Sempre carreguei comigo a opinião de que não existe mulher feia, mas sim mulheres que a vida, os homens e as situações maltratam deixando-as a mercê de um sofrimento que a torna amargas, tristes e desesperançadas; e digo isso inclusive quanto aquelas que, após certa idade sentem-se privadas dos prazeres da carne, seja por mero preconceito social, seja por abandono de si próprias, seja pela relação corrosiva que usufrua com um parceiro tóxico. Pensando nisso, lembrei-me de um acontecimento que achava ter desaparecido nas brumas da memória.
Logo depois de dar baixa do serviço militar, voltei para casa e passei a trabalhar na oficina de meu pai enquanto fazia cursinho pré-vestibular durante e noite; foi quando comprei meu primeiro carro, um Aero-Willys 1968 (!). Foi com ele que tive minhas primeiras aventuras sensuais. E creiam que era um carrão, com espaço pra tudo …, tudo mesmo! Nessa época eu já demonstrava interesse por mulheres mais velhas, razão pela qual costumava frequentar locais como o Bailão do Zé Béttio, situado no Cine Coliseu (quem é de São Paulo, vai lembrar), o Cartola Clube e ainda o Bar do Pedrão, sempre prestando atenção nas maduras desacompanhadas que topassem sair com um novinho.
Infelizmente, o preconceito da época e os vigaristas e plantão acabavam assustando essas mulheres que rejeitavam aventurar-se com um rapaz bem mais novo que elas, o que tornava minha busca, além de infrutífera também frustrante. Certa noite de sábado observei uma mesa onde estava um pequeno grupo de mulheres; detive minha atenção em uma delas: morena, cabelos curtos tingidos de ruivo e rosto jovial; ela usava calça jeans e uma camiseta com alças, e divertia-se com as amigas; vez por outra, elas iam para a pista de dança, bailando entre si próprias.
Pedi ao garçom que lhes enviasse umas cervejas indicando quem as oferecia; assim que receberam as bebidas, a tal morena voltou o olhar na direção do dedo apontado pelo garçom; sorriu e levantou o copo sugerindo um brinde e depois continuou conversando com as amigas. Na saideira, que ocorria entre duas e meia e três horas da manhã, notei que ela se despediu das amigas rumando para o ponto final de uma linha de ônibus; naquele horário não haviam veículos rodando, sendo que obrigava-se a espera do “carro negreiro”, o primeiro da manhã que chegava ao ponto lá pelas cinco horas.
Eu então a segui e estacionei o carro em frente ao ponto onde ela aguardava sentada em um banco e lhe ofereci uma carona; a resposta foi típica: “Você tem idade para ter habilitação?”, perguntou ela com tom irônico. Decidi ir pras cabeças, saindo do carro e me aproximando dela. “Tenho idade para muitas coisas, inclusive dirigir e também flertar!”, respondi com um sorriso maroto. Nesse instante, ela abriu a bolsa e de seu interior retirou um maço de cigarros; quando ela levou o bastonete aos lábios eu saquei meu isqueiro e ofereci-lhe fogo.
-Acho que a espera vai ser longa – disse eu também acendendo um cigarro e sentando-me ao lado dela – Podemos esperar …, ou você aceita meu convite …
-Se eu aceitar …, não será pra me levar pra casa! – respondeu ela com tom tendencioso.
-Meu amor, te levo para onde quiser! – respondi encarando o desafio com sorrisos.
Dentro do carro, antes mesmo de dar a partida eu e Neusa (esse era o seu nome), nos engalfinhamos em beijos quentes e molhados; as mãos apalpavam mutuamente, e quando segurei seu peito em minha mão apertando o mamilo, ela gemeu e se afastou. “O que eu estou fazendo? Tenho idade para ser sua mãe! Aliás, tenho dois filhos crescidos e …”, disse ela em tom hesitante e voz trêmula. Eu respirei fundo e pensei no que deveria fazer …, era uma jogada do tipo “tudo ou nada!”.
-Eu posso apenas te levar para a sua casa – respondi medindo as palavras – E você pode ir para a cama sozinha, pensando no que poderia ter acontecido se deixasse de lado esse preconceito tolo e aproveitasse a vida!
Pouco mais de meia hora depois, estávamos entrando um hotel chinfrim que eu conhecia nas redondezas; Neusa esquivava-se de tudo e de todos, chegando mesmo a não encarar o sujeito da portaria e agarrando meu braço como se fosse uma tábua de salvação. No quarto retomamos beijos e carícias e eu tirei sua camiseta e o sutiã descobrindo um delicioso e suculento par de seios com mamilos largos e grandes aureolas que estavam arrepiados a espera de uma boca sedenta.
Lambi e suguei aquelas mamas lindas ao som dos gemidos e suspiros de Neusa que ainda guardava um pouco de hesitação; e quando tencionei ajudá-la com o jeans ela segurou minhas mãos e me olhou no fundo dos olhos.
-Não sei o que você pode pensar – disse ela com um ar de preocupação – E nem sei se você já fez isso …, estou com muito tesão …, mas também estou menstruada!
Eu não disse nada, apenas sorri e continuei com o que estava fazendo; Neusa usava uma calcinha de renda muito delicada e também muito arrojada para aquela época; fiz com que ela se deitasse sobre a cama, abri suas pernas com movimentos gentis, afastei a calcinha e mergulhei meu rosto até que minha boca degustar aquela vagina quente, melada e tão sumarenta que gotejava em minha língua.
Neusa não conseguiu se conter, passando a gemer e gritar com o corpo sacudido por um desencadeamento orgásmico delirante; tive a nítida impressão que aquela mulher não experimentava tais sensações há muito tempo, assim como eu mesmo experimentei um sentimento de completude que jamais tornei a sentir em minha vida. Quando decidi cobri-la seu olhar era tão doce que cativava.
Meu membro escorregou para dentro dela com imensa perfeição, encaixando-se harmoniosamente enquanto nos beijávamos sem parar; comecei a golpear ouvindo Neusa sussurrar palavras desencontradas em meu ouvido, salpicadas de gemidos e longos suspiros. Hoje não faço mais ideia de quantas vezes aquela mulher gozou, sei apenas que foi algo imensamente gratificante em todos os sentidos.
E ao chegar o meu momento, Neusa implorou para que eu gozasse dentro dela dizendo que há muito tempo não sabia o que era receber porra de macho em suas entranhas; acelerei meus movimentos até atingir meu ápice, despejando meu sêmen dentro dela, enquanto ela cruzava suas pernas em torno da minha cintura como se almejasse que eu permanecesse dentro dela para sempre; quando tudo teve fim, ela ainda pediu para que eu esperasse até meu mastro murchar e escorregar para fora de sua gruta.
Enquanto tentávamos recuperar a energia despendida, Neusa e eu fumamos e rimos muito; ela me contou que era professora da rede pública, divorciada depois de um casamento infeliz de quase trinta anos, cujas únicas felicidades eram seus filhos, um casal já adulto, mas que ainda morava com ela. O sol já havia rompido o manto da noite quando saímos do motel e paramos em uma padaria para tomarmos café com pão e manteiga.
Neusa mostrava-se leve e sorridente e somente mudou de expressão quando chegamos perto de sua casa; ela pediu que eu estacionasse em um terreno baldio que ficava nas costas de sua casa e de onde não seríamos visto. Lá ela me agradeceu pela noite deliciosa e também lamentou que não pudéssemos mais nos ver, deixando-me atônito. Quando eu quis saber a razão para que aquela sua afirmação, Neusa foi dolorosamente enfática.
-Olhe pra você e olha pra mim! – respondeu ela em acabrunhado – Quem vai entender uma relação entre uma mulher da minha idade e um rapazote como você? E os meus filhos! O que eles vão pensar de mim! Já sou estigmatizada por ser divorciada …, ter você ao meu lado, mesmo que fosse por puro prazer somente me causaria ainda mais transtornos, assim como, pra você também …
-Eu não posso e não quero te forçar a nada! – disse eu interrompendo-a – Mas, algo tão bom não pode acabar assim! Porque você não deixa acontecer e vemos no que vai dar?
Por fim, nos despedimos com vários beijos e com a promessa do reencontro; e ele aconteceu na semana seguinte e na mesma situação. Nosso relacionamento avançou às escondidas de todos; nos sábados à noite, ela saía de casa de braços dados com uma amiga e eu a esperava a alguns quarteirões de distância; quando não tínhamos dinheiro para um hotel, íamos para um drive in, onde Neusa me pedia para chupá-la, pois ela dizia que ficara viciada em minha boca!
Uma noite, no quarto de hotel, ela perguntou seu eu já praticara sexo anal; quando respondi que não, seus olhos faiscaram. “Eu também não! Mas quero tentar com você!”, confidenciou ela em tom ansioso. Neusa já tinha aquilo em mente e fomos para o banheiro; depois de nos ensaboarmos, ela manejou meu membro e depois ficou de costas para mim, encostando-se na parede e empinando o traseiro.
Eu puxei sua nádega e pincelei a glande no buraquinho; Neusa gemeu e pediu para que eu fosse em frente; golpeei algumas vezes até obter êxito, metendo a cabeça dentro dele; ela grunhiu, mas pediu que eu não parasse; quando consegui meter tudo, ela soltou um gritinho. “Aiii! Tá doendo! É muito grosso! Mas, não para!”, balbuciou ela com tom trêmulo. Comecei a socar devagar de início, porém não me contive e acelerei até que meus movimentos tornaram-se frenéticos.
Se houve dor ela desapareceu, pois Neusa se contorcia e gemia afirmando que experimentava um gozo que jamais sentira; estimulado por suas palavras, continuei socando contra aquele cuzinho que agora me pertencia, até que, vencido pelo meu tesão guloso, atingi o clímax, enchendo o cu de Neusa com meu sêmen caudaloso. Assim que o membro escorreu para fora, terminamos nosso banho e voltamos para a cama usufruindo de um merecido repouso. Infelizmente, dias depois Neusa pediu que eu me afastasse sem dar nenhuma explicação …, e quando insisti indo até sua casa, descobri que ela havia se mudado …