O que eu acho mais foda nesta minha relação com o Arthur é que, desde que começou, até agora, jamais falamos sobre isso; sexo jamais esteve entre os assuntos de nossas conversas, muito menos o que estava rolando entre a gente, naquele final de semana, e o que aconteceria quando seus pais voltassem e eu partisse para minha vida cotidiana, normal. Pelo visto, este seria mais um segredo daquela família que eu levaria comigo...
É como se houvesse um pacto tácito inconsciente, de apenas deixar a natureza de nossos corpos se manifestarem quando sentissem necessidade. Poderíamos, num minuto, estar falando sobre o desenvolvimento das plantas em Marte, e no minuto seguinte nos comendo, vorazmente. Claro que nossa permanente nudez facilitava muito as coisas, tanto para nos percebermos excitados quanto pela praticidade de não precisarmos perder tempo tirando a roupa.
Confesso que praticamente todas as iniciativas eram dele. Eu poderia estar ganindo de desejo por uma trepada, mas não ousava investir – no máximo fazia um charminho, que provocava sua libido e ele vinha pra cima de mim. E todas as vezes que ele vinha eu estava pronto para recebe-lo e entrar na dele (literalmente – outras vezes, ele entrar na minha, também, vá...).
Como daquela vez, finalzinho da tarde do sábado, em que estávamos deitados lado a lado, meio que de bruços, vendo alguma coisa na tv (acho que um vídeo do Youtube sobre animais predadores – ele adora isso), emitindo comentários esporádicos sobre uma ou outra cena. Depois de algum tempo em silêncio, ele, de repente, sem nada dizer, levanta um pouco a perna e a coloca sobre minha bunda. Claro que eu já senti minha rola procurando espaço debaixo do meu corpo, né? Mas continuei assistindo ao vídeo, enquanto ele acariciava minhas nádegas com sua coxa.
Ronronei um gemido surdo, e ele colocou o restante do seu corpo sobre mim. Senti todo aquele corpo branquinho, lindo e cheiroso pousando sobre minhas costas, ele distribuindo cheiros e beijinhos em minha nuca e esfregando seu peito liso em minhas costas. Minha pica estava completamente ereta sob mim.
Ele então levantou o tronco, colocou uma perna de cada lado e sentou-se sobre minha bunda. Senti-o mexer no meu buraquinho e eu me arrepiava todo. Sua rola duríssima prensada contra minha bunda. Arthur pegou então o lubrificante, que ultimamente estava sempre ao nosso alcance, besuntou meu cu e seu pau, e assim mesmo, sentado sobre minha bunda, aprumou sua vara para meu orifício e foi descendo dentro de mim.
Eu sentia aquele delicioso cilindro de músculo rígido me invadindo e me remexia, sensualmente. Ele cavalgava sobre mim como se estivesse sobre um Mangalarga puro sangue. Suas estocadas correspondiam perfeitamente aos movimentos de quem estava sobre um cavalo em disparada. Eu ouvia o barulho de seu cacete entrando e saindo, o ruído molhado do lubrificante e isso me enlouquecia; passei a massagear minha própria pica com meu corpo, completando a ideia de um animal correndo. A fricção fez-me aproximar bastante do meu próprio gozo, mas quando eu ia acelerar, as estocadas de Arthur se tornaram mais intensas, ele gritou secamente e senti que gozaria logo. Preferi me aquietar e apenas deixar que meu cavaleiro derramasse todo seu prazer em mim.
De sentado que estava, ele voltou a deitar-se sobre minhas costas, enfiou suas mãos por sob minhas axilas e prendeu meus ombros, enquanto me fodia vigorosamente. Desta vez ele não deu a característica paradinha, antes de gozar; ao contrário, acelerou mais e mais, à medida que o gozo se aproximava e foi assim que esporrou dentro de mim, aos berros e mordidas na minha nuca, o corpo em desvairado frenesi.
Cansado, respiração ofegante, foi aos poucos relaxando sobre mim; senti seu corpo quentinho e agitado sobre minhas costas, os pequenos espasmos pós-gozo... e aí foi meu coração que disparou e experimentei como um soco no meu estômago, ao ouvir aquelas duas palavras sussurradas em meio aos sopros de cansaço, mastigadas dentro dos meus ouvidos, em sua voz rouca de tesão:
– Te amo!