No caminho para o quarto ele encontrou o celular em algum canto e me entregou, como eu havia pedido, ele não conseguia controlar o sorriso no rosto tamanha a satisfação que sentia em fazer aquilo. O quarto tinha cheiro de roupa suja e a cama tinha algumas peças jogadas em cima de fato, Hugo jogou tudo no chão.
Fiquei de quatro, enquanto ele se alinhava para meter encontrei o whatsapp de Diego, a dor que senti quando entrou foi tamanha que afundei meu rosto na cama pra abafar o gemido, depois de alguns minutos a dor cessou um pouco, mas ainda sim sentia minhas pregas resistindo à grossura daquele membro. Consegui abrir no aplicativo uma nova conversa com Diego, habilitei a câmera e comecei a filmar, tinha que ser esse o ângulo.
Sabia que além do Diego, Edgar também iria receber esse vídeo assim que eu saísse de lá e talvez outras pessoas da academia também, então tentei não mostrar meu rosto completamente. Comecei mostrando a região da boca, o queixo, onde tenho uma pinta do lado direito, os ombros e depois fui afastando o braço ate aparecer meu rabão sendo fodido com força por alguém, por fim filmei o rosto de Hugo, mais uma vez com um sorriso no rosto. Enviei.
Quando coloquei o celular sobre a cama Hugo soltou minha cintura e saiu de dentro de mim, meu corpo estava tenso e minhas pernas bambas, então soltei o peso do corpo no colchão e ele deitou ao meu lado. O celular dele agora recebia uma ligação de Diego, ele silenciou, me olhou e disse.
- Agora que te ajudei, quero uma ajuda sua também, uma posição especial pra gozar.
- Qual?
- Sempre que você fazia agachamentos eu ficava olhando, babando nesse rabão, desejando que você sentasse em mim, pode ser?
- Tudo bem, mas tenta gozar logo beleza?
- Pode deixar.
A sentada foi mais fácil, o corpo todo adormece no final, eu percebi quando ele começou a gravar outro vídeo, mas foda-se, eu mesmo tinha feito um pior.
- Senta vai, senta no teu macho... isso... isso, agora rebola, rebola vai...
Rebolava e revezava com sentadas bem fortes e rápidas pois queria que ele gozasse logo. Deixando o celular de lado ele se concentrou, cinco minutos a mais e ele gozou.
Me vesti, não quis tomar banho, não quis água não quis mais conversar, só queria sair dali. Em casa tomando meu banho eu não acreditava que tinha me prestado a esse papel, não era arrependimento, Diego merecia, mas não era eu.
Diego havia me ligado 74 vezes, no fundo sentia um certo medo de ter ido longe demais, mas toda vez que lembrava que eu estava sendo traído, e que o contato do cara já era AMOR, eu me enchia de certeza que só estava devolvendo o que ele merecia. Desci e dei uma espiadinha na porta para ver se ele não estava por lá de novo, ele não estava.
A noite demorou muito a passar, eu mais ainda pra dormir, mas felizmente Diego parou de ligar. Acordei por volta de nove da manhã, estava sozinho em casa, tomei café e resolvi sair pra dar um passeio com o Luck, meu cachorro.
Quando abri a porta para sair quase tive uma parada cardíaca, ele estava lá, do outro lado da rua, em frente à minha casa, sentado na calçada. O rosto encostado sobre os joelhos levantou com o barulho da porta, só tive tempo de soltar o Luck da coleira e mandar ele entrar.
- Por que você fez isso Pedro? O que você tem na cabeça? Eu ainda não consigo acreditar que você fez isso comigo.
- Fala baixo Diego, não vem fazer escândalo na minha porta não.
- Então sai e conversa comigo, senão eu vou falar tudo que eu quero aqui mesmo.
- Fala baixoooo caramba!!! Vem, entra.
- Vai contar pros teus pais que é gay e que fez o outro gay aqui de corno é?
Puxei ele para dentro pelo braço, tinha medo de alguém chegar mas foi a única forma que encontrei de controlar a situação.
- O que você quer?
- O que eu quero??? Eu mereço pelo menos que você explique por fez isso e principalmente por que fez isso junto com ELE – Seus olhos se encheram de água.
- Isso foi o meu pedido de término Diego, acabou!
- Eu sei que você ainda estava estranho comigo, que ainda não tinha conseguido me perdoar completamente, mas precisava fazer isso Pedro? Você humilhou a pessoa que mais te ama no mundo.
- Pessoa que mais me ama no mundo? – Sorri – Humilhar você também me humilhou e isso que eu fiz, você também tava fazendo seu safado.
- Traindo? Você ta louco? Eu errei com você, mas nunca te traí!
- Eu vi Diego, você é tão burro que nem imagina que eu vi.
- Viu o que Pedro?
- A ligação que você recebeu do seu AMOR – Meus olhos ardiam de raiva – Dei pra ele mesmo, dei gostoso, eu não podia deixar barato depois do que você fez e depois de descobrir que tava sendo corno!
- Eu não to acreditando nisso – As lágrimas caiam – Burro é você, um burro, um jumento, um idiota. Quem eu chamo de amor Pedro? Quem?
- O que?
- Quem é a pessoa que eu chamo de amor?
- Sei lá, que se foda você e essa pessoa.
- A Dani, Pedro!
Entrei em estado de choque, sentia cada célula do meu corpo paralisar, ele realmente chamava a Dani, irmã dele de amor e ela o chamava da mesma forma. Eu nunca imaginaria que o contato dela tinha sido salvo da mesma forma e agora eu sentia um arrependimento que não cabia dentro de mim.
- Eu não sabia Diego – Comecei a chorar – Eu não sabia, me desculpa, por favor.
- Você tinha que ter me perguntado Pedro, mas não, você foi lá e fez essa merda!
Os dois choravam feito criança, ele sentado no sofá e eu de frente pra ele, na mesa de centro, o Luck começou a lamber meu pé e depois foi onde o Diego e ficou olhando pra ele. Diego engoliu o choro e começou a fazer carinho em Luck, olhando pra ele e nessa posição eu pude perceber que a lateral do seu rosto estava machucada.
- O que foi isso no seu rosto?
- Não importa Pedro!
- Você foi onde o Hugo? Meu Deus, que merda que eu fiz.
- Eu tô vivo e ele tá vivo também, relaxa – Levantou-se.
- Onde você vai?
- Embora Pedro, pra onde você quer que eu vá? Eu to sem dormir.
- Você quer que eu te leve?
- Não Pedro, eu preciso ficar só, acho que não tem mais clima pra gente agora. Depois a gente vê o que faz.
- Eu concordo, eu também estou me sentindo esgotado agora, sentindo que errei mais do que você e sem saber o que fazer, mas não tem nada que possa fazer agora.
- Pois é... – Foi se encaminhando até a porta.
- De qualquer forma, me desculpa, sei que eu não mereço, mas não apaga o que a gente teve. Continuando juntos ou não.
- Eu vou pensar, pensa você também e depois a gente tenta conversar melhor.
Quando a porta se fechou eu só queria morrer, da pra fazer muita besteira quando se esta com o orgulho ferido, mas eu com certeza fui longe demais. Nem eu me daria outra chance depois disso e não esperava que ele me desse, só tinha certeza de que não queria mais ser machucado e nem machucar ninguém.
O resto do dia eu só soube chorar, sem comer, sem falar com mais ninguém. Na segunda faltei a faculdade, ainda estava um caco e a angustia que sentia não ia me deixar concentrar em nada de qualquer forma. Na academia também não iria, teria inclusive que procurar uma nova, pois a essa altura Hugo já deveria ter mostrado os vídeos pra todos os gays que conhecia de lá.
Hugo ainda me mandou uma mensagem dizendo que tinha gostado muito e que se eu quisesse, para ele seria um prazer me ver outras vezes, não só para sexo. Mas depois de Diego ter ido la tomar satisfação eu não sei até que ponto ele poderia também estar com raiva de mim e isso incentiva-lo mais ainda a me difamar.
E não, eu não queria mais ver e nem ter nada com aquele mal caráter, no momento eu apenas esperava conversar com Diego e resolver nossas vidas da melhor forma para os dois. Eu não podia concentrar o que tinha feito e não esperava que ele perdoasse e esquecesse essa história, mas queria me resolver de alguma forma com ele.
Na terça voltei à rotina, mas estava alheio a tudo, quarta e quinta seguiram da mesma forma. Só na sexta-feira à noite, enquanto eu tentava comer um sanduíche recebi uma mensagem de Diego, esperava um “acabou, vamos terminar” ali mesmo e no fundo eu sabia que depois de tudo que tinha acontecido era o certo a se fazer, mas Diego não era homem de terminar por mensagem.
“Vamos conversar, não aguento mais sentir essa angustia. Eu quero ficar em paz”
Continua...
