– Onde você conheceu meus pais?
A pergunta veio de um Arthur pensativo, como se tivesse se ocupado dessa questão nas últimas horas. Olhei para seu rosto bonito, sua loira cabeça fazendo minha coxa de travesseiro, completamente indiferente a minha pica que, de vez em quando, se remexia em direção ao alto, bem ao lado do seu rosto, e sorri, respondendo com a maior tranquilidade, a querer expressar igual indiferença:
– Ah, fomos colegas de faculdade. Nos conhecemos desde o primeiro ano, e então não nos separamos mais, ao longo de todo o curso...
– Vocês devem ter aprontado muita coisa juntos, estou certo?
– Nada demais... apenas coisas de jovens. Decerto fizemos muita coisa juntos, sim, mas a melhor de todas foi a construção da amizade que nos uniu naqueles anos e ao longo de nossas vidas, que, mesmo percorrendo caminhos diferentes, jamais foi abalada.
Embarguei a voz nas lembranças, o que Arthur tomou como um acesso repentino de saudade. Sorri, sem jeito, afaguei-lhe os cabelos claros, e lhe falei mais alguma coisa a respeito do valor de uma grande amizade. Minhas carícias em sua loira cabeça chamaram o sono, e em pouco tempo Arthur ressonava. Eu não lhe contara tudo, evidentemente, mas aquela conversa despertou-me recordações deliciosas com aquele casal...
Recostei minha cabeça na almofada, fechei os olhos e meu pensamento voou para muitos anos atrás, quando conheci Álvaro e Fúlvia. Conexão imediata. Éramos três desconhecidos que o acaso reuniu em carteiras próximas, na primeira aula do curso de Direito, e que o professor juntou, na formação de um grupo de trabalho. Tínhamos tanto em comum, que não nos separamos mais.
Em pouco tempo, Fúlvia e Álvaro estavam apaixonados, um pelo outro, e eu pelos dois. Farras homéricas, noitadas loucas, encontros inusitados. Não conhecíamos pudores entre nós. Falávamos sobre tudo, sem qualquer reserva. Cedo nos reconhecemos como bissexuais, e confidenciávamos todas as aventuras sexuais vividas – eu, as minhas; eles, as deles entre si. Mas, em momentos de encontros solos, eu sabia de acontecimentos particulares de Álvaro e de Fúlvia, que não eram colocados no “Balaio de Baco”, como denominávamos nossos encontros. Cada um me contava em detalhes o que pintava, quando não estavam um com o outro. A cumplicidade era total e perfeita. Acho mesmo que, no fundo, cada um dos dois sabia que o outro confidenciava particularidades comigo, mas isso nunca veio à tona, nem atrapalhou nosso relacionamento.
Numa noite, no apartamento de Fúlvia, tínhamos tomado algumas doses a mais e estávamos meio que “alegrinhos”. Muitas gargalhadas e conversas picantes, o “Balaio de Baco” deu sinais de entornar, o clima foi subindo e, num momento em que eu voltava do banheiro, encontrei os dois atracados, seminus, na sala.
Apreciei um pouco a cena, como bom voyeur; sempre sonhara em transar com os dois, tanto Álvaro quanto Fúlvia me atraíam terrivelmente, mas nunca tinha rolado algo mais íntimo. Sequer falávamos dessa possibilidade. Mesmo com todas as putarias do “Balaio”, aquele assunto parecia ser meio que proibido, por algum acordo tácito inconsciente.
Agora eu podia constatar como os seios de Fúlvia eram apetitosos, suas coxas gostosas pra caralho. E o caralho de Álvaro, a quase saltar das calças, demonstrava ser uma das sete maravilhas sexuais de Baco. Eu estava completamente excitado, vendo aquele sarro, mas (puta que pariu, eu ia servir de vela de uma trepada?!) resolvi dar uma de empata-foda:
– Peraí, gente! Assim é sacanagem, porra! Então eu vou ficar na punheta, é?!
Na voz pastosa e sensual de bêbados-quase-trêbados de tesão, falaram praticamente em coro:
– Claro que não, caralho! Vem pra cá também...
Não esperei segunda ordem, joguei-me entre os dois e finalmente conheci a doçura dos lábios de Fúlvia e os de Álvaro. Nossas bocas se misturavam avidamente, com todo o desejo até então não realizado. Enquanto Álvaro livrava a namorada de alguma roupa que ainda atrapalhava a cena, minhas mãos vagavam, ansiosas por aquele corpo sensual, e, ao chegar à buceta, encontrei-a completamente encharcada. Fúlvia gemia devassadamente...
Enquanto Álvaro, também já nu, assumia a boca e os seios dela, eu me deliciava com aquele corpo masculino perfeito. A rola duríssima, voltada para cima, palpitava. Não resisti e abocanhei aquela iguaria ímpar, sugando com volúpia, chupando com afã. Álvaro retorcia-se todo e sempre que podia me acariciava o corpo, pressionava minha cabeça contra sua rola, cuja cabecinha eu sentia na garganta.
Num rebuliço sobre o tapete felpudo da sala, em pouco tempo a rola de Álvaro estava enterrada na buceta de Fúlvia, que chupava meu caralho com uma velocidade e técnica que decerto me levaria ao gozo em pouquíssimo tempo, se ela mesma, dali a pouco, não soltasse um gemido gutural, gozando loucamente, com o namorado enfiando-se na sua buceta.
Mas Álvaro não gozara e sua pica rochedo buscava agasalho para ejetar seu leite; não demorou senti-a bolinando meu cu e se enfiando por dentro de mim, como fizera com a namorada há pouco. Aliás, Fúlvia, semi recuperada do gozo, voltara a me chupar com avidez, e quase simultaneamente os dois machos gozaram impetuosamente: Álvaro dentro do meu rabo e eu dentro da boca de Fúlvia.
Exaustos, suados e dengosos, leves pela bebida, adormecemos suavemente, um por cima do outro. Acordamos com o dia já pedindo para raiar, e mesmo agora sóbrios, não nos espantamos nem nos sentimos constrangidos, por nos encontrarmos os três nus, embolados no tapete da sala, conscientes do que acontecera. Sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, nosso “Balaio de Baco” nos presentearia com aquele encontro maravilhoso. Beijamo-nos e nos estreitamos num abraço de quem sabia que terminara a sessão de orgia etílico-sexual, e que precisávamos nos arrumar para partir.