A chuva parecia não querer acordo para amainar. Mantinha-se firme, caindo sobre o solo da chácara, que apresentava correntezas d’água por todos os lados. Arthur estava eufórico: jogou-se de corpo e alma (mais corpo que alma, na verdade) sob o aguaceiro, deliciando-se no banho de chuva.
Parecia uma criança, deliciando-se com tudo aquilo, recebendo sobre si a cascata formada pela água que caía da bica. Assistindo àquela euforia toda, lembrei-me de minha avó, quando dizia, ao ver as crianças, seminuas, tomando banho na chuva fria: “esses meninos parece que têm couro de jacaré!”
Deveria estar frio, realmente, mas nem sentíamos a temperatura, embora estivéssemos nus, os dois. Ele, correndo feito um doidinho, no terreiro da casa, sob a chuva; eu, sentado na grande e confortável cadeira de vime da varanda, sorvendo em demorados goles uma generosa dose de conhaque de que me servira.
Nossas picas não conheciam moleza. A de Arthur agitava-se, na correria do garoto, e parecia me chamar a todo instante para a agasalhar; a minha, respondendo com pinotes aos meus demorados e gulosos olhares sobre aquele corpo maravilhoso.
Quando pareceu cansado daquela brincadeira na chuva, veio para a varanda, sentou no pequeno muro, de frente para mim, balançando as pernas, e desatou a falar sobre o quanto aquele banho estava gostoso e era revigorante, sobre como sempre teve vontade de se molhar, sem roupa, sentindo as sutis beliscadas dos pingos a cair sobre toda a pele, mas que jamais ousaria, na presença dos pais... Daí enveredou por fenômenos da natureza, na mais perfeita performance nerd.
Eu escutava, sorrindo, atento; instigava-lhe com perguntas, opinava... Parecíamos dois velhos amigos, num campus universitário, devidamente vestidos, conversando amenidades; não dois homens nus, de picas agora acalmadas, que se deliciavam sexualmente um com o outro, desde a noite anterior, agora sentados frente à frente, na varanda de uma chácara, trocando ideias sobre os mais aleatórios assuntos.
O sol conseguira romper o volume cinzento de nuvens e entrava pela varanda, banhando sensualmente Arthur, acariciando seu corpo, como eu gostaria de estar fazendo e como eu sei que logo estaria fazendo. A chuva praticamente desaparecera, deixando no céu apenas um belíssimo arco-íris, como a espalhar para o mundo todo o maravilhoso momento gay que viviam ali aqueles dois seres.
Quase todo seco o corpo, apenas o cabelo loiro (falei que Arthur era loirinho?), assanhado e respingando, parecia-me contra a luz do sol, um anjo apetitoso... Como era bonito aquele menino!
De repente, depois de falar sobre algo engraçado, de soltar sua risada estrepitosa, entrecortada, quase infantil, fez-se sério, muito sério mesmo. Sua rola endurecia, aos poucos e aos saltos. Arthur nem piscava nem tirava os olhos dos meus. Senti um frenesi esquisito no estômago. Ele, então, pulou do murinho e aproximou-se lentamente de mim – no mesmo ritmo em que minha rola foi acordando, levantando a cabeça, endurecendo e pulsando.
Chegando a minha frente, agachou-se, tomou minha rola nas mãos, acariciou-a um tempo e foi aproximando a boca. Seus lábios tocaram a cabecinha e foram beijando e beijando, beijinhos estalados e curtos. A minha vara, aos pulos; eu segurava minha ansiedade de enterrar minha pica naquela boca de uma vez – ao invés disso, levantava a cabeça e fechava os olhos, sentindo aquela carícia incrível no meu pau.
Aos poucos, os lábios foram sendo substituídos pela língua, a princípio timidamente, promovendo leves toques, que iam gradativamente tornando-se mais insistentes, demorados e envolventes, até que toda a boca agasalhou minha rola, e a sugava sofregamente. Aprendera direitinho, o puto: não machucava mais, ao contrário, provocava incessantes ondas de prazer.
Ele foi diminuindo o ritmo das chupadas até que sua boca abandonou minha rola e aproximou-se do meu rosto – que eu sentia em brasa. Finalmente nos beijaríamos? Sim. Senti seus lábios macios tocarem, de muito leve, os meus, várias vezes, até pousarem definitivamente sobre minha boca. Nossa, que beijo tão gostoso! Nossas línguas vadiaram em nossas bocas, senti seu gosto de homem, e um pouco o meu próprio gosto, que ele trouxera de meu pau.
Enquanto nos beijávamos, ele foi buscando uma posição mais confortável; colocou uma perna, dobrada de cada lado do meu corpo, ficando de joelhos na minha frente, sobre a cadeira de vime. E foi descendo lentamente sobre minha rola. Com a cabeça diante de seu hermético furinho, a resistência da entrada parecia intransponível barreira para continuar o mergulho.
Arthur esticou o braço e catou o gel lubrificante, que estava sobre a mesinha de centro, e que ele usara há pouco para me comer, e com uma habilidade incrível, besuntou seus dedos, passou pelo seu cu e recobriu a cabeça da minha pica. Concluída a operação, voltou ao trabalho desbravador: colheu minha boca, na continuação do beijo, enquanto ia descendo aos poucos sobre minha rola, que, facilitada pelo visgo do lubrificante, agora enfiava-se com mais facilidade naquele cuzinho adorável.
Ele fazia pequenas caretas, dava breves paradas, na descida, para logo em seguida retomar a empreitada. E assim foi descendo o cu sobre minha rola, até que a teve toda dentro dele, até que senti sua bunda sentada sobre minhas coxas. Ele começou então a se remexer e acelerou a avidez do seu beijo, gemendo absurdamente dentro da minha boca. Sua pica dura se imprensava contra minha barriga. Minhas mãos percorriam, aflitas, cada pedacinho daquele corpo, com a ânsia de que fosse a última vez. A cadeira de vime gemia, fazendo eco aos nossos próprios gemidos.
Arthur agora subia e descia vigorosamente sobre minha pica. Em outros momentos, ele parava e eu passava a estoca-lo carinhosamente, enquanto ele se debatia de prazer, rugindo safadezas e obscenidades, entre mordiscadas na minha orelha... “Ai, me come... me fode... fode teu novinho, vai! Ai, “paijinho”, que delícia de rola... hhmmmmm...”
Os raios de prazer foram se reunindo dentro de mim e se concentrando na minha pica. Eu sentia que não dava mais pra segurar o gozo, e explodi dentro daquele cuzinho, aos gritos desvairados. Arthur também urrava de prazer...
Passadas as últimas golfadas, minha pica ainda pulsando dentro de seu cu, Arthur, sentado sobre meu colo, recostou seu corpo sobre meu peito, que subia e descia, ao ritmo da ofegante respiração, e ficamos, os dois, ali, sendo banhados pelos raios mornos do sol, suados e cheirosos, a nos acariciar, em silêncio, enquanto os pássaros faziam sua algazarra matinal.