~ continuação ~
#Do Passado ao Presente#
ㅤAquele semestre que passei na faculdade em Londres foi realmente incrível. Conheci pessoas maravilhosas que até hoje eu mantenho contato. Quando cheguei em São Paulo, no dia seguinte, aparecemos de surpresa na casa de meus avós eles ficaram realmente muito felizes, sentiam muita nossa falta e disseram que nunca mais deixariam ficarmos tanto tempo afastados. Nem eu mesmo me permitiria isto, mas estava enganado.
ㅤMais tarde descobrimos que os pais de Philip estavam mexendo em seus pauzinhos para fazer com que ele perdesse sua clientela e de alguma forma ele voltar atrás do nosso relacionamento, e nos separar por causa da baixa renda, o que não foi nenhum problema, uma vez que eu podia mexer o quanto eu quisesse na herança que meu pai havia me deixado bem como no dinheiro que entrou da compra da empresa dele.
ㅤQuando voltei, fui fazer a rematrícula na faculdade e quando soube que eu ficaria na minha turma de antes, eu quase surtei. Não acreditava que eles haviam me passado aquele ano sem estar cursando ali, não entendi, mas enfim, não questionei. As meninas, é claro, ficaram super felizes com a notícia, novamente voltaríamos a aprontar pela faculdade.
ㅤEm Março, minha mãe se casou em Porto Alegre, haviam muitos convidados, tanto por parte dela como do D’Luca. Ela também havia comprado um apartamento no mesmo bairro em que eu morava em Porto Alegre, mas só que algo menor para ela mas, no entanto, ela estava vivendo com o D’Luca.
ㅤOs compradores da nossa antiga casa também estavam presentes, pois eram conhecidos de minha mãe e ela fez questão de convidá-los e isto me fez despertar um sentimento estranho dentro de mim, que eu não conseguia entender e nem explicar o que era.
ㅤDevo lembrar que o Rich e a Andrea haviam vindo de Londres para o casamento de minha mãe e adoraram as pessoas daqui, e que minha irmã e seu namorado não compareceram a cerimônia por que eu estava presente com o meu “esposo” e isso era uma afronta a eles.
ㅤUm mês depois, em São Paulo, eu havia ido visitar meus avós e quando cheguei lá, só estava meu avô e então ficamos conversando durante algum tempo e eu falei algo que foi muito involuntário, sem querer.
- Vô, eu quero voltar para Porto Alegre!
- Como? – Perguntou ele sem acreditar.
- É, em breve, final do ano me formo e a situação está difícil para mim e para o Phil. Os pais dele estão atrapalhando ele e se ele mudasse para um lugar em que eles não pudessem encher o saco, seria mais fácil. – Disse olhando para ele com uma expressão séria.
- Acho um pouco arriscado, Vini, vocês teriam que começar do zero, ele principalmente...
- Não, lá há muitos centros odontológicos e para ele, que tem graduação e um ramo certo, é bem mais fácil e sempre estão precisando, quem sabe em uma faculdade ou universidade.
- Hum, isto é verdade. – Concordou ele. – E a moradia?
- Era isso que eu queria falar com o senhor! Quero voltar a morar na casa que era dos meus pais, tem um grande espaço lá para nos arranjarmos, eu criar um estúdio para meus projetos de música que o senhor sabe que eu adoro!
ㅤMeu avô ficou quieto durante algum tempo pensando e depois se aproximou de mim e segurou minhas mãos.
- Bem, vou lhe ajudar...
- Não, vô, eu quero fazer isso com meu dinheiro! – Disse em um tom de ordem.
- Está bem, mas acho que deveria comunicar ao Philip.
- Vou fazer isto, só preciso que me ajude com esta compra e resolva este lado para mim. – Pedi.
- Eu farei isto.
ㅤNaquele dia, quando Philip chegou ao nosso apartamento à noite, eu já o estava esperando com a janta feita. Logo que ele me beijou, percebeu que eu estava um pouco estranho. Ele apenas fez um sinal para que eu falasse enquanto ia se sentar para jantar.
- Estive com meu avô hoje... – Falei.
- E ai? Como ele está? – Perguntou ele me olhando com aquela expressão calma e aquele olhar expressivo que somente ele sabia fazer.
- Bem, conversamos sobre algumas coisas e outras foram sobre nós, seus pais, o seu emprego!
- Não acredito que foi pedir ajuda... Vini, é sério! Nós vamos...
- Fica quieto, Philip! – Disse irritado. – Deixa de ser orgulhoso, que saco, eu fui lá pedir para ele resolver uma coisa para mim!
- O que? – Perguntou ele com o rosto vermelho de quando eu o xingava.
- Bem, falei para ele que gostaria que ele nos ajudasse a nos mudar para Porto Alegre, eu não aguento mais ver você reclamando que passa horas sem atender ninguém... – Quando ele foi falar algo em protesto, eu fiz sinal para ele ficar calado. – Não adianta negar, eu sei que é verdade, Phil, acho que o melhor seria nós começarmos tudo novamente, longe dos teus pais, eles vão sempre nos incomodar e você sabe disto!
- Eu sei, mas o problema é como, onde ficaremos, eu penso nisto também! – Confessou ele.
- Pedi para meu avô ver a compra da casa dos meus pais, se tudo der certo, vamos morar lá!
- Vini, você enlouqueceu? É muito caro! – Disse ele alterado.
- E eu tenho herança para o que? Para ficar mofando num cofre de banco?! Menos, Philip!
- Você sabe que eu não quero que você mexa nesse dinheiro, vai que você precisa mais tarde! – Falou ele.
- Ah, cala a boca, Philip, eu sou casado CONTIGO! E você COMIGO! O que é meu, é teu, e o que é teu, é meu, e não teima, que saco! Estou cansado de você pagar tudo e eu ficar como uma dondoca sem fazer nada vivendo as tuas custas!
ㅤEle simplesmente balançou a cabeça e se levantou seguindo em direção ao quarto. Peguei seu prato e joguei fora a comida com muita raiva e fiquei algum tempo sentado na mesa tamborilando os dedos na mesa.
ㅤAlgum tempo depois, me levantei e fui até o quarto e lá estava ele sentado enquanto pensava com as mãos na cabeça. Ele me olhou e me chamou com um dedo. Quando cheguei perto, ele me puxou por uma mão e me fez cair na cama com ele por cima de mim.
- Desculpa, é que eu fico meio assim, impotente em não poder ajudar...
- E você acha que eu me sinto como? – Perguntei fechando os olhos ao sentir seus lábios em meu pescoço.
- Eu pensei melhor e acho que deveríamos, ao menos, tentar e ver no que vai dar! Procuro alguns contatos meus em algumas clínicas e ai quem sabe!
- Sério? – Perguntei me entusiasmando.
- Sério, eu teria que concordar de qualquer jeito! É difícil resistir a este teu jeitinho meio impulsivo de fazer as coisas!
- Ah, que ótimo Phil, eu te amo, eu te amo, eu te amo! – Disse o enchendo de beijos.
ㅤNaquela semana comuniquei a todos que, se tudo desse certo, eu e Phil iríamos comprar a antiga casa dos meus pais e morar em Porto Alegre. A decepção no rosto de todos era visível de longe. Todos éramos muito amigos e ainda somos, mas não queríamos nos separar de uma forma que seria definitiva. Depois deste ano, cada um tomaria seu rumo, teria sua carreira.
ㅤA Manu e a Rafa eram as que mais estavam sentidas com esta situação e fizeram disto um motivo para nos reaproximarmos mais ainda. Fazíamos praticamente tudo juntos, elas estavam sempre no nosso apartamento, bem como os outros, Celo, Bruno, Eve, Carol, Fê, Flávia...
ㅤQuando completamos um ano de casados, meus avós organizaram uma festa surpresa para nós, convidando amigos e conhecidos que nos aceitavam como éramos, dois homens que tinham algo em comum, o amor que sentiam um pelo outro. Nesse dia, não só comemoramos o nosso aniversário de casamento, mas também o aniversário do Philip.
ㅤNo mês de Julho, mês do meu aniversário, foi seguido outra festa, a minha, mas foi algo mais íntimo, o nosso grupo de sempre e até mesmo meus avós que não ficaram muito tempo para nos deixarmos mais a vontade.
ㅤO mês de Agosto já estava avançando e eu já havia perdido totalmente minhas esperanças de que meu avô conseguiria a antiga casa dos meus pais de volta. Agora eu tinha de me concentrar no meu trabalho de conclusão do curso.
- Eu vou morrer, eu vou morrer, eu vou morrer! – Sussurrava a Manu sentada ao meu lado na sala de aula.
- Fica quieta, Manu! – Disse a Rafa irritada. – Você chegou até aqui, não tem motivo para se desesperar!
- Cheguei com as calças na mão! – Falou ela.
ㅤNeste momento a Rafa olhou para ela com uma expressão mortal e a Manu se encolheu toda.
- Desde quando chegar com médias acima de oito é com as calças na mão? – Perguntei.
- Ah, você fala isso porque é o MELHOR aluno da turma, foi para Londres, intercâmbio e bla bla bla! – Disse ela me olhando.
ㅤEu simplesmente revirei os olhos e voltei à atenção para a professora. Estava pensando em quem iria me orientar. Então, senti meu celular vibrar no meu bolso. Era uma mensagem. Peguei-o e li: “Consegui!”, era o que meu avô havia mandado. Eu, no momento, não havia entendido e então o guardei novamente.
- O que foi? – Perguntou a Manu.
- Meu avô viajando! – Disse revirando os olhos. – Mandou uma mensagem de “consegui”!
- Vini? – Disse a Rafa.
- O que?
- A SUA CASA, IDIOTA! – Disse ela muito alto chamando a atenção de todos.
ㅤFoi aí que a ficha caiu. Sem dizer nada, como já estava terminando a aula, peguei meus materiais e sai correndo em direção ao estacionamento. Lá rumei direto para a casa dos meus avós e ao chegar, o Philip já estava lá.
- É sério mesmo? – Disse entrando na casa sem ao menos cumprimentar eles.
- Bom dia! – Falaram meus avós fazendo o Phil rir que veio até eu e depois me beijou.
- É sério, sim, conseguimos fazer um acordo, vamos comprar a casa no mesmo valor que eles compraram da sua mãe, só que eles pediram até o final do ano para achar outra e saírem, o que achei extremamente válido, já que você se forma no final do ano!
- Por mim...
- E eu vou lhe dar a metade do valor com o tempo, como se tivesse o ajudado a pagar! – Concluiu o Phil.
ㅤNão falei nada, já havíamos brigado por causa disto.
- O problema é mobiliar! – Comentei.
- Sua mãe vendeu mobiliada e por isso a receberá assim, e com o tempo os dois vão trocando! – Disse minha avó.
- Ótimo, então! Vamos almoçar? – Perguntei sentindo meu estômago roncar.
- Vamos sim! – Disse minha avó me puxando dos braços do Phil e me levando para a cozinha.
ㅤLá almoçamos todos juntos enquanto conversávamos e fazíamos planos para a minha futura vida, bem como a do Phil.
ㅤMeu avô decidiu que ele iria resolver este assunto para nós e quando tivéssemos que nos mudar, ai poderíamos fazer algo, ou melhor, faríamos algo. Eles adoravam quando podiam participar de nossas vidas e eu, é claro, bem como o Philip, fazíamos questão disto. Eles, como eram mais velhos, sempre tinham algo a acrescentar em nossas vidas.
ㅤQuando chegou o mês de Novembro, eu já havia praticamente terminando o meu trabalho de conclusão e, é claro, completado as horas totais do estágio, uma vez que havia juntado com o tempo que eu havia trabalho em Londres na agência da faculdade que lá eu havia estudado.
ㅤEu havia estudado tanto para a banca, que no dia da minha apresentação, no mês de Dezembro, o meu examinador teve que pedir para que eu falasse com mais calma, pois eu falava tanto, que eles já estavam tendo uma overdose de informações. Por fim, ao término da mesma, ganhei os parabéns e os cumprimentos de todos e soube que passei com média 9,8 e que não fui com 10 por causa disto, de ter falado muito rápido na apresentação, mas o resto estava, modéstia parte, muito bom.
ㅤVéspera de Natal, a casa da minha avó estava lotada de parentes, primos, tios, minha mãe e seu marido haviam vindo também para passar alguns dias conosco, menos minha irmã que continuava emburrada comigo, como se eu tivesse alguma culpa em tudo o que aconteceu.
- Seus avós já estão acordados! – Disse o Vini me abraçando por debaixo dos lençóis enquanto me enchia de beijos.
- É, eu ouvi o barulho! – Disse um pouco sonolento. – Dorme mais um pouco Phil, estou com sono!
- Não vai dar atenção ao teu amor? – Perguntou ele passando os dedos em meu rosto.
- Vou, depois que dormir mais!
ㅤEle ficou parado e então eu me aproximei dele e deitei em seu peito enquanto o acariciava.
- Você está muito mal acostumado! – Resmunguei.
- Não se preocupe, você terá uma vida inteira para tentar acostumar a sua forma! – Falou ele beijando meus cabelos.
ㅤAcabamos por dormir mais um pouco e só acordamos quando minha avó veio nos chamar para almoçar. A essa altura, todos os meus parentes sabiam que eu era homossexual, casado e muito feliz e pouquíssimos eram os que estavam ligando para isso, cada um tinha sua vida e seus problemas.
- Bonjour, ma mère! – Disse rindo enquanto me sentava ao lado de minha mãe na mesa e o Phil a minha frente, ao lado do D’Luca.
- Nem vem, Vini, português, por favor! – Pediu ela.
ㅤTodos começaram a rir.
- Hoje as mulheres vão ficar comigo para arrumar a casa para a noite e os homens, não quero ver nem rastro! – Falou minha avó olhando feio para meu avô.
- Vamos para o clube! – Disse ele se servindo.
ㅤTodos concordaram e logo depois do almoço, então, fomos ao clube. Como eu não havia posto a sunga, fui correndo para o banheiro e lá me troquei e quando voltei, Phil ficou me secando de longe enquanto conversava com meu tio materno. Ele já estava apenas de sunga também e como ele curtia muito mais o sol do que eu, ele estava bem douradinho.
ㅤLarguei minhas coisas na mesa e fui correndo para a piscina. Parecia uma criança que nunca havia visto água e modéstia parte, tinha e tenho o corpo muito bonito, todo definido de academia, sem nenhum exagero, ao contrário do Philip, que tem cerca de seus quase 100 kg.
ㅤAlgumas mulheres, quando passei, ficaram me observando e logo depois que o Phil se levantou, usando uma sunga branca, foi uma perdição. É incrível como as mulheres não conseguem ser discretas.
ㅤEle entrou na água e veio até minha direção, no meio da piscina e ficamos conversando um próximo do outro para não dar muita bandeira, mas a todo momento ele me segurava pela cintura e me puxava para si, mas eu fingia estarmos brincando e de alguma forma, conseguia me afastar dele, deixando-o louco da vida.
- Menos, Philip! – Disse a ele.
- Menos nada! Você provoca com essa sunga! – Reclamou ele se aproximando enquanto eu esticava a perna para afastar ele e ele a segurava me puxando para si e me deixando praticamente em seu colo por debaixo da água.
ㅤAssim, enquanto eu tentava me afastar, ele mergulhou e me beijou a força, envolvendo meu corpo em seus braços. Era uma sensação maravilhosa beijar ele debaixo da água. Quando começou a faltar ar, voltamos à superfície e eu podia ver claramente as chamas em seus olhos azuis de quando ele estava querendo mais do que um simples beijo, já conhecia esta chama que se ascendia todos os dias.
ㅤNa hora de voltar para casa, eu fui ao vestiário tomar um banho e me trocar. Quando estava colocando a roupa, ele apareceu e me abraçou por trás enquanto ficava nos observando no espelho em frente. Depois ele se sentou e me puxou de costas, beijando minha cintura, deslizando suas mãos para debaixo da minha bermuda e eu ali, secando os cabelos tentando não cometer nenhuma loucura naquele banheiro.
- Vai me ignorar por muito tempo? – Perguntou ele passando a língua por minhas costas.
- Aqui não, Phil, o clube não, entra criança, gente a qualquer hora! Vai ao box e bate uma!
ㅤEntão senti sua mordida em minha bunda.
- Desde que estamos juntos, eu nunca mais bati uma, não sou mais adolescente, sou homem e tenho quem realize meus desejos e me faça homem quando quero! – Falou ele me virando de frente enquanto eu colocava a mão em sua cabeça e acariciava seus cabelos.
- E este alguém sabe? – Perguntei sorrindo.
- Espero que sim, só fico na dúvida se ele faz o mesmo por mim!
- Tenho certeza que ele compartilha da mesma opinião que a sua! – Confessei.
- Ele te disse isto? – Perguntou ele se levantando e me abraçando, enquanto aproximava o rosto lentamente.
- Aham! – Sorri.
- Bom saber! – Ele então se aproximou, me prensou na pia e me beijou.
ㅤEu podia sentir a excitação percorrer todo o seu corpo enquanto explorávamos nossas bocas cheias de desejo e amor. Minhas mãos deslizavam por suas costas e as suas me apertavam contra o seu corpo e quando ouvimos a porta do banheiro abrir, ele se afastou muito irritado e foi para o fundo do banheiro se trocar e rogando praga pra pessoa que entrou, e eu rindo.
ㅤAquela tarde, quando chegamos em casa, tudo, a decoração, tudo mesmo já estava arrumado. As mulheres desta vez, haviam caprichado. Eu fui um dos últimos a tomar banho e com muita relutância por minha parte, fiz com que o Philip esperasse a vez dele, até mesmo porque havia meus primos para tomar banho e eles saberiam que eu e o Phil teríamos transado dentro do banheiro, apesar de ter mais de um.
ㅤFoi um dos melhores Natais que eu já tive em família. Eu não precisei fingir algo que eu realmente não era, eu não precisei agradar ninguém. Todos os que estavam ali, presentes, eram pessoas que eu gostava, pessoas que gostavam de mim e que sabiam que eu e o Philip nos amávamos, que éramos casados, a nossa maneira, mas éramos.
ㅤPhilip não parava de rir e falava bobagens com os meus tios, que já estavam mais para lá do que pra cá. Ele também. Levantei-me e fui até ele, retirando de sua mão uma taça de champanhe. Ele me olhou e fez bico, pedindo mais.
- Não, Phil! Você já passou da conta! – Disse.
- Como você é chato, Vini! Deixe-me beber, vou direto para a cama depois! - Disse ele insinuando algo que, na hora, eu não entendi.
- Vamos dormir, Phil! Já está mais do que na hora! – Peguei sua mão e o puxei. Ele se despediu dos demais e seguimos para o nosso quarto.
ㅤEu entrei primeiro e ele depois, fechando a porta. Sem dizer nada, ele se aproximou e me abraçou por trás, passando a mão por meus cabelos e pousando-a em minha nuca enquanto deslizava a ponta da língua e depois soprava.
- Já estava mais do que na hora de você perceber que eu estava querendo vir para o quarto! – Disse ele sussurrando.
- Eu não acredito que você estava fingindo! – Falei surpreso.
- Não acredite, finja que estou bêbado...
ㅤEntão, eu me virei de frente para ele e o puxei para cima de mim à medida que eu ia me deitando na cama. Ele me olhava daquela forma, àquela forma que somente eu conhecia, aquele brilho, aquela chama que aquecia nossa alma e nossos corpos. Ele me desejava mais do que qualquer coisa e o sentimento, era recíproco.
- Eu não sei o que seria da minha vida sem você... – Disse ele acarinhando o meu rosto com a ponta de seus dedos. – Sabe o que é olhar para o passado e ver uma grande nuvem negra?
- Como assim? – Perguntei sem entender.
- Minha vida era assim quando eu não tinha você, é o que eu consigo ver, apenas uma grande nuvem negra no meu passado, você, uma nuvem negra novamente e você até hoje!
- Eu odeio quando você faz isso! – Falei com os olhos enchendo de lágrimas.
ㅤEle começou a rir.
- Eu apenas te amo e te amar é o que me faz todos os dias acordar pela manhã e querer te ver feliz ao meu lado! – Disse ele aproximando seu rosto do meu enquanto roçava nos lábios e com as mãos secava minhas lágrimas.
ㅤPhilip aproximou seus lábios do meu e, então, me beijou de forma carinhosa enquanto descansava seu corpo por cima do meu. Logo eu retribuía, sentindo todo seu peso por cima de mim. Lentamente, fui deslizando minhas mãos de suas costas até sua bunda, cuja mesmo apertei com vontade fazendo-o sorrir entre os beijos.
- Você quer? – Perguntou ele.
- Preciso responder?
ㅤEle, então, ficou com os joelhos entre minhas pernas e se levantou me puxando para si. Seus olhos me fitavam de uma forma que eu jamais havia visto. Senti meu corpo se arrepiar todo. Ele percebeu.
ㅤPhilip segurou minhas mãos e juntamente das suas, foi retirando sua camisa enquanto eu o apenas acompanhava e aproximava meus lábios de sua linha Alba e passava a ponta da língua. Ele se contraiu. Era uma das partes mais sensíveis do seu corpo e somente eu conhecia. Isso me dava uma sensação estranha de poder, pois eu era capaz de fazê-lo sentir todo o prazer que necessitava.
- Isso não vale, Vini! – Sussurrou ele jogando a camiseta para o chão.
- Não sei por que... – Falei mordiscando esta parte do corpo.
ㅤEle soltou um leve gemido. Depois abri sua bermuda jeans e pude perceber, aos poucos, o volume que se formava em sua boxer.
- Viu como você me deixa? – Perguntou ele.
- Pelo menos desperto alguma excitação em você! – Falei com um sorriso malicioso.
- Alguma? Você desperta todas as excitações e sensações possíveis no meu corpo! Eu te amo, bebê! – Sorriu ele se deitando por cima de mim novamente, agora só de cueca, roçando suas coxas entre as minhas, sentindo meu pau crescer por dentro de minha cueca, relando em seu abdômen.
ㅤEle percebendo, começou a acariciar meu corpo enquanto no beijávamos ardentemente e eu deslizava minha mão por sua pele macia e lisinha, cheirosa, aquele aroma de homem que só ele tinha.
ㅤTudo fluía tão perfeitamente entre nós, que, quando percebi, eu já estava apenas de cueca e ele nu por cima de mim, roçando seu pau duro como uma rocha nas minhas coxas, melando-as todas.
ㅤPhilip, então, segurou minha mão e ficou em pé na cama me puxando para ele, enlaçando-me com seus braços musculosos, olhando-me daquela forma que eu até hoje não sei explicar. Algo como que, por mais que eu tentasse fugir, não conseguiria, um olhar com uma energia mais forte do que qualquer coisa.
- Promete uma coisa? – Pediu ele.
- Qualquer coisa! – Falei.
- Promete que vai me amar para sempre? Promete que o para sempre não vai ser enquanto durar, que vai ser para sempre mesmo? – Pediu ele segurando minha mão e beijando a nossa aliança.
- Prometo!
ㅤEle, então, me abraçou com mais força do que podia, como se quisesse unir nossos corpos ou mais do que isso, nossas almas, apesar de eu ter certeza de que elas já estavam juntas para todo o sempre.
- Eu mais do que te quero, necessito ter você para sempre... – Sussurrou ele deslizando seus lábios por meu ombro, entrelaçando nossas mãos e depois as erguendo para o alto.
ㅤComo se quisesse me provocar e era isso o que ele realmente estava fazendo, lentamente foi se ajoelhando na cama, passando sua boca, sua língua por meu peito, mordicando meus mamilos me fazendo delirar ali, em pé, com minhas mãos presas as dele ao lado do meu corpo.
ㅤEm meu abdômen, Phil deu praticamente um banho de língua até alguns centímetros acima da base do meu pênis, que pedia para sair da cueca e ser engolido por sua boca quente, macia, molhada e sentir todas as sensações possíveis que ele sabia me proporcionar.
ㅤQuando ele retirou minha boxer, meu pau, já duro, roçou em seu rosto e ele, sem pensar duas vezes, caiu de boca, engolindo-o o máximo que podia, soltando minhas mãos e me puxando pela bunda enquanto eu segurava sua cabeça. Eu socava em sua boca até sentir sua garganta, fazendo-o engasgar algumas vezes, mas ele não se cansava, passava a língua por todo meu pau, chupava minhas bolas e depois voltava a me mamar.
ㅤDepois de uns 15 minutos me mamando, que eu até já havia me deitado na cama, ele pediu para comer ele, e foi o que fiz. Levantei-me e fui até a gaveta onde peguei alguns pacotes de camisinha e o lubrificante e deixei pela cama. Ele já havia se prontificado a ficar de quatro na cama e quando me virei para ele, pude ver sua bunda grande, lisinha e gostosa empinada para mim.
ㅤBalancei a cabeça negativamente e fui até ele, alisando sua bunda, passando os dedos pela borda do seu cuzinho até cair de boca e deixá-lo todo molhadinho. Eu chupava sua bunda, passava a língua e a enfiava no seu cuzinho fazendo-o gemer e soltar palavrões. Phil até mesmo piscava o cuzinho e rebolava na minha boca.
ㅤDepois coloquei o lubrificante na mão e passei em sua bunda, enfiando os dedos no seu cú fazendo-o implorar para que eu o comesse. Seu pedido era uma ordem, coloquei a camisinha e fui metendo lentamente até o fim, abraçando-o por trás
ㅤFiquei parado por algum tempo até começar num vai e vem lento e gostoso, aumentando o ritmo vagarosamente, até bombar em seu cú com força e velocidade. Fiquei assim durante algum tempo, puxando-o de vez em quando pelos cabelos, parando e o ouvindo implorar por mais.
- Fode, por1ra! – Dizia ele se controlando para não gritar e os outros não ouvirem lá embaixo.
- Não ouvi?
- FODE, PORRA!
ㅤEntão, eu bombava novamente. Algum tempo depois nesta posição, trocamos e ele ficou de frango assado, deitado com a cabeça no travesseiro e os braços abertos segurando as bordas da cama tamanho tesão ele sentia. Trocamos mais algumas vezes de posição até que gozei em seu peito enquanto ele passava a mão lambuzando mais ainda e chupava os dedos, fazendo-me chupar logo depois. Então, de uma forma meio que rude, ele me segurou com força e me fez apoiar na cama, me segurando pelos braços e pelo pescoço, aproximando-se de mim e sussurrando em meu ouvido.
- Você me paga! – Sussurrou ele com aquela voz rouca me fazendo arrepiar.
ㅤDepois ele me segurou pela cintura e me virou, me fazendo deitar na cama e logo em seguida ele subia nela. Ele ficou de joelhos entre minha cabeça, esfregando seu pau em meu rosto até que meteu todo ele na minha boca.
- É disso que tu gosta, né? Vamos, responde! – Falou ele provocando, uma vez que sabia que não tinha como eu falar com seu pau atolado na minha boca. – Estou esperando! – Falou de novo, socando mais ainda me fazendo perder o ar.
ㅤEu apenas consenti com a cabeça. Ele, então, tirou o pau todo babado e esfregou ele no meu rosto.
- É assim que eu gosto! – Disse ele.
- É assim que você se sente macho é? – Provoquei. – Dominando?
- O que você falou? – Ele socou novamente seu pau em minha boca e começou a bombar enquanto eu apertava sua bunda com força, fazendo-o meter mais ainda. Eu não sabia dizer se minha boca tinha mais saliva ou a baba gostosa do seu pau.
ㅤQuando ele retirou seu pau novamente da minha boca, ele ficou brincando com o fio de baba esfregando no meu rosto, fazendo-me sentir aquele cheiro delicioso de macho que ele emanava.
ㅤDepois ele se levantou e foi pondo minhas pernas em seus ombros, empinando minha bunda, passando a língua por meu pau, minhas bolas e depois no meu cuzinho, enchendo-o de saliva com sua língua ao mesmo tempo em que enfiava um dedo e o socava.
ㅤEu simplesmente sentia o ar se perder e os meus gemidos se tornarem cada vez mais altos até ele tapar minha boca com uma de suas mãos, falando que os parentes iriam nos ouvir.
ㅤPor mim, depois do que pareceu muito tempo me matando de tanto prazer, ele segurou minha cintura e encaixou-a em seu colo, metendo seu pau sem camisinha e todo babado em meu cuzinho apertado.
- Puta merda, Philip! – Reclamei.
- Quieto!
ㅤEle, então, começou a bombar, sem dó e sem piedade, com muita vontade. De vez em quando ele dava umas estocadas que me faziam quase perder os sentidos. Aí ele me puxou para si e me fez ficar sentado em seu colo enquanto nos beijávamos e eu começava a cavalgar.
ㅤBeijávamo-nos ardentemente, mordíamos a boca um do outro, um chupava a língua do outro, ele puxava meus cabelos para trás e eu dava tapas no seu rosto, deixando-o mais puto ainda.
ㅤDepois fiquei de quatro e dessa vez ele “maneirou” um pouco. De joelhos, ele bombava em meu cuzinho e as vezes me abraçava, colando nossos corpos, virando meu rosto para ele e me beijando de forma mais carinhosa. Mas eu gostava, gostava e ainda gosto desse jeito rude de ser, jeito de homem.
ㅤFicamos nessa posição durante mais alguns minutos e depois ficamos de lado e desta vez ele foi extremamente carinhoso enquanto fazia um vai e vem muito gostoso. Segurava minhas mãos e beijava meu pescoço, mordiscava minha orelha e dizia a todo o momento que me desejava e que me amava. Era incrível como ele podia mudar de temperamento em poucos segundos.
ㅤPor fim, ele acabou gozando entre minhas coxas jatos e jatos de porra, me lambuzando todo, passando sua mão toda babada por seu corpo e por meu. Ficamos num troca troca para ver quem lambia mais um ao outro.
ㅤFicamos algum tempo nos arretando e depois fomos para o banho. Lá nos pegamos mais um pouco e depois voltamos para o quarto meio que molhados, mal havíamos nos secado.
ㅤNa cama, eu fiquei deitado abraçado a ele enquanto acariciava seu peito e ele meus cabelos ainda molhados.
ㅤConversamos um pouco e, por fim, acabamos por dormir nus, amando um ao outro...
(Continua)
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#Epílogo#
- Depois que todos forem embora, verifique se eles desligaram todos os computadores e feche tudo! – Disse a minha secretária que se encontrava sentada atrás de sua mesa tomando café.
- Certo! – Disse ela pousando a xícara na mesa. – Depois eu envio a agenda de amanhã por e-mail!
- Ah, ótimo, faça isso mesmo! Por acaso é amanhã aquela reunião? – Perguntei me lembrando do cliente chato que queria mudar o modo de apresentação de sua empresa e deixá-la mais cafona do que já era.
- Aham! – Disse ela se segurando para não rir.
ㅤMinha expressão não foi das melhores enquanto retirava meus óculos de grau para limpá-los.
- Sério, se ele insistir, eu vou dizer que não farei coisa alguma e mandarei ele para a pior agência de publicidade que me vier a cabeça! – Falei irritado observando-a rir. – Antes perder dinheiro do que sujar o meu nome! – Disse colocando os óculos novamente. – Okay, vou indo! – Vir-me-ei e segui para fora do escritório. – Até amanhã!
ㅤVi que já estava anoitecendo e o relógio marcava quase seis horas. Philip iria chegar por volta das sete horas em casa. Poderia passar no supermercado e comprar alguma coisa para a janta e assim o fiz. Logo que entrei no carro, fui para o supermercado.
ㅤEnquanto estava na fila do caixa eletrônico dentro do mercado, me virei para uma senhora e perguntei.
- Saberia me dizer que dia é hoje, estou meio que perdido em relação a datas?!
ㅤEla, gentilmente, me disse. Meu queixo caiu. Hoje fariam, exatamente, 12 anos que eu e Philip havíamos nos conhecido. Eu, sentado, naquele banco, passando mal e ele me olhando com aqueles olhos azuis, preocupado com minha saúde.
- Por que? – Perguntou ela curiosa.
- É que fazem 12 anos que conheci o amor da minha vida! – Falei sorrindo.
- Hum, vão comemorar?
- Eu vim aqui para comprar alguma coisa, sugere alguma coisa? – Perguntei, implorando nos meus pensamentos que ela realmente sugerisse alguma coisa.
- Que tal um macarrão com um bom vinho? – Perguntou ela.
- Perfeito! Farei isso mesmo!
ㅤComo estava na frente dela, peguei dinheiro e agradeci, e depois fui correndo fazer as compras. Quando cheguei em casa, minha empregada ainda não havia ido embora.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntei.
- Boa noite para ti também, mal educado! – Falou ela pondo a mão na cintura e batendo os pés ao chão.
- Ain, desculpa, mas sério, aconteceu alguma coisa?
- Não, estava terminando de lavar as roupas...
- Ótimo, vai me ajudar a preparar um jantar para eu e o Philip, depois te pago hora extra!
- Falou a minha língua agora! – Disse ela rindo.
- Interesseira!
ㅤApós isso, falei para ela que dia era hoje e pedi para ela esquentar o macarrão enquanto eu ia arrumar uma sala com uma mesa redonda de armação. Coloquei uma toalha branca encima dela e depois uma verde por cima com um suporte para duas velas, dois pratos de porcelana, talhares e taças. Depois liguei para a floricultura que, por sorte, ainda estava aberta e pedi urgentemente que me trouxessem Copos de Leite e, enquanto eu os esperava, já havia ajeitado vasos de cristal pelos cantos com velas ao redor. Quando chegaram, sai correndo para pagá-los e colocar as flores dentro dos vasos.
ㅤMinha empregada já havia terminado de fazer o macarrão e, então, numa outra mesa dentro da sala, pôs a massa num refratário com uma tampa de metal por cima para não esfriar e depois foi embora antes que o Philip chegasse. Depois coloquei o vinho também ali na mesa e fiquei andando pela casa de um lado para o outro esperando o Philip, que já estava atrasado.
ㅤQuando ele chegou, eu estava sentado na sala escolhendo umas músicas bem românticas no home theater. Vir-me-ei para ele e o vi lindo naquela roupa branca que dentista usa.
- Boa noite, amor! – Disse ele retirando seu jaleco e vindo em minha direção enquanto eu me levantava.
ㅤEle se aproximou e me segurou pela cintura, dando-me um beijo. Eu o retribui, pondo meu braço em seu ombro e outro em seu braço.
- Como foi seu dia? – Perguntei.
- Foi bom, a não ser por uma certa pessoa que pediu horário hoje para às 14h e não compareceu!
ㅤEu levei a mão na testa e comecei a rir.
- Por que você não me ligou? Eu ando com a cabeça na lua! – Falei.
- Eu imaginei! Você anda super ocupado e, então, não quis atrapalhar!
- Da próxima vez, me liga, sério, ou pede para a minha secretária me avisar! – Pedi.
- Farei isso! – Disse ele me dando um selinho.
ㅤDepois ele se virou e retirou de dentro do jaleco uma caixinha preta cumprida com um laço prateado e me entregou.
- O que é isso? – Perguntei sentindo o remorso corroer meu coração.
- Feliz aniversário de 12 anos! – Sorriu ele. – Achei que seria bom lembrar lhe dando algo!
ㅤEu peguei a caixinha e ao invés de sorrir, me mantive sério. Eu abri e vi um lindo relógio prateado que eu havia gostado muito quando, na semana passada, havíamos passado no shopping.
- O que foi? – Perguntou ele preocupado.
- É que... É que eu... – Não consegui terminar de falar.
- Não se lembrou? – Perguntou ele.
ㅤNão falei nada.
- Vini?
- Eu fui me lembrar só hoje, eu ando muito ocupado, é muita coisa para fazer no escritório, a última semana tem sido muito difícil, mas eu sei que isso não é desculpa...
ㅤEle me abraçou e me calou com um beijo. Depois afastou um pouco o rosto e sorriu.
- Para tudo se tem uma primeira vez! E sério, bebê, eu não vou ficar chateado com isto, eu sei o quanto você tem dado duro lá no escritório!
- Você também trabalha muito e não se esqueceu, Phil! – Falei um pouco chateado.
- Bebê, é só um presente material, se eu chegasse sem nada, você teria ficado feliz também! E pelo cheiro, tenho certeza que você fez algo para mim! – Sorriu ele me puxando até a cozinha. Lá não havia nada, então, ao ver a iluminação da sala, seguiu diretamente lá.
ㅤQuando chegamos, ele abriu um largo sorriso e foi até atrás de mim, me abraçou, beijou meu ombro e deu uma mordida de leve em meu pescoço.
- Eu te perdoo! – Disse ele mordiscando minha orelha.
ㅤPedi para que ele se sentasse enquanto eu servia o macarrão para nós e ele o vinho. Quando me sentei, ele ficou me observando sorrindo.
- Você não mudou nada! – Falou ele. - Exatamente 12 anos desde o vi, desde que nos vimos pela primeira vez!
- Parece que foi ontem... – Comentei.
ㅤEle sorriu, mas pude ver uma lágrima escorrer por seu rosto.
- Nós passamos por tantas provações, tantos obstáculos, teus pais, os meus, você sofreu tanto por minha causa que eu cheguei a pensar que nunca mais me perdoaria!
ㅤAproximei-me e sequei suas lágrimas. Ele segurou minhas mãos e as beijou.
- Phil, hoje, com 29 anos, eu tenho tudo o que um dia desejei. Sou bem sucedido profissionalmente, financeiramente, pessoalmente, mas acima de tudo, eu tenho você! Eu poderia ter tudo isto, mas sem você, eu não teria nada!
- Muitos anos depois estamos aqui, nesta casa que um dia fomos expulsos! – Riu ele.
- Quem diria, hein? – Sorri.
ㅤFicamos conversando enquanto comíamos e nos lembrávamos de tudo o que passamos até aquele dia. Das noites que fizemos amor, da nossa primeira viagem juntos, da nossa “Lua de Mel” em Londres, dos nossos amigos, jantares, enfim, de tudo o que se dizia respeito a nós!
ㅤAmamo-nos aquele dia até tarde da noite e continuamos a nos amar de todas as formas possíveis todos os dias, todas as horas, todos os minutos e segundos...
ㅤ[...]
ㅤHoje vivo em Porto Alegre com meu grande e único amor, na casa que pertenceu aos meus pais, mesma casa que eu e Philip fomos expulsos por causar inveja ao meu pai de um dia eu o ter enfrentado, de ter corrido atrás dos meus sonhos e ele não. Não sinto raiva dele, na época em que tudo aconteceu, eu sentia, não nego, mas metade do que sou hoje é graças a ele e a minha mãe, e a outra metade é graças ao Philip que esteve presente em todos os momentos da minha vida.
ㅤPerguntam-se: E aquela época que estiveram separados? Eu respondo, foi apenas um pesadelo cujo mesmo me fez amadurecer muito.
ㅤContinuo trabalhando na área da Publicidade, sou mestrado e há pouco tempo recebi um convite para dar aula em uma faculdade ou universidade, como preferirem chamar, e o Phil já é doutorado (Odontologia). Devo dizer que minha vida se resume ao meu amor e ao meu trabalho que é aqui em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, e se lembram daquela agência da escola que fiz intercâmbio na época da faculdade? Pois é, trabalho com eles também. Periodicamente estou indo para lá!
ㅤTenho 30 anos, Philip tem 37 e ano que vêm estaremos fazendo Bodas de Estanho ou Zinco (10 anos de casados).
ㅤA Manu trabalha no Rio de Janeiro e é casada com um gato mais novo que ela que faria vocês babaram!
ㅤA Rafa, há uns seis anos, foi morar em Londres e quando vou para lá por causa do trabalho, sempre nos encontramos.
ㅤO Celo e o Bruno estiveram durante uns meses separados há alguns anos atrás, mas hoje estão mais juntos do que chiclete em sola de sapato.
ㅤO William, que era hétero, pelo menos para mim e para todos os demais, está casado com um rapaz (gostosérrimo, sarado, um Deus Grego) e os dois vivem em Curitiba. Faz mais ou menos um ano que os vi pela última vez.
ㅤA Evellyn, depois que casou, se tornou uma pessoa mais calma, o marido dela não sabe do seu passado e é bom nem ficar sabendo, pois se não, separação na hora.
ㅤA Carol mora em NY e trabalha lá como Cheff e, pelo o que estou sabendo, está se dando muito bem. Conversamos via MSN de vez em quando. Solteira.
ㅤA Flávia mora em São Paulo com o marido dela, e a Fê na Itália com o marido e os gêmeos dela que são uma fofura. É tão bonitinho ver os dois enrolando o português com o italiano!
ㅤMinha mãe continua casada com o D’Luca e os dois ainda moram na França e todo o ano nos vemos. Este ano, creio eu, que eu, o Philip e meus avós iremos para lá passar o Natal e a virada de ano com eles, se não será o contrário.
ㅤEu e minha irmã, desde quando foi feito a distribuição da herança que nosso pai nos deixou, nunca mais nos falamos, ela tentou me processar diversas vezes, mas foi em vão, sempre foi caso perdido e vai continuar, mas creio eu, ela estar mais calma, e sinceramente, não sei se mora em Porto Alegre ou não, mas há algum tempo atrás eu a vi com o marido dela, com uma cara de nojenta que, MEU DEUS, dava vontade de avançar a esbofetear ela!
ㅤAh, é claro, tem os meus avós, sempre muito queridos, sempre ligam para eu ou o Phil (puxa-sacos) para saber como estamos ou se precisamos de algo. Esta última semana estive em São Paulo e passei lá para ver eles. Eles cuidam do nosso apartamento, aquele que fomos morar que era do tio do Phil, acabamos comprando no final das contas, ou melhor, foi quase doado para nós, mas insistimos em pagar.
ㅤEu e o Phil temos amigos maravilhosos e não escondemos de ninguém o nosso relacionamento. Quando perguntam sobre nós, sejam desconhecidos ou não, temos o maior prazer em dizer que somos casados e que amamos um ao outro e que para este amor ter chegado onde chegou, lutamos e muito. Acima de tudo, somos respeitados como homens e sei que MUITOS HÉTEROS nos temem, pois no que fazemos, somos melhores que muitos deles! Sofremos preconceitos? Sim, de muitas pessoas, mas não deixamos nos abater por causa delas! Há tanta coisa ruim no mundo e elas se preocupam com a sexualidade dos outros? Realmente, é não ter o que fazer na vida.
ㅤE hoje quero compartilhar algo que me faz pensar que o mundo não está perdido. Tempos atrás, um homem extremamente homofóbico disse para mim, que eu e o Philip, acima de qualquer coisa, éramos exemplos de pessoas, de casal, de quem lutava para atingir sua meta e que, a partir do momento que ele nos conheceu, ele começou a enxergar os homossexuais com outros olhos.
ㅤ
ㅤPor isso, desejo a todos vocês tudo do bom e do melhor!
ㅤㅤㅤㅤO tempo é muito lento para os que esperam
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤMuito rápido para os que têm medo
ㅤㅤMuito longo para os que lamentam
ㅤㅤㅤㅤㅤMuito curto para os que festejam
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤMas, para os que amam, o tempo é eterno.
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤWilliam Shakespeare
ㅤObrigado a todos que aqui me acompanharam,
ㅤVinícius & Philip (só porque ele pediu para eu por).
ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤFim
-
~ Como o conto foi postado em 2009 (inclusive este final da história, acredito que o Vini trouxe a narrativa até aquele ano de 2009), e eu (GuiiDuque) repostei no Orkut em 2012, no ultimo dia, o Vini reapareceu no tópico da repostagem e deu notícias, segue: ~
ㅤWell, well, well, (aqui se faz um Vinícius presente) desculpem-me, mas não resisti, é quase um ora, ora, ora que o Philip vive fazendo quando eu apronto alguma coisa, mas aprontar alguma coisa no bom sentido, claro, se é que todos vocês me entendem.
ㅤSério, nem acredito que depois de mais de 2 anos cá estou novamente... Faz tempo, hein? Parece que foi ontem que eu resolvi escrever um pouco sobre minha história e toda semana eu me sentava de frente para meu notebook, lia os recados dos leitores, uns ansiando por mais, comentários sempre todos muito, muitos queridos mesmo, que me fizeram continuar aqui durante um bom tempo ao lado de vocês, leitores.
ㅤAgora, parando para ler os posts da época que o Gui, moderador da comunidade, passou-me, fico me perguntando o porquê que eu coloquei o meu nick aqui como LoverBoy. Dou risada, muitas risadas, ao lembrar que foi porque, justamente no dia, eu estava assistindo, com o Philip, Dirty Dancing e eu ouvi a música Lover Boy, achei apropriado. Bizarro!
ㅤBom, o que eu posso dizer quando terminei de escrever? Estávamos no final de 2009, eu tinha 30 anos, Philip 37 e ainda nos amávamos como jamais havíamos amado a nós mesmos, ainda nos amamos. É algo inexplicável, talvez seja como viver, é mágico, simples assim, pois ambos, eu e Philip, entramos na vida um do outro de tal forma que nem mesmo o próprio destino pode explicar.
ㅤHoje, passados alguns anos, eu tenho 32 anos, farei 33 logo mais, Philip 39, chegando a casa dos 40 e não, não moramos mais em Porto Alegre, nossa vida deu uma guinada e viemos morar em Londres, mas sim, continuamos com nossas profissões, não largaríamos elas por nada deste mundo, amamos o que fazemos, assim como amamos um ao outro, ah, e por falar em Londres, lembram-se no Rich? Pasmem, bom, o tempo passa, algumas pessoas melhoram, outras não, o Rich ficou bem gostoso, já era, (Philip está me olhando feio aqui e eu estou dando uma puta risada), ele aproveitou a deixa do nosso relacionamento quando estivemos aqui aquela época, e alguns anos depois se revelou gay, cara, quem estiver solteiro, aproveita, mentira, ele está ficando com um escocês tetéu (Philip mandou eu tomar vergonha na cara HAHAHAHAHA).
ㅤContinuando aqui em Londres, temos a Rafa, que havia vindo morar aqui por essas bandas e aqui continuou. Ela está lá pelos lados de Fulham e muito bem casada, pela segunda vez. Ok, confesso que, de certa forma, é engraçado, pois ela não consegue se contentar com homem nenhum, segundo o Philip, a perseguida dela tem dentes afiados que espantam os homens, hoje é o dia do desboca, ele está impossível.
ㅤA Manu continua morando no Rio de Janeiro e ainda é casada com o gato dela que é mais novo que ela que, segundo ela, abusa dela sexualmente todos os dias, enfim, não preciso contar detalhes desta trama sexual. Confesso que morro de saudades dela, embora eu tenha visto ela no Natal e Ano Novo é algo que, enfim, saudade é saudade e, se eu pudesse, trazia ambos para morarem comigo, ou melhor, todos os meus amigos, amo a todos como se fossem minha família.
ㅤLembram-se que eu havia falado que o Celo e o Bruno haviam se separado e haviam voltado algum tempo depois? Bom, eles se separaram mesmo, não deu certo, Bruno traiu ele e quando Celo descobriu, foi um verdadeiro caos. Celo entrou em depressão e até mesmo largou do emprego para passar algum tempo aqui conosco. Bruno, simplesmente, sumiu no mundo e nunca mais deu notícias até hoje, o que é uma pena, pois eu penso que se ele errou, ok, mas ele não precisava largar as amizades e simplesmente esquecer o que ele havia conquistado durante o passar dos anos, algo bonito que poderíamos ter levado para a vida toda.
ㅤO William se descasou com seu deus grego e está só pela putaria, mas ele pode, não vou dizer quem é, sobrenome, nada, pois se bobear é capaz de vocês já terem visto ele ai por alguma revista de renome, alguma casa noturna dando uma de gogoboy, enfim, é o máximo que eu posso comentar.
ㅤA Eve continua naquela, calma, casada, COM FILHOS, lindos, gêmeos, uns verdadeiros capetas, mas que da vontade de morder eles de tão fofos que são, vocês não tem noção, parecem uns verdadeiros príncipes, bochechudos, se fossem meus, eu trancava dentro de um quarto e não saia mais de lá com eles de tanto que eu ia apertar, estão vendo o instinto paterno, não?! Pois é, um assunto que está sendo bastante cogitado entre eu e o Philip, já que aqui é mais fácil de adotar uma criança do que no Brasil, um fato, uma realidade, infelizmente. Temos condições, seja ela psicológica, financeira, qual for.
ㅤA Carol, que antes morava em NY e lá trabalhava como Cheff, voltou para o Brasil, enquanto em NY aproveitou para fazer alguns cursos e se especializar em sua área e de volta no Brasil, abriu um restaurante no Rio de Janeiro que tem feito bastante sucesso, até mesmo porque ela está casada com um outro Cheff e este está em sociedade com ela, o que, de fato, é realmente muito bom, pois ambos trabalham juntos e desenvolvem um trabalho em conjunto muito legal.
ㅤSabe quando as irmãs são muito ligadas e não conseguem viver longe uma da outra? Pois é, a Fê havia se casado e ido morar na Itália com o marido e os gêmeos, e a Flávia havia casado e ficado em São Paulo, não resistiu muito tempo e foi para a Itália também, logo engravidou de uma menina. Não preciso dizer quem são os padrinhos dessas fofuras todas, né? Morram de inveja, morram mesmo! HAHAHAHAHA
ㅤMinha mãe está praticamente uma francesa dos pés a cabeça, pois morando na França enquanto casada com o D’Luca, não preciso fazer mais comentários, né? Nunca vi ela tão feliz, tipo, França fica logo ali, então é só pegar um avião e ir ou ela vir. Dou-me super bem com meu padrasto e o Philip também, e já que falamos de família, ainda continuo sem falar com minha irmã, o que é uma pena, realmente gostaria de me dar bem com ela, mas ela continua ainda com aquele ar insuportável de sempre e não faz nada para melhorar, nada mesmo.
ㅤMeu avô faleceu ano passado e bem, estamos fazendo de tudo para que minha avó venha morar conosco, mas ela continua super, mas super relutante, porém tenho certeza que, em breve, ela mude de ideia, até porque me dói o coração vê-la sozinha naquela casa enorme, então se ela não mudar de ideia, o próprio Philip cogita a ideia de ir até lá e amordaçá-la e trazer para cá só com a roupa do corpo. Ele mesmo já falou isso para ela, ela dá risada. Após as diversas ligações que ele fala isso para ela e encerra a chamada, eu não resisto e cometo a besteira de dizer: "Amordaça eu, só que sem a roupa do corpo!". Não preciso dizer o que acontece, né? HAHAHAHAHHAHAHAHAHA
ㅤMas creio eu que, no mais é isso, meus queridos, estava eu, em casa, esses dias e resolvi novamente adentrar a essa comunidade quando vi que o moderador iria fazer repostagem do meu conto, por isso o procurei e disse que iria fazer um resumão do que tem acontecido atualmente na minha vida e dos meus amigos, familiares e etc... Obrigado ao Gui que fez essa repostagem e obrigado a vocês que leram minha história. Beijo no coração de cada um!
-
~ hello from the other siiiideeee!!! eai, meu povo, chegamos ao fim dessa história linda que mexeu e mexe muito comigo, que me traz um mix de sentimentos, principalmente de nostalgia, de superação e de esperança, sabem?! muito obrigado, de coração, a todos que leram e comentaram até aqui. como eu disse lá no começo, eu reli esse conto antes de trazer pra cá e, por gostar muito da história do Vini e do Phil, que hoje devem estar com 41 e 48 anos, respectivamente, precisava compartilhar com mais pessoas afim de que vocês passem a conhecer ela também e sintam, ou não, o que eu sinto quando leio esta e outras histórias daquela época. talvez a gramática e alguns termos estejam desatualizados? sim, não nego, mas são todos esses sentimentos que falei acima que fazem valer a pena! comenteeeem muito, please!!! estou planejando e vendo outra história pra trazer pra cá... veremos!
Caio, criei este e-mail para contato direto: guiduquecontos@gmail.com , qualquer coisa, me chamem lá, vou tentar ficar atento a ele.
no mais, é isso, gente! obrigado, novamente. se cuidem, até mais e beijão <3 ~