Ma Petite Princesse - Especial Eric Schneider - Final - (Parte II)

Um conto erótico de A_Escritora
Categoria: Heterossexual
Contém 20524 palavras
Data: 02/07/2021 16:09:33
Última revisão: 17/11/2024 17:14:23

Agora é o final mesmo!

Gigantesco? Com certeza!

***

XVIII

Definitivamente eu não era mais o mesmo homem...

Jamais poderia imaginar que um dia eu seria tomado por esse sentimento tão complexo e intenso em relação a uma pessoa que possuía pouca experiência de vida mas ao mesmo tempo era dona de uma generosidade surpreendente.

Nívea, além de linda, tinha um coração puro, era meiga e carinhosa. Mesmo tímida, procurava corresponder aos meus carinhos e aos meus beijos e me chocava com seus momentos de ousadia. Não que eu não gostasse, muito pelo contrário. A nossa intimidade estava sendo construída aos poucos pois era algo que necessitava ter a confiança como alicerce.

Nossos encontros às segundas-feiras e em um outro dia da semana após às aulas se tornaram regra. O parque que ficava atrás da rua de esquina do colégio era o local onde eu a esperava no carro. Durante a tarde era deserto e ficávamos em um ponto onde não havia passagem de pedestres. O vidro preto das portas ajudavam e muito os nossos momentos a sós.

Sexo. O mais quente, enlouquecedor e verdadeiro encontro de corpos que escolheram se tornar um só. Mesmo não sendo dentro de um local tão confortável, deixar a ''ma petite'' à vontade era a minha prioridade a ponto de colocar um travesseiro apenas para que ela pudesse se acomodar enquanto eu amava e explorava o seu corpo. Na verdade, essa era a segunda prioridade. A primeira era levá-la ao céu onde quase se podia tocar a estrela mais iluminada pertencente a ele.

No entanto, era preciso encontrar uma posição ideal e isso se tornou um desafio para nós dois. Embora o espaço no banco de trás do carro fosse espaçoso, minha altura e meu porte atrapalhavam os ''movimentos''.

Por fim, eu e a Nívea ficávamos com nossos corpos de frente um para o outro e as pernas cruzadas, com ela sempre do lado de dentro pois assim não corria o risco de cair. E meu pau deslizava para dentro dela com tranquilidade sendo inexplicavelmente delicioso ainda senti-la apertada.

- Sabe que eu gosto dele dentro de mim - falava pra mim com nossas bocas coladas e a com mãozinha macia envolvendo ele, impedindo de sair do meio das suas pernas - Não tira!

- Você acabou de gozar, ma petite - Eu deixava delicados beijos nos seus doces lábios, o meu rosto e o dela estavam colados de frente um para o outro.

- E daí? Gosto que fique dentro.

- Até meses atrás você nem queria sentar no meu colo e agora tá aqui implorando pelo meu pau dentro de você.

- Vem Eric! - me pediu com a voz cheia de manha - Enfia de novo!

Eu não tinha outra opção a não ser me render à ela.

- Isso, fica assim... - me segurou na parte debaixo das minhas costas. O suor dominava os nossos corpos - ela pulsa mais gostoso com ele dentro.

Meu braço direito contornava por cima acariciando os seus cabelos e minha respiração era falha. Nossas línguas brincavam com as bocas entreabertas e minha outra mão percorria pelo seu corpo indo pela curva do quadril, na cintura até o seu rosto culminando em um beijo mais explosivo.

Seu corpo reagia aos meus toques em forma de arrepios na pele, sua buceta encharcava e pulsava sem controle em volta do meu pau e seus seios subiam e desciam mostrando a sua respiração carregada.

De repente, sua cabeça se inclinou para trás unida a uma risada e um gemido com o lábio inferior levemente mordido.

- De novo né, sua danadinha... - provoquei com a mão agarrada no seu bumbum redondo e macio.

- Faz, mon prince... Por favor...

- Você disse que só queria ele dentro...

- Vai me torturar? Você sabe do jeito que eu gosto...

- Eu devia te colocar pra chupar meu pau até deixar ele todo limpinho do seu gozo - falei no seu ouvido, socando na mesma hora e usando a força da nossa primeira vez mas sem a dor que surgira.

Nívea gargalhava de um jeito gostoso em cada vai e vem do meu quadril. Vê-la sentindo prazer e saber que era eu quem o proporcionava, era o motivo para fazer valer a pena arriscar a minha carreira profissional.

Cheguei a um ponto em que eu a segurava por dentro dos seus cabelos pelo pescoço e meu quadril não tinha mais como se mover. Meu corpo estava totalmente grudado ao dela conectados pelo desejo. Senti os espasmos nas suas coxas deliciosas e meu gozo quente foi de encontro ao doce néctar do segundo orgasmo que ela acabara de ter em mais um fim de tarde.

- Tá na hora, ma Princesse. Tenho que te levar pra casa - infelizmente lhe falei respirando com dificuldade e saindo dela fazendo um carinho no seu rosto.

- Ainda tá cedo, Eric... - conseguia ser linda com o rostinho emburrado - Sabe que eu não vou pra sua casa este fim de semana.

- Por uma razão especial pra você - me levantei, trazendo a junto de mim e ficamos sentados onde a abracei pela cintura deixando um beijo nos seus cabelos úmidos perto da testa.

- Eu sei - seu semblante entristeceu.

Estar com a Nívea era tão necessário pra mim que os encontros nos dois dias pela semana não eram o suficiente. Desde a nossa primeira noite juntos, ela passou a dormir comigo em um dia do fim de semana seja na sexta-feira ou no sábado. E isso só se concretizou com a ajuda dos seus amigos, a Melissa e o Felipe. Ambos foram criados como irmãos mas, de fato não eram. E sem esse fator biológico eles viviam um relacionamento às escondidas dos seus pais. Quando Nívea me contou eu fiquei surpreso, no entanto não julguei. Minha atual vida amorosa também não podia ser classificada como correta.

Tanto ela como a Melissa saíam em um dos dias na companhia do Felipe, pois ele era maior de idade e então seus pais autorizavam. E assim, eles a levavam até a minha casa e depois o casal de irmãos - e amantes - iam para algum lugar. Perto de amanhecer, eles a buscavam e voltavam para casa como se estivessem virado a madrugada em alguma boate. Os três criaram até um grupo no Whatsapp para combinarem essas saídas de fim de semana e queriam me convidar mas eu recusei. Os dois grupos de professores que eu participava eram o bastante.

Esse nosso encontro em que transamos de lado ocorreu em uma sexta-feira e Nívea não iria para a minha casa no sábado seguinte pois era a festa de aniversário da sua mãe. Algo totalmente compreensível. Após deixá-la em casa, cheguei na minha morto de cansaço pois mais uma semana de provas havia se encerrado. Abri minha mochila e peguei um bloco de provas realizadas e o juntei à pilha enorme que já se fazia na minha mesa. Era a época mais cansativa do bimestre e deixei para corrigi-las no dia seguinte. Por uma curiosa coincidência, a programação das provas da faculdade aconteciam na mesma semana das provas do colégio. Com isso, a maratona de correção ocorria em dobro.

****

Acordei no sábado por volta das nove da manhã pois havia desligado o despertador do celular e ao ver a hora na tela, percebi o quanto havia dormido mais do que de costume, resultado do cansaço que o meu corpo demonstrava. No entanto, após levantar e tomar um bom banho gelado, eu me sentia revigorado.

Olhei o meu celular e ao abrir o Instagram, Nívea havia feito vários stories ao lado da mãe em homenagem ao aniversário dela e depois postando fotos de objetos e lugares aleatórios. Há algum tempo, depois de ver as postagens nos perfis das minhas primas do Sul da mesma idade que ela, eu já tinha desistido de entender o que se passava na cabeça de adolescentes para fazerem registros de porções de pães de queijo e um copo de achocolatado no café da manhã e postarem na internet via rede social.

Durante o dia, me ocupei em dar uma geral no apartamento e ir ao mercado abastecer a geladeira e a despensa com compras que começavam a ficar vazias. Mas nunca fui de comprar tanta coisa, morando sozinho não tinha necessidade. Nas noites em que a Nívea passava comigo, ela sempre pedia pizza ou algum outro lanche. Procurei adiar o quanto pude a maratona de correção de provas mas sabia que uma hora eu não iria escapar. Apenas procurei espairecer a cabeça com outras coisas que não exigiam tanto o meu foco. Também não liguei para a Luciana como costumava fazer que era jogar conversa fora. Ela também não me ligou pois sabia que eu estaria envolvido com a enorme pilha na minha mesa.

Acompanhei o que a ''ma princesse'' estava fazendo e vi o lindo dia de beleza que ela e mãe estavam desfrutando. Não fiquei enviando mensagens toda hora porque era um momento especial entre as duas que talvez raramente acontecia.

Por fim, elas ficaram lindas em seus vestidos de festa: a mãe em um preto super elegante e colado no corpo e a filha em um rosa com um pequeno laço transpassado no lado do corpo não muito chamativo no decote e nem na altura da saia. O rosto sempre lindo não precisaria da maquiagem leve que estava usando. Ousadia nas roupas era uma coisa que não combinava com a "ma petite", já bastava o próprio corpo cheio de curvas que chamava naturalmente a atenção e eu me tornei a prova disso.

***

Era início da noite, eu estava com vários blocos de provas espalhados pela minha mesa e concentrado nas correções. A tela do notebook aberta e logada na área do professor no site da Universidade. Senti a minha mesa tremer de leve e quando olhei para o lado vi meu celular sinalizando uma chamada.

Olhei e era um número desconhecido. Por mera curiosidade, atendi.

- Alô?

- Alô, Eric? Aqui é o Felipe, amigo da Nívea, er... Você tá ocupado?

- Tô corrigindo prova. Cadê a Nívea? - larguei a caneta vermelha em cima da folha com a correção pela metade olhando para a tela na minha frente mas sem prestar muita atenção.

- Então, a gente tá aqui no aniversário da mãe dela e aconteceu um troço nojento agora no início da festa...

- O quê que aconteceu? - minha voz se alterou na hora - Passa o telefone pra ela!

- Ela não tá em condição de falar, já chorou muito, por isso eu tô falando com você...

Na mesma hora, ouvi uma voz estridente ao fundo falando um palavrão e um som estranho como se fosse um tapa ou algo parecido.

- Alô, Eric? Sou eu, a Melissa! Então, é o seguinte: tem um tarado aqui na festa que abusou da nossa amiga! É um dos convidados. A gente tá te ligando porque você tem que fazer alguma coisa!

''Abusaram da minha menina? Da minha pequena?'' Aquilo não podia ser sério.

- Quem encostou nela??? FALA!

Em um empurrão para trás, arrastando a cadeira, me levantei e com o ódio me fazendo faltar o ar, comecei a andar transtornado pelo apartamento enquanto continuava ouvindo a voz do outro lado da linha.

- Eu ainda não sei quem é porque não vi o cara. Nós chegamos e ela estava em pânico perto da porta e estamos no quarto dela tentando fazer ela se acalmar. E a Ni também não quer contar o que aconteceu para os pais.

- Tirem ela daí agora!!!! - gritei furioso.

- Eric, eu sei que é horrível mas não podemos sair da festa desse jeito. Vai ficar esquisito!

Se ela disse aquilo com a ingênua intenção de me acalmar ou testar minha paciência, falhou miseravelmente e como resposta, não tive a menor preocupação em ser educado.

- Qual o seu nome, mocinha? É Melissa, não é? Pois bem Melissa, presta atenção: vocês moram na rua de esquina da avenida principal do bairro, certo? No início dessa avenida tem um posto de gasolina. Eu estou saindo de casa e quando eu chegar lá, quero ver a Nívea esperando por mim. Você entendeu direitinho, não entendeu?! Espero não precisar repetir!

- Entendi... - a voz saiu como um filete.

- Ótimo! Em meia hora estarei onde eu falei. É o tempo que vocês tem para saírem daí e me encontrarem lá. Ficou claro?

- Ficou - quase não ouvi a resposta.

E desliguei, jogando o celular na cama.

Precisava ser rápido. Abri meu guarda-roupa e peguei uma combinação de roupas formais para uma festa e também coloquei na cama. Entrei rapidamente no banho para tentar aliviar a musculatura do meu corpo tomada pelo ódio. Só em pensar que alguém havia tocado na Nívea de forma abusiva, meu único objetivo era tê-la em meus braços e quem sabe levá-la para bem longe.

****

Mesmo atordoado com o que aconteceu, procurei ficar atento ao volante e ansioso para chegar no local onde combinei de encontrá-la. Mais alguns minutos e Nívea estaria comigo sob a minha proteção.

Cheguei de carro e estacionei de qualquer jeito na calçada saindo dele ao avistar os três à minha espera. Meus olhos só estavam na direção dela e meu coração se acalmou ao tê-la finalmente abraçada à mim. Após deixar um beijo no alto da sua cabeça, permanecemos abraçados por um tempo e Nívea parecia ser tomada pela sensação de alívio e proteção. Era de mim que ela precisava.

- Foi mal, Eric. A gente não sabia o que fazer, ela ficou aterrorizada, por isso te ligamos! - O rapaz que estava com ela, e mais a amiga ruiva, explicou. Era a primeira vez em meses que eu estava tendo um contato mais próximo com eles. Tudo o que faziam eram apenas deixar a Nívea no meu prédio e então os dois seguiam para algum lugar.

- Tá tudo bem - falei sério - Fizeram bem em me ligar.

Nívea parecia não querer sair da minha proteção, no entanto eu precisava saber o que de fato aconteceu. Seu doce perfume me impregnava querendo desviar o meu foco mas eu não podia me deixar hipnotizar por aquele aroma.

- Agora, me conta... - doeu ter que afastar o seu corpo do meu mas a fiz olhar nos meus olhos segurando seu rosto com as minhas mãos - O quê que esse verme fez em você?

- Ele encostou em mim... - sua voz saía com dificuldade.

- Como?? - senti meu rosto esquentar e endurecer de raiva ao ouvir aquilo - Como ele encostou em você?

- Ele me forçou um abraço e fez por entre as minhas pernas.

Busquei pelo ar com toda força que eu podia, no instante que suas lágrimas rolaram pelo seu rosto. Nívea já me conhecia ao me ver consumido pela raiva.

- Fica calmo... - ela me suplicou segurando no meu rosto e suas mãos tão macias acariciavam a minha barba.

- Ninguém encosta em você, Nívea! Ninguém!

Era absurdo saber o que havia acontecido com ela dentro da própria casa, na frente dos pais e eles não terem visto. Infelizmente, bater de frente com eles seria complicar o meu relacionamento com a Nívea e isso eu não queria.

Neste momento, enquanto a trazia novamente para o conforto dos meus braços, o telefone da menina ruiva tocou.

- Oi mãe - ela atendeu deixando no viva voz.

- Oi filha, como está a Nívea? Ela está mais tranquila?

- Tranquila? - ela nos olhou confusa franzindo a testa - Er.. Então... Tá sim, o enjôo dela tá melhorando.

- Não precisa disfarçar comigo. Eu vi exatamente tudo o que aconteceu! E esse desgraçado tá aqui se divertindo como se não tivesse feito nada!

Permaneci impassível ao ver os três reagindo com espanto após a fala da mulher do outro lado da linha. Ao menos alguém viu o abuso que a "ma petite" sofreu.

- Eu estou aqui da sala de casa falando com você e vou voltar para a festa. Você e o seu irmão prestem atenção no que eu vou dizer: mantenham a calma, voltem com a Nívea e não saiam de perto dela, entenderam? Eu estou discretamente de olho nesse maníaco.

- Entendemos - a filha respondeu.

- Perfeito. É horrível dizer mas não podemos estragar uma comemoração tão especial para os pais da nossa querida. Amanhã conversaremos melhor sobre isso.

- Tá certo mãe, a gente já tá voltando.

- Ok então, tchau.

- Tchau.

As duas encerraram a ligação.

- Então tá explicado porque ela concordou para que a gente saísse da festa - o irmão mais velho lembrou - ela sabia o tempo todo!

- A gente se estapeia, ela respira trabalho mas a minha mãe é foda demais!

- Sua mãe é policial? - finalmente interferi após ouvir a conversa pelo telefone com a Nívea abraçado à mim.

- Quase isso. Ela é promotora de justiça. Os olhos dela são verdadeiros raio-x para identificarem vagabundo.

Era uma metralhadora ao falar pelo telefone, mas a amiga ruiva parecia esperta e por alguma razão, eu identificava alguma generosidade dela enquanto a observava.

- De volta pra festa, meninas! - o amigo comunicou - É chato mas inevitável.

- Eu vou voltar com vocês! - decretei na mesma hora.

- O quê???? - Nívea me encarava sem acreditar.

- A gente vai cuidar dela, Eric - Melissa tentou confortar a situação - Acho que não é pra tanto.

- Você telefonaram pra mim dizendo que eu tinha que fazer alguma coisa, não foi? Pois bem, eu quero olhar na cara daquele filho da puta que ousou encostar na Nívea! Eu não vim arrumado pra cá à toa!

- Acha uma boa ideia?

- Acho. Telefona pra sua mãe e fala que a gente se encontrou por acaso na loja de conveniência. E pergunta se eu posso subir com vocês para dar os parabéns à ela.

- Será que ela vai autorizar? - a amiga perguntou.

- Tenho certeza que vai - falei enfático.

Observei Nívea pesquisar pelo contato da mãe no celular e fez a chamada.

- Viva voz, amiga!

Essa amiga era boa pessoa mas conseguia ser irritante também. Enfim, adolescentes.

Ouvi a voz da mãe da Nívea na linha segundos depois.

- Filha, cadê você?

- Oi mãe, estou na loja daqui do posto.

- Melhorou do enjôo? Estão voltando?

- Sim, melhorei. Queria te pedir uma coisa.

- O que foi?

- Lembra daquele dia no colégio que você conheceu o Professor Eric?

- Aquele seu professor lindão? Claro que sim!!!!

Os dois irmãos se afastaram caindo na risada, Nívea não sabia como reagir e eu apenas esbocei um sorriso, encarando o chão e aliviando aquele momento constrangedor massageando a minha nuca com a mão esquerda.

- Sim mãe, o meu professor de Literatura - ela corrigiu - A gente se encontrou e queria saber se ele pode ficar na festa. Tem problema?

- Problema nenhum, meu amor! Traz ele aqui! Seu pai vai adorar conhecê-lo!

Eu iria conhecer o pai dela. Por que voltei a ficar tenso? Precisava manter a calma.

- Tá bom então, estamos voltando agora!

- Certo, venham logo!

E encerraram a ligação.

- Desculpa Eric, minha mãe é sem filtro.

- Tudo bem. Eu sabia que ela ia autorizar.

- A noite não está totalmente perdida, amigos - Melissa parecia estar achando graça da situação - não perco este acontecimento por nada!

- Eu só não quero que aquele verme chegue perto de mim!

- Ele não vai chegar! - afirmei.

- E temos uma agente secreta infiltrada lá, não se esqueçam - Felipe lembrou se referindo à sua madrasta.

- Vocês três vão na frente e me esperem na portaria - ordenei.

- Tá bom - Nívea assentiu e trocamos um selinho.

- Eu vou estacionar o carro.

Observei os três seguirem na direção do prédio. Me afastei dando uns passos para trás e entrei no carro dando a partida, indo até um estacionamento na mesma rua antes de parar na calçada. Deixei pago por algumas horas e fiz o caminho de volta entrando na loja de conveniência. Avistei uma seção de arranjos de flores e escolhi uma bonita orquídea na cor branca bem enfeitada. Não poderia chegar na festa de mãos vazias sem ao menos presentear a aniversariante.

Eu precisava manter o controle da situação e agir fria ao mesmo tempo que tranquilamente. Seria o momento em que eu iria conhecer a vida particular da Nívea e seus pais. Tive a oportunidade de conhecer Helena Toledo e a impressão com que fiquei dela foram realmente boas apesar das falhas na criação da única filha. Mas e ele? O chefe da família? Que tipo de homem eu encontraria? Eram muitas coisas com as quais eu tinha que me preocupar: cuidar da Nívea sem fazer com que percebessem o nosso relacionamento, saber quem era o verme maldito que abusou dela e agir feito o homem que eu era e, não como um adolescente, assim que eu e o Senhor Martin estivéssemos frente a frente.

A noite seria longa.

XIX

Dentro do elevador, o silêncio era perturbador.

Eu não conseguia fazer outra coisa a não ser observar a ma petite visivelmente nervosa com seu olhar vago e perdido. Poderia ser uma noite perfeita para ela, estar comemorando o aniversário da sua mãe mas o que ocorria era o contrário.

- Ni, vai dar tudo certo - a amiga ficou de frente pra ela encostada no canto do espelho, pegando em sua mão lhe dando conforto.

- Vamos ficar todos juntos. O máximo que pode acontecer é o meu pai me chamar por uns instantes pra me exibir como um troféu aos homens da festa. Conheçam o meu filho! O futuro delegado da família! Coisas assim...

Minha vontade era abraçá-la e mantê-la nos meus braços durante toda a noite para que ninguém encostasse nela.

No momento em que saímos para o corredor após deixarmos o elevador, a música vinda do apartamento podia ser ouvida mas sem estar em uma altura insuportável. Ao olhar novamente para a Nívea, ela não conseguia sair do lugar como se tivesse sido tomada por uma onda da pânico. Esperei que ela ao menos pudesse dar um passo à frente. Nada.

- Ni - a amiga Melissa lhe deu a mão para que ela tivesse algum conforto - vem, eu não vou sair do seu lado pra nada!

- Eu sei que tá sendo uma merda pra você, mas tente ficar calma! - o irmão mais velho dela endossou o apoio.

Mesmo presenciando uma situação tensa, eu não pude deixar de reparar o quanto ela estava linda naquele vestido. Muito mais linda do que vista pela foto. O tecido da saia era leve, rodado e deixava suas coxas parcialmente à mostra o que me fez pulsar por dentro da calça social. Olhei por trás dela e em seguida para a sua amiga.

- Você pode segurar pra mim um instante? - perguntei à ruiva lhe entregando o arranjo.

- Claro... - ela estendeu os dois braços pegando-o e me olhando sem entender.

- Eu só trouxe um lenço... - me dei conta ao passar as mãos pelos bolsos da calça.

- Precisa de outro emprestado? - Felipe perguntou - Eu tenho aqui.

- Por favor... - pedi e ele tirou do seu bolso traseiro me entregando.

- Essa porta vermelha do lado do elevador é o que? - questionei apontando na direção.

- Ali? É a saída de emergência... Por quê? - a amiga ruiva me respondeu.

- Eric, o que...

- Shiu! - interrompi a Nívea no mesmo instante - Você fica quietinha como está até agora e vem comigo.

Tirei o celular da sua mão lhe entregando ao mais velho dos três e a peguei pela mão levando em direção à porta. Os dois ficaram parados me observando sem entender.

- Vocês dois esperem aqui! - dei a ordem ao empurrar da pesada porta com o meu corpo, abrindo e a puxando para dentro.

Entramos e a pus encostada contra a parede fechando o trinco pesado de ferro. Me virei para ela, admirando todo o seu corpo e fiquei pensando se existiria uma beleza igual à dela na face da Terra. Minha respiração se tornou mais difícil e minha boca mais seca suplicando por um beijo.

- Segura - lhe entreguei um dos lenços - Vou dar à você a certeza de que nenhum outro verme vai te tocar...

Me aproximei e ao virar seu rosto de lado, meus beijos percorreram pelo seu pescoço e minhas mãos amparavam a sua cintura. O sabor e o aroma daquela pele macia e suave eram únicos. Mesmo com os seus cabelos até abaixo dos ombros eu precisava ter todo o cuidado para não deixá-la com as marcas da minha boca.

- Eric...

Seu corpo fervia e estava pedindo pelo meu.

- Não vamos poder demorar - Falei bem baixo envolvendo seus braços nos meus ombros deixando-a na ponta dos pés sem os sapatos.

Por muito pouco, não arranquei o botão da minha calça tamanho era o desespero em fodê-la. Tirei meu pau pra fora e em uma rápida punheta, levantei a saia do vestido e pus a calcinha de lado tão rápido que quando percebi, me enfiei de uma só vez.

Quase três meses e aquela buceta ainda se mantinha apertada! O que tornava tudo ainda mais delicioso. Ma princesse reagindo era a melhor visão que eu poderia ter: sorria inclinando a cabeça para trás com o corpo todo entregue ao prazer com as minhas mãos nos seus quadris. Abri mais as suas pernas cada vez que enfiava mais fundo colocando-as em volta da minha cintura. Socava com certa força mas ela parecia gostar. Meus lábios colaram na sua bochecha e eu sorria a cada gemido seu, tímido, e o lábio inferior mordido.

- Não quero voltar, Eric... Vamos ficar aqui...

- Temos que voltar, ma petite - lhe beijei no rosto - vou ter que te fazer gozar agora...

- Não quero! Ah, que delícia...

Com um braço, a segurei pela cintura ainda dentro dela.

- Chupa - encostei o polegar nos meus lábios - Eu queria mesmo era outra coisa nessa sua boquinha...

Nívea chupou tão gostoso que por muito pouco não a coloquei de joelhos para provar do meu gozo. Passei a mão por baixo do vestido fazendo a relaxar, com um carinho no seu ventre, e meu dedo foi na direção certa do seu ponto inchado e latente massageando devagar.

- Faz bem gostosinho pra mim, minha delícia...

Suas pernas ficaram rígidas na hora e senti sua buceta apertar o meu pau com mais força após o efeito que a carícia do meu dedo causou.

- Morde o lenço! - o seu gozo doce iria vir a qualquer momento.

Com o lenço na boca, Nívea deu um grito abafado, seu ponto sensivel e a virilha pulsaram, me deixando completamente louco, ainda enfiado nela. Estocava com força e sem controle quase que rasgando ela ao meio e o som dos meus gemidos se tornou mais alto, quando me derramei dentro do seu canal quente e melado. Uma última estocada a fez se segurar na parede.

A coloquei de volta no chão bem devagar enquanto ela se segurava no meu peitoral buscando o ar novamente. Não queria mas precisava sair de dentro dela.

- Como a gente vai voltar pra festa desse jeito?

- Eu vou te limpar - tirei o meu lenço do bolso e comecei a secar o suor da sua testa encantado pelo azul celeste dos seus olhos.

Fechei rapidamente a minha calça após também me limpar e sequei meu rosto no que ela calçava os seus sapatos.

- Não vou usar o lenço do Felipe. Me empresta o seu. Preciso me limpar.

- Eu disse que vou limpar você - levantei uma das pernas novamente, apoiando na minha cintura e passei o lenço por entre as suas pernas e esfregando com cuidado.

- Ai! - ela chiou após eu passar o tecido em um ponto mais sensível.

- Desculpa, ma petite. Buceta gostosa igual à sua é rara. Não consegui ser delicado na primeira vez, não faz sentido eu ser agora.

- Eu gosto - afirmou com as suas mãos segurando no meus ombros e nossos olhos conectados.

Ainda me surpreendia com suas falas ousadas. Nívea era tímida mas eu estava gostando dessa intimidade que foi criada entre nós dois. Pisquei rápido e terminei de limpá-la deixando o lenço na sua vulva úmida que ainda piscava.

- Esse seu fogo não apaga, não?

- Você sabe que não... - respondeu mordendo o lábio inferior.

Ajeitei sua calcinha e o vestido, jogando o lenço em uma lata de lixo no fim do lance de escadas que levava até o andar de baixo.

A cada momento de puro prazer entre nós dois, eu tinha uma certeza: era com a Nívea que eu desejava viver o resto dos meus dias.

****

- Finalmente os jovens da festa retornaram!

Com os braços abertos e as mãos ocupadas por uma taça de champagne e o celular em cada uma das mãos, Helena Toledo nos viu chegar e veio animada na nossa direção. Estava linda e elegante usando um belo vestido preto bem justo no corpo e comemorando mais um ano de vida.

- Professor Eric, que imenso prazer revê-lo! - me cumprimentou sorridente e simpática me dando dois beijos, um em cada lado do rosto.

- Feliz Aniversário, Sra Toledo - lhe dei os parabéns junto do arranjo - Não repare, foi um presente de última hora.

- De jeito nenhum! É muito gentil!

A supervisora responsável pela festa e o buffet se aproximou e pegou o arranjo para expor em alguma mesa.

- Quando minha princesa telefonou dizendo que tinha te encontrado e me pediu pra você estar conosco, não tinha como dizer não!

- Na verdade eu estava indo para outra festa e nos encontramos na loja enquanto eu parei pra abastecer. Ela insistiu tanto que eu não tive como recusar um pedido da minha melhor aluna.

Eu ainda me surpreendia comigo mesmo e com a minha capacidade de ser tão cara de pau.

De repente, vejo um homem se aproximar com as feições do rosto sérias ao mesmo tempo que nos observava com certa curiosidade junto de um copo de whisky com gelo.

- Jacques, querido! Esse é o Professor da Nívea que eu lhe falei! - Helena o apresentou a mim.

Engoli em seco. Nunca pensei que um homem o qual eu estava vendo pela primeira vez poderia me causar uma incômoda intimidação. O que era ridículo, pois ele não sabia de absolutamente nada e ao mesmo tempo me analisava de um jeito como se estivesse lendo na minha mente que eu havia acabado de foder com a sua princesa.

- Eric Schneider - estendi a mão e o olhava nos olhos não conseguindo esconder a tensão - É um prazer conhecê-lo.

- Schneider? - me cumprimentou de volta segurando minha mão ainda curioso - Es-tu Allemand?*

- Meu pai é alemão. E minha mãe é brasileira, filha de franceses.

- Vraiment?* - ele sorriu pra mim - De que parte da França?

- Meus avós eram de Nice.

- Cote d'Azur! - falou sorridente - Magnifique! Minha família é de Lyon. As férias da notre princesse* tem destino certo no verão europeu.

- É uma cidade belíssima.

- Mas entre, entre! Aproveite a festa e você senhorita - ele se voltou para a Nívea e o peso do mundo havia saído das minhas costas - se eu não ver você comendo o que estiver sendo servido, te deixo de castigo no quarto entendeu?

- Oui, papa.

- Nívea querida, seja a anfitriã do seu professor!

- Serei, mãe.

Eu estava na casa da minha aluna e amante, havia acabado de conhecer os seus pais e precisava me manter frio para não cometer a loucura de tê-la agarrada comigo.

Circulando pela festa comecei a observar tudo e todos discretamente na tentativa de saber quem era o filho da puta que havia encostado na minha menina. Felipe se afastou de nós e foi na direção de uma senhora com aparência jovem e ao ver seus cabelos curtos e ruivos tive a certeza de que era a mãe da Melissa. Ela acenou com os olhos na nossa direção mas também estava atenta com tudo ao redor. Mesmo com o clima tenso, os olhares femininos pra mim foram inevitáveis o que serviu para descontrair um pouco. Escolhemos um lugar mais discreto da enorme sala de estar que se converteu em um salão de festas e fiquei encostado na parede tendo uma boa visão do ambiente. Era um apartamento grande e luxuoso.

Nívea ficou de frente pra mim e a sua amiga do lado entre nós dois.

- Sua casa é muito bonita - eu não podia negar o óbvio - Bem espaçosa.

- Obrigada. Nossa antiga casa também era enorme. Mas meus pais optaram por um lugar mais seguro e então... Estamos aqui!

Estando em um local mais iluminado, não pude deixar de reparar o quanto Nívea estava mais bonita e radiante e foi inevitável relembrar do que aconteceu momentos antes de voltarmos. Felipe se juntou novamente a nós trazendo dois pequenos pratos com fatias de tortas e pequenos garfos.

Eles conversaram algo que eu não dei importância na hora pois minhas atenções estavam voltadas em saber quem era o maníaco que a assediou e me manter indiferente aos olhares das mulheres na minha direção. No mesmo instante, voltei a ficar atento ao que ela falava.

- Ah sim. Está programado para as oito da noite. Vou no meu quarto.

- Nossa, mas essa torta tá uma delícia! - Melissa comia e elogiava a torta - Já quero repetir.

- Vai fazer o quê no seu quarto? - perguntei mantendo o semblante sério.

- Coisa minha - ela sorriu sem jeito - e é rápido.

- Vamos juntas!

- Não precisa, Meli. O que eu vou fazer não vou levar nem cinco minutos.

- Nós vamos juntas e fim! - ela insistiu - Você não vai andar sozinha na festa com um tarado solto por aí!

Melissa tinha razão. Nívea não poderia ficar circulando dentro da própria casa e longe dos meus olhos. Se algo acontecesse, mesmo querendo saber quem era o pilantra, como eu iria protegê-la sendo apenas um convidado de última hora? Ela precisava ficar perto de mim todo o tempo pois assim ele não iria se aproximar.

- Vamos! - Melissa terminou a torta, deixando os pratos em uma mesinha próxima e a puxando pelo braço.

- Vocês duas não demorem lá dentro!

- Quer nos acompanhar? - ela sugeriu sorrindo.

- Não é correto - fiz que não com a cabeça - eu sou adulto e você é uma adolescente.

- É sério mesmo que você está me dando lição de moral?

Precisei respirar fundo e reunir uma boa dose de paciência.

- Vou te explicar uma coisa, mocinha - falei com calma - eu já estou há seis meses encrencado até o meu último fio de cabelo desde aquela carona. Esta aqui é a casa dos seus pais, eu sou seu professor e convidado da festa. Neste momento temos uma barreira que nos separa chamada respeito e ela precisa ser mantida, entendeu?

- Entendi - ela abaixou a cabeça assentindo.

- E mais uma coisa.

- O quê?

- Quando eu falo encrenca, eu não estou falando de você.

Enquanto observei as duas indo em direção ao corredor onde ficavam os quartos, me aproximei de alguns portas retratos na parede do outro lado de onde estávamos. Um deles em especial era da Nívea ainda bebê usando uma roupa da chapeuzinho vermelho, a foto tirada em estúdio, com todo o cenário da floresta pertencente à fabula ao seu redor. Ela sorria graciosamente com as bochechas vermelhas e os olhos mais azuis e vivos do que nunca. Era a bebê mais linda do mundo e fiquei o que parecia ser uma eternidade admirando aquele retrato.

- Linda meninasenhor de meia idade talvez da mesma idade que o Senhor Martin se aproximou comentando.

- Sim - respondi indiferente.

- O bom que a chapeuzinho da foto cresceu e já está em idade suficiente para agradecer ao lenhador de outra forma, por ele ter salvo a sua vovózinha.

Estranhei ouvir um comentário tão inconveniente e ao me virar, o homem olhava para a foto passando a língua pelos lábios.

Era ele, eu não tive dúvidas. O canalha que encostou na Nívea. Não tinha uma parte do meu corpo que não estivesse sendo tomada pelo ódio e mesmo com o punho fechado, precisei manter o controle para não socá-lo na frente de todos.

- Com licença - saiu do meu lado, corredor a dentro a passos rápidos, indo atrás da Nívea! Como eu não percebi que ele estava de olho nela? Me senti um lixo humano.

Procurei o Felipe com os olhos e ao ver minha expressão endurecida, felizmente ele entendeu. Se dirigiu até a sua madrasta, falou algo no pé do ouvido e imediatamente ela seguiu na mesma direção que o maníaco.

- Calma Eric! - Felipe se aproximou de mim me levando até a varanda e eu tinha que disfarçar o meu desespero - A minha madrasta vai resolver tudo. Fica calmo.

Me sentia um fraco, impotente. Estava com ódio por não conseguir deixá-la perto de mim. Cheguei no fim da varanda e apoiei as mãos no parapeito procurando me acalmar mas não conseguia.

Não sei dizer quantos minutos se passaram até ouvir aquela doce voz.

- Ei!

Ao me virar, ma petite princesse estava inteira sem nenhum arranhão e com um sorriso calmo e fechado. Me aproximei querendo abraçá-la apertado mas ela recuou um passo. Compreendi o gesto, ficando onde estava.

- O que aquele maníaco fez com você? - perguntei desesperado.

- Nada - ela respondeu serenamente - ele foi embora.

- Tô me sentindo um merda - controlei a minha respiração e as lágrimas - Se não fosse a mãe dos seus amigos eu não sei o que poderia ter te acontecido.

- Estou menos tensa do que antes, vai passar logo.

- Ele encostou em você? Te fez alguma coisa???

- Está tudo bem! Não precisa mais se preocupar... Quero dizer...

- O quê?? - perguntei angustiado - Fala!

- Vai ter que se preocupar em aproveitar a festa e me apreciar sem me tocar - ela piscou pra mim.

- Apreciar sem te tocar não será preocupação e sim, tortura...

Nívea olhou pra trás e não tinha ninguém nos olhando. Ela tomou a iniciativa de se aproximar e na ponta dos pés me deu um lento a carinhoso beijo no rosto mantendo as mãos para trás. Peguei uma delas e beijei a palma.

- Te espero lá dentro - me disse, retornando para a festa.

XX

Felizmente eu consegui relaxar após ver com os meus próprios olhos que Nívea estava bem...

Retornamos para a festa e mais uma vez os olhares das convidadas se voltaram na minha direção. Não podia negar que meu ego inflava com aquilo mas eu estava ali apenas pela ''ma princesse'' e era ao lado dela que eu ficaria. Muita comida e bebida estava sendo servida e eu apenas me contentei em ficar na água.

Voltamos para onde estávamos e era impressionante como essa menina, amiga da Nívea, não parava de comer um só minuto. Fiquei encostado na parede onde poderia visualizar boa parte da festa.

- Não sei porque tá todo mundo me olhando! - Nívea retrucou com os braços cruzados assim que nos aproximamos dos seus amigos.

- Quê que você fez? - a amiga perguntou enquanto cortava com o garfo um pequeno pedaço de torta e comia.

- Eu não sei! Algumas amigas da minha mãe ficaram olhando pra mim enquanto eu passava e começavam a rir baixinho do nada.

- Não é pra você que estão olhando! - rebati sem parecer grosseiro no que eu e Felipe sorrimos de volta um para o outro.

- Como assim? - ela me perguntou sem entender.

Nesse momento, uma bela mulher se aproxima da Nívea a tocando pelas costas e cumprimentando.

- Nívea querida, como você está?

Usava um vestido preto em renda transparente e com os cabelos loiros bem penteados até a altura do pescoço. Os olhos eram de um caramelo bonito mas bem incomum. Estava elegante mas não no mesmo nível da aniversariante.

- Oi Marina - continuei a observar as duas se cumprimentando com um beijo no rosto - ainda não tinha te visto.

- Eu cheguei tem pouco tempo - ela explicou sorrindo - A festa está maravilhosa, sua mãe como sempre arrasa em tudo o que faz!

- É o que ela tem de melhor!

As duas conversavam normalmente mas os olhos da convidada se voltavam sempre na minha direção. Eu era o alvo, rs quando finalmente se virou para mim.

- E então? Quem é o seu convidado? - se ela tivesse o poder de me despir com os olhos, certeza que teria feito - Não lembro de tê-lo visto com a sua mãe em alguma reunião de negócios.

- Aah... - Nívea completamente sem reação se virou para mim e para ela ao mesmo tempo sem saber o que falar - Então... Professor, essa é a Marina, ela trabalha com a minha mãe.

- Prazer em conhecê-la - lhe estendi a mão simpático olhando-a nos olhos. Se eu queria lhe causar uma combustão por entre as suas pernas, eu consegui.

- Como assim? Professor? - ela se mostrava incrédula.

- Ele me dá aula de Literatura no colégio... - Nívea explicava em meio à uma expressão confusa no rosto.

- Mas que lindo isso! - ela exclamou me dando dois beijos no rosto - Que bom saber Nívea, que você constrói uma relação de amizade com os seus professores!

Imediatamente após os dois beijos e de forma discreta, ela ajeitava a gola da minha blusa social e passava a mão delicadamente pelo meu peitoral me deixando em uma situação constrangedora. Abaixei a cabeça sorrindo de lado e Melissa ficou paralisada com o garfo na boca, seus olhos verdes olhavam para mim e para ela quase que ao mesmo tempo. O irmão mais velho se afastou de nós querendo segurar o riso e Nívea paralisada.

- Sim... Legal... - ma princesse sorriu forçada.

Fiquei apreensivo se Nívea demonstraria alguma crise de ciúmes por menor que fosse e assim iria levantar alguma suspeita entre nós dois.

- Venha nos visitar um dia na clínica com a sua esposa! Vamos adorar recebê-los!

- É muita gentileza sua, senhora... Marina? - perguntei querendo confirmar o nome e ela que ela assentiu - Mas eu não sou casado.

- Ah, não acredito! - deu um sorriso radiante - Está falando sério?

''Sim, mas eu vivo um relacionamento escondido com a filha da dona da festa há alguns meses'' pensei.

- É sério.

- Ah, então venha comigo - falou me pegando pela mão - vamos até a varanda conversar um pouco, que tal?

- Muito obrigada, Marina - Helena surgiu entre nós no meio da conversa - Mas o professor Eric prefere estar entre os jovens da festa, ok?

- Ai, mas você é uma estraga prazer mesmo, Lena! - ela saiu do nosso grupo bufando.

- Desculpe, professor - a aniversariante se dirigiu à mim - A Marina desde que se divorciou, está à caça de homem.

- Entendo - voltei a ficar aliviado.

- Mas e os jovens da festa? - ela abraçou a filha carinhosamente por trás encostando sua cabeça junto à dela dando um beijo nos seus cabelos - estão se divertindo ou não?

- Meli se diverte comendo, mãe - Nívea apontou para a amiga - ela vai passar mal com tanta torta.

- Aí depois ela enche o saco da minha mãe reclamando de dor de estômago - o irmão Felipe debochou.

- Ué gente, mas a torta é deliciosa mesmo, vou fazer o quê?

- Vou pegar a receita com a equipe do buffet e dar pra sua mãe, Melissa.

- Por favor, faça isso!

- E você meu anjo? - a apertou mais no abraço - Não está colocando em prática as suas aulas de dança na pista do salão por que hein?

- Como assim?? - olhei para as duas sem acreditar no que estava ouvindo - Aulas de dança?

- A Nívea faz aula de dança todos os sábados de manhã, Professor. Não sabia?

- Não mãe, ele não sabia. Ele não sabe da vida do alunos além da sala de aula.

Eu a olhava nos olhos, continuando a ficar encostado na parede com os braços cruzados dando um meio sorriso. Era óbvio que eu iria querer saber detalhes daquela novidade.

- Por que vocês começaram as aulas mesmo, Melissa? - Helena continuava o assunto e é claro que aquilo me interessava.

- Nada demais! - Nívea rebateu - Entrei para as aulas porque voltei mais gordinha das férias. Foi só isso!

- Certeza que foi só isso, Melissa? - perguntei em tom de leve provocação, não tirando os olhos da Nívea e acariciando minha barba - Pois eu acho que não.

- Ni, amiga, conta pro seu professor. A gente começou as aulas porque você precisava aprender a rebolar a bunda!

O rosto da minha doce aluna, mesmo tentando esconder com a mão, ficou em todos os tons de vermelho possíveis.

- É mesmo?? - sorri com ironia - Estou desatualizado, não sei muito sobre o que as meninas da idade de vocês fazem hoje em dia. É isso? Vocês rebolam a bunda?

- Eu só danço nas aulas e no meu quarto em frente ao espelho!

- Entendo, sendo a minha aluna mais quietinha, é normal - concordei não tirando os olhos dela.

Na mesma hora, começa a tocar uma música da época em que eu cheguei a ouvir algumas vezes quando era criança e adolescente da banda australiana INXS.

- IH! - Helena apontou para o alto atenta ao som - Essa é da época que eu tinha a idade de vocês! Dancei muito! Dança essa comigo, filha! - E a puxou na direção da pequena pista montada.

- MÃE, NÃO! - Nívea relutou tentando puxar o braço de volta. Em vão.

- Vai amigaaaa! TEM QUE REBOLAR A BUNDA! UHUUULL - Melissa tirou o celular da mão dela e deu um empurrão de leve.

Mãe e filha foram parar no meio da pista de dança no que todas as atenções dos convidados de voltaram para elas. Realmente, a timidez da Nívea era algo permanente na sua essência. Pelo menos era o que eu pensava naquele momento.

Os passinhos que ela arriscava junto da mãe de mãos dadas aos poucos se transformaram em uma dança mais provocativa onde começou a rebolar o bumbum e os quadris convidativos que tinha. Respirei o fundo em ver a cena ao mesmo tempo que os gritos histéricos da amiga do meu lado quase que estouraram os meus tímpanos.

Como se não bastasse, elas desceram e rebolaram até o chão em meio aos vários flashes dos celulares dos convidados e eu não consegui desviar meu olhar daquela cena. Por sorte, todos estavam atentos às duas e não notaram o que se passava comigo por baixo da calça que eu usava. Era tentador demais pra mim, vê-la dançando do jeito que dançava.

🎶🎵I need you tonight

'Cause I'm not sleeping

There's something about you girl

That makes me sweat🎶🎵

Nívea dançava tão sensualmente que por alguns instantes achei que ela estava fazendo de propósito para me fazer perder o juízo. E estava conseguindo.

Melissa que até então estava do meu lado e ao lado do irmão foi se juntar às duas e falou com a Nívea algo no seu ouvido que não deu muita importância, aparentemente. Pouco a pouco as convidadas da festa ocuparam a pista de dança e começaram a dançar.

Após algumas músicas, observei as duas saírem da pista se dirigindo para o corredor e na mesma hora tirei o meu celular do bolso enviando uma mensagem para uma delas.

- Teremos uma conversa séria sobre essas suas aulas, entendeu mocinha?

***

Eram dez da noite quando o parabéns foi cantado para a aniversariante e logo depois alguns convidados foram embora. Eu e o Felipe nos dirigimos para a ponta da varanda, o lugar onde fiquei angustiado pelo que poderia ter acontecido com a Nívea, e nos sentamos aproveitando o vento fresco da noite enquanto ela e a amiga estavam sentadas na sala, comendo o bolo de chocolate da festa.

Ficamos conversando amenidades, perguntei à ele com uma normal curiosidade sobre sua faculdade e ele, simpático como percebi que era, me falava sobre o curso de Direito, a graduação que ele estava estudando. Nisso, Melissa aparece e veio se juntar à nós, se sentando ao lado do irmão.

- Nívea tá aonde? - perguntei à ela enquanto olhava a tela do celular.

- Foi no quarto tirar a maquiagem do rosto.

- Hum...

Mais ou menos uns dez minutos depois, ela surgiu na varanda vindo também na nossa direção usando chinelos, passando por nós três sentando-se na banqueta, ficando na ponta e cruzando as pernas em forma de lótus com o vestido cobrindo o que deveria cobrir.

- Nívea, senta direito. - Ordenei com a voz baixa vendo ela sentada do jeito que estava.

- Eu estou na minha casa e não em sala de aula - me respondeu com atrevimento.

Descobri o quanto era divertido implicar com ela. Os dois irmãos nos olhavam e a caçula cobria a boca querendo segurar o riso.

- Vocês dois vão pra algum lugar hoje? - ela me ignorou fazendo a pergunta aos amigos.

- Pois é, então Fê, minha mãe me passou mensagem agora dando carta branca pra gente sair, mas era pra ir em casa avisar à eles. Óbvio que eu vou principalmente pra tirar os objetos de tortura que são esses sapatos!

- O pessoal da faculdade foi pro Centro hoje. Aqueles sobrados onde rola as festinhas. Os típicos inferninhos.

- O que são inferninhos? - Nívea perguntou curiosa e eu aproveitei para tirá-la do sério.

- São lugares que princesses décentes* não frequentam!

- Se o MEU PAI me deixar sair, eu vou, entendeu? - ela rebateu e a olhei de lado dando um meio sorriso

- Opa, falando no homem... - Felipe alertou - Vocês dois acalmem os ânimos.

Mais uma vez, a tensão nos meus ombros voltou com força total quando vi Jacques Martin se aproximando de nós, segurando uma banqueta para se sentar.

- Não sei se vou conseguir ficar à vontade com ele - respirei fundo na tentativa de relaxar os ombros.

- Por que não? É o meu pai!

- Exatamente por isso - respondi quase em um sussurro.

- Finalmente estou conseguindo me juntar aos jovens vips da festa - Sr Martin falou contente ao se aproximar colocando a cadeira no chão - Curtiram tudo?

- A festa foi incrível, Sr. Jacques - Felipe elogiou - Tudo saiu perfeito.

- Eu amei a torta de frango mas isso todo mundo já sabe!

- A torta fez sucesso mesmo, Melissa - ele concordou - Cheguei a provar uma fatia. E você, jeune professeur*? Foi tudo muito rápido mas espero que tenha aproveitado!

- Só tenho elogios, Monsieur Martin - afirmei tentando demonstrar tranquilidade - sua esposa sabe fazer festas como ninguém.

- Ela merece. Aliás elas duas são o que eu tenho de melhor na vida. Minha princesa principalmente.

- Pai, não começa! - ma princesse o advertiu.

- Mas é verdade, mon cher! Se o seu professor afirma que você é a melhor aluna dele quem sou eu para discordar? Aliás não espero menos que isso!

Fiquei atento a cada palavra que ele dizia e então arrisquei entrar em um terreno o qual não me pertencia.

- E o que o Senhor espera da sua filha, monsieur Martin? - perguntei com calma - Apenas por curiosidade.

- Nada menos que ela já é: uma filha exemplar que nunca trouxe aborrecimentos nem pra mim e muito menos para a mãe. Possui as melhores notas na escola, é comportada e como recompensa, tem tudo o que ela quiser e felizmente nós dois podemos lhe dar!

- É claro... - continuei a observá-lo, absorvendo cada palavra daquele pequeno discurso.

- Mas veja bem, meu rapaz, existe um preço a ser pago por isso. Trabalhamos demais e assim deixamos nossa filha com uma certa independência, principalmente a financeira. É um meio de cobrirmos a nossa ausência. Reconhecemos isso. Mas a amamos e isso é o mais importante.

- Entendo... Só penso que talvez isso não seja o suficiente...

- Como assim? Eu e Helena amamos nossa filha!

- Claro que amam, tenho absoluta certeza disso! Mas pelo fato dela ter apenas 15 anos... Bem, um pouco mais de atenção não faria mal.

- De fato! - ele concordou - Eu e a mãe dela nos esforçamos pra isso todos os dias.

- Eu lido com adolescentes somente uma vez pro semana. E mesmo assim percebo o quanto eles estão por conta própria, o senhor me entende? Sem a devida atenção.

- Claro, entendo perfeitamente! Mas tenho certeza que a minha Nívea não fará nada de errado. Alunas exemplares iguais à ela, professor Schneider, são diamantes raros!

- Não discordo - dei um sorriso discreto.

Jacques Martin era um bom homem, marido apaixonado e atencioso mas no que dizia à respeito da educação que dava à própria filha, no meu ponto de vista, possuía certas falhas, mesmo eu não duvidando do seu amor paterno. Olhei sério para Nívea e ela me entendeu como se a nossa discussão no dia seguinte após tê-la feito minha estivesse gritando nas nossas cabeças.

- A parte boa pai, é que agora tenho amigos que cuidam de mim - ela claramente desviou o assunto.

- Sim amiga, o Felipe é nosso tutor na ausência dos nossos pais.

- Exato. Sou uma babá nos finais de semana.

Todos caíram na risada e então vi Helena se aproximar na nossa direção.

- Querido, uns amigos nossos já estão indo embora e querem se despedir.

- Ah sim, me dão licença?

- Claro! - assenti - à vontade.

- Mas já cansaram? - observei a aniversariante olhando para os três com as mãos na cintuta - Hoje é sábado e nem deu meia noite, não vão esticar a noite como sempre fazem?

- Pra onde vocês duas vão querer ir? - Felipe perguntou olhando para as amigas - Já mandei o papo dos meus amigos no Centro.

- Pra onde você for eu vou, Fê. - Né amiga?

Imediatamente entendi a troca de olhares entre as duas e, discreto, enviei uma mensagem para a Nívea.

- Vem comigo hoje, ma petite...

Ela mordeu o lábio sem poder me encarar.

- Vocês não querem comer ou beber mais nada? Professor?

- Não, obrigado Senhora Toledo. Fiquei só na água hoje. Estou dirigindo.

- Manhêee, deixa eu beber champagne?? Deixa! Deixa! - custei a acreditar no que ela havia acabado de pedir.

- Nívea, só uma taça ouviu bem? E não deixa o seu pai te ver bebendo.

- Uhuull! Vou lá dentro já já pegar pra mim!

- Aliás, bem lembrado! Vou ver como estão os estoques de bebidas.

Não consegui discernir mais nada ao meu redor. Apenas observava Nívea com o rosto endurecido e com os braços cruzados. Ela estava com toda a atenção em seu celular que demorou a ver os dois amigos rindo e a minha expressão fechada.

- O que foi? Vocês estão rindo de quê? - ela perguntou e finalmente me encarou.

- É isso mesmo, mocinha? Champagne?

- Qual o problema? É só uma taça!

- Na minha frente você não vai beber uma gota de álcool. Ouviu bem?

- Eu já te falei que estou na minha casa com os meus pais! Você não manda em mim, Eric!

- Ah é? Então tá certo. Eu volto pra casa agora mesmo, corrigir a minha pilha de provas e deixo você aqui. Que tal?

- Pode ir, eu saio com os meus amigos para os inferninhos que o Lipe falou!

- Do fundo do meu coração, vocês dois discutindo é a coisa mais fofa desse Universo! - a amiga ruiva afirmou com a mão na boca.

- Ele que tem que parar de agir feito meu pai, isso sim!

- Felipe e Melissa, nós quatro aqui temos um pacto, certo? Experimentem levar a Nívea para o Centro e seus pais saberão o quanto o amor de irmãos entre vocês é especial. Vão arriscar?

- Eita! Amiga, se resolve aí - Melissa se levantou puxando o Felipe pela mão - vamos lá dentro pegar alguma coisa pra beber.

- Você é nojento sabia?

- Tenho nojo de mulher que bebe, isso sim!

- Então eu fico em casa! - ela se levantou querendo sair e consegui ser mais rápido a pegando pela sua pequena mão.

- Espera, ma petite! Não faz assim... - me levantei ficando próximo ao seu corpo tão perfeito.

- Você sabe que eu não bebo... - falou manhosa - Só uma taça de champagne hoje. E no Ano Novo... Ah e vinho tinto com os meus avós - sorria debochada.

- Você é um bebê ainda... - meu instinto de proteção surgia ao máximo - Tudo tem sua hora...

- Eric, eu acho lindo todo o seu carinho comigo. Amo de verdade. Mas eu não sou nenhuma desmiolada.

- Eu sei que não... Mas é mais forte que eu não me preocupar com você.

- Mas nem uma tacinha?

- Nívea...

- Tá bom, só não me chama mais pelo meu nome.

***

Tirando o momento do maníaco assediador, eu diria que a noite de comemoração teve seu saldo positivo. Helena Toledo e Jacques Martin eram pessoas de bom caráter. E eu tinha esperanças de que a intimidação sentida por mim em relação ao chefe da família iria se dissipar em um próximo encontro.

- Tira o sapato - eu pedi e Nívea segurou na minha mão para se apoiar assim que entramos antes seguirmos pelo corredor. Ela veio pra minha casa com o vestido e os sapatos da festa e terminaríamos a noite de sábado juntos.

Quando entramos no único e amplo cômodo, a atenção dela foi desviada para a pilha enorme de provas que eu deixei na minha mesa. Curiosa, ela se aproximou e ficou a observar enquanto que eu me livrava das minhas roupas ficando nu em questão de poucos segundos. Nívea ficou tão distraída com o que via que não percebeu como eu estava.

- Ainda está de vestido por quê? - perguntei olhando pra ela enquanto mantinha minha mão na base do meu pau fazendo uma carícia de leve.

- Porque é você que sempre tira as minhas roupas - ela respondeu em pé com os olhos voltados para uma das provas a qual eu deixei a correção pela metade.

- Eu estou ocupado agora.

- Hum... - ela começou a se desfazer do laço lateral abrindo o vestido, deixando-o cair no chão, exibindo o corpo perfeito que me enlouquecia, usando um conjunto de calcinha e sutiã ambos na cor rosa e de renda. Ter aquela visão enrijeceu o meu corpo e não precisei continuar a fazer o que estava fazendo: fiquei apontado para frente, pulsando com força e implorando pra se enfiar por entre aquele par de coxas.

Segui caminhando até a ponta da minha cama onde sentei e a observei retirar as duas últimas peças.

- Tem algo mais interessante pra você aqui, mocinha...

Ao se virar, Nívea se assustou ao me ver como cheguei ao mundo, sentado com as pernas abertas e me tocando com mais vigor sem tirar meus olhos das curvas do seu corpo. Sua excitação era nítida pois tentava disfarçar esfregando suas coxas uma contra a outra com uma mordida no lábio.

- Vem, senta aqui - Ordenei ainda com a mão no meu pau, punhetando, fazendo a cabeça inchar e melar. Ativar meu auto controle era difícil em meio ao tesão latente.

- Não - ela balançou a cabeça ligeiro não conseguindo tirar os olhos na minha direção - Eu gosto de ficar por baixo, Eric...

- Por baixo??? Você rebola até o chão por mais de uma vez em uma pista de dança e não quer rebolar no meu pau? Quando ia me contar?

- São só aulas de dança - me respondeu no que eu observei sua respiração faltar.

- Então vem dançar bem cravada em cima de mim! - mantive a ordem e apoiei uma das minhas mãos na beira da cama, sentindo a dor deliciosa do tesão enquanto meu corpo se curvava para frente - Puta que pariu, Nívea, vem logo! - não iria demorar muito para que eu gozasse e ficaria muito puto se isso acontecesse.

Nívea foi chegando perto de mim devagar e receosa mantendo as coxas juntas.

- E se eu não saber fazer?

- Vai saber, sim! Daqui eu to vendo sua buceta implorando pra ser fodida. Não vai ser difícil. Vem!

Consegui puxá-la pelo pulso sem machucar e fechei minhas pernas para que ela se sentasse de frente pra mim. Abri suas pernas e aquela visão maravilhosa estava ali somente pra mim. Com uma das minhas mãos a segurei no meio das suas costas e a outra posicionei meu pau na sua entrada encharcada provocando um vai e vem torturante para nós dois.

- Olha pra mim - eu brincava sem enfiar - Não é bom?

- É... - Nívea respondia me encarando e seu rosto se transformava em vermelho com a boca entreaberta e ofegando - é muito bom...

- Vai ficar melhor se eu enfiar tudo em você...

Sem pensar duas vezes, me enfiei completamente dentro daquele canal apertado e úmido fazendo com que seu corpinho ficasse grudado ao meu e sua buceta apertar em torno do meu tamanho.

Não precisei fazer mais nenhum esforço. Nívea era minha de todas as formas que eu poderia desejar e seus quadris em descontrole eram a prova disso. Jogou seu pescoço e sua cabeça levemente para trás se entregando ao prazer com as mãos apoiadas nos meu ombros.

- Se eu tivesse gozado antes de ter me enfiado em você, esse seu bumbum ficaria vermelho de uns bons tapas que iria levar!

- Eu não gosto de tapas, Eric... - falou sussurando segurando na minha nuca.

- Então continue sendo minha boa aluna e obediente!

Meu corpo caiu na cama e a trouxe junto ficando totalmente por cima de mim. Sua buceta ficou cravada e pude ter o vislumbre daquele corpo pequeno de formas redondas e apetitosas. Não consegui controlar meus gemidos diante daquela visão e minhas mãos deslizavam por entre sua cintura e quadris.

- Rebola bem gostoso no meu pau, vai!

Suas mãos pequenas grudaram no meu tórax e começou a rebolar devagar pegando o jeito.

- Gostou de me ver dançando, mon prince? - um sorriso de deboche surgiu no seu lindo rosto enquanto deslizava suas mãos no meu peitoral.

- Cometi foi um vexame! Tu fez de propósito, não foi?

- Claro que não! Eu estava dançando com a minha mãe! - ela respondeu com o lábio mordido.

- Você me fez foi ficar duro dentro da calça, isso sim!

- Igual como está agora? - sorriu e rebolou sem que eu esperasse.

- Aaaaahhh - agarrei nos seus quadris jogando minha cabeça afundando mais na cama. Meu corpo já estava dominado pelo suor - Eu vou te esfolar sem dó, mocinha...

- Mas foi você quem mandou eu ficar por cima...

Nívea pegou o jeito e não parava de rebolar por cima de mim no que eu me levantei e a agarrei beijando sua boca como se minha vida dependesse daquilo. Nossas línguas dançavam uma com a outra sendo uma das maneiras em que nossos corpos estavam em conexão.

- Minha gostosa... Só minha...

- Me toca, Eric...

- Tenta sozinha, ma petite... Você consegue...

Seu corpo começou a reagir se jogando para trás buscando pelo ápice. Dentro dela, me senti sendo apertado e sua carne pulsava junto do néctar quente. Me agarrei com força em seus quadris, gozando segundos depois feito um animal com meu corpo se rendendo e se esparramando na cama junto ao dela. Buscamos pelo ar onde eu senti seus seios grudados no meu corpo suado. Seus lábios macios deixavam pequenos beijos no meu peitoral e a sua mão fazendo um carinho na minha barba. A peguei na mesma hora dando beijos na ponta dos dedos.

🎶🎵I need you tonight cause I'm not sleeping There's something about you man That makes me sweat...🎶🎵

Dei uma gargalhada ao ouvir ela cantando o refrão da música que havia dançado na festa.

- Eu que preciso de você por todas as noites, princesse... Pelo resto da minha vida...

''Pelo resto da minha vida'' era o meu pensamento.

***

XXI

Para algumas pessoas, comemorar mais um ano de vida se tornava algo irrelevante. Eu era um exemplo disso ao completar 35 anos no fim do mês de Novembro. Para não dizer que a data passou em branco, recebi uma chamada de vídeo dos meus pais e do meu irmão no Sul me felicitando - como fazem todos os anos desde que voltei a morar no Brasil - e os meus colegas de trabalho na faculdade me surpreenderam com um bolo de aniversário no fim do dia. Não precisei de muito esforço para adivinhar de quem foi a ideia da surpresa, rs.

Somente uma pessoa em especial ficou brava comigo porque eu não havia lhe contado sobre a data. Reconheço que foi uma estupidez minha não ter falado mas acontece que para mim, a data realmente virou mais um dia como outro qualquer.

E ela estava ali deitada do meu lado com a mão repousada no meu peitoral enquanto eu cochilava após mais uma transa deliciosa que tivemos em mais um sábado juntos. Nívea foi o presente que apareceu na minha vida meses antes.

Senti sua delicada e pequena mão deslizar até chegar na minha barba fazendo um carinho e sorri na mesma hora onde a segurei dando o meu habitual beijo na palma.

- Eric...

- Oi... - respondi baixo em meio aos beijos que eu deixava em sua mão, suspirando de olhos fechados.

- Eu quero mais...

- Te deixei toda esfolada, ma petite... - disse baixinho ainda com a sua mão no meu rosto - vou acabar te machucando sério desse jeito...

Desde que começamos a transar, poucos meses atrás, meu maior medo era machucar a Nívea de algum modo mesmo eu descobrindo que ela gostava de uma certa brutalidade enquanto era fodida, como se estivesse sendo violentada.

Não eram trepadas. Eu descobri que a amava na noite da nossa primeira vez e fazia amor com ela desde então. Claro que essa fantasia por parte dela apimentava o momento mas o sentimento que brotou e fincou no meu coração fez com que eu a amasse com todo o cuidado que eu poderia ter. E dizer à ela palavras picantes nesses momentos era divertido pra mim pois a deixava completamente envergonhada.

- De quem é essa bucetinha gostosa, mocinha? - eu perguntava com meu corpo recostado no travesseiro da cama, a minha mão no seu rostinho repousado enquanto rebolava no meu pau e mordendo o lábio - Olha pra mim e responde.

- Sua... - me respondia e eu observava seu rosto úmido pelo suor e o olhando enquanto segurava minha mão na sua bochecha.

- E ela tá molhadinha desse jeito por quê?

- Eric, para...

- Responde! - segurei com força no seu quadril - Ou você acha que eu perdi a vontade de dar uns bons tapas nesse seu bumbum delicioso?

- Ela tá molhada por você... - me respondeu e eu me sentia sendo apertado. Nívea se tornara um teste difícil de auto controle.

- Isso mesmo. E onde que ela goza bem gostoso?

- Em você... - suas mãos passeavam pelo meu tórax enquanto rebolava. A danadinha tomou gosto em ficar por cima.

- Em mim não, responde direitinho - segurei a sua cintura com as duas mãos - quero ouvir de você...

- No seu pau, Eric... - me respondeu sorrindo de vergonha e jogou seu corpo pra trás sem sair de mim.

- Isso mesmo, quero minha melhor aluna bem depravadinha...

- Odeio você...

- Odeia? Vamos ver se vai odiar isso aqui.

Segurei nos seus quadris socando duro e passei a dominar o ritmo. Me assustava em ver como ela gostava daquilo mas a minha excitação era maior.

- Aahhh que delícia... Continua... - seus gemidos eram música pra mim.

- Gosta de ser esfolada né, sua danadinha?

- Sim...

- Vou te deixar mais meladinha do que já está...

Me aproximei mais do seu corpo a agarrando pela cintura com ambos os braços, minha testa unida à dela, os lábios e as pontas das nossas línguas brincando gostoso.

- Ma petite... Ma petite princesse... - falei baixinho no seu ouvido junto de um beijo na ponta da sua orelha.

- Goza nela, Eric... Por favor... - ela me suplicou pegando as minhas mãos colocando nos seus seios e em um beijo quente não conseguindo parar de rebolar no meu pau.

Me derramei de prazer dentro dela e seu sorriso lindo era a prova do que estava sentindo. Meu pescoço e meu corpo se jogaram na cama mas minhas mãos ainda dominavam sua cintura. Nívea segurou no meu ombro e seus inúmeros beijos no meu peitoral se fizeram presentes e sua buceta ainda estava pulsante mesmo após o gozo.

- Só preciso de uns minutos, ma petite... - pedi recuperando o fôlego - Você acaba comigo.

- Você não gosta?

- Amo...

Nívea finalmente saiu de cima de mim se deitando ao meu lado deixando a mão no meu peito. Aos poucos meu corpo inteiro foi relaxando, minha respiração acalmando e um cochilo veio em resposta àquela pausa de alguns minutos.

Senti ela se aproximar se encostando no meu ombro esquerdo e continuei com os beijos na sua mão. Uni nossos corpos pelo meu braço e minha mão chegou até sua cintura. Nívea se deitou por inteiro em cima de mim e lhe dei um beijo no topo da sua cabeça e cabelos que pareciam ainda mais perfumados misturados ao suor.

E ficamos em silêncio apenas com nossos corpos se comunicando ao sentimento. A ponta dos meus dedos passeavam devagar pelas suas costas até o quadril, caminhando de volta e meu coração batia acelerado.

- Prince...

- Oi, ma princesse...

- Você vai continuar dando aula no colégio? - ela por fim se virou para mim fazendo aquela inesperada pergunta, pousando o queixo nas suas mãos me observando - No próximo ano?

Ajeitei meu corpo no travesseiro quase me sentando e olhei dentro do oceano dos seus olhos fazendo um carinho no seu rosto de bochechas rosadas com o dedo polegar contornando os seus lábios.

- O contrato foi de apenas um ano letivo. Ainda não me chamaram para conversar sobre continuar ou não.

- Entendi... - ela abaixou o olhar desviando e percebi seu corpo um pouco tenso.

- Você quer que eu continue? - perguntei dando um meio sorriso.

- Claro que eu quero! A gente vai continuar se encontrando como sempre.

- Não depende de mim. Se a Direção quiser que eu fique por mais um ano eu fico.

Somente os nossos olhos em cumplicidade eram testemunhas sinceras daquela conversa.

- Mas não vai mudar nada entre nós dois, entendeu?

- Entendi.

Fiz uma promessa à ela que nem eu mesmo saberia se iria cumprir. Seria triste caso eu não continuasse a dar aula no colégio. A simples rotina semanal em vê-la em sala de aula, perto de mim, se tornou um dos motivos para a minha felicidade, naquele ano que estava perto de terminar. Ainda assim eu precisava passar segurança para ela de que continuaríamos juntos.

Nívea se aproximou de mim, me agarrando pelo pescoço e trocamos um beijo lento, apaixonado onde o encaixe das nossas bocas e a dança das nossas línguas arrepiavam o meu corpo e o dela no mesmo instante. Levei minhas mãos até o seu bumbum apalpando e acariciando sem pressa e ela me provocava esfregando sua buceta querendo mais.

- Deixa eu sentar de novo, Eric... - pediu me dando dando beijos no meu rosto - Deixa...

- Gostou de cavalgar no meu pau, não gostou? - lhe segurei olhando nos olhos e desenhando o dedo no seu lábio.

- Você sabe que sim... - ela me afirmou com o rosto quente me dando um pequeno beijo na ponta do meu dedo polegar.

- Antes de sentar nele, vai deixar limpinho primeiro - cheguei perto do seu ouvido - Quero sua boquinha chupando daquele jeitinho de sempre.

Me ajeitei na cabeceira da cama colocando o travesseiro nas minhas costas e ela começou a passear com a sua boca pelo meu pescoço, meu peitoral e o abdômen.

- Não me tortura desse jeito, ma petite... - joguei minha cabeça para trás suplicando e sorrindo enquanto fazia um carinho nos seus cabelos.

- Você que é muito apressadinho.

Suas mãos pequenas e macias abriram as minhas pernas e uma leve massagem foi feita por dentro das minhas coxas me deixando enrijecido com a ponta molhada. Beijos e mais beijos se espalhavam nas minhas bolas, com a minha virilha recebendo a merecida atenção pelas mãos e sua língua atrevida contornava a base junto aos lábios.

- Aaaahhh, essa boquinha... - meu quadril se movimentava para frente querendo que ela não parasse pois foder aquela boca era tudo o que eu precisava.

Lambidas, chupões e beijos se misturavam deixando meu pau molhado, suas mãos subiam até o meu peitoral e sua boca perfeita foi parar na ponta culminando em um beijo com a língua provocante circulando provando a baba.

- Princesse... - implorou enfiando a mão por dentro dos meus cabelos quase chegando no meu limite - Cai de boca...

Bem devagar, Nívea foi engolindo até me ter todo na sua boca. Forcei com calma para não machucar a sua garganta e ter aquela visão da ''ma princesse'' deitada me enlouquecia ao extremo.

- Quero foder essa boca pra sempre... - dizia sorrindo com a mão na sua nuca incentivando a não parar.

Meu corpo inteiro tensionou, meus músculos enrijeceram e apertei seu pescoço junto do urro selvagem quando me derramei na sua garganta. E a danadinha não parava de me chupar até mesmo enquanto eu relaxava e buscava o ar nos meu pulmões. Beijos e lambidas na ponta limparam o restante do meu orgasmo.

- Eu tenho uma sugadora de primeira... - falei baixinho, olhando em seus olhos e colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

Nívea me abraçou pelo pescoço com um beijo apaixonado e apertei seu corpo junto do meu, querendo que naquele momento nos tornássemos apenas um.

***

Ao virar meu corpo ainda sonolento, tateei meu braço pela cama e percebi que a Nívea não estava deitada. Abri os olhos e a vi sentada na beira da cama se espreguiçando. Quando a observei quase se levantando, meu braço foi mais rápido puxando seu corpo de volta pra ficar colado ao meu e ela reagiu com um gritinho devido ao susto.

- Onde a senhorita vai com tanta pressa? - perguntei no pé do seu ouvido, me encaixando feito conchinha e cheirando a curva do seu pescoço. Encaixei a cabeça do meu pau no seu bumbum e agarrei em um dos seus seios.

- O Felipe tá me esperando, Eric... - ela sussurrou baixo tentando tirar minha mão sem conseguir - Já está amanhecendo, eu preciso ir...

- Ele que fique esperando! Eu quero trepar com você agora e vou trepar!

Afastei seus cabelos do pescoço e minha boca saboreou a doçura daquela pele, passeando pelas costas com meus toques, fazendo com que seu corpo reagisse, arqueando na cama e afundando as mãos no travesseiro. Com a ponta da minha língua no seu buraquinho intocado, dei lambidas e soquinhos no que ela se entregou, gemendo e empinando pedindo por mais.

- Vai, pisca esse cuzinho apertado pra mim, gostosa...

- Aaah, Eric... - ela gemia pelo meu nome - Isso é tão bom...

Eu queria tomá-la por aquele lado mas ainda era cedo e talvez ela sentisse dor, então apenas brinquei com a língua. Voltei a fazer o mesmo caminho de beijos na sua pele quente e arrepiada sentindo cada pedacinho até chegar no seu rosto, chupando sua bochecha e um beijo apertado.

- Antes de ir, quero você igual uma cadelinha. Fica de quatro pra mim!

- Acho que eu nunca fiquei assim.

- Sempre tem uma primeira vez pra tudo, ma petite...

Pus um dos travesseiros embaixo do seu ventre para lhe dar apoio e ter a visão daquele bumbum tentador era a oitava maravilha do mundo pra mim. Suas mãos pequenas seguraram na grade da cama e cobri seu corpo com o meu, colando nossos rostos, puxando de leve os seus cabelos, passando a língua no seu pescoço e selando um beijo urgente. Sabia o que Nívea queria ao senti-la se insinuar pra mim. A envolvi pela cintura e me enfiei na sua buceta encharcada penetrando fundo até bater com as bolas no seu corpo.

- Minha cadelinha deliciosa... - sussurrei rouco no seu ouvido.

- Você que é delicioso.

Sua cabeça buscava apoio no meu ombro e nossos quadris se tornaram um só. Eu amava aquela menina. Amava seu corpo, seu coração e sua alma. E Nívea em todos aqueles meses de romance, demonstrava o mesmo por mim sem medos ou reservas.

Minhas mãos exploravam sua cintura e a virilha chegando nas coxas onde ela enlouqueceu de tesão rebolando sem parar.

- Eric...

- Vem, entra no cio, minha cachorrinha - sorri e beijei seu rosto - goza pro seu dono...

Um grito vindo dela e o seu corpo tenso. O mel quente no meu pau, enterrado dentro da sua grutinha apertada me fez socar veloz despejando os jatos e deixando minha mente zonza. Caímos juntos na cama com meu corpo por cima do seu, sentindo o perfume dos seus cabelos.

- Tu es tout pour moi* - disse bem baixo em meio às sugadas e chupadas no seu ombro e pescoço - Meu melhor presente...

***

Um tempo depois da Nívea ir embora e com o meu corpo relaxado na cama, após um banho frio, eu pensava comigo mesmo o quanto eu estava sendo um covarde em não dizer à ela o que eu realmente estava sentindo. O que tinha de errado nisso? Sim, sempre fui um homem racional mas após conhecê-la e ver o quanto ela estava entregue à mim eu não poderia mais ter receios sobre a certeza no meu coração.

As provas finais estavam chegando tanto no colégio como na faculdade e eu teria que me declarar à ela em algum momento. Como iria reagir? Seu corpo era meu, mas não era apenas sexo. Era algo muito maior. Maior o bastante para talvez assustá-la. Quem sabe um susto bom.

XXII

Não era adequado para a Nívea, nos encontrarmos na segunda-feira sendo o início da semana de provas. Mesmo assim eu precisava ficar perto dela o máximo de tempo possível, pois iríamos ficar dois meses longe um do outro devido às férias.

Descobri que o recesso escolar estava se tornando a pior época do ano pra mim. Era perfeito para que eu pudesse descansar mas também era horrível porque não teria a companhia dela.

Nossos corpos nus sendo ela com o seu encostado no meu, por entre as minhas pernas, e relaxados no banco de trás do carro. Apenas o par de meias brancas continuava nos seus pés. Meus beijos eram deixados nos seus cabelos e meus dedos deslizavam lento pelos seus braços. Seguia com a boca pelo seu pescoço e ombro sentindo o perfume viciante da sua pele. A visão das suas coxas abertas e sua buceta carnuda completavam o fim de tarde perfeito como todos os outros encontros.

- Vamos ficar assim mesmo? - me perguntou em meio aos meus beijos - Fazendo vários nadas?

- Você não gosta? - sussurrei no seu ouvido.

- Gosto...

- Quero o seu cheirinho delicioso na minha memória...

- Hoje você pode sentir um pouco mais.

- Ah é? - parei o que fazia movido pela curiosidade - E por quê?

- Meus pais vão trabalhar até mais tarde hoje. E amanhã é o primeiro dia de férias deles. É sempre em Dezembro.

- Entendo...

Levei minhas mãos até os seus seios macios e redondinhos, brincando com os bicos causando nela um arrepio. Nívea mordeu o lábio inferior e contorceu seu corpo em sinal de excitação.

- Vamos ficar juntos nesse final de semana? - fiz o pedido em forma de pergunta com um beijo no lóbulo da sua orelha - Pra uma despedida?

- Não sei, Eric... Vai ser corrido lá em casa. Meu pai já embarca amanhã à noite pra França.

- E você e a sua mãe?

- Iríamos na sexta-feira mas eu consegui convencer ela de embarcarmos no domingo porque sábado é aniversário da Melissa e ela vai comemorar em um rodízio de pizzas e massas. Eu não posso deixar de ir.

- Então hoje é o nosso último dia?

- Podemos tentar na sexta-feira - ela se virou fazendo um carinho no meu rosto junto de um selinho - Mas não posso te dar certeza.

Eu não conseguia disfarçar a tristeza nos meus olhos enquanto acariciava o seu rosto que eu não cansava de admirar, colocando uma mecha dos cabelos atrás da sua orelha. Tanto tempo longe dela, da minha princesa, era algo sufocante que me esmagava dentro do peito.

- E por que seu pai está indo assim? Parece que vai às pressas...

- Minha avó tem picos de Depressão. Não tem um motivo específico mas ela sofre disso tem muito tempo. Então meu pai está indo na frente. E como eu estou em prova, minha mãe vai resolver tudo por aqui e então no final de semana nós vamos.

- E em janeiro vocês voltam?

- Meus pais sim - e voltou a ficar virada recostada no meu peito - Eu não.

- Não fala isso, ma petite - dei um forte abraço pela cintura com a ponta do nariz deslizando no seu pescoço - Eu vou enlouquecer de saudade. Volta em janeiro, por favor...

- Janeiro é alta temporada de esqui nos alpes franceses, Eric - ela me explicava acariciando minhas mãos - Eu, meus tios e primos sempre vamos para o chalé nas montanhas. Além disso, tem o aniversário da minha priminha. A Louise vai fazer três anos e vai ser bom pra minha avó ter os quatro netos reunidos.

- E quando você vai voltar?

- No que depender da minha avó eu nem volto - falou sorrindo.

- Você não fala isso nem de brincadeira! - virei seu corpo em um rompante segurando o seu rosto - Eu não consigo imaginar isso!

- Eu também não, mon prince! - ela sorria abraçada no meu pescoço - Eu vou voltar sim.

- Quando?? - nunca pensei de odiar tanto o teor de uma conversa - Quando você volta?

- No fim de janeiro. Eu comemoro meu aniversário sempre com os meus pais no início de Fevereiro, antes do começo das aulas.

Nossas testas e nossos lábios se uniram e um beijo carinhoso, como todos os outros, aconteceu. Nívea estava de frente pra mim o que me permitia passar minhas mãos pelas suas coxas, na cintura e no bumbum.

A timidez para o mundo e a ousadia só para mim. Era assim que eu poderia definir a menina que se tornou minha mulher e amante. Sua mão delicada acariciava meu pau pincelando de um jeito torturante na sua entradinha úmida ensopando a ponta.

- Assim não, mon ange... - Me rendi com meu corpo tenso, recostando a cabeça no banco do carro apertando seus quadris.

- Me deixa lambuzada... - me pedia segurando na base com a ponta no grelinho inchado - Sente ela bem quentinha...

A punheta lenta que ela fazia me deixava maluco. Sua outra mão acariciava meu rosto deixando o polegar na minha boca onde consegui formar um selinho. O sobe e desce do meu tronco e os gemidos saindo da minha garganta eram o incentivo para ela não parar aquela brincadeira gostosa. Senti seu dedo na minha cabecinha melada e a vi com um olharzinho atrevido lambendo o seu néctar e o meu, deixando encaixado novamente sem enfiar.

- Se enfia em mim, princesse... - eu sorria parecendo estar delirando.

Com um dos braços, Nívea se envolveu no meu pescoço e nos beijamos com loucura. A outra mão continuava a me tocar e a peguei pela nuca com ambas as mãos a impedindo de interromper o beijo. O fogo dos nossos corpos alcançou o limite e não percebi o instante em que meu corpo despejou o prazer em suas mãos.

Nívea sorria e olhava nos meus olhos enquanto lambia o gozo por entre seus dedos. O meu rosto e o dela tomados pelo suor e nós dois respirando com dificuldade.

- Vamos ficar mesmo tanto tempo separados?

- Vai passar rápido, Eric. E eu prometo te enviar fotos de lá.

- Fotos de você nua?

- Escondida dos meus pais - prometeu piscando pra mim.

- Quero uma sua bem aberta - pedi colocando minha mão na sua buceta que reagiu gostoso - pra bater várias até ficar esgotado.

- Uhum - seus braços envolveram meu pescoço com um beijo suave e roçou seu rosto na minha barba.

Rapidamente e ainda tomado pelo tesão, peguei "ma princesse" pela cintura deitando no travesseiro e abrindo suas pernas.

- Já te fiz gozar, Eric...

- Não me enfiei em você, então não acabamos.

Meu corpo grudou ao seu, junto de beijos e as minhas mãos por entre os seus cabelos, me enterrando fundo no meio das suas pernas abertas, com os pés quase alcançando o teto do carro.

- Como é bom... Que delícia... Não sai, Eric...

- Não, minha gostosa... - falei estocando forte - Agora é você quem vai lambuzar o meu pau.

Agarrada no meu pescoço, senti seu corpo reagir, prestes a gozar, e eu gemia no seu ouvido deixando a pele dela arrepiada e a buceta apertando meu pau. Seu gemido tímido e o mel quente me molhou intensamente mas não era o bastante. Eu permanecia dentro dela com seus pequenos pés cruzados nas minhas costas sentindo ela ainda excitada.

- Você goza tão gostoso, ma petite... - falei no seu ouvido lhe dando beijos no seu rosto molhado de suor com fios de cabelos grudados - Acho que vou te sequestrar só pra ficar enterrado em você pra sempre.

- Eu ainda sinto pulsar...

- Eu sei - confirmei rindo - E está quentinha...

Tentei me afastar mas suas pernas macias me impediram.

- Você só sai de mim depois que gozar também!

Me agarrou de volta mantendo nossos corpos unidos com um beijo de tirar o pouco do fôlego que eu ainda tinha. Minhas mãos exploravam suas coxas e comecei a estocá-la no ritmo de fazer seu corpo sacudir.

Gozei forte dentro dela e senti-la latente me fazia estar sob efeito de uma droga a qual eu não queria me livrar. Nívea soltou uma risada depois de gozar junto comigo e abri suas pernas erguendo meu corpo podendo ter a porra da melhor visão do mundo.

Consegui sair de cima e de dentro dela, podendo me sentar novamente e encostei meu corpo exibindo um sorriso satisfeito. O poder que ela tinha sobre mim era inexplicável mas ao mesmo tempo eu o desejava para os resto dos meus dias.

Sentada do meu lado, ela me abraçou pela cintura e coloquei meu braço esquerdo em volta do seu ombro. Nívea ficou quietinha com a mão deslizando pelo meu tórax suado e correspondi com beijo na testa após erguer seu queixo.

- Quer se enfiar mais em mim? - me perguntou pegando na minha mão, dando beijos nos meus dedos.

- Eu realmente despertei o vulcão adormecido em você... - observava o gesto e sorria sentindo sua boca macia.

- Só quando estamos juntos que eu entro em erupção.

- Aprendeu tudo direitinho. Ou melhor, quase tudo...

- O que mais falta?

- Com o tempo você descobre junto comigo.

***

A semana tinha tudo para terminar perfeitamente bem: provas aplicadas tanto no colégio quanto na faculdade e finalmente o ano letivo estava encerrado. No entanto, eu estava de péssimo humor na sexta-feira. Não consegui me encontrar com a Nívea para me despedir dela e tudo o que me restava a fazer era passar o sábado corrigindo provas. O embarque dela seria no domingo de manhã e não iríamos passar a noite juntos. Além disso, durante a semana eu recebia mensagens do meu irmão pelo zap com vários links de companhias aéreas anunciando os preços das passagens de avião do Rio de Janeiro com destino para Santa Catarina. Sim, eu iria passar o Natal e Ano Novo com a minha família mas eu não poderia fechar nenhuma compra sem antes receber o meu salário adicional no fim do ano. Até o dia 20 do mês eu estava amarrado na cidade.

- Eric, por que você não fecha logo a compra da passagem? Depois do dia 20, os preços vão dobrar de valor. Compra pelo menos a vinda. Tu sabe que dezembro é alta temporada.

- Thomas, fica despreocupado, eu tenho as minhas reservas. Além disso, com o dinheiro a mais garantido na conta eu posso me dar o direito de viajar em uma boa companhia mesmo sendo mais cara.

Thomas me telefonou em pleno sábado de noite em meio às provas espalhadas na minha mesa. Eu já estava cansado mentalmente devido ao foco total na correção mas não deixei de atender sua ligação pois poderia ser algo sobre os nossos pais.

- E a sua bebê?

- Vai viajar com a família - rebati seco sentado na mesa com o aparelho no ouvido e retirei os óculos tentando aliviar o cansaço nos olhos. Por algumas horas eu tinha me esquecido da razão que me fez mergulhar nas provas.

- Que foi? - ele percebeu a aspereza no meu tom de voz.

- Não consegui me despedir dela. A Nívea viaja amanhã cedo.

- Que merda!

- É... Mas eu não quero falar disso. Tudo bem aí em casa?

- Sim, tudo normal. Comprei as alianças de noivado, depois te envio a foto.

- Envia sim. Vou ter que desligar agora irmão, preciso terminar de corrigir as provas.

- Tá legal, mas fica atento com isso que eu te disse das passagens. Não deixa pra última hora.

- Tá bom. Quando eu entrar em recesso eu começo a acompanhar.

Nos despedimos, desligamos e joguei meu celular de volta na mesa.

Eram quase nove e meia quando tive a minha linda surpresa da noite: Nívea obteve 9,5 na minha prova. Ela não me surpreendia em mais nada sendo minha aluna. De repente, eu me lembrei do meio ponto anotado que ela ganhou ainda no primeiro bimestre por responder as minhas questões sobre o livro. Seria o meu presente simbólico de Natal que ela merecia. Com isso, sua nota se converteu em um 10. Anotei no alto da primeira folha, peguei meu celular e tirei uma foto enviando para o seu zap imediatamente.

''Eu sempre corrijo a sua prova por último porque sei que eu nunca vou me decepcionar. Meus Parabéns, ma princesse.''

Era a mensagem na legenda da foto. Eu precisava vê-la uma última vez antes de viajar. Dois meses que iriam parecer uma eternidade e telefonei para ela logo após o envio.

- Oi - ela atendeu e eu senti o nervosismo na voz.

- Vem pra cá hoje... Quero me despedir de você, ma petite...

- Eric, eu não posso. Eu viajo amanhã e minha mãe não quer que eu volte tarde pra casa.

- Por favor... Quero te ver antes de ir.

Ela ficou muda.

- Nívea? Você tá na linha?

- Eu já te ligo.

***

Terminei de lançar todas as notas no sistema e desci, esperando no portão do meu prédio. Não demorou muito e ela apareceu na minha frente, linda como sempre, usando um modelo de vestido que causava as mais diferentes reações no meu corpo. Nívea correu na minha direção, se jogando nos meus braços e a levantei do chão abraçando apertado.

- Eu precisava te ver... - falei abraçado distribuindo incontáveis beijos no seu rosto e levando seu corpo pra dentro do portão - Vem, vamos subir!

- Não, Eric! - ela se soltou de mim, ficando no chão e com as suas mãos nos meus ombros olhava nos meus olhos - Eu não posso demorar!

- Vai negar esse momento pra nós dois? - segurei suas mãos apoiadas em mim.

Rendida, peguei na sua mão e subimos. Eu não podia mais adiar. Precisava me declarar à ela. Dizer o que o meu coração sentia.

Chegamos no pequeno corredor e depois de fechar a porta, coloquei seu corpo contra a parede e mergulhei mais uma vez como tantas outras naquele azul do seu olhar. Eu estava tenso, com o coração acelerado e não sabia como conduzir algo definitivo nas nossas vidas. Recebi seu carinho no meu rosto e o seu sorriso era capaz de iluminar e encantar o lado mais sombrio do ser humano.

Eu parecia um adolescente vivendo sua primeira paixão, engolindo em seco e tentando buscar as palavras certas.

- Tá tudo bem? - ela me perguntou docemente alisando minha barba perto da boca - Você parece preocupado...

Me peguei sorrindo com seu jeito meigo e meu olhar não se desviava do seu. Segurei o seu rosto com as mãos e meus dedos polegares deslizavam nas suas bochechas.

- Eric... - Nívea me segurou pelos pulsos ainda com minhas mãos no seu rosto - Você tá me assust...

- Je t'aime ma petite! - interrompi o que ela ia dizer. Me declarei de uma só vez e o alívio no meu coração se fez presente.

Foi a sua vez em ficar nervosa diante da minha declaração.

- Acho que... É primeira vez que você me diz isso...

- É porque eu nunca disse. É uma frase pequena mas que pode fazer um estrago enorme quando não há o sentimento nela.

- Você... Tem certeza do que tá dizendo?

- Se eu tenho certeza do que eu sinto, acha que não teria certeza em dizer?

E pensar que, quase um ano antes, por pouco eu recusaria a proposta de trabalhar naquele colégio. O destino havia me pregado uma maravilhosa peça, onde conheci o amor da minha vida em um novo e inesperado local de trabalho. Uma jovem que poderia ser a minha filha, era a minha aluna e começamos a viver um relacionamento proibido porém verdadeiro.

- Eu sempre achei que... - ela parou e ficou em silêncio, abaixando o olhar e estalando os dedos.

- Sempre achou o que, ma petite? Me fala... - pedi lhe fazendo um carinho no rosto desenhando o contorno do seu lábio.

- Sempre achei que era só o meu corpo - revelou voltando a me olhar - Mas eu me sentia desejada, então nunca pensei se tinha algo mais.

- Eu não vou negar que seu corpo me leva à loucura desde o dia do nosso primeiro beijo. E quando ele foi meu de verdade, naquele momento o meu coração se tornou seu. Mesmo eu não demonstrando como deveria.

- Meu coração também é seu, Eric... Eu via nos filmes e achava bobo quando acontecia mas... Amor à primeira vista existe. Na hora que você entrou na sala para a sua primeira aula.

O meu sorriso já dizia tudo. Enfiei as minhas mãos por entre os seus cabelos trazendo-a para um beijo apaixonado, aproximando o meu corpo e o dela. Com ela na ponta dos pés, envolvi seus braços nos meus ombros, despontando a inevitável ereção por baixo da minha calça de moleton cinza e me esfreguei por entre as suas pernas mesmo usando o vestido de tecido fino.

Nossa despedida necessitava ser à altura do nosso amor e nada mais perfeito do que amar a minha princesa do modo que fazíamos há seis meses. Precisava tê-la nos meus pensamentos para sonhar todas as noites das próximas semanas com aquele corpo.

Prendi seu corpo pequeno contra a parede, agarrando no seu bumbum lhe proporcionando um amasso provocante e um gemido da alto da sua garganta. Me livrei do seu vestido em questão de segundos e junto de um beijo, tirei seu sutiã onde seus seios ficaram colados no meu tórax. Trilhei um caminho de beijos e chupões pelo seu pescoço sendo mais demorado quando alcancei os bicos redondos e macios. Segurei firme na sua cintura quando minha boca foi na direção para saborear sua barriga e percebi que ela tentava buscar apoio com as mãos.

Como um animal faminto, fui com os dentes no tecido da sua calcinha e a rasguei de uma vez com as mãos, não lhe dando tempo de reagir. Minha língua ágil explorou cada cantinho a deixando na ponta de um pé e para deixá-la mais entregue, ergui sua outra perna pela dobra do joelho contra a parede fazendo com que a minha boca lhe desse todo o prazer possível por entre suas pernas.

Sua buceta deliciosa pulsava em contato com a ponta da minha língua e com o pé de volta ao chão, seus dedos acariciavam os meus cabelos querendo que eu não parasse.

- Eric... - ouvi o murmurar do meu nome no instante que levantei sua perna para apoiá-la no meu ombro.

Com as minhas mãos de volta para a sua cintura, seus quadris se remexiam implorando mais da minha língua dentro dela. Despejei beijos carinhosos onde era mais sensível e seu corpo arqueava pra frente correspondendo ao meu gesto.

Tirei sua perna do meu ombro expondo a por inteiro e suguei o seu néctar que escorria e a ensopava. Eu já conhecia o seu corpo e sentindo a tensão nas suas coxas, Nívea relaxou os quadris se permitindo ser dominada pelo orgasmo gemendo intensamente. Era como se uma corrente elétrica estivesse por dentro das suas pernas.

Continuei provando aquele corpo, explorando com lambidas e chupões em todas as direções, com ela sem forças para se manter em pé. O caminho de volta pela minha boca me permitiu sentir o perfume delicioso na sua pele até entrarmos finalmente em conexão através de um beijo caloroso.

Fiz com que ela sentisse o próprio gosto nos lábios e se grudou no meu pescoço como se quisesse mais.

- Você precisa voltar pra casa... - disse baixinho chupando a ponta da sua orelha.

- Só mais um pouco, Eric... Na sua cama... Por favor.

- Nossa cama! - olhando sério em seus olhos.

Ao sorrir e tirar os sapatos com o pés, Nívea deu um salto no meu colo circulando suas pernas na minha cintura e a segurei pelo bumbum nos beijando até chegar na cama. Me deitei por cima dela com todo o carinho e minhas mãos de novo estavam no meio dos seus cabelos tornando o beijo em selinhos por cada canto dos lábios mais deliciosos que já havia provado.

Em um abraço terno deslizando suas mãos pelas minhas costas, Nívea se permitiu sentir o amor nos beijos e mesmo ainda sem penetrá-la, suas pernas envolveram a minha cintura.

Interrompi os beijos apenas para me perder em admiração por aquele rosto que me fez perder um pouco da compostura ao reparar na segunda semana de aula.

- Você é linda demais, sabia? A mais linda do colégio inteiro...

- Então me ama... - me pediu junto de um selinho e olhei pra ela confuso.

- Mas eu te amo, ma petite. Foi a primeira coisa que eu te disse quando chegamos. Você duvida?

- Não, mon prince, eu não duvido. Você me ama com o coração. E é mais gostoso quando você me ama com outra coisa.

- Hum... Entendi o que a mocinha quer...

Se tinha algo que eu achava lindo nela era o jeitinho de me pedir para amá-la e ao mesmo tempo seu rosto virava um tomate tamanha era vergonha.

Me encaixei em seu corpinho, permitindo suas pernas continuarem em torno da minha cintura e transar com ela olhando em seus olhos era ainda mais apaixonante. Com o lábio mordido e sua buceta apertando o meu pau, Nívea me abraçou pelo pescoço e senti meu pau melado cada vez que enfiava mais fundo.

- Assim é tão bom... Nem precisa fazer nada.

- O lugarzinho mais delicioso onde eu já me enfiei.

- Enfia mais fundo, Eric...

- Eu já enfiei tudo sua danadinha! - falei no seu ouvido - Mais que isso eu machuco o seu útero!

- Então me beija.

Sentir a maciez daquela boca carnuda estava acima de toda forma de perfeição e fez com que meu corpo estivesse sendo tomado por chamas intensas, incapazes de serem apagadas. No encaixe perfeito do beijo, meu pau era esmagado pela sua buceta carnuda e não iria demorar muito para que eu perdesse o controle.

- Ficar desse jeito em você é uma tortura, ma petite - minha voz soava falhada - Meu pau tá ficando dolorido querendo gozar!!!

- Mas a gente sempre faz junto! Eu ainda quero ficar com você assim mais um pouco!

Eu continuava a encará-la com o rosto endurecido e tentando controlar o gozo que implorava para sair de mim.

- Não faz, Eric! - Nívea afastou os meus ombros pois percebeu que eu precisava me aliviar.

- Caralho, Nívea! Com tua buceta molhada me apertando desse jeito acha que meu pau é de aço?

Um sorrisinho atrevido surgiu no seu rosto e grudou mais o meu corpo junto ao dela me permitindo se enfiar mais por entre suas pernas.

- É brincadeira, bobinho! - debochou baixinho no ouvido - Goza na sua delícia...

Era tudo o que eu precisava escutar. Em desespero, um habitual ''papai e mamãe'' se formou feroz entre aquelas coxas deliciosas. Se sua fantasia era transar como se estivesse sendo brutalmente violentada, então assim seria! Não demorou muito e chegamos juntos ao céu com seu corpo inclinado para frente e a minha cabeça enfiada entre o seu pescoço e o ombro. A exaustão após derramar e misturar nossos fluídos era evidente e fiquei esparramado por cima do seu corpo, espremendo seus seios implorando pelo ar.

Colados por mais uns minutos, saí de cima dela e me deitei do seu lado para relaxar.

Mesmo de olhos fechados, percebi sua movimentação quando saiu da cama e seguiu para o banheiro. Ao ouvir o barulho da água do chuveiro, me levantei e andei bem devagar para que Nívea não percebesse a minha aproximação.

Ela estava tão distraída e relaxada no banho que não me viu entrar no box.

- Quer dar mais uma debaixo do chuveiro, minha gostosa? - falei no seu ouvido, de surpresa, abraçando por trás - Quero ver a desculpa linda que você vai dar pra sua mamãe quando chegar em casa de banho tomado.

- Eu invento qualquer coisa.

- Abre as pernas, deixa eu te limpar.

Ela se encostou na parece enquanto eu colocava nas mãos um pouco do sabonete líquido e esfregando até formar uma espuma. Fechou o chuveiro colocando uma das suas pernas apoiada na minha cintura e minha mão percorreu pela sua coxa. Ambas as minhas mãos massagearam o seu ventre e limpei toda sua virilha chegando sua buceta que de imediato ela tentou tirar.

- Eu faço devagar. Prometo.

Continuei espalhando a espuma por entre as suas pernas e bem devagar comecei a massagear seu ponto já sensível e úmido pela água.

- Eric, assim não... - me pediu mordendo o lábio e contorcendo o corpo.

Ela não esperava que eu virasse o seu corpo rapidamente, me encaixando por entre seu bumbum, com as mãos firmes nos seus seios e dando lambidas no seu pescoço.

- Acha que eu não sei que foi de propósito você apertar a tua buceta no meu pau? - sussurrei baixinho me esfregando na sua rachinha.

- Não foi, eu juro!

Uma das minhas mãos a agarrou pela cintura, me encaixando bem fundo fazendo ela rebolar gostoso.

- Mauvaise fille!* - sussurrei sorrindo em deboche na sua bochecha sem parar de bombar.

Nívea pegou na minha mão conduzindo até o seu ponto já inchado. Meu dedo sentiu o líquido quente em meio à espuma e o seu gemido alto fez eco todo o banheiro. Virei seu corpo e nos abraçamos, onde eu deixei meu queixo no topo da sua cabeça.

- Agora eu tenho que ir mesmo... - ela falou, me encarando com a água caindo entre nós.

- Eu sei. Eu vou te levar em casa. Quero passar o máximo de tempo com você.

***

- SUA MALUCA!!! - presenciando esse grito histérico da Melissa, eu agradeceria à Deus todos os dias por ela não ser a minha aluna.

De mãos dadas, nós dois seguimos em direção ao casal de amigos que esperavam ansiosos pela demora da Nívea.

- A sua sorte é que a sua mãe não te ligou - o mais velho falou lhe entregando a bolsa.

- Se ela não me ligou é porque já deve estar dormindo - ela afirmou e observei "ma petite" abrir a bolsa para olhar na tela do celular vendo que faltavam quinze minutos para a meia noite.

- Vocês não se preocupem que eu levo a Nívea. Vamos todos pro mesmo lugar - avisei dando um abraço nela por trás com um beijo nos seus cabelos.

- Mesmo? Então tá - a ruiva assentiu - o meu medo era acontecer da Dona Helena telefonar igual uma doida e a gente ter que enrolar ela.

Melissa e Felipe eram pessoas incríveis e eu me sentia aliviado por saber que eu poderia contar com a ajuda deles como de fato aconteceu em boa parte do ano.

- Err, então... Eu queria falar uma coisa pra vocês dois - me desfiz do abraço em volta da sua cintura colocando a mão na nuca.

- O quê? - a irmã caçula perguntou curiosa.

- Bem, na verdade eu queria agradecer por tudo o que fizeram por mim e pela Nívea esse ano. Se não fosse a ajuda de vocês, a gente não teria como se encontrar.

- Imagina, cara. O relacionamento de vocês é complicado então nada mais normal do que ajudar. Eu e a Melissa também vivemos em um campo minado todos os dias dentro da nossa própria casa.

- Eu acho incrível como os pais de vocês não desconfiam de nada. É inacreditável.

- A gente vive uma relação de irmãos como qualquer outra. Implicamos um com outro, nos estapeamos e também nos respeitamos. Só não temos nenhum laço de sangue. E é esse detalhe que faz toda a diferença - Melissa me deu uma piscada de leve.

- Vocês pensam em assumir a relação um dia?

- Pensar a gente pensa. Mas a gente não se atormenta com isso.

- Que seja então - acabei concordando.

***

- Em casa - acariciei aquele rosto, o qual eu iria rever em dois meses, após estacionar o carro em frente ao seu prédio - Me promete que vai me escrever todos os dias?

- Vou tentar. Quando estou lá, eu me desligo um pouco da Internet. Mas vou te escrever sim. E aproveitando o seu pedido, eu também queria te pedir uma coisa.

- O quê?

- Se você continuar no colégio ano que vem e se for dar aula na minha turma, deixe de lado esse seu personagem grosseiro.

- Você sabe porque eu faço isso, Nívea - respirei fundo, fazendo o meu rosto enrijecer - Se eu afrouxar as rédeas, os alunos vão fazer o que querem em sala de aula.

- Eu sei, eu te entendo - recebi dela um carinho na minha barba - Não estou te pedindo para se tornar melhor amigo dos alunos. Estou te pedindo apenas para que seja você mesmo.

- Eu prometo pensar sobre o assunto - peguei na sua mão que estava no meu rosto deixando um beijo na palma.

Do nada, Nívea começou a rir.

- Que foi? Por que você tá rindo, ma petite?

- Eu lembrei que... Foi assim que tudo começou. Você me trazendo em casa.

- É... - dei em sorriso com a cabeça baixa ainda fazendo um carinho com a mão - Foi assim que tudo na minha vida mudou. Uma barreira foi rompida e segui um caminho que não teria mais volta.

- Você podia ter voltado.

- Mas eu não quis.

- Eu também não.

Uma última troca de olhares e um último beijo. Eu estava feliz e aliviado por ter declarado meu amor àquele doce anjo e com isso o nosso relacionamento, por mais delicado que fosse, se mostrava verdadeiro, intenso e acima de tudo sem espaço para dúvidas. Doía no meu peito saber que ficaria longe dela por um tempo razoável. Mas a certeza do nosso sentimento era a prova de que tudo poderia ser superado, principalmente a distância.

~~~~~~~~~~//~~~~~~~~~~~

Acordei com o barulho do celular vibrando em cima da minha mesa de cabeceira. Ainda sonolento, suspirei com um meio sorriso pois sentia a dor gostosa do tesão no meu pau. Sexta-feira, quase uma semana que a "ma petite" tinha viajado de férias para a França e era assim que eu acordava todas as manhãs desde então. Excitado. Resultado do que sonhar com ela estava me causando.

Meu aparelho vibrou na mesa mais alguns instantes e então finalmente parou para o meu alívio. Estiquei meu braço e o peguei, olhando na tela com a cara toda amassada no travesseiro. Franzi o cenho e olhando mais atento vi que era uma ligação da Jacqueline. O relógio marcava 9h10.

Me levantei e sentei na beira da cama, respirando fundo e colocando um travesseiro no meu colo para então retornar a ligação. Após alguns toques, ela atendeu.

- Alô, Professor Schneider. Bom dia!

- Oi Jacqueline, bom dia. Vi as suas chamadas.

- Sim, espero não ter te acordado.

- Não, tudo bem, sem problemas.

- Bom, eu gostaria de saber se você poderia vir ao colégio hoje de tarde.

- Claro. Que horas?

- Às 16h fica bom pra você?

- Sim, perfeito.

- Ótimo, ficarei te esperando na minha sala.

- Certo, nos vemos no horário.

Mil coisas começaram a passar pela minha cabeça a respeito do assunto que ela poderia querer tratar comigo. Pelo tom de voz normal, não me pareceu algo grave e mesmo em início de recesso escolar eu estava cansado demais mentalmente para me preocupar sobre o que seria a conversa.

Chegando no horário combinado, ainda vi uma pequena movimentação de alunos no colégio que ficaram amarrados de recuperação. Felizmente nenhum na minha disciplina. O padrão linha dura em sala de aula realmente tinha dado certo. Ao me aproximar da porta da sua sala, vejo a Jacqueline atenta à tela do seu computador não percebendo a minha presença e precisei dar duas batidas leves na porta.

- Excuse?

- Professor! Boa tarde! - sorriu ao me ver e desviou sua atenção na minha direção - Entre e feche a porta.

Fiz o que ela me pediu e ao me virar, a vejo ajeitando a sua mesa retirando algumas pastas de cima dela.

- Sente-se!

- Com licença - sentei em uma das cadeiras ficando de frente à ela.

- Pedi para fechar a porta pois assim não precisam nos ouvir falando em português. Por um ano letivo foi o suficiente.

- Claro - Apoiei meus braços nos dois descansos de cada lado da cadeira ficando mais à vontade - Enfim... O que a senhora gostaria de conversar comigo?

- Primeiramente, quero lhe dar os parabéns pelo seu trabalho. Observando as médias gerais dos seus alunos, todos se saíram muito bem e em especial os formandos.

- Imagine, fiz o que era para ser feito.

- Bem, e agora queria saber de você: o que achou de trabalhar conosco? Foi uma boa experiência?

''Nem imagina o quanto'' pensei olhando em seus olhos.

- Sinceramente, eu me surpreendi e muito. Fiquei com apenas três turmas, uma de cada ano como o combinado, e, endossando de fato o que me disse agora, o rendimento delas foi excelente. Fiquei muito satisfeito.

- Fico feliz que tenha gostado. E já que gostou... Deseja continuar com o seu trabalho aqui na instituição por mais um ano? Arrisquei deixar o contrato pronto antes mesmo da sua resposta.

Não contive o meu sorriso diante daquela proposta e observei ela abrindo a gaveta, me entregando o documento dentro de uma pasta transparente.

- Será um prazer, Jacqueline. E eu continuaria dando aula apenas nas segundas-feiras, certo?

- Sim, sim! - rapidamente ela me confirmou - O seu dia e horários continuarão os mesmos. Assim como os termos contratuais e o reajuste de salário que entra em vigência em janeiro.

- Ótimo - assenti enquanto lia os termos apenas por alto - E Jacqueline, tem mais uma coisa... - voltei a encará-la.

- Sim, diga.

- É sobre uma das minhas turmas deste ano que nós encerramos.

- Você teve algum problema?

- Não, na verdade é uma dúvida. A minha turma do primeiro ano, a 1A... No próximo ano todos os alunos dela permanecerão juntos no segundo ano?

- Sim, perfeitamente! Nós procuramos deixá-los sempre nas mesmas turmas pois achamos que os laços de amizades que eles criam entre si, ajudam no rendimento escolar. O bem estar deles em sala de aula é primordial.

- Que bom. Muito bonito da parte de vocês pensarem assim.

- Eles já ficam o dia inteiro na escola, sem o convívio com os pais e então procuramos fazer a nossa parte.

- Claro.

- Mas por que a pergunta?

- Bom, como eu mesmo disse e repito, o rendimento na minha disciplina foi excelente e queria lhe pedir para estar novamente lecionando para eles no caso, na 2A. Teria algum problema?

- De jeito nenhum! - ela sorriu - Vou deixar sinalizado aqui o seu nome quando começarmos a realocar os alunos nas turmas.

- Fico grato. De verdade.

Assinei o contrato e lhe devolvi. Por dentro eu não conseguia conter a emoção em saber que por mais um ano eu estaria pertinho dela em sala de aula. Ao invés de lhe enviar uma mensagem, decidi então fazer uma surpresa e deixar que Nívea descobrisse sozinha a novidade.

- Estará conosco amanhã no almoço de confraternização de fim de ano?

- Sim, eu vi mensagem no nosso grupo. Vai ser naquele restaurante de frutos do mar no píer do Centro?

- Exato. A partir das 13h.

- Conte comigo.

O almoço correu tranquilamente e foi divertido. Todos os professores, a diretora e suas duas assistentes compareceram e passamos uma tarde agradável finalizando mais um ano letivo. Ainda assim, as festas que o Reitor da faculdade oferecia para os todos os funcionários era bem mais animada.

***

🎵🎶"HEY TEACHER, LEAVE THE KIDS ALONE!"🎵🎶

Um pequeno grupo de professores e funcionários cantava junto com a banda de rock, que foi contratada para animar a festa realizada pela reitoria, em um bar de frente para a praia, fechado exclusivamente para o evento. Na pequena pista, eles se divertiam enquanto que os outros estavam sentados pelas mesas bebendo e comendo. No segundo andar, de onde eu tinha uma visão ampla e privilegiada de todo o local fiquei encostado no parapeito apenas observando uma figura loira, de cabelos curtos dançando e cantando animadamente com os seus colegas coordenadores dos outros cursos.

Percebi que ela olhou para o alto na minha direção, seu gesto com a mão me chamava para me juntar ao grupo e eu imediatamente neguei com a cabeça e sorrindo fechado.

Eu deveria realmente estar animado pois as festas de confraternização entre os professores universitários nunca deixavam a desejar. No entanto, pela primeira vez eu não estava totalmente inserido no clima de diversão do ambiente. No dia seguinte, completaria duas semanas que a Nívea estava longe de mim e eu pensava nela todos os dias. Jamais podia imaginar que sentir saudade por alguém que se ama seria tão doloroso. Era diferente em relação aos meus familiares. Nesse tempo, nos falamos algumas vezes por mensagens, ela me enviava fotos e vídeos dos seus momentos em família e passeios pela cidade e pelo que vi, o inverno em Lyon seria rigoroso. E curiosamente, ganhei dois novos seguidores no Instagram: uma adolescente ruiva e seu meio irmão estudante de Direito. Segui ambos de volta, fiquei me questionando quando eles começaram a me seguir e por que eu não fiz o mesmo de imediato. Eu e eles dois nos aproximamos em circunstâncias incômodas e segui-los de volta seria mais uma forma de agradecimento pelo que fizeram por mim e pela Nívea.

Voltei a me sentar, segurando o copo de água com gás, em um dos sofás espalhados no andar de onde eu tinha uma vista privilegiada da orla. A noite estava sendo presenteada pelo famoso fenômeno da Super Lua que serviu para me distrair. Ouvi apenas o vocalista da banda anunciar uma pausa de alguns minutos do show e logo em seguida a música ficou por conta do DJ.

- Estou muito decepcionada com você - era a voz dela no instante que se sentou do meu lado e a encarei. Não percebi quando se aproximou. Luciana usava um vestido de couro mas na cor vinho, de alças e com um decote não muito chamativo e sandálias que a deixavam quase da minha altura.

- O que foi que eu fiz dessa vez?

- Não está se divertindo.

- Quem disse que não?

- Tem uma garçonete linda entre os funcionários da casa que está fazendo a alegria por entre as pernas dos professores! Desce comigo que eu te apresento à ela e vocês dois somem em um dos banheiros da casa. Que tal?

Olhei sério pra ela. Em outros tempos seria uma aventura sexual deliciosa sim. Naquele momento da minha vida, não mais.

- Tá bom, tá bom! - ela levantou os braços em rendição - Foi só uma brincadeira! Vou sentir muita falta do Schneider das antigas, viu? Ele era divertido - brincou se aproximando de mim e apoiando seu cotovelo no meu ombro.

- Pois eu nem lembro muito de como ele era antes da Nívea ter invadido a sua vida.

- Ela vai voltar.

- Eu sei que vai.

- Então desce, melhora essa cara e vem se divertir.

- Quais serão as suas resoluções para o próximo ano, Luciana? - questionei junto de um suspiro - Ser menos chata?

- Não, isso é algo que está no meu DNA e infelizmente não dá pra mudar - ela zombou e nós dois rimos.

- Conseguiu comprar as passagens? - ela perguntou e terminou de beber a água com gás no meu copo virando de uma só vez.

- Sim. Vou embarcar na segunda-feira de manhã e sairei de casa de madrugada.

- Que bom. No Natal eu estou indo para a casa do meu irmão. Eu sou a madrinha do meu sobrinho mais velho e minha família toda se reúne na casa dele.

- E no Ano Novo? Tem planos?

- Eu, alguns coordenadores e professores alugamos uma casa de praia em Búzios e vamos colocar o pé na estrada dia 26. Com dez pessoas ficou fácil para pagar. Eu ia te convidar pra se juntar com a gente.

- Obrigado. Durante o ano eu sempre digo que não sei se vou para a casa dos meus pais no Sul mas acabo indo. São anos e anos morando longe de casa então é justo estar ao lado deles nas duas datas mais especiais do ano.

- Você está certo - ela se levantou - Família é família - esticou o braço buscando pela minha mão - Agora vem! Desce comigo e se distrai um pouco.

- Desço com uma condição.

- Qual?

- Sem garçonetes.

- Eu juro! - prometeu cruzando os dois dedos indicadores nos lábios e beijando - Sem garçonetes!

Descemos e como na maioria das vezes ela estava certa: eu precisava me divertir pois ainda iria demorar um bocado para ter meu o meu anjo novamente em meus braços.

***

****

Desembarquei no aeroporto internacional de Florianópolis às 10 horas da manhã, horário previsto da chegada em pouco mais de uma hora e meia de vôo entre o Rio de Janeiro e Santa Catarina. Ao chegar na área de desembarque, Thomas já me aguardava e consegui avistá-lo em meio às outras pessoas que aguardavam pelos outros passageiros.

- Meu irmão - Thomas me deu um abraço apertado e nos olhamos cúmplices - Como foi a viagem?

- Tranquila. Consegui dormir um pouco no vôo. Levantei de madrugada então foi necessário.

- É eu também! Só tive tempo de tomar café antes de pegar a estrada e vir pra capital te buscar.

Thomas e eu éramos tão diferentes ao mesmo tempo tão iguais. Diferentes no sentido de ele preferir ter fincado suas raízes e nunca ter saído de perto dos nossos pais enquanto que eu caí no mundo ainda tão jovem. E nossas semelhanças eram no que se dizia à nossa forma física. Tínhamos quase a mesma altura, os cabelos loiros e os olhos claros herdados do nosso pai. Ele apenas não era tão forte como eu.

- Será que vamos chegar em tempo do almoço? - perguntei enquanto eu empurrava o carrinho com apenas uma mala de tamanho grande e íamos para o estacionamento.

- Se a estrada estiver boa agora na volta, dá sim!

- Você conversou com os nossos pais?

- Sobre?

- Eu e a Nívea.

- Não. Isso cabe a você - ele foi direto na resposta e fiquei pensativo.

Três horas de carro era o tempo de viagem entre a capital e a serra catarinense. Se o Thomas não gostasse tanto de conversar e ouvir música quando está no volante, eu poderia tentar dormir mais um pouco.

Mesmo sendo fim de ano, a viagem seguiu tranquila. Ao cruzarmos a entrada da cidade, os enfeites com temas natalinos já tomavam conta das praças, casas e estabelecimentos. Nunca iria negar o quanto que Lages teria um lugar especial no meu coração, entretanto eu não me imaginava mais vivendo ali. Definitivamente eu pertencia às grandes metrópoles seja ela Paris ou o Rio de Janeiro.

Finalmente chegamos e nós, os dois filhos da Sra Marjorie e Sr Manfred Schneider, entramos no quintal da casa que não mudou muita coisa desde os meus 18 anos. Seus olhos diante de mim após poucas horas de espera eram de total alegria e emoção. E eu tambem não podia esconder o quanto estava feliz em estar com eles mesmo nos encontrando sempre uma vez por ano.

- Mein Sohn! - me abraçou junto da minha mãe e eu correspondi aos dois.

- Hallo Papa!

Quase quarenta anos vivendo no Brasil e mesmo falando fluentemente o português, o idioma alemão surgia em nossos momentos familiares. Sr. Manfred era apenas uma versão trinta anos mais velha de mim com os cabelos e a barba branca.

- Que bom que estará conosco mais uma vez, meu filho - Minha mãe me admirava acariciando meu rosto seguido do beijo que dei no dorso.

- Sempre estarei, mãe.

Entramos e olhando os cômodos apenas alguns móveis foram trocados com o passar dos anos. Nunca foi luxuosa mas era acolhedora e confortável. O que tinha realmente de moderno foi o aparelho de televisão que se conectava à Internet wifi e tv a cabo que meu irmão fez questão de instalar na sala. Por causa do seu trabalho e com pais aposentados, tornou-se uma necessidade.

Enquanto minha mãe preparava tudo para o almoço, fui para o meu antigo quarto e deixei a minha mala. Olhar cada detalhe era pra mim uma viagem no tempo. Os móveis todos em madeira eram resultado de anos do trabalho do meu pai que veio para a cidade conhecer a forte indústria madeireira local e nunca mais voltou para a Europa. O trabalho e o amor fizeram com ele permanecesse de vez no Brasil.

***

Estávamos nós quatro na mesa, pratos, copos e talheres e uma travessa com postas de peixe cozido. Após o término do almoço, todos os olhares na minha direção demonstrando e um ar de preocupação era visível em seus rostos.

- Ela é tão nova, meu filho. Tão menina... - minha mãe externava depois de abrir meu coração para os três.

- Eu sei mãe. Mas é a menina que eu amo.

- Acho loucura, sohn. Principalmente na sua situação profissional em relação à ela.

- Conseguimos ficar juntos esse tempo em segredo, pai. Não há perigo.

- Mesmo assim eu penso que é muito arriscado.

- Eu sei me cuidar, fiquem despreocupados.

- Quando pretende trazer ela aqui para nós conhecermos?

- Enquanto ela for menor de idade isso está fora de cogitação, Thomas. Não pretendemos assumir nosso romance antes da sua formatura. Além disso, a Nívea completará 18 anos dois meses depois.

- Bom, é o mais sensato.

- Só desejamos que você tome cuidado, Eric - minha mãe pediu - Nívea... Um bonito nome.

- E ela é tão linda quanto. Depois eu mostro uma foto dela pra vocês.

Terminamos o almoço e depois de tomar banho e voltando ao meu quarto, pude sentir o quanto eu estava cansado da viagem ao deitar na cama. De olhos fechados, ouvi um som vindo da sala. Um arranjo musical abafado e em seguida um solo de guitarra. Velhos hábitos do Sr Manfred nunca mudaram e muito menos a sua paixão desde jovem pelo guitarrista e cantor inglês Eric Clapton. Eis então a origem e escolha do meu nome. A música do ano de 1989 eu lembro de ouvir quando era criança e sendo adulto ela estava fazendo todo o sentido pra mim no momento atual.

Oh what a feeling I get when I'm with you

(Oh, como me sinto bem quando estou com você)

You take my heart into everything you do

(Você leva meu coração não importa o que faça)

And it makes me sad for the lonely people

(E fico triste pelas pessoas solitárias)

I walked that road for so long

(Eu percorri essa estrada por tanto tempo)

Now I know that I'm one of the lucky people

(Agora eu sei que eu sou um dos sortudos)

Your love is making me strong

(Seu amor me faz ficar mais forte)

I've had enough bad love

(Chega de amor ruim)

I need something I can be proud of

(Eu preciso de algo de que possa me orgulhar)

I've had enough bad love

(Chega de amor ruim)

No more bad love

(Amor ruim nunca mais)

And now I see that my life has been so blue

(Agora vejo que minha vida tem sido tão triste)

With all the heartaches I had till I met you

(Com todas as desilusões que tive até encontrar você)

But I'm glad to say now that's all behind me

(Mas estou feliz em dizer que deixei tudo isso para trás)

With you here by my side

(Com você aqui a meu lado)

And there's no more memories to remind me

(E não há mais recordações para me relembrar)

Your love will keep me alive

(Seu amor me manterá vivo)

Mesmo ela não estando do meu lado naquele instante, ver as fotos dela pelo celular me dava a certeza de que o nosso amor me mantinha mais vivo do que nunca.

Fim.

UFA! Nem consigo acreditar que terminei esse especial que disparado eu posso considerar o meu maior desafio como escritora até agora. Lamento muito por ter feito vocês esperarem praticamente um mês por esse final mas eram muitos detalhes e praticamente seis capítulos em um recontados pelo ponto de vista deste professor amado e odiado pela galera hahahahaha. Mas espero que vocês gostem!

E pela milésima vez eu agradeço do fundo do meu coração à todos por continuaram comigo. Meu coração gigantesco cabem todos vocês.

Eu ouvi segunda temporada? Ouvi? Hahahahaha. Amanhã às 21h, lançamento do primeiro capítulo!

Frase da música tocada na festa dos professores universitários:

Another Brick in The Wall - Pink FloydMúsica do final:

Bad Love - Eric ClaptonMein Sohn = Meu Filho

Hallo Papa = Oi pai

Contato: a_escritora@outlook.com

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Foto de perfil de Ana_EscritoraAna_EscritoraContos: 63Seguidores: 173Seguindo: 34Mensagem "Se há um livro que você quer ler, mas não foi escrito ainda, então você deve escrevê-lo." Toni Morrison

Comentários

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Ótimo conto!!! Comecei a acompanhar a poucos dias e gostei demais, li todos até aqui, as duas versões do conto são maravilhosas, tanto a visão de um, como a visão do outro, mesmo que uma forma resumida do todo. Parabéns.

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De fato , foi um belo resumo desta ótima história....vejamos agora que surpresas ela nos reserva...rs..continue...👁

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gente, passada! amei tudo! inclusive saber um pouco mais sobre o Eric. quem diria, eu tinha sentimentos dubios em relacao a ele e agora super entendo o pq de as vezes ele ser meio estupido hahaha ele ta mujto apaixonado!! lindo demais. e pode mandar capitulo longo que eu amooooooooo. adorei demais essa versao dos fatos atraves da visao do eric, a narrativa na minha opiniao rh bem melhor que pela visao da Nivea. bjsss

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fui direto pro fim do conto pra ver se vc tinha deixado alguma

msg hahaha que linda, nao se preocule

com quanto tempo vc precisa pra vir com capitulos novos. vc eh a melhor escritora daqui e a gente espera o q for 😇

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Eu adorei tomara que eles possa fica no final de tudo e serem muito filiz

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O Eric está muito apaixonado. Adorei esse resumo, pela ótica dele. Já estou esperando o amanhã chegar.

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Amei tudo. Você conseguiu reescrever com uma riqueza de detalhes impressionante. E as cenas finais foram emocionantes! Parabéns. Vem 2a temporada!

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