Verdade secretas 62

Um conto erótico de Arthur Miguel
Categoria: Gay
Contém 2656 palavras
Data: 21/04/2021 16:07:30
Assuntos: Gay, Tesão, Mistério, Sexo, Amor

Capítulo 62

Ivan segurou o queixo de Víctor, erguendo a sua cabeça e enxugou as suas lágrimas. A boca do moreno buscou a do loiro com a intenção de beijá-la, mas Victor desviou abaixando a cabeça novamente.

Ivan entendeu que Víctor ainda não estava pronto e para expressar o seu respeito, beijou-lhe a testa e seus narizes se tocaram. Ambos sorriam.

Delicadamente, Ivan segurou a mão defeituosa de Victor e a beijou, levou-a até o seu rosto e fechou os olhos sentindo a sua maciez.

_ Eu senti tanto a sua falta, meu Solzinho.

_ Se isso fosse verdade, você não teria sumido.

_ Foi necessário.

_ A Maria me disse que você ficaria em Nova York por um ano. Fiquei espantado em te ver aqui.

_ A saudade não me permitiu ficar.

Víctor o abraçou novamente, repousando a sua cabeça no ombro do marido. Ivan aproveitou para afagar os seus cabelos.

_ Almoça comigo? Temos muito que conversar.

_ Eu tenho que pedir permissão para o Renato ou a Helena. Mas, eu almoço contigo com uma condição.

Ivan franzio o cenho com a mão no queixo.

_ Não vai me obrigar a comer jiló, não é? Isso seria uma tortura desnecessária!

_ Como você é exagerado, Ivan. Jiló é uma delícia! Você que é fresco.

_ Víctor e os seus gostos peculiares.

_ Bobo! Eu não vou te obrigar a comer jiló. A minha condição é que eu escolha o restaurante.

_ Fazer o quê, né? _ Ivan disse encolhendo os ombros e inclinando a cabeça para o lado.

Renato não só autorizou que Víctor fosse almoçar, como também o cedeu a tarde de folga para que tivesse mais tempo para conversarem.

Para o espanto de Ivan, o lugar escolhido para almoçarem foi uma pensão popular no terminal rodoviário de Niterói. Um lugar aparentemente limpo, mas bem longe do requinte que Ivan estava acostumado a frenquentar.

Ele estranhou o local, as cadeiras e mesas de plástico branco, parede de azulejos antigos e um balcão de mármore velho e rachado com uma estufa em cima, onde tinha alguns salgados. As pessoas em volta eram do tipo que Ivan só convivia como seus empregados. Gente da classe C, em sua grande maioria trabalhadores usando uniformes, assim como Víctor.

Ivan olhava com estranhamento para o PF na sua mesa composto por arroz, feijão, bife batata fritas e salada de alfaces e tomates.O prato de Victor tinha os mesmos alimentos, mas acrescentou um ovo frito, que Ivan recusou.

O loiro sorria com a boca fechada e os olhos semi fechados, mastigando.

Ivan sentia vontade de não comer, mas não queria contrariar Víctor.

Cortou o bife com muita mal vontade e o espetou com o garfo junto com uma batata feita e levou a boca.

_ Hum! Não é nenhuma maravilha da gastronomia, mas até que não está ruim.

Víctor deu uma gargalhada.

_Cara, eu nunca na minha vida imaginei que um dia testemunharia um burguês comendo numa pensão junto com os proletariados. O grande empresário no ramo da construção civil, Ivan Matarazzo comendo um PF! O espírito do Karl Marx deve está batendo palmas pra mim lá do além.

_ O que eu não faço por você?

Ivan se agradava em ver Victor sorrindo.

_ Qual será o próximo castigo? Me fazer andar de busão?

_ Até que não é uma má ideia. Imagine, você todo cheirosinho entrando num ônibus lotado, cheio de gente cheirando a suor?

_ Que bicha malvada!

Victor gargalhava como não fazia há tempos. Sentia-se leve por sorrir, curtindo o momento somente dos dois, esquecendo de todos os problemas da vida.

_ Como você está? Tem feito terapia e fisioterapia?

Víctor abaixou a cabeça, ficando entristecido.

_ Se não quiser falar, tudo bem. Eu não quero que fique triste.

_ Você se importa se eu não falar sobre mim? Não hoje.

_ De jeito nenhum.

Ivan começou a contar sobre a vida em Nova York, ocultando as coisas ruins para não estragar a conversa. Falou sobre os amigos que fez, os lugares que visitou e sobre o curso. Víctor ouvia empolgado, se imaginando em Nova York com Ivan.

Fez muitas perguntas sobre os Estados Unidos. Disse a Ivan que gostaria de ser poliglota como ele e que estudava espanhol há quatro meses e estava gostando muito. Como tinha dificuldades de concentração, Andréia achou mais apropriado contratar um professor particular para que o filho não se sentisse constrangido diante de outras pessoas, o que ocorreria se Víctor optasse por um curso.

Disse que o professor tinha uma boa didática e era muito paciente. Informou que almejava aprender francês, italiano e alemão futuramente, o que deixou Ivan muito orgulhoso.

_ Víctor, eu preciso te pedir um favor.

Victor ficou curioso para saber o que ele poderia fazer por Ivan.

_ Na verdade, são dois favores. Desde que cheguei de Nova York eu não me sinto bem na minha casa. Sabe lá tem muito dos meus pais...como se tivesse a energia negativa deles sabe? E além disso, a casa é muito exagerada, grande demais pra mim. Resolvi mudar de cidade.

Víctor ficou entristecido, achando que Ivan iria para longe dele novamente.

_ Quero morar aqui em Niterói.

Os olhos do loiro brilhavam de alegria e a felicidade se estampou no seu rosto em forma de sorriso.

_ Sério?!

_ Sim! Eu quero um lugar um pouco mais modesto. Nada de extravagâncias. Algo confortável, acolhedor...que tenha mais a minha cara, que seja de frente para o mar. Eu entrei em contato com uma corretora e ela me apresentou duas lindas casas: uma em Itacoatiara e outra em São Francisco.

'O problema é que estou em dúvida entre as duas e gostaria da opinião de alguém de confiança e de bom gosto. Logo, pensei em você. '

_ Que honra! Obrigado pela confiança em mim. Mas, você tem certeza que quer deixar a Barra da Tijuca para viver num bairro de classe média?

_ Eu quero está em contato com a natureza. Ouvir o barulho do mar, ver o pôr do sol de um jeito mais lindo. Ficar observando pela minha janela um navio navegando enquanto tomo o meu café.

As palavras de Ivan seduziam o loiro, que se formava na sua mente a imagem narrada pelo moreno.

_ Você me ajuda?

Víctor fez um sinal positivo com a cabeça, mastigando.

_ Sobre o outro favor, eu sei que está decepcionado comigo e tem toda razão pra isso. Sei que deseja pedir o divórcio, mas eu gostaria de te pedir para adiar isso. Eu sei que eu não tenho esse direito de te prender a mim, mas é por uma boa causa. Eu quero ter um filho.

Víctor o olhou assustado.

_ Sabe, eu nunca tive um amor familiar. Só com você vivi isso e joguei tudo fora. Mas, eu quero dar a uma criança rejeitada o amor que eu não tive. Quero cuidar, amar e proteger uma criança. Eu sinto que posso ser um bom pai.

_ Disso eu não divido. Apesar de tudo, eu fui feliz ao seu lado. Sei que quando você quer, é uma pessoa amorosa e gentil.

_ Para eu poder adotar, como sou casado contigo, preciso que entre com o pedido de adoção comigo. Para um casal fica mais fácil.

_ Você quer que eu minta para o serviço social?

_ Sim. Mas, será por uma boa causa. Pense que há por aí alguma criança abandonada precisando da nossa ajuda.

Victor recordou do sonho que teve à noite passada.

_ Você não precisa se preocupar com nada referente a criança. Eu me responsabilizo por tudo. Eu só preciso do seu nome.

_ Tudo bem.

_ Você é um anjo. Como eu pude te perder?

Víctor abaixou a cabeça.

_ Mas, a assistente social vai na casa saber se vivemos juntos e como vivemos.

_ Eu sei. No dia da visita, você vai para a minha casa e finge que mora lá. Aí, se você não quiser fingir, pode pegar as suas coisas e se mudar pra lá de verdade. _ Ivan disse com um sorriso malicioso e Víctor sorriu de volta.

A vista para a praia era esplêndida. O mar em sua imensidão e magnitude encantava os olhos de Víctor. O amarelo da areia, o verde das árvores e o azul do céu e do mar coloriam o paraíso tropical, que era a vista da casa.

Apoiado no guarda corpo de vidro, Victor sentia a brisa do mar brincar com os seus fios dourados caídos sobre a testa, enquanto fechava os olhos e respirava fundo, sorrindo.

Ivan o olhava maravilhado. Ele tinha dúvidas do que era mais belo a casa, a praia ou o seu Solzinho.

A casa ficava localizada no alto de um morro, e com isso, eles tinham uma visão panorâmica do local.

A piscina não era tão grande quanto a da casa da Barra da Tijuca, mas também não era pequenina. Em volta dela havia pedras brancas e chão de madeira, o guarda corpo de vidro contornavo o quintal.

Próximo da piscina ficava a área gourmet. Com churrasqueira, um fogão a lenha, uma cozinha planejada, luminárias triangulares e um balcão de granito preto separando a cozinha das mesas de refeição e a de sinuca.

No quintal, havia frutas maduras nos galhos das árvores e pelo chão, canto de pássaros e uma grama verdinha e bem cuidada proporcionando uma visão agradável. As flores eram diversas em tipos e cores, presenteando os narizes com os seus perfumes.

A fachada da casa era do estilo colonial, de coloração rosa salmão e os contornos das janelas e portas brancos. Ao redor, havia algumas palmeiras de tamanho variados, áceres vermelhos e manacás da serra de flores roxas.

A casa possuia dois andares, quatro quartos: duas suítes com closets e banheiras nos banheiros e o outros dois quartos eram simples, um Ivan planejava construir uma sala de brinquedos e o outro seria um quarto de hóspedes.

A cozinha era grande, com janelas enormes proporcionando ao local luz natural. Ela ficava próxima a pequena horta do quintal. Havia uma sala de jantar de tamanho médio, uma sala de cinema e uma sala de estar com uma escada de madeira que leva aos quatro quartos e um escritório.

_ Eu sei que a casa é sua, mas já que pediu a minha opinião, digo que esta casa é perfeita! Ela é linda e tem uma e energia tão boa!

_ Que bom que gostou!_ disse a corretora._Eu nem te conhecia, mas pela forma como o seu companheiro o descreveu, eu presumi que gostaria muito desta casa. Vamos fechar negócio?_ ela perguntou animada.

Victor ficou envergonhado e olhou para Ivan.

_ Isso é o Ivan quem vai decidir.

_ Ele me disse que o senhor daria a última palavra.

_ E assim será. Te agrada, Víctor?

_ E a ti que deve agradar. É você quem vai viver aqui.

"Você também." Pensou Ivan.

_ Eu quero a sua opinião.

_ Então, entre esta e a de São Francisco, eu sugiro esta.

_ Então, já está decidido. Vou ficar com esta casa.

A corredora sorriu, comemorando internamente a gorda comissão que receberá.

Ivan o levou para a casa no início da noite. Pela janela do carro, Víctor observava o céu estrelado sentindo-se extremamente feliz por ter Ivan ao seu lado.

_ A noite está tão linda!

_ Só não está mais linda que você.

Víctor abaixou a cabeça envergonhado. Internamente, estava envaidecido com elogio. O moreno segurou em sua branca e delicada mão.

_ Você está recuperando os movimentos. Fico tão feliz por isso.

_ Eu estou voltando a desenhar.

_ Sério, querido! Que maravilha!

_ Mas, é aos poucos. Nada como antes. Eu sinto falta da minha arte. Desenhar me acalmava, me fazia sentir vivo. A minha mãe me deu uma mesa digitalizadora, que tem facilitado muito.

_ Eu nunca vou poder reparar o mal que te fiz. Você não merecia. É um anjo. Um ser de luz que só dá amor e afeto. Não merece nada de ruim. Eu sinto muito. Sei que nunca vai me perdoar. Eu gostaria de ter o seu perdão, mas sei que não o mereço.

Victor respirou fundo sério e ficou em silêncio.

O seu celular tocou, notificando uma mensagem.

_ É a minha mãe. Ela está preocupada comigo.

Tenho que subir.

_ Obrigado por tudo. Foi muito bom te ver. Eu estava com tanta saudades. Eu vou entrar em contato com a minha equipe jurídica para resolver tudo sobre a adoção. Caso ocorra tudo bem, posso te ligar para resolver os assuntos referentes a isso?

_ Claro que pode! Será um prazer.

_ Posso te dá um abraço de despedida.

_ Eu não gosto dessa palavra. Prefiro um "Até logo".

Ivan sorriu e o abraçou, contendo a vontade de beijá-lo e possuir o seu belo corpo.

_ Eu te amo, Solzinho.

Victor sorriu amando ouvir aquela declaração de amor. Beijou o rosto de Ivan antes de sair do carro.

Ivan permaneceu com o carro estacionado enfrente ao prédio, obsevando Víctor subir. Tinha um brilho nos olhos e o coração aquecido pelo amor que sentia pelo loiro.

_ Você é o amor da minha vida. Nós ainda vamos ser muito felizes. Eu vou transformar todas as suas lágrimas em sorrisos, meu Solzinho.

A felicidade estava estampada no rosto de Víctor, que acordou sorrindo e cantarolando. Renato ficou feliz com a esperança na reconciliação do casal, mas manteve a sua satisfação em segredo da mulher.

Andréia gostou de ver o filho alegre como não via desde que se separou de Ivan.

Era uma manhã de sábado. E como Deise estava de folga, era ela quem preparava a mesa do café da manhã. O loiro se ofereceu para ajudar.

_ Que bom te vê assim tão feliz, meu amor! Saiu com algum gatinho ontem?

_ Não, mamãe. Só acordei de bom humor.

Ela o olhava sorrindo desconfiada.

_ Se não quiser me dizer tudo bem. Mas, fico na torcida que você arranje um garoto tão lindo e maravilhoso quanto você. Que seja muito feliz.

Víctor a abraçou.

_ Obrigado, mãe!

Renato chegou na sala de jantar sorrindo com cena do abraço.

_ Uma hora dessas e mãe e filho demonstrando afeto é muito fofura para os meus olhos.

Ele beijou a mulher e deu um leve tapinha no ombro do enteado.

Ligou a TV para vê o noticiário enquanto fazia a refeição.

Em meio a tantas notícias ruins, uma em específico chamou a atenção de Victor, fazendo os seus olhos arregalarem de espanto.

A polícia havia resgatado uma pequenina menina de três anos de idade da casa de uma senhora de classe média, que tinha uns cinquenta anos de idade.

A criança apresentava vários hematomas pelo corpinho desnutrido, junto com marcas de queimaduras. Ela era a filha da ex-empregada que veio do Nordeste para trabalhar na casa da mulher, que nunca a remunerou pelos serviços prestados. A jovem mulher foi vítima de uma bala perdida e faleceu há dois anos, deixando a filha sob os cuidados da patroa, que tinha prazer em torturar a criança.

Uma nova empregada doméstica se revoltou com a situação e foi demitida por tentar defender a menina. E procurou a polícia para fazer a denúncia.

A mulher foi presa e a criança encaminhada ao hospital, em seguida ao juizado de menores.

_ Gente, que horror! Como alguém tem coragem de fazer maldade a uma criança tão inocente?!_ disse Andréia, mastigando uma uva.

O loiro sentiu um aperto no peito. Recordando do sonho. Sentia que aquela criança chamava por ele, que necessitava do seu amor e proteção.

Levantou às pressas e correu para o quarto, deixando Andréia e Renato confusos.

Víctor trancou a porta para ter mais privacidade e ligou para Ivan, que o atendeu imediatamente sorrindo.

_ Oi, querido.

_ Bom dia, Ivan. Eu já encontrei a nossa filha.

E-mail para contato: letrando@yahoo.com

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Comentários

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Olá, belo homem! Melhor site para encontrar Sexo adultme.fun

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Ivan e Victor tendo momentos juntos de novo é tudo para mim kkkk. Tomara que Andreia perceba que o seu Vitinho é feliz com o Ivan, e deixe ele ser livre para escolher se vai ou não perdoar o Ivan. Eu também sentir o impacto do "nossa filha". Mal posso esperar para ver esses três sendo uma família.

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Que casal indo e como se amam. " Encontrei nossa filha". Foi demais. Esperando o próximo capítulo

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A_Escritora, infelizmente, não tenho foto. A casa e toda fruto da minha imaginação.

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Capítulo perfeito, irretocável. Você tem alguma foto da casa que você descreveu? Foram tantos os detalhes que eu fiquei curiosa. Me envia por email. E Ítalo surtando com a aproximação deles dois será o meu maior prazer hahahahaha

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Caramba, que capitulo lindo. Essa energia boa que eles dois juntos irradiam chega a me invadir...

E o "nossa filha" que o Victor soltou no final?? Meu Deus... Eu to torcendo demais por eles!

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O pior é saber q tem monstros na realidade q fazem coisas até piores com crianças indefesas! Ameiiiiiii

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Aiai, fiquei tão soft com esse capítulo. Essa menina vai unir os dois. Mal posso esperar pra ver o Ítalo se fuder e a Andréia deixar de ser intrometida. Os dois ainda pecisam tem uma conversa mais profunda e botar os pingos nos is.

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Caramba...

Chega a arrepiar a conexão que esses dois tem...

Ivan e Victor são almas gêmeas, não é possível...

Meu casal favorito...

Vem em mim EP 62

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