Capítulo 74
As águas do chuveiro caiam sobre os seus corpos nus, molhando os seus cabelos e peles, enquanto as suas bocas se deliciavam.
Gael percorria as mãos pelo corpo de Víctor até encontrar a sua bunda branca e macia, onde dedilhava aquele cuzinho apertado.
O loiro gemia ao pé do seu ouvido, e os seus membros respondiam com ereções.
A porta do box foi aberta lentamente e Ivan entrou nu, puxando Gael pelos cabelos e beijando a sua boca.
Excitado, Víctor mordeu o lábio inferior enquanto apreciava o beijo dos dois.
Ajoelhou-se e começou a chupar Gael, enquanto Ivan deslizava a língua sobre as suas costas até chegar no seu cuzinho e penetrou a língua.
Gael ia a loucura sendo saboreado pelas bocas dos dois, quando Luíza o despertou.
_ Gael! Gael!
Ele ficou revoltado por ter sido despertado no melhor momento do seu sonho.
_ Porra, Luíza! Tinha que me acordar justo agora?!
_ Você está todo torto aí no sofá. Vai acabar tendo dor no pescoço.
_ Puta que pariu! Eu estava na melhor parte do meu sonho! Mas, você tinha que estragar, né? Que merda!
_ Iiiih! Você está muito estressado, hein. Tá precisando transar.
Ele levantou revoltado e foi para o quarto. Luíza sentou em seu lugar e pegou o controle remoto para assistir TV.
No quarto, permaneceu por um tempo deitado, fumando olhando para o teto.
Vestido só com uma cueca preta, lembrou do sonho e deslizou a mão sobre o pau, acariciando-o. Tocava-se com vontade, imaginando-se de pé sendo penetrado por Ivan, enquanto comia Víctor.
Gemia baixinho, aumentando o ritmo da masturbação até gozar.
Sorriu aliviado, dando uma tragada no cigarro.
Terminando de fumar, pegou o celular e visualizou uma antiga foto que estava na sua galeria. Na fotografia, ele abraçava Victor por trás, mordendo a sua orelha, enquanto o loiro sorria. Deslizava o dedo sobre a imagem de Víctor sorrindo.
_ Eu preciso te esquecer. Você ama o meu primo e escolheu ficar com ele e eu não posso ficar o resto da minha vida chorando pelo leite derramado. Infelizmente, a nossa história não aconteceu.
Gael pôs a foto ao lado da sua mão e ficou observando a cicatriz.
_ Eu desejo que vocês dois sejam muito felizes. Mas, eu também mereço ser feliz.
Ele virou para o lado e adormeceu tranquilamente.
O dia estava ensolarado em Niterói, Gael acordou sentindo uma felicidade que não sabia explicar de onde vinha. Levantou com vontade de ir à praia e correu para o quarto da irmã para convidá -la a ir com ele.
Na soleira da porta, o seu sorriso se desfez ao ver que Luíza chorava abraçando o travesseiro.
Não restava nenhuma dúvida de que Luíza era a pessoa que ele mais amava na vida e vê-la chorar cortava o seu coração.
Deitou ao seu lado e a abraçou, perguntando o que estava acontecendo.
_ Eu sou horrível, Gael! Da família eu sou a única feia. Você é lindo, a mamãe também...até os psicopatas da tia Sônia e o Ivan são bonitos e eu sou assim.
_ Para! Você é linda!
_ Ah para, Gael! Eu não quero palavras mentirosas como consolo. Eu não tenho um corpão e nem um rosto foda. Eu era louca pelo Felipe e ele pegava geral, menos a mim.
_ Felipe era um idiota. A melhor coisa que aconteceu na sua vida foi não ter se envolvido com ele.
_ Ninguém quer namorar comigo! Nem estilosa eu sou!
_ Você não precisa de namorado.
_ Você fala isso porque tem muitas opções.
_ Tenho mesmo, mas não quero nenhum. A gente não precisa namorar para ser feliz. Essa coisa de relacionamento amoroso foi inventado pelos héteros para conseguir sexo. Eu já vejo a coisa por outra perspectiva. Pra quem rituais e sentimentalismo se podemos ter sexo bom e prático?
_ Você é homem. Pra vc é mais fácil. Se eu fizer isso, vou ser chamada de vagabunda.
_ E daí? Foda-se que vão te chamar de vagabunda! O importante é que você esteja feliz dando pra caralho.
Luiza sorriu, enxugando as lágrimas.
_ É por isso que eu te amo. Você sempre vem com as suas loucuras como se elas fossem a coisa mais normal do mundo.
Gael sorriu de um jeito malicioso. Puxou Luíza.
_ Levante! Vamos sair.
_ Para aonde vamos?
_ Você verá?
Luíza ficou surpreendida quando chegou na porta do salão de beleza.
_ O que significa isso, Gael?_ perguntou sorrindo admirada com a atitude do irmão.
_ Hoje você terá um dia de princesa por minha conta.
Ela o abraçou forte e beijou o seu rosto.
Sentada na cadeira e diante do espelho, Luíza ficou indecisa quando o cabelereiro perguntou o que ela faria no cabelo.
_Que tal um corte e tingir de azul?
Luiza sorriu com a possibilidade dita por Gael.
_ Ah, eu não sei! É muito ousado!
_ Se joga, maninha!
_ A mamãe vai ficar louca!
_ Mais um motivo pra você cortar e pintar o cabelo. Vai ser engraçado ver a coroa dando chiliques!
Os irmãos se olharam como crianças travessas.
_ Vai! Corta e pinte.
Ela ficou encantada com o resultado. O cabelo recebeu um corte muito curto quase masculino, com uma enorme franja que ia até a bochecha e os fios foram tingidos de azul duquesa.
_ Caralhoooooo! Ficou muito fodaaaa!
Luiza se admirava no espelho para a alegria do irmão. Pela primeira vez na vida ela ousou a fazer o que sempre quis sem temer os julgamentos alheios.
Não satisfeito, Gael quis aumentar a felicidade da irmã a levando para tomar um banho de loja, onde Luíza lavou a alma mudando o guarda-roupas, com um look mais ousado, onde misturava peças masculinas com femininas, no estilo anos noventa. Comprou jeans rasgados, tudo estilo vintage.
Como foi previsto, Fernanda ficou furiosa ao ver o novo visual da filha.
_ Olha o que você fez com o seu cabelo! Era tão lindo!
_ O importante é que ela gostou, mãe!
_ Eu sabia que tinha dedinho seu nisso. Quer saber? A vida é sua! Se você quer se vestir assim o problema é seu! A minha palavra não vale nada mesmo.
Com o passar dos dias, Gael fez questão de que a irmã se matriculasse na mesma academia que ele frequentava.
A princípio, Luíza reclamava e procrastinava, mas com as insistências do irmão, começou a pegar gosto pelas práticas de execicios físicos e, assim como ele, não faltava a uma aula de crossFit.
Mesmo que ainda não obtinha o corpo escultural como uma blogueira famosa, Luíza sentia-se mais revigorada e disposta para seguir a sua rotina.
De acordo com os exames médicos de rotina, a sua saúde havia melhorado muito, junto com a sua autoestima.
Segundo os conselhos de Gael, Luíza instalou o Tinder e se permitiu a desfrutar os prazeres da vida sexual.
A princípio, ficou receosa devido a anos de autorepressão sexual, mas com o decorrer do tempo, foi se soltando e explorando a vida sem medo de julgamentos.
Luíza, Gael e Virgínia formavam o trio insuperável, que frenquetavam as noitadas em busca de prazer e diversão.
Quando um dos meninos queriam namorar, ela sentia pavor em pensar em se prender a uma relação e perder a sua liberdade.
_ Eu sou bicho solto! Esse coisa de amores não é pra mim. Eu curto sabores._ ela disse a um homem que a pediu em namoro.
_ Porra, Luíza! Você não era assim. Tá parecendo o seu irmão.
Luíza sorriu satisfeita. Sentiu orgulho em ser comparada a quem mais amava na vida.
Como símbolo do amor que sentiam um pelo outro, os irmãos tatuaram os seus nomes nos pulsos. Pegando gosto em ver a sua pele desenhada, Luíza tatuou várias pelo corpo.
De volta para a pista, provando deliciosos corpos masculinos, desfrutando de gozos intensos e momentos calorosos de prazer, os sentimentos de Gael por Víctor foi dissipando até desaparecer totalmente.
Seu coração estava livre de culpa e da paixão. Jogou-se na vida como sempre gostou fazer.
Reencontrando a felicidade. A lista de contatos na agenda do celular, aumentava em grande escala.
Voltou a frenquentar as casas de orgias e os motéis da vida, para alegria de muitos gays.
Na parada do orgulho LGBTQIA+ de Niterói, Gael se entregava à diversão ao lado da irmã, de Virgínia e Adrian.
Beijou e transou com tantos, que perdeu as contas.
Dançando e bebendo com os amigos, olhou para o local em que conheceu Víctor e recordou do dia em que o beijou pela primeira vez.
_ O Victor não vem? Agora não tem mais a Andréia para prender._ perguntou a Virgínia.
_Eu não sei. O Vitinho voltou a ser madame. Prefere as viagens em família e ficar em casa assistindo Netflix com aquele marido dele.
_ Eu não me conformo do Víctor ter ficado com o demônio do Ivan! A Andréia está coberta de razão de não aprovar esse absurdo! É surreal perdoar o Ivan depois de tudo que ele fez! _ Se indignou Luíza.
_ Pra mim não é fácil ver o meu sobrinho com aquele...enfim. Eu nada posso fazer. Amo o meu sobrinho e não vou me afastar dele. Mas, não morro de amores pelo Ivan. Só me resta é me confirmar.
_ A mim também como amiga. _ disse Virgínia.
_ Eu não me conformo! O Ivan é um monstro!
_ Se você que é irmã dele diz isso, imagine a minha irmã?_ lamentou Adrian.
_ Irmã não! Aquela coisa pode ter o meu sangue, mas eu não o considero irmão e nunca vou considerar. Irmão pra mim é só esse coisa maravilhosa aqui, que eu amo muito. _ Luíza disse beijando o rosto de Gael.
_ Vamos deixar esse papo baixo astral e vamos curtir._ Luíza disse puxando os amigos para dançar.
Um dos organizadores reconheceu Gael, de uma amizade antiga e o convidou para subir no trio elétrico junto com os seus amigos.
Como todos estavam alegres por conta do clima festivo e do efeito da bebida alcoólica, eles subiram e dançaram ao som de Heather small proud.
Com o copo de cerveja na mão, dançando de um jeito sensual, Gael avistou Víctor sendo abraçado por trás por Ivan no calçadão de Icaraí. Ambos sorriam, dançando.
Ele os fitou por uns segundos se recordando da primeira vez em que os três estiveram juntos na parada LGBTQIA +.
Seu olhar cruzou com o de Ivan, que o mostrou para Víctor e o casal acenou para ele, que fez o mesmo sorrindo.
Fechou os olhos e se deixou ser embalado pela música, quando sentiu sendo abraçado por dois homens. Abriu os olhos e os dois belos rapazes, deslizavam as mãos pelo seu corpo e as bocas se encontraram num beijo triplo.
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