Novos hábitos
Era noite, tarde da noite. Ele chegou até o meu quarto e sentou na minha cama – o perfume dele já havia se fixado em cada centímetro do ambiente. Ele olhou nos meus olhos, conversamos. Ensinei-o uns acordes no meu violão rosa, desviando a atenção dos meus pais que não sabiam que eu estava a dois. Os acordes quebravam o silêncio, estávamos nervosos. Enquanto ele dedilhava as cordas, sem tanta maestria, observava o modo como ele posicionava os dedos. Se no meu corpo ele tivesse tanto carinho e atenção, certamente eu estaria em boas mãos. As feições dele me encantavam.
Depois de algum tempo, ele largou o violão e me puxou para mais perto. Senti o calor do corpo dele. O sabor do beijo foi a consequência imediata – ele me puxou para mais próximo ainda e me beijou. A firmeza do toque era única. O cheiro do meu perfume com o dele dava ao ambiente um ar de sedução – estávamos inebriados por nossos cheiros. De nossas entranhas, também emanavam odores de corpos sedentos, atormentados pela luxúria contida momentaneamente. Levantei-me. Apaguei a luz e beijei aqueles lábios, suaves e molhados, novamente. Passei a mão pelo corpo dele, sentindo-lhe o rosto (suspiros). Ele ousou um poco mais e iniciou a retirada da minha blusa. Ele estava com a respiração ofegante, o corpo quente e pulsante – percebia nitidamente que havia intensa vida entre as pernas daquele homem que me tocava cada vez mais intimamente. Pelo volume que percebia em razão da penumbra que se formava pelos reflexos da luz que vinha do outro lado da rua, não era um membro muito volumoso, mas eu o desejava para mim. Sou nova, pouco experiente, mas entendi muito precocemente que o prazer feminino não está no tamanho nem na grossura do falo. O que me levou a ter essa percepção, apesar da minha idade, foi a terrível decepção que tive com meu primeiro parceiro, um garoto novo, bonito, pauzudo, mas que, na hora H, apenas me fez sentir dores, muitas dores, num defloramento que não me traz nenhuma recordação agradável. Foi tudo muito rápido. Quando percebi, estava com um cara nu diante de mim, com um pau enorme... Sem saber o que fazer com ele.
Recordar minha primeira vez me deixou triste, apreensiva. Ele percebeu. Conversamos mais alguns minutos, ele me encheu de elogios, beijos carícias e, quando me dei conta e atinei para o que fazíamos, já estava despida. Com as pernas trêmulas, meus lábios (os da boca) estavam vermelhos, de tantas mordiscadas que levaram entre o primeiro contato das nossas bocas e a minha nudez plena. Os lábios da xoxota, molhados. Senti a mão dele passando pelas minhas costas, pelo meu quadril, por todo o meu corpo. Deitei-me, protegida por braços fortes e por um peitoral de homem, pujante. O contato estava tão íntimo que ouvia as batidas do coração dele, aceleradas, fortes. Minha respiração estava ofegante, eu ensaiava alguns gemidos. O suor dos nossos corpos me impressionava, como se tivéssemos saídos de desgastante atividade física. Fiz carinho no rosto dele, alisei-lhe os cabelos. Ele passava os dedos entre os nós dos meus cabelos, enquanto beijava minha boca. Ele se mantinha vestido, intocável. O que tinha era apenas a possibilidade da nudez e o volume que forçava as vestes e me encantava os olhos, aguçando minha curiosidade.
Em meio às carícias que se iniciaram, pegamos no sono. Estávamos muito a fim de nos sentirmos, de misturar nossos corpos, mas também estávamos muito cansados. O dia fora intenso, desde o início da manhã. Passamos o dia em aula, ele era meu professor. Fazia tempo que nos desejávamos com olhares e travessuras, mas apenas naquela manhã, depois da aula, tive coragem de concretizar o que já tínhamos fantasiados várias vezes em nossas conversas e aventuras virtuais. Depois de fazer vários elogios, eu o desafiei:
– Venha até a minha casa e durma comigo hoje!
Ele enviou um áudio, sorrindo, e informando que eu estava louca, que era muita irresponsabilidade fazer um convite tão tentador. Apenas respondi: “Se é tão tentador assim, aceite-o!”. Ele aceitou.
Antes de adormecer, completamente, senti as batidas do coração dele e as mãos em minhas costas.
Ao despertarmos, ele me beijou forte e intensamente e me puxou pela cintura. Senti nossos corpos reconectados, igualzinho a como estivemos antes de dormirmos. Deitei ao lado dele. Não conseguia entender o porquê de ainda não termos transado. Medo? Eu não era mais menor de idade, ele sabia disso. Foi justamente esse fato, a maioridade, que me motivou realizar um sonho antigo, o de deitar com ele. Queria saber se na cama ele era tão bom quanto em sala de aula. Eu desejava demais aquele homem dentro de mim.
Tivemos uma noite juntos, na mesma cama. Ele entrou escondido no meu quarto, corremos riscos. Meu pai era policial, um risco a mais, pois tínhamos arma em casa. Agora que estávamos ali, sozinhos, por que tanto respeito? Eu teria que pedir para ser tocada, chupada, penetrada? Ele era muito respeitador e bem mais velho do que eu... Nós nos olhamos alguns segundos. Queria que ele lesse nos meus olhos o meu pedido para copular, eu desejava ser penetrada. Ele sorriu, olhou para o relógio e disse:
– Tenho que ir, princesinha!
Quis morrer, jogar o abajur no chão; gritar, chamá-lo de trouxa, mas a única resposta que consegui dar, naquele momento, foi entender o tempo dele, entender que homens mais velhos gostam de postergar o ápice e nos maltratam com isso. Sorri, timidamente, retirando meu baby doll, dei com os ombros e comentei:
– Tem que ir mesmo? Se tem, tudo bem.
Abri a porta do meu quarto, verifiquei se meus pais ainda dormiam e o deixei ir.
Ao retornar, ainda cheia de desejos, abri a porta do guarda-roupas, peguei o consolo que ele me indicou na internet, depois de me convencer dos benefícios da siririca usando objetos, e me masturbei por alguns minutos, sempre imaginando que era ele quem estava dentro de mim. Gozei abundantemente, sempre gozo assim. Relaxada, voltei a dormir.
Ao despertar, levantei-me e fui tomar banho. Sabia que não era o fim da nossa história sexual. Ele voltaria, eu tinha plena convicção. Não seria na minha casa, no meu quarto, mas ele saciaria o meu tesão. Até lá, continuaríamos trocando mensagens pelo WhatsApp, fotos e vídeos, quase sempre com ele me vendo pela Webcam, gozando, e jorrando leitinho pelas entranhas.
Ele adora me ver gozar e eu adoro gozar para ele! Tenho apenas um receio: será que a constante prática do sexo virtual tirou dele a vontade de me sentir de verdade? Se for isso, não importa. Da próxima vez, se ele não me penetrar, eu ficarei nua e sentarei sobre ele, até que meu corpo pouse sobre o dele, numa penetração completa.
...
Uso nomes diferentes nos contos porque, depois que comecei a divulgar meus textos com amigas, algumas gostaram tanto que me enviaram histórias reais que aconteceram com elas para que fossem transformadas em novos relatos. Portanto, nem todas as narrativas foram comigo, mas todas foram baseadas em fatos reais que passaram pelos atenciosos cuidados do meu feminino e observador olhar.
As histórias mais recentes, dentre elas esta que você acabou de ler, não são de amigas minhas, mas de amigas das minhas amigas, ou seja, a propaganda boca a boca está funcionando!
Fico feliz ao saber que as mulheres estão perdendo o medo de falar sobre as experiências que viveram – isso é muito bom – e mais feliz ainda por saber que estou servindo como referência para as aventuras, no mínimo excitantes, que estão chegando até mim. Divulgando histórias de pessoas com as quais jamais tive contato, percebi que a sexualidade, apesar de muito limitada, em tese, possui um cabedal infinito de variações. Quando penso que já li de tudo, chega uma história interessante que merece estar aqui.
Agradeço a cada uma das protagonistas que, confidenciando vivências tão íntimas, enchem-nos de fantasias, desejos e curiosidades. Pelo menos é assim que fico a cada nova transa que participo – usei a palavra participo por me sentir na cena, escondidinha, observando cada detalhe que me esforço para contar para vocês.
Se você também quiser compartilhar a sua história para que ela seja recontada por mim, aqui, entre em contato:
pequen.a@outlook.com
Sua identidade será mantida em segredo.
Talvez seja impressão minha, mas, em razão das inúmeras leituras que já fiz, neste e noutros sites do gênero, mulheres são mais detalhistas e realistas que os homens; as nossas histórias possuem maior verossimilhança e são mais excitantes. Não mencionei que também somos mais safadas porque isso já é óbvio demais! (Gargalhadas)