Meu Vizinho Gabriel - CAP. II 11 anos depois (continuação)

Um conto erótico de Pedro
Categoria: Homossexual
Contém 1298 palavras
Data: 14/06/2021 19:51:11
Última revisão: 19/06/2021 21:41:03
Assuntos: Homossexual, Gay

Meu Vizinho Gabriel

Capítulo II: 11 Anos Depois (Continuação)

Foi a vez do Gabriel arquear sua sobrancelha pra mim.

Iuri e Carol se sentaram também e continuamos conversando até o sinal tocar. Eles voltaram para a classe de cada um. Gabriel e eu jogamos conversa fora até o turno da manhã acabar. Ana e Carol só passaram para se despedir e foram embora. Já Iuri queria ficar e nos fazer companhia, mas Gabriel disse que ele só iria tirar nossa atenção. Não muito satisfeito Iuri foi embora também.

Roberto nos passou nossas tarefas para fazer durante nossa detenção o quê gastaria a tarde inteira e eu achando que seria só uma hora de castigo. Como eu sou iludido. Dividimos as tarefas como carimbar os livros novos, separar em uma pilha os antigos, guardar os que foram devolvidos, imprimir algumas folhas e separar as carteirinhas com devolução para o próximo dia que era sexta-feira.

Já era umas 4:30 da tarde quando acabamos ou achamos que tinha acabado. Como será que o Roberto faz aquilo tudo sozinho. Ele nos pediu para o acompanhar junto do carrinho com os livros antigos. Ele nos levou para uma porta no fundo, destrancou e entrou. Depois de duas fileiras de rampa descemos um andar abaixo da escola. Ele destrancou outra porta e pediu para guardar os livros nas diversas prateleiras que tinha ali. O lugar era imenso.

Roberto disse que nos dispensaria após o término dessa última tarefa e subiu. Ele avisou que deixássemos a porta aberta, pois a luz se apagava depois de um tempo quando a mesma era fechada. Nos apressamos e antes de terminar o sinal tocou. Guardamos o resto rapidamente. Subimos, avisamos ao Roberto que tínhamos acabado e que já estávamos indo. Ele se despediu e saiu da sala.

Ao pegar nossas mochilas reparei que havia dois livros caídos debaixo da mesa e eu os peguei. Coloquei a mochila nas costas e desci correndo para guardar os livros. Gabriel veio logo atrás de mim. Lá em baixo havia tanto livro velho que se algum deles se desfizesse em minha mão eu não ia ficar surpreso.

As prateleiras da frente estavam todas ocupadas. Entramos mais ao fundo e lá ainda tinha muito espaço com prateleiras vazias. Guardamos o livro e fomos em direção a porta quando a ouvimos ser trancada a chaves. Corremos até ela com medo de ficar preso e gritamos o Roberto. Ele não ouviu. Batemos na porta para ver se chamamos sua atenção e nada. Depois de um tempo desistimos.

Peguei meu celular e estava sem sinal. O do Gabriel também. Eu comecei a gritar desesperado e desabei em choro. O Gabriel veio correndo e me abraçou.

-Calma, Pê. Eu tô aqui. -Eu me agarrei nele como se ele fosse minha mãe.

Ele esperou eu me acalmar e eu me soltei.

-Desculpa. Eu não consegui controlar. -Eu fiquei sem graça por aquela cena desprezível na frente do meu amigo.

-Para com isso. Eu sou seu amigo. Eu sou o cara com quem você deve conversar sobre isso. Fala comigo. -Ele segurava em minha mão.

-Eu só não quero te sobrecarregar com meus problemas, você já se envolveu demais e olha onde eu botei a gente. E eu também não quero que esses problemas façam você repensar nossa amizade e desistir de mim.

-Que isso, Pê. Eu jamais deixaria de ser seu amigo e jamais desistiria de você. -Ele soltou minha mão e sentou no chão escorando em uma prateleira, eu o acompanhei e também sentei de frente pra ele escorado em outra prateleira. -Você pode confiar em mim, você sabe disso. Eu fiz algo que pudesse fazer você duvidar disso?

Eu balancei a cabeça em negação. Estávamos muito próximos. A perna do Gabriel estava entre minhas pernas.

-Então. Eu nunca vou te julgar. Você é importante demais pra mim. Eu só queria que eu fosse pra você o que você é pra mim. -Ele ficou visivelmente chateado e baixou a cabeça.

Eu nunca duvidei da amizade do Gabriel. A verdade é que ele é bem além do que eu esperava de um amigo. Somos tudo o que um precisa para o outro. Ele sabe de tudo da minha vida e a única coisa que eu nunca contei pra ele eu estava prestes a confidenciá-lo.

-Naquele dia... -Eu iniciei e ele levantou a cabeça para me olhar, eu olhava para o lado. -...Eu levantei esquisito. Tava com o corpo doendo e minha autoestima era zero. Resumindo eu tava carente e inseguro. Me sentindo um bosta. Já a noite eu fui fuçar lá no Insta e vi várias mensagens dos meninos da escola lambendo a tela do celular com a foto da Carol quase pelada. Bateu mais 105k, véi. Cê viu.

Ele só concordou com a cabeça, acho que não queria me interromper. Tinha medo que eu parasse de falar, mas se eu comecei eu iria até o fim.

-Eu fiquei puto com as mensagens que tinha nos comentários. Fui tirar satisfação com a Carol e ela nem ligou, disse que o corpo era dela e ela fazia o que quisesse com ele. Justo no dia em que eu tava malzão, só me fez piorar. Me achar um lixo, um merda. Eu queria correr pra tu, mas achei melhor não, ia dá ruim já que os sentimentos estavam aflorados. Então resolvi ir no empório e comprar umas bebidas.

Ele me olhava o tempo todo, mas eu não conseguia encarar o meu amigo.

-Eu bebi a noite toda até de madrugada. Não deu nem tempo de dormir. O despertador tocou e estava escrito prova bimestral, foi aí que eu lembrei da prova e levantei. Eu tava mal, mas não podia faltar. Com muito esforço eu consegui chegar na escola, só que percebi que eu não tinha condição nenhuma de fazer essa prova e tentei vaza pelo portão, mas ele já tinha fechado. Eu não podia passar pela direção para sair. Então eu fui pro único lugar que me restava que era o almoxarifado.

Gabriel pegou em meu rosto e virou em direção ao dele de modo que eu o encarasse e ele visse a minha alma por aqueles olhos escuros que me faziam arrepiar. Nessa hora a luz apagou eu me assustei e puxei o Gabriel para perto de mim. Mesmo não o vendo eu sentia seu olhar em mim, sua mão na minha e o seu corpo colado ao meu.

-Eu não sabia que ficava tão escuro assim, não. - Eu tenho fobia de escuro. -Gabriel?

-Eu tô aqui, Pê. -Eu senti seu hálito doce em meu rosto.

-Então, quando eu cheguei no almoxarifad... -Minha voz começou a falhar. -Eu deitei e acabei adormecendo. Em um curto momento eu vislumbrei um vulto de uma pessoa morena com uma tatuagem na mão esquerda de um trevo de quatro folhas azul com o quarto trevo na cor vermelha e depois eu apaguei. Quando eu acordei... -Nessa hora eu comecei a chorar e o Gabriel me abraçou forte. –...vi algumas pessoas gritando e chamando meu nome me carregando pra fora do fogo, quem estava de fora me olhava assustado, com olhares de reprovação ou riam da minha situação, foi então que eu percebi que eu estava pelado, com a bunda ensanguentada e doendo. Então você apareceu, me pegou no colo...

-E te tirei de lá. Tudo bem o resto eu conheço. –Eu estava chorando de soluçar e molhar a camisa do Gabriel. A força que eu o agarrava chegava a deixar marcas nele. –Eu tô aqui com você.

Eu via que ele queria fazer algo por mim, mas não havia nada que ele podia fazer, a não ser ficar ao meu lado.

-Pedro! Obrigado por confiar em mim. –Ele se ajeitou para me abraçar e no escuro nossos lábios acabaram se tocando.

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