Olá meus amores... Aqui estou novamente pra dedicar a vocês uma Série de contos Especial 30 anos. No dia 16 junho de 2021, comemoro meus 30 (trinta) anos regados a muitos desafios que a vida nos proporciona. Dizer que quando assumi a minha identidade e personalidade de ser o que sou, passei por muitos percausos, discriminação, preconceito e julgamento. Mas o mais importante é que jamais desisti em lutar pelos meus ideais e pelo meu espaço dentro de uma sociedade preconceituosa.
Ser lésbica nada mais é uma forma de amar e de sentir prazer sexual com outra mulher , a qual geramos conflitos de identidade com o corpo que possuímos, tendo como consequência o peso dos rótulos que recebemos e a necessidade de nos libertar desses conflitos.
A minha primeira atração por uma mulher, quando ainda morava na roça do Vovô. Senti atração por uma amiga que morava no povoado próximo da fazenda, o maior obstáculo que eu tinha era o medo de perder a minha única amiga que eu tinha. Lembro-me num determinado dia, tinha combinado com minha amiga Fernanda, 1,60m de altura, olhos preto, cabelo encaracolado, na altura dos ombros, seios médios, magra e umas pernas finas, mas muito linda, que iríamos tomar um banho de cachoeira, mas eu queria que só nós duas fossemos à cachoeira. E assim aconteceu.
Um lugar maravilhoso, fica a uns 6km da fazenda, lugar esse de pouco acesso, pois pra ir até lá tem que passar pela entrada da fazenda e de carro é impossível ir até a cachoeira, pois tem morro e mata fechada.
Levantamos cedinho, nunca tinha me declarado a ela, mas estava decidido que desse dia não passaria. Correria um risco de nunca mais ela olhar na minha cara, tinha que largar o medo de lado, e me jogar, mas sabendo que tinha assumir todos os riscos e consequências. E fomos pra cachoeira do Tamanduá.
Minha atração física por Fernanda, desabrochou a quase dois meses antes. Conversa vai e vem, nunca ela me deu uma brecha ou abertura pra que eu pudesse declarar a ela o que eu sentia.
Isso aconteceu aproximadamente no ano de 2005. Chegamos na cachoeira por volta das 9 horas da manhã.
Ahhhh... Somente um detalhe, como fui criada pelo meu avô, nunca me ensinaram a ter vaidades quanto á questão de vestir e também nunca tive privilégios pois os serviços na fazenda eram muito duros.
Chegamos àquele lugar maravilhoso, decidimos ajeitar as nossas coisas antes de adentrarmos na água. Ficamos observando a maravilha da paisagem, escutando os pássaros cantando etc. Pra ver se não tinha ninguém nos seguindo, subimos num monte e ficamos de bituca por uns vinte minutos.
Tomamos um suco, pois tínhamos levado umas coisas pra gente comer e beber.
Fernanda, tirando a roupa sua calça jeans, e sua bota, sua blusa de manga cumprida, fica apenas de biquíni a minha frente... Biquíni de cor amarelo ouro. Fiquei louca... Um fogo subia sobre meu corpo, a minha vontade era de enchê-la de intensos beijos. Kkkkk. Não tirava os olhos dela.
Como lugar ao redor da cachoeira é mata fechada, devido ao risco de cobra e por ter muitos espinhos, o porquê das nossas roupas serem calça jeans, blusa de manga cumprida e bota de couro de cano longo. Estávamos muito felizes. Fernanda estava sorrindo o tempo inteiro, ela me disse que o sonho dela era de poder estar ali ao lado meu lado. Que já tinha ouvido muitos casos sobre a cachoeira.
Olhando pra Fernanda, então disse:- Fê! Já que estamos aqui sozinhas, porquê a gente ficamos nuas? Vai tira o biquíni Fê.
Fê olha nos meus olhos e diz: - Aí amiga... Não sei não...
Não quis insistir com ela. Fui tirando a minha roupa e de forma a tentar vê qual seria a sua reação.
Tirei a minha roupa timidamente e já nua olhei pra ela, abrindo um leve sorriso.
Fê olhando pra mim disse-me: - amiga você tem um corpo de dar inveja. Enquanto você tem esse corpão e eu sou muito magra. Continuou dizendo: - Que homem vai olhar pra mim com esse corpo?
Então eu respondi: - relaxa amiga... Não tem homem nenhum aqui, só temos nos duas. Eu já pulei no lagoa da cachoeira totalmente nua, e dentro da água dava uns gritos chamando minha doce amiga pra pular na água. Kkkkk...
Assim que ela pulou na água, disse-a pra gente ir pra debaixo da cachoeira e nadando cerca de 300 metros, nos aproximamos perto da queda d'água. Como é um pouco fundo o local, Fê não sabia nadar muito bem e com um pouco de medo aproximando-se de mim ficando na minha frente, passando os braços nos meus ombros e pescoço, disse-me : - me leva pra debaixo da cachoeira Lena... (Apelido de infância).
Nossos corpos estavam juntinhos. Euzinha nua, sentia arrepios, aquela água fria batendo em nossos corpos... Me fazia ir ao delírio, mas o meu desejo era poder se sentir aqueles lábios aos meus.
Estávamos muito felizes, apenas nós duas sozinhas naquele paraíso, abraçadas, uma olhando olhos nos olhos. Nossos olhares se encontravam e brilhavam como nunca. Dávamos mergulhos por longo tempo, uma segurando a mão da outra.
Por descuido Fê ficou toda sem graça, por ter batido a sua mão em minha bucetinha, ah... Aquela mão boba, me fazia a mulher mais feliz do mundo. Ela então me disse: - desculpa amiga, não tive a intenção. Respondi: - ah amiga, relaxa. Não vou-me importar com isso. Só está nós duas aqui.
Ahhhh!!!! Meninas e meninos... Eitha saudades... Daquele momento em que eu estava me descobrindo a minha personalidade, sem sequer saber o que era certo ou errado, apesar do medo de ser rechaçada por minha escolha.
Olhávamos intensamente... Fê, olha nos meus olhos e me diz: - há muito tempo fico te observando e vejo que você me olha com olhares diferente. Fiquei pálida, e trêmula. Confesso que não esperava por aquela pergunta. Continuando Fê, exclama com uma voz suave e diz: - Não precisa ter medo amiga. Diz a verdade... Sou sua amiga.. Independente do que você me disser.
Lágrimas escorriam dos meus olhos e sem forças pra me expressar disse-lhe: - Tenho muito medo de perder a sua amizade. Mas me promete que não vai terminar a amizade comigo?
- Prometo, com a condição de você parar de chorar.
- Não sei te dizer Fê, estou sentindo algo por ti, mas não sei dizer o que é. Só sei que eu quero poder sentir a beleza do seu corpo junto ao meu. Um sentimento muito maravilhoso sinto por ti e não demoramos muito, lá estávamos nos duas aos beijos. Ela já fora passando a mão pelo meu rosto enxugando as minhas lágrimas , e novamente voltamos a nos beijar...
Ahhh... Momento mágico em que pela primeira vez, eu estava ali aos beijos com minha doce amiga Fernanda Medeiros... Nossas mãos escurregava por todo nosso corpo. Ficamos ali, já ambas nuas descobrindo os nossos sentimentos de carinho e de paixão.
Fizemos naquela tarde loucuras, uma felicidade tomava conta da gente. Fê me beijava intensamente na nuca, ouvidos e nas costas. Nossos seios... De forma surpreendente e suave, ora eu ora Fê, deliciavamos passando as nossas línguas.
Bom... Infelizmente não vou me atrever a relatar mais detalhes, por causa do regulamento do site. E como muitas pessoas me perguntam sobre como foi a minha primeira experiência. Então está aí.. Agora quando ao restante do nossa experiência, vou deixar por conta de suas imaginações.
Quanto a minha amada amiga Fernanda, posso dizer que tivemos três intensos encontros, cada um melhor do que o outro, mas infelizmente o pai dela foi trabalhar em uma outra fazenda e ficamos 11 anos sem nos ver.
Quando a vi, já estava casada e em 2016, tive a graça de fazer o parto da sua segunda filha.
Ahhhh... Muitos vão me perguntar se ficamos novamente... Kkkkk.. Não... Mas já conversamos pra gente ter um novo encontro no mesmo lugar, só que dessa vez, vai ser um quarteto.. MONIQUE, FERNANDA, CÁSSIO e EUZINHA. KkkKkk... É porque meu primo Cássio foi o primeiro a quebrar o seu cabaço tanto na bucetinha como no cuzinho... Kkkkk... Claro que eu estava juntinho lá na cachoeira....
Beijos a todos...
Helena Sanchez
