~ continuação ~
#“O sofrimento é o intervalo entre duas felicidades.”
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤVinícius de Moraes
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ(2)#
ㅤDe repente senti alguém acariciando a minha mão com a ponta dos dedos. Tentei me mexer, mas foi quase que em vão. Meu corpo todo doía e eu parecia estar preso em alguma coisa. Senti tubos e mais tubos entrando pelo meu nariz, nos braços, minha cabeça enfaixada em alguma coisa... "O que aconteceu comigo?", pensei. Por que eu não conseguia me mexer e porque meu corpo doía daquela forma? A cada tentativa de movimento, sentia como se meu corpo fosse esmagado e a cada respiração sentia mais falta de ar. Talvez, se não fosse por aqueles tubos, eu não estaria respirando.
- Ele se mexeu! – Ouvi alguém dizer. – Ele se mexeu! – Pude reconhecer a voz do meu avô.
- Graças a Deus! – Disse minha mãe ao meu lado segurando minha mão. Eu pude perceber que ela estava chorando.
- Mãe... – Tentei falar.
- Vini, eu estou aqui, pode falar, pode pedir qualquer coisa! – Disse ela alisando meu rosto.
- O que aconteceu? – Perguntei aos sussurros sentindo que perdia meu fôlego a medida que ia falando.
- Meu anjo... – Disse ela chorando. – Você estava atravessando a rua enquanto falava com o Philip e ai você foi atropelado...
- Como... Tu sabes? – Perguntei.
- Vini... – Disse o Philip ao meu lado.
ㅤEu, de repente, senti meu coração disparar e, então, com dificuldade, abri os olhos e vi sua imagem borrada. Senti minhas lágrimas escorrerem pelo rosto e depois seus dedos limpando minhas lágrimas com delicadeza.
- Vini, me perdoa. – Pediu ele com a voz trêmula.
ㅤEu não falei nada. Minha visão aos poucos ia se normalizando e eu ia me acostumando com a claridade. Vi seus olhos vermelhos e seus cabelos todo despenteado. Ele havia chorado.
- Desculpa por ter feito você se distrair! – Pediu ele.
- Agora não é hora de desculpas... – Disse a voz de um homem que eu não conhecia. – Deixem-no descansar um pouco!
- Quanto tempo eu estou aqui? – Perguntei.
- Cinco dias! – Disse minha mãe. – Descansa um pouco!
- Posso ficar com ele? – Pediu o Philip. – Por favor!
- Certo, mas não demore! – Disse o médico.
ㅤLogo que todos saíram o Philip arrastou uma poltrona e se sentou ao meu lado de cabeça baixa. Pude perceber que agora que todos foram embora, ele chorava como eu jamais havia visto.
- Philip... – Disse.
- Não fala nada, Vini! – Pediu ele. – Eu me sinto a pessoa mais cruel desse mundo por ter feito você passar por isso e aqui, ver você dessa forma é a única forma de me ouvir e tentar me entender, pois se não, você nem olharia para minha cara... Você foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida, você deu um sentido para ela. Eu conheci o que é ser, realmente, amado por uma pessoa e que o amor não tem sexo. Não importa se é de homem para mulher, de homem para homem, a única coisa que importa é que é amor. Quando o vi pela primeira vez, frágil, deu-me uma imensa vontade de cuidar de você, de abraçá-lo e isto me deixou muito confuso, mas eu decidi que me entregaria como fiz. Minha vida ao seu lado era maravilhosa, colorida, eu vivia cada dia como se fosse o último, amava-o mais do que a mim mesmo e ainda amo. Só que quando falei para meus pais sobre nós, minha vida se tornou um inferno, eles me ameaçavam dizendo que iriam destruir a sua vida, sua carreira profissional bem como a minha e já estavam fazendo isso. Eles contavam para meus clientes e aos poucos eu fui perdendo tudo. Eu já não atendia quase ninguém, meus amigos haviam se afastado de mim, assim como uma parte de minha família e eu não queria que isso acontecesse com você, apesar de uma parte ter acontecido. Aí vi essa oportunidade de ir para Londres para ao menos tentar esquecê-lo e meus pais não fazerem nada com você, mas eu não esqueci. A cada dia eu sentia mais a sua falta, do modo que me abraçava e cuidava de mim, de como me beijava, de como fazia amor comigo, eu sentia falta de cada parte de você e de como dizia que me amava. Eu tentei namorar uma garota, mas não era a mesma coisa, para mim você é insubstituível, você é como o meu oxigênio, necessário em minha vida e tão distante de ti, eu me sentia mais sem ar, mais sem vida. Eu nunca vou me perdoar pelo o que o fiz passar. Quando soube que seu pai faleceu, eu estava pronto para largar tudo, mas minhas irmãs me fizeram aguentar até o final do ano. Eu já não vivia, eu pensava em você todo o dia, eu queria você comigo mais do que tudo. Aquele dia, quando liguei para você, o dia que você sofreu o acidente, eu iria dizer que estava voltando e que precisava muito falar com você, pedir seu perdão e dizer o quanto eu o amava, o quanto eu amo e o quanto eu amarei e eu posso dizer que meu amor por você não tem limites, nem nunca terá...
ㅤA cada palavra que Phil falava, eu sentia um misto de emoções invadir meu corpo e meu coração. A dor se fundia com tudo isso e a primeira vez que ele disse que ainda me amava, eu não aguentei e comecei a chorar. Eu queria dizer que também o amava, mas não conseguia, não podia, eu precisava pensar. Suas palavras fez com que aquela ferida se abrisse novamente, maior do que antes. A dor que eu sentia, a dor dessa ferida, não se comparava nada a dor física.
- Vini, me perdoa... – Pediu ele chorando.
- Vai embora! – Disse chorando.
- Por favor...
- Vai embora. – Eu fechei os olhos para tentar parar de chorar. Ouvi ele se levantando e colocando a poltrona no lugar. Sem dizer mais nada, saiu do quarto onde estava e fechou a porta. Eu não pude resistir e chorei, chorei muito.
ㅤNaquele dia recebi a visita do Celo, Bruno e da Manu. Os demais vieram no outro dia, uma vez que havia sido proibida a visita para que eu pudesse descansar.
(Fim da Parte 41)
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#“Eu sei que vou te amar por toda a minha vida...”#
ㅤAquela semana se passou como uma tortura para mim. Não conseguia parar de pensar no Philip e em tudo o que ele havia me dito. Eu não conseguia suportar a ideia de que ele, simplesmente, se deixou se levar pelos pais dele e não me contou nada. Poderíamos ter lutado juntos contra isso. Eu deixei minha família para trás para viver esse amor que um dia eu acreditei que seria para sempre ou enquanto durasse.
ㅤEu teria de ficar um bom tempo ali naquela cama de hospital, até que eu pudesse ao menos caminhar. Com o acidente, havia quebrado a clavícula, uma perna, pulso e etc. Estava com o sentido literal da palavra, totalmente detonado. Passava horas e horas olhando para o teto e já sabia detalhadamente a textura do mesmo.
ㅤFaltando poucos dias para a véspera de Natal, meus avós conseguiram fazer com que eu me mudasse para a casa e fosse atendido lá com toda a mordomia possível. Quando me avisaram, eu até pude me sentir melhor, estaria em casa e não naquele lugar que me deixava para baixo.
ㅤO Fabrício, quando soube que eu estava em casa, veio me visitar e ficamos uma tarde toda olhando filme, pelo menos pude me divertir com ele, alguém que eu, de certa forma, gostava e que seria muito bom sentir por ele o que ele sentia por mim. Todos os demais vinham me visitar quase todos os dias, até mesmo a Fê e a Flávia, menos o Philip, é claro que eu pedi para meus avós barrarem ele caso tentasse alguma coisa.
ㅤNão preciso dizer como foi o Natal e o Ano Novo. Janeiro passou de, certa forma, um pouco rápido e eu todo engessado. Não via a hora de poder tirar tudo aquilo e ficar horas dentro da banheira. Seria mais um verão que eu não aproveitaria nada, tudo por culpa do Philip. Sim, eu o culpava pela minha desatenção, pelo meu acidente, apesar de eu estar errado. Eu deveria ter olhado para os dois lados da avenida e ver se não vinha nenhum carro. Mas o fazia, era uma forma de me sentir melhor e tentar me enganar do que eu realmente sentia.
ㅤA Manu, a Rafa, o Celo, o Bruno, a Carol, a Eve sempre vinham me trazer algo, algum doce, alguma coisa de fora para comer ou me mimar. Isso me fazia sentir muito melhor e mostrava o quanto gostavam de mim e eu deles. A todo o momento pedia desculpas por ter estragado a nossa volta para São Paulo, mas eles me mandavam, em alto e bom som, ficar quieto e esquecer isso, que eu devia me preocupar com minha saúde.
ㅤFaltava mais ou menos uma semana para chegar o mês de Março e eu, finalmente, pude tirar o gesso da perna e apenas ficar usando uma espécie de um colete que me apertava todo, mas mesmo assim, eu andava com ajuda de uma muleta, pois sentia dores. Meus avós haviam arrumado um quarto do térreo para eu não ficar subindo e descendo toda hora.
ㅤEra tarde quando minha avó falou que eu tinha visitas. Quando cheguei à sala, pude ver a Fê e Flávia. Cumprimentei-as e com dificuldade sentei em uma poltrona.
- Como estão? – Perguntei.
- Nós muito bem, você nem tanto, né? – Brincou a Flávia.
- Pois é, estou melhorando aos poucos, mas rapidamente fico cansado e dói tudo ainda! – Falei.
- Aaain, tadinho! – Riu a Fê. – Você, se não fosse cabeça dura, teria alguém para cuidar de você!
- Não quero falar sobre isso! – Disse um pouco sério.
- Ah não, Vini, nem vêm! Nós vamos falar, sim! Nem que tenhamos que te prender e você nos escutar, e isso não será difícil! – Disse a Fê.
ㅤEu respirei fundo e então olhei para elas tentando me manter calmo.
- Vocês sabiam o motivo dele ter ido embora!!! – Falei.
- Não, desconfiávamos, mas sempre que perguntávamos algo a ele, ele negava. Sentimos vergonha por nossos pais! – Disse a Flávia.
- Vini, tente entender o lado dele! – Suplicou a Fê.
- Ele mandou vocês virem aqui? – Perguntei.
- Não, ele nem sabe, vive socado dentro do quarto, só sai para comer. Ele anda péssimo, com uma aparência horrível e nem se cuidar mais ele se cuida.
- Problema dele! – Disse secamente.
- Vini, você não é tão frio assim, você antes era super querido e carinhoso! – Falou a Flávia.
- Mudei, mudei por causa dele!
- Vini, esses dias eu o peguei chorando enquanto segurava a sua pulseira e o anel que você jogou nele no ano passado. – Falou a Fê.
ㅤQuando ela falou isso, senti como se tivessem jogado em mim um balde de água gelada. Ele estava sofrendo e por mais que eu queria que ele sentisse o que eu sofri por sua causa, senti-me muito mal pelo estado dele, mas eu era orgulhoso demais para admitir.
- Vini, vocês se amam e não tem casal mais bonito que os dois! Nasceram um para o outro. – Disse a Fê.
ㅤMeu celular tocou e então vi que era o Celo. Pedi licença e atendi.
- Oi Celo, aconteceu algo? – Perguntei.
- Quer vir jantar aqui? – Perguntou ele.
- Agora? Celo eu estou que não posso caminhar direito, só se o vô me levar!
- Certo, pede para ele, depois nos o levamos para casa. – Ele desligou do nada.
ㅤEu olhei para as garotas e balancei a cabeça negativamente revirando os olhos enquanto elas riam.
- Se você quiser, nós o levamos com o carro do seu avô! – Disse a Fê.
ㅤFui, então, falar com meu avô e ele aceitou. Então, apenas arrumei os cabelos e fui com as garotas para o apartamento do Celo e do Bruno. Quando cheguei lá, já se encontravam todos, até mesmo o William que fazia muito tempo que não o via, mas que de vez em quando fazia suas aparições. Soube que ele andava trabalhando muito e não tinha tempo para quase nada.
ㅤEles convidaram as meninas para ficar e elas aceitaram sem relutar. Logo todos já estavam bem entretidos e eu, é claro, sentado numa poltrona sozinho sem me movimentar muito.
ㅤEntão, enquanto jantávamos, a campainha tocou e o Celo foi atender. Todos ficaram em silêncio quando ele voltou com o Philip. Eu, simplesmente, não pude acreditar. Como as meninas haviam falado, ele estava com uma aparência horrível e parecia que não dormia a dias.
- O que é isso? – Perguntei irritado.
- Nós iremos ficar lá fora, resolvam-se! – Disse o Bruno fazendo sinal para todos saírem, deixando eu e o Philip sozinhos.
- Hey, voltem aqui, deixem de serem idiotas! – Reclamei enquanto o Philip se sentava no sofá e ficava me olhando.
ㅤEles já haviam saído e batido a porta. Eu queria matá-los e esquartejá-los naquele momento. Tentei me levantar de forma brusca, mas cai no sofá sentindo uma pontada no peito. Soltei alguns palavrões.
ㅤFicamos algum tempo sem dizer nada, olhando para lados opostos um do outro. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto. Quando me virei, vi que ele me observava com os olhos cheios de lágrimas. Aquele silêncio estava me matando aos poucos e eu sabia que a ele também. Eu, de certa forma, estava indiferente quanto a ele.
- Vini, por favor... – Sussurrou ele.
ㅤEu, naquele momento, soube que o sentimento que eu sentia por ele sempre foi o mesmo e agora mais do que nunca, mais forte e indestrutível. Nada, nem o tempo, faria me esquecer dele. Eu o amava mais do que tudo em minha vida e era do lado dele que eu queria passar todos os dias dela, compartilhar minhas alegrias, minhas tristezas, vitórias, perdas. Naquele momento, então, me lembrei da frase que antes de viajar eu havia lido onde ela dizia que a paixão nos levava a cometer erros, mas somente o amor fazia-nos cometer os erros mais ridículos.
ㅤCom dificuldades, eu me levantei do sofá me segurando na muleta. Caminhei até a sua frente e o fiquei olhando com uma expressão séria no rosto, tentando não chorar. Ele já havia desabado.
- Levanta! – Mandei.
ㅤEle, sem entender, o fez e então tentei socar seu peito em vão, não tinha forças e ele segurou minhas mãos, e depois me envolveu em seus braços e me beijou. Ouvi apenas a muleta caindo para o lado no chão enquanto eu colocava minha mão envolta de seu pescoço e a outra em seu rosto. As lágrimas caiam pelo seu rosto e pelo meu, e juntavam-se em nossos lábios. Foi como se tivéssemos nos beijado pela primeira vez. Foi intenso e ao mesmo tempo terno, de um amor que até hoje eu não saberia explicar. Sua língua procurava pela minha de tal forma que parecia que ele queria fundir nossas bocas uma com a outra e nunca mais parar de nos beijarmos. Eu o beijava da mesma forma, sentia como se o mundo ao nosso redor havia parado e o tempo que ficamos separados jamais estivesse existido. Coloquei naquele beijo, e senti no seu, toda a falta que sentíamos um pelo outro. Ficamos ali durante o que pareceu muito tempo, não saberia dizer se por um segundo, um minuto, 10 minutos ou uma hora. Só paramos quando ouvimos os demais invadirem a sala gritando palavras que eu não entendia. Ele, então, de forma demorada se afastou dos meus lábios terminando com selinhos e me abraçou enquanto acariciava meus cabelos e sussurrava em meu ouvido: “Eu sei que vou te amar por toda a minha vida...”
- Você ainda se lembra? – Perguntei surpreso.
- Todos os dias de minha vida! – Falou ele.
(Fim da Parte 42)
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#“O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.”
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤCarlos Drummond de Andrade#
ㅤMinha vida havia mudado novamente. Todos os dias eu me perguntava se agora seria para sempre. Sim, eu acredito no para sempre ou no enquanto durar. Eu e Philip havíamos voltado e fazia questão de falar para qualquer pessoa que perguntasse que EU, Vinícius, era o grande amor da vida dele. Pude notar que seu sotaque estava diferente por causa desse tempo todo fora. Ele também parecia uma criança e eu sempre via estampado em seu rosto um sorriso quando me olhava.
ㅤSempre que podia, ele tocava no assunto e me pedia desculpas até que certo dia quase briguei com ele e pedi para que esquecesse de tudo isso, mas ele disse que seria impossível, pois, por mais que os anos passassem, eu sempre teria essa ferida, ela poderia estar pequena, mas estaria ali, mas me prometeu que me faria feliz nem que tivesse que largar tudo na vida para estar ao meu lado.
ㅤEu sentia que aquele passado era apenas uma lembrança distante, uma lembrança que eu deixaria sempre no fundo no baú e que faria o possível para não me lembrar de quão terrível foram àqueles meses sem o Philip. Eu estava feliz, ou melhor, muito feliz. Sentia-me leve, renovado, parecia que eu havia nascido novamente e todos notavam isto pelos meus gestos, atitudes, como eu falava, o meu humor, enfim, tudo em mim havia mudado.
ㅤEra metade de Março, eu estava já no quinto semestre da faculdade. Não acreditava que faltava apenas três semestres para concluir o curso. Claro que, para muitos, faltava muito, mas para mim, havia passado muito rápido com tudo o que havia acontecido. Eu, Manu e a Rafa seguíamos para o estacionamento conversando sobre isso. Logo que cheguei lá, o Philip me esperava com uma expressão de poucos amigos. Despedi-me rapidamente das meninas e fui até ele, quando entrei no carro, ele me beijou rapidamente.
- Aconteceu alguma coisa? – Perguntei preocupado.
- Sim, briguei com meus pais e estou saindo de casa! Eles não aceitam nosso relacionamento – Disse ele. – E por isso eu aluguei um apartamento!
- Puxa, Phil, se você quiser pode ficar lá em casa, tem espaço para suas coisas!
ㅤEle me olhou e passou a mão no meu rosto, e depois os dedos em meus lábios, e para provocá-lo, eu lambi e chupei seu dedo.
- Não faz isso, não! – Pediu ele. – Não vejo à hora de poder lhe tocar como sempre fiz e se eu fizer isso nas condições em que você se encontra, é capaz de você não sair vivo! – Riu ele.
- Muito em breve! – Pisquei o olho.
- Bem, como eu ia dizendo antes de você me provocar, eu aluguei um apartamento, não é muito longe daqui e... – Ele se calou.
- E? – Perguntei para que continuasse.
- E eu gostaria que você fosse morar comigo! – Disse ele me olhando nos olhos. – Sei que é muito recente e vou entender se não quiser, é que acho que devíamos dar um passo ou alguns passos em nosso relacionamento e, bem, eu acho que seria interessante e por isso...
ㅤEu toquei seus lábios com meus dedos fazendo-o se calar.
- Phil, este é o melhor convite que você já me fez desde que nos conhecemos! – Falei para ele. – Eu aceito, mil vezes aceito, só preciso falar com meus avós, mas com certeza eles vão deixar! Uma vez que estavam metidos no meio para que voltássemos a ficar juntos!
- Sério? – Perguntou ele deixando aparecer em seu rosto um lindo sorriso.
- Sério! – Falei.
ㅤEle, então, me agarrou e me abraçou fazendo com que eu praticamente ficasse sentado em seu colo enquanto me enchia de beijos.
- Você não sabe o quanto isto me deixa feliz! – Disse ele.
- Eu sei, mas estou sentindo minhas costelas! – Reclamei.
- Desculpa, amor! – Falou ele me soltando, mas ainda não parando de me beijar. – Vamos almoçar! Tenho o dia livre e, então, vamos para a sua casa conversar com seus avós!
- Mas já? – Disse surpreso.
- Sim, já é todo mobiliado, minhas coisas todos estão lá já! – Disse ele parecendo muito animado.
- Certo!
ㅤFomos almoçar perto da faculdade e ficamos conversando durante um bom tempo enquanto fazíamos mil e um planos sobre nossas vidas. Mais tarde fomos para minha casa e lá sentamos para conversar com meus avôs. Minha avó, é claro, ficou preocupada, achou que estávamos indo rápido demais, mas mesmo assim, não deixou de concordar bem como meu avô. Disseram que nos ajudariam em tudo o que fosse preciso, até que o Philip os abraçou e disse que os amava como se fosse seus próprios avós. Eu fiquei observando a cena e aquilo me emocionou muito, ele estava diferente do que era antes. Mais carinhoso, seguro de si e cheio de planos para sua vida.
- Nem acredito que o Vini está indo embora! – Disse minha avó.
- Ai que horror, vó! – Disse. – É logo ali e eu provavelmente sempre vou estar por aqui fazendo visitas!
- Sei, depois que estiverem juntos irão esquecer de nós! – Disse ela.
- NUNCA! – Dissemos eu e o Philip.
ㅤFicamos mais algumas horas conversando, até que ele disse que tinha que sair para resolver algumas coisas no apartamento (insisti para ir, mas ele não deixou), e que mais tarde voltava para jantar e dormir comigo, ou melhor, cuidar de mim, já que eu era o enfermo mais lindo dele.
- Eu sou o único! – Disse rindo.
- Por isso mesmo! – Riu também.
- Vai lá, besta! – Disse o beijando.
ㅤÀ noite ele voltou e jantamos com meus avós. Ficamos conversando durante muito tempo. Ele contava algumas coisas para eles, mas evitava os detalhes. Eu já não aguentava mais, tanto que pedi licença para meus avós e o fiz ir para o quarto comigo para assistirmos televisão e depois dormir. Durante um bom tempo, antes de dormir, o sentia roçando seu corpo no meu enquanto beijava meu pescoço e me acariciava. Eu sabia muito bem o que ele queria e o que ele queria, era o que eu queria também!
(Fim da Parte 43)
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#Na Cobertura!#
ㅤEra quase 11hs quando levantamos. Philip estava ansioso para que fossemos logo de uma vez para o apartamento. Então, lentamente comecei a arrumar minhas coisas, roupas, alguns pertences como meu notebook e etc. Com jeitinho, tudo coube em seu carro. Depois almoçamos com meus avós e antes de partir, disse que iria tomar banho, mas ele disse que não, que eu tomasse banho “em casa”. Isso fez com que a ficha caísse. Eu ainda não havia acreditado, mas sim, eu estava saindo da casa dos meus avós para ir morar com ele. Bateu-me um pouco de medo.
ㅤQuando chegamos ao edifício e um segurança abriu o portão para a garagem, olhei seriamente para o Philip, até que ele se virasse e perguntasse alguma coisa.
- O que? – Perguntou ele.
- Philip, você não acha que exagerou um pouco? – Perguntei. – Isto me parece um “pouco” caro.
- Você fala isso, pois não sabe o andar em que iremos morar! – Disse ele rindo.
- Até faço ideia! – Falei.
- Não se preocupe! Este apartamento é do meu tio, ele se casou e foi morar fora, liguei para ele e como sou seu sobrinho “preferido”, e ele odeia seu irmão, no caso o meu pai, ele disse que podíamos ficar aqui até resolvermos comprá-lo mesmo, enquanto isso, eu vou pagando uma espécie de alugá-lo, tipo prestações para comprar! Ele aceitou numa boa!
- Hum, menos mal! – Disse.
ㅤLogo que saímos do carro, pegamos as minhas coisas e fomos até o Hall de entrada onde ficava o elevador. Colocamos as coisas lá e fizemos umas três viagens até lotar o elevador e ficarmos espremidos ali dentro. Vi que ele apertou o botão para a cobertura. Só balancei a cabeça negativamente. Quando chegamos, havia um hall grande cheio de espelhos com mesinhas de pé de garra de vidro com flores, muito bem decorado. Tiramos as coisas do elevador e ele abriu a porta. Colocamos as coisas tudo lá dentro e eu então pude observar melhor o apartamento da cobertura. Era um SENHOR apartamento. Tudo muito bem decorado. A sala era enorme e ficava um nível abaixo do chão com sofás cheios de almofadas coloridas e uma grande televisão na outra ponta. Arranjos de flores para todos os lados, armários com taças e mais taças de cristal, outras com livros e etc. Enfim, típico apartamento de revista de decoração e etc.
ㅤPhilip fechou a porta, veio por trás de mim e me abraçou.
- Gostou? – Perguntou ele beijando meu pescoço.
- Totalmente sem palavras! – Confessei. – É um pouco grande, mas...
- Não se preocupe, há uma empregada que vem duas vezes por semana, mas no resto, nos viramos! – Disse ele me abraçando mais forte. – Eu quero cuidar de você, acordar todos os dias do seu lado e poder lhe dizer sempre que eu o amo!
ㅤEu me virei para o Philip e então toquei minha testa com a sua enquanto nos olhávamos nos olhos.
- Eu te amo e vai ser um prazer dormir e acordar todos os dias do seu lado! – Disse roubando-lhe um selinho.
ㅤFicamos a tarde toda arrumando minhas coisas e ajeitando algumas coisas no apartamento ao nosso gosto. A nossa suíte era belíssima, toda decorada com características do Art Nouveau e Art Decô. As principais cores eram o verde e o branco, mas havia detalhes em metal e o marrom das madeiras rústicas.
ㅤQuando tudo estava terminado, eu já havia instalado meu notebook na sala ao lado de dentro do nosso quarto, uma espécie de escritório particular. Queria contar a Manu e aos demais que eu havia me mudado, mas Philip na mesma hora fechou meu notebook, me dizendo que hoje queria ficar apenas comigo.
ㅤFomos para a sala e lá me deitei em seu colo enquanto assistíamos à televisão.
- O que vamos comer hoje à noite? – Ele perguntou.
- Não sei, mas...
- Mas o que?
ㅤEu então levantei sua camisa e mordisquei seu abdômen. Ele fechou os olhos e então pude perceber o enorme volume que se forçava em sua jeans. Vir-me-ei novamente e dessa vez fiquei beijando seu abdômen e o mordiscando, passando, de vez em quando, a língua envolta do seu umbigo. Ele suspirava e eu podia notar a alteração em sua respiração.
- Amor, no estado em que me encontro, sou capaz de quebrar a apartamento inteiro! – Disse ele passando a mão em meus cabelos. – Faz isso não!
ㅤVirei meu rosto e mordiquei seu pau por cima da calça enquanto ele colocava as mãos atrás de sua cabeça e contorcia o próprio corpo.
- Isso é tortura, Vini, para com isso, se acontecer algo a culpa é minha depois! – Falou ele alterado.
- Vamos ver se você é macho o suficiente para não tocar em mim! – Provoquei.
- Você sabe que eu não sou macho o suficiente quando se trata de ti, ainda mais nessa posição! – Disse ele me olhando e eu abrindo lentamente o zíper de sua calça e depois o botão. – Minha... Puta que pariu! – Dizia ele puxando os próprios cabelos, evitando me olhar.
ㅤEntão, para ver sua reação, passei a língua por toda a extensão do seu pau por cima da cueca. Ele não aguentou mais, me segurou e me pôs sentado no sofá. Tirando as calças e ficando apenas de cueca na minha frente. Seu pau já estava muito duro e, quando eu abaixei sua cueca, ele saltou em minha direção, como se pedisse minha boca, meus lábios.
ㅤPhilip segurou minha cabeça e ficou relando a cabeça do seu pau em meu rosto, deixando-o todo babado, até que finalmente socou seu pau em minha boca, me fazendo chupar todo ele até o talo. Ele gemia loucamente, gemia alto e com vontade. Estávamos em “casa” e podíamos fazer o que bem entender.
ㅤEu deslizava minhas mãos por suas coxas até a sua bunda e a apertava com vontade, durinha como sempre, deliciosa. Ele bombava tanto em minha boca que suas bolas batiam em meu queixo. Quando ameacei de por um dedo em seu cuzinho, ele segurou a minha mão e disse:
- Negativo! Não quero gozar logo, quero aproveitar o máximo que puder hoje!
ㅤEle tirou o resto de sua roupa e depois veio para cima de mim, tirando as minhas enquanto beijava meu corpo e deslizava sua língua por todo ele. Quando eu estava nu, ele começou a me mamar com sua boquinha gulosa. Eu segurava sua cabeça e fodia sua boca com vontade, rebolando nela.
ㅤDepois ele me puxou para si no chão e ficamos por cima do tapete nos amando e nos beijando, acariciando nossos corpos, descobrindo o que havíamos perdido todo esse tempo. De repente, ele parou e olhou para meu corpo deslizando a ponta dos dedos.
- O que houve com seu corpo? – Perguntou ele. – Está mais forte, lindo, perfeito!
- Academia! – Disse a ele.
- Hum, se preparando para a minha volta é? – Disse chupando meu pescoço por cima de mim.
- Talvez... – Respondi.
ㅤEle pôs suas mãos em minha cintura e colou seu corpo ao meu. Pude sentir seu pau duríssimo entre minhas pernas, que ele fez questão de rebolar como se estivesse fodendo elas. Seu abdômen atritava meu pau deixando-o todo babado.
ㅤEle, então, com cuidado, me pegou no colo e fomos para o nosso quarto. Lá ele me pôs na cama e foi até o banheiro trazendo de lá pacotes de camisinha e gel lubrificante. Ele rasgou um pacote e logo pôs uma em seu pau duro como pedra e eu prontamente fiquei de quatro na cama. Ele chegou por trás e caiu de boca, passando a língua por todo o meu cuzinho e chupando-o, deixando muita saliva que escorria por minhas pernas. Ele colocou um dedo em meu cuzinho e com a outra mão me masturbava. Quando eu estava quase gozando, ele parou e subiu na cama, passando o pau por minha bunda que já estava muito lubrificada. Com uma só estocada, ele socou todo seu pau e, sem parar, começou a bombar com muita vontade.
ㅤPrimeiramente de quatro e depois de frango assado. Ele praticamente montava em mim. Quando comecei a sentir dores, ele ficou atrás de mim, de ladinho na cama, e me penetrou, fazendo um vai e vem muito gostoso, enquanto me abraçava com uma certa força e mordicava minha orelha, beijando depois meu pescoço. Quando ele estava quase gozando, ele saiu e se deitou na cama, jogando a camisinha para o lado. Eu rapidamente comecei a lamber sua virilha e a mordiscá-la e depois chupar suas bolas. Ele gozou jatos e jatos de porra enquanto tinha espasmos de tesão e urrava como um urso feroz.
ㅤEu, de joelhos entre suas pernas, estava batendo uma quando ele pegou uma outra camisinha e pôs em mim. Eu fiquei olhando para ele e ele apenas sorriu.
- Soca! – Mandou ele me olhando enquanto elevava as pernas para trás, de frango assado, ficando com aquele bundão empinado para mim, mostrando o cuzinho bem apertadinho. Sem pensar duas vezes, cai de boca e comecei a fazer tudo o que podia. Chupava, lambia, mordiscava seu reguinho e ele ia a loucura pedindo para eu comer ele de uma vez. Então, coloquei muito lubrificante em seu cuzinho e lentamente fui o penetrando. Quando ele sentia muita dor, eu parava para ele se acostumar e depois voltava a penetrar novamente.
ㅤQuando meu pau estava todo dentro dele, ficamos parados no beijando. Eu fingia que iria tirar o pau dele e ele me segurava pela cintura implorando para que eu comesse seu cú, nesses termos mesmo.
ㅤPouco a pouco fui aumentando o ritmo ate que podíamos ouvir os barulhos que nossos corpos causavam um contra o outro. Minhas bolas batiam com força na sua bunda e eu já as sentia doloridas. Ele gemia, urrava, gritava. Não sabia o que fazer e só de ver suas caras e bocas, eu me sentia mais excitado ainda. Com uma mão, eu o masturbava e com a outra, apertava suas bolas. Não teve outra, ele gozou novamente em seu próprio peito e um dos jatos atingiu seu rosto, que eu me inclinei e lambi, beijando-o logo depois. De vez em quando ele apertava seu cuzinho em meu pau, me fazendo ver estrelas.
ㅤDepois o coloquei de quatro e soquei novamente, dessa vez com mais vontade. Segurava seus cabelos com força e ele socava a própria cama com seus punhos dizendo muitos palavrões. Eu o abraçava com força e nossos corpos já grudavam por causa do suor. Finalmente, depois de muito tempo, acabei gozando dentro do seu cuzinho com ele gemendo muito e eu também. Retirei a camisinha e a joguei longe, e caindo por cima dele, beijando suas costas largas.
- Eu te amo! – Eu disse a ele, alisando seu corpo.
- Eu amo mais!
ㅤMuito cansados, acabamos dormindo nesta posição. Acordamos horas mais tarde para tomar banho, comer alguma coisa e repetir a dose.
(Fim da Parte 44)
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~ ah, eu amo uma reconciliação cheia de sexo! espero que gostem e que comenteeeem, kkkk. aliás, pessoal da época do orkut, se lembrarem de algum título de conto, que gostariam de ver por aqui e que não seja muuuuiito longo, comentem ai, quem sabe eu não tenha aqui e consiga repostar para continuarmos a viver essa nostalgia.
Oii, CaioD86. Tudo bom? Então, eu olhei aqui na pasta que tenho alguns contos salvos e nenhum título bate com esse tema que você passou, de exército/militar/forças armadas/bandeira/brasil. O mais perto que chegou foi um com título de policial, mas procurei dentro da história pelos nomes que você informou, e não encontrei... desculpa! :(
até amanhã <3 ~