“Valorize sua beleza sempre andando com pessoas feias” – poderia ser o lema de Carol e eu não sou Carol. Sou a melhor amiga, aquela sempre ao lado da gata deslumbrante. Também não sou feia. Não engordei nem nada. Mas tudo isso derrete diante dos olhos verdes e do cabelo abaixo a cintura de Carol. E ficamos por aí, pelos clubes e boates, eu, Teresa, sempre a fiel escudeira.
E foi na beira da piscina do Atlético que ele começou a azarar a gente, ou melhor, a minha amiga, ele, José Roberto, Beto, o Betinho. Dava cada olhada de lobo para minha amiga enquanto eu baixava meus óculos escuros para mensurar com a maior precisão possível o volume debaixo de sua sunga - Betinho era Betinho apenas no apelido.
A vantagem de ser a amiga normal da garota belíssima é que a gente pode andar com um biquíni modelito quase-nua que não chama muito a atenção, e foi quase nua que Betinho me parou quando ia para o vestiário do clube. Tinha algum conhecimento com ele, amigo-da-cunhada-do-primo-da-vizinha, por aí. Ele disse o óbvio – estava gamadão pela garota bonita. Queria que eu os apresentasse.
Eu falava e eu nunca fui tão consciente dos bicos dos meus seios – eu de tanguinha muito cavada, ele de sunga – pensava que bem poucos pedaços de pano nos separavam.
Baixou o espírito de roteirista de novela mexicana e inventei um casamento arranjado pela família para minha amiga, com o filho de um milionário pelo qual ela não tinha tesão algum. E que o verdadeiro tesão da vida dela era quem, adivinha, ele, Betinho! Mas naquele momento não dava, ela estava quase a romper o noivado, ele esperasse que eu avisava. Eu ia tratar de tudo.
Naturalmente eu não disse nada para minha amiga, e nas próximas semanas eu dizia que ainda não dava, que a mãe dela queria mesmo esse casamento por interesse, mas que ele aguentasse, faltava pouco. E puxando meu cabelo eu dizia como quem confessa um segredo que minha amiga ficava azarando o volumão da sunga dele, e juro que ao dizer isso a bermuda dele parecia crescer mais um pouquinho.
Sábado de tarde, pouco que fazer, enfiei uma saia que começava quilômetros acima do joelho e decidi me divertir um pouco mais às custas de meu amiguinho. Acenei para os pais dele à TV na sala ao pé da escada e subi para o quarto.
Disse que ainda não dava, era coisa de família, era complicado, etc. Mas falei que minha amiga não aguentava mais de vontade. (E ao ouvir Betinho duplicava e triplicava os olhos de tamanho). Que ela me dissera isso enquanto mudava de roupa, que estava doida para dar para aquele gato, o Betinho, e que eu achava que ele ia adorar os bicos grandes e saltados dela, e os lindos pelos bem lourinhos – disse eu a acariciar uma mecha de cabelo como quem diz que a chuva hoje foi grossa.
Betinho me pegou pela cintura com suas mãos largas que me levaram a sentar sobre uma bancada, enquanto eu com minha cabeça sobre seu ombro sentia um cheiro de doce suor. Deixei-me levar. Eu fora má, eu mentira, eu o enganara. Eu merecia o que viesse. Uma olhada minha quase inexistente para fechadura e ele entendeu – virou a chave. As mãos de Betinho encostaram na parte interna das minhas coxas e as afastaram, não as escancarando, mas o suficiente para o que ele queria.
Veio um circulozinho de plástico melado – só come com camisinha, pensei, bom menino. Pelo espelhão do lado pude ver as mãos dele a levantar minha saia jeans (não havia muito o que levantar, afinal) e a deslizar a tanguinha violeta pelas minhas coxas, joelhos e tornozelos, até ficar ridiculamente pendurada em um pé junto com uma sandália.
Eu sacudia o tornozelo para me livrar da calcinha quando uma tarefa maior se me apresentou –literalmente maior: o garoto entrou alargando-me, fazendo-me maior, e sua respiração esquentou minha orelha – e eu em cravei meus dedos nas suas nádegas e dei um uivo de dois quarteirões. Sua mão calou minha boca. Eu também não queria que os pais dele soubessem e tranquei os lábios, lacrimejando para não gritar.
O garoto saiu quase todo, segurou-me pela cintura e cravou de vez, a me tontear a cabeça. Ele lambia o meu pescoço e eu dava o troco lambendo o dele e as orelhas, mas não nos beijávamos, e eu entendi por que. Não havia amor, mas tesão em elevado grau de pureza.
dava duas curtinhas, só pela metade, depois uma paradinha de semissegundo, depois segurava-me firme nas marcas laterais onde estava minha tanga e cravava sem nenhum vestígio de dó. Tátá-taaa. O espelho, a gravura de um gato pendurada na parede, a tela do computador ligada e um jarro com estampa a parecer de dragão eram as únicas testemunhas.
Enlacei-o o com as pernas para manter Betinho o mais possível dentro. Meu olhar se cruzava com os olhos verdes dele, sem sorrisinhos. Começou uma luta entre nós – ele usando seus braços musculosos para afastar-me dele para logo depois enfiar cada vez mais forte e fundo, e eu a segurá-lo com as pernas. Nenhum de nós prevalecia– nem eu conseguia que ele ficasse dentro todo o tempo nem ele conseguia afastar-se muito para cravar com toda a força.
Desfiz um a um os botões da minha blusa (o movimento do macho a me chacoalhar) e desfiz o fecho do sutiã nas costas e puxei-o para baixo para ele ter uma visão dos meus seios. Ele mirava direto os bicos e talvez o movimento dos mesmos o entusiasmou para suceder estocadas destruidoras. As ondas de prazer me fizeram incapaz de manter o mesmo laço nele com as pernas. Agora livre para fazer o que queria, o garoto não respeitou nem mesmo meus dois orgasmos – os meus amigos anteriores sempre aliviavam um pouco quando eu gozava.
De repente Betinho ficou parado – e eu que sabia que era a calma antes da tempestade. Senti as contrações dele, arranquei a borracha e os jatos acertaram com admirável pontaria o meu umbigo – e em segundos eu tornara meus seios e barriga brilhantes, do cálido iogurte do rapaz, que minha mãos espalharam.
Ficamos desabados um sobre o outro por meia dúzia de minutos.
- Tem um papel? – disse eu a desvencilhar-me.
- Tem sim – disse ele – e me passou um papel toalha que junto com o banheirinho foi muito útil para que eu ficasse minimamente apresentável para passar pelos pais dele, lá embaixo. Penteei-me com o pente dele, afofei os cabelos.
Dei-lhe um beijinho no rosto.
- Desculpa, tá, Teresa?
- Tudo bem, isso acontece.
Voei pelos pais deles lá embaixo e mal pude dizer boa noite. Bem, não arranjei o namoro de minha gatíssima amiga com o Betinho, afinal. Mas, nesse arranjo todo, talvez eu tenha ficado com a melhor parte, não é??