me encararam e o professor que dava aula apenas pediu para eu entrar.
“Aluno transferidos? - Perguntou o professor sem ânimo algum!”
“Sim, professor do Río de Janeiro.”
Assim que disse aquilo a sala soltou um gritinho. E ele mandou a sala se calar rapidamente.
“Só tem o fundão da sala para se sentar. - Olhei para o fundo da sala e vi 3 cadeiras vazias. - Ande rapaz, ainda preciso dar minha aula.”
Sentei rapidamente na cadeira que vim, e ouvi uns risinhos logo de cara do pessoal do fundão, não dei bola, e comecei a prestar atenção na aula.
Assim que a aula termina, dois rapazes entram na sala e ouço um burburinho na mesma.
“Vocês sabem que levaram falta, não sabe? - o professor encarou os dois de uma forma nada sutil.”
“Poxa professor não fale assim. A gente só chegou atrasado e aquele Orlando não deixou a gente entrar.”
Disse o bigboy.
“Não quero saber, levaram falta do mesmo jeito. Agora entre”
Era o segundo tempo de português que tínhamos com o professor Luciano. Um rapaz preto de cabeça raspada.
Assim que olhei para eles, o mundo todo parou. O garoto que era musculoso, era alto e forte como um armário, de cabelos negros e lisos, de olhos mel e lábios grossos, ele usava o uniforme de ginástica, camisa sem mangas mostrando seus braços fortes e uma calça folgada, mas apertando em sua bunda, ele era alto e tinha ombros largos. Seu rosto era triangular, como se fosse um touro bravo. Ele estalou as mãos grossas e andou com sua mochila até onde estava.
O segundo me fez perder o fôlego e o chão quando olhei para ele.
Era da mesma altura que o seu amigo, mas magro, os cabelos ondulados castanhos claros, os olhos mel, de rosto retangular e branco bem alvo, seus lábios eram marcados e em formatos de coração, ele tinha ombros largos e os braços definido, ele andava como se fosse um rei, como se tivesse um centro de gravidade ao seu redor. Ele sorriu de uma forma preguiçosa, mas sedutora.
Eu estava congelado, estava apavorado, ele e seu amigo estavam andando mais a passos lentos, ele me encarou de uma forma voraz, como se tivesse visto algo saboroso em sua frente.
Rapidamente ele mudou de expressão para irônico. Sua sobrancelhas eram finas e suas bochechas eram rosadas. Ele chegou onde eu estava, e eu rezando para todos os santos para que ele não parasse ali.
“Sai do meu lugar.”
Eu fiquei tão atônito que demorei 4 minutos para entender, que todos da sala estavam me encarando e eu não tinha entendido.
“Como é? Eu não entendi?”
Eu ouvi um riso da sala todo, com aquela resposta que tinha dado a ele. O garoto cruzou os braços e sorriu, para alguém ao seu lado e piscou, logo que voltou para me encarar, sua expressão não tinha suavizado e se transformou.
“Saia. Do. Meu. Lugar. Você ouviu agora ou é surdo?”
Eu estava tremendo, estava apavorado. Todos aqueles olhares em cima de mim, respirei fundo e soltei um singelo. “Me desculpe”
Me levantei da cadeira e sentei numa cadeira do lado da janela que dava para as quadras, e a piscina.
Olhei pra ele de novo, que me ría com mais alguns meninos, mas percebia que seus olhos vez ou outra percorriam as fileiras e chegavam em mim.
Eu dizia a mim mesmo que aquilo era invenção da minha cabeça, e passei o restante das aulas sem falar com ninguém, e apenas copiando tudo que os professores passavam.
O horário do almoço tinha tocado, eu ia ver o que era o almoço e depois andaria pela escola, veria o que teria de bom.
Andei até meu armário e tirei meu livro e fui para a cantina da escola, peguei meu prato, me servi com o almoço e fui para uma mesa distante. Os alunos me encaravam, mas logo me deixavam de lado, já que não era uma pessoa importante.
Só quando Eduardo e seu irmão, com mais um squad a sua volta se sentaram na mesa, que percebi o quão patético eu era por ter sentido alguma coisa com ele. Ao lado dele estava seu irmão brutamontes, o chamado de Felix, uma garota loira de cabelos ondulados e olhos mel que fazia qualquer uma pessoa sentir inveja dela, pelo corpo escultural que ela tinha, pelos lábios carnudos e vermelhos, seus movimentos eram graciosos ao andar de mãos dadas com eles. Logo em seguida tinha o irmão gêmeo dela, de cabelos loiros e feições que mais pareciam um europeu, seus olhos mel era bem redondos, seu maxilar era marcado e esbelto em sua maior parte, braços longos e fortes, pernas que nem da irmã gêmeas, torneadas. Ele sorriu de uma forma safada para a garota ao seu lado, com feições que mais lembrava uma elfa, do que um ser humano, de orelhas pontudas e cabelos replicados e curtos. A garota de todos era mais alegre e que tinha mas energia de todos.
“Se eu fosse você não me meteria com eles. - disse uma voz ao meu lado, uma voz grossa e firme. Ao me virar, eu quase caio do banco. - Prazer, me chamo Jacob.”
Jacob era o típico garoto que sua mãe mataria você se estivesse andando com ele. Usando roupas de ginástica da escola, ele tinha um tronco muito do seu dividido, seus olhos eram tão castanhos que eu poderia estar olhando para eles o dia todo sem se incomodar. Seus cabelos eram longos e bonitos, no preto que mais parecia nanquim, seus ombros largos, e seu braço esquerdo que era fechado com tatuagens tribais. Jacob tinha seus dois metros e dez de altura, da pele tão bronzeada que fazia os bronzes de minha mãe serem apenas tinta no corpo.
Suas feições me lembravam um lobo, com queixo quadrado, um longo nariz arrebitado, olhos sempre em alerta. Jacob tinha a própria gravidade ao redor dele, quando se sentou ao meu lado, eu me senti puxado para ele. Como se eu fosse um próprio ima.
“Quem são eles? Um pessoal bonito demais, ou o grupo dos populares que serve satan? - Perguntei para Jacob que sorriu de minha piada sem graça”
“Humorado, Gustavo me disse que seria assim. - Rebateu ele, mas antes que eu falasse alguma coisa, ele me respondeu. - Eles são os Culler, uma família que chegou a um tempo na cidade, seus pais são bem hospitaleiros, digamos assim.”
“Pais? Quer dizer que els são….”
“Não e sim. - Disse Jacob como se fosse meu melhor amigo, ele pegou o garfo e levou a boca com um pedaço de batata. - A historia é que as garotas e Eduardo são seus filhos, os outros são adotados pela família, porque os pai morreram e as filhas namoram eles. São Privilegiados.”
“Queria eu ser privilegiado com um pouco daquela beleza. - Respondi mais como um sussurro."
Jacob sorriu, mostrando seus dentes brancos, e logo voltou a comer.
“Conhece meu padrasto? - Perguntei encarando o garoto ao meu lado.”
“Conheço, estou trabalhando para a família dele e ele sempre disse que seu companheiro tinha um filho, e me avisou que era você. Disse que ia precisar de um amigo novo na escola. - A voz de Jacob era firme e quente, como uma brisa de verão, ele emana calor corporal, o que me fez suar um pouco.”
“Nossa, já estou sendo vigiado e ainda por cima fazendo fofoca de mim. - Meu corpo travou na cadeira, quando olhei de rabo de olho para a mesa dos Culler e senti um par de olhos castanhos em cima de mim, poderia sentir como se o próprio estivesse atras de mim, quase a me devorar.”
Minha cabeça começou a doer e minha visão começou a ficar embaçada, rapidamente peguei o copo de água de Jacob e tomei meus remédios, minha respiração ficou ofegante e minhas mãos tremiam novamente, não, não poderia ter um surto ali, não no meu primeiro dia. Eu comecei a rezar para alguém no céu, para alguém que pudesse me ajudar, eu não poderia entrar naquela sala de novo, não depois de eu melhorar mesmo.
“Você… - Jacob se cortou e me abraçou de uma forma protetora, meu corpo tentou
relaxar, minha respiração tentava voltar ao normal, mas Jacob não deixou eu olhar para ninguém a não ser o seu próprio peito, e algo frio encostou em mim, um cordão, um cordão de prata puro, com um lobo uivando e uma lua cheia atrás de si.”
Não lembro quantos minutos fiquei ali com o mesmo me abraçando, mas estava tudo voltando ao normal, eu estava ficando normal. Até que olhei para Jacob e ele sorriu, eu fui gentilmente saindo de seus braços fortes e seu dorso do mesmo jeito que saia dos braços de minha mãe.
“Você esta bem? - A pergunta foi sincera, mesmo para um estranho que mal tinha conhecido."
Olhei em volta e ninguém se incomodou em eu estar abraçado com o gigante Jacob. A não ser, uma pessoa, olhei para trás e Eduardo estava rindo com seus irmãos, e falando besteira.