Capítulo 31
VISÃO GERAL:
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''O que ela tá pensando? Que pode me ter na hora que quer?'' (pensou Júlia, enquanto dirigia no caminho de casa)
Júlia estava profundamente magoada por saber que Éllis tinha ficado com Briana, mas ainda assim não pôde resistir a beijá-la. Ela não sabia controlar sua paixão por Éllis e acabou não resistindo quando a mesma a tocou daquela forma.
Júlia fizera de tudo para provocar um pouco de ciúmes em Éllis, tão quanto o qual ela estava sentindo de Briana.
Seu telefone chamou e no visor apareceu o nome de Carla, imediatamente Júlia silenciou a chamada, pois não estava com cabeça para falar com sua ex naquele momento.
Depois daquele encontro com Éllis na praia, se passou 2 semanas; Júlia sempre ia para casa de Carla e a mesma estava se recuperando bem, mas tomava muito de seu tempo, o que dificultava sempre de encontrar-se com Éllis. Certo dia, em meio às declarações de amor de Carla, Júlia decidiu de uma vez por todas contar que estava apaixonada e envolvida com outra pessoa.
Júlia: Preciso te contar uma coisa e quero muito que seja compreensiva.
Carla: Não quero ouvir, sinto que não vou gostar.
Júlia: Mas eu preciso te falar, sei que vai te magoar, mas você tem que saber...
Carla tentou fugir da conversa, mudando de assunto, ligou a tv, pq no fundo ela sabia que Júlia já não a amava, ela tinha notado isso desde que sofreu o acidente, mas ela não queria aceitar e tinha receio que tivesse outra pessoa.
- Eu estou apaixonada por outra pessoa, Carla... (Disse Júlia, em alto e bom som, parando Carla em suas palavras e ficar quieta ouvindo)
- Não! Eu não aceito isso, Júlia... Não pode ser! (Gritou Carla, com os olhos vermelhos)
- Eu não pude evitar... E eu queria que soubesse por mim... (Disse Júlia, de cabeça baixa, um pouco assustada com os gritos da ruiva)
- Quem é? Eu conheço? (Perguntou Carla, transtornada)
- Isso não importa... Eu só queria contar...(respondeu Júlia, pausadamente)
Carla ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse pensando e de repente disse:
- Quem pode ser? Você não conheceu ninguém esses tempos... (Pausa) espera... A não ser... Claro! Aquela maldita, né?! Amiga daquele Bruno! Só pode ser!
Júlia se assustou com Carla, pois nunca havia visto ela dessa forma, e ela estava certa, mas Júlia preferiu ficar em silêncio, fazendo Carla ter certeza.
- Você me traiu com ela, Júlia? (Perguntou Carla, encarando-a)
Júlia deu um longo suspiro, e pareceu hesitar, mas por fim falou:
- Eu evitei à todo custo esse sentimento, mas acabou acontecendo... Não vou mentir, sim... Nós nos beijamos.
Júlia tentava ser cautelosa ao falar, mas não havia maneira sutil de falar para alguém que ainda tinha esperanças de reatar o namoro, que estava apaixonada por outra.
- Você trepou com ela, não foi? Me diz!!!(gritou Carla, vermelha de raiva)
- Não fala desse jeito, não sou nenhuma puta 🥺 (Retrucou Júlia, se sentindo ofendida pelas palavras de Carla)
Carla deu longo suspiro e depois, com um pouco mais de calma, disse:
- Ok, Júlia... Me desculpa! Deixa eu reformular a pergunta: Você fez ''amor'' com ela? (Falou debochada, com ódio, com ironia e ciúmes)
Júlia se manteve calada diante da ironia de Carla, ela sabia que ela estava sendo debochada e achou melhor não responder, mas isso a deixou ainda mais irada.
- Responde! Você deu pra ela? (Gritou Carla, dessa vez segurando o braço direito de Júlia, apertando no punho com força)
- Você está me machucando... (Disse Júlia, já chorando)
- Que droga Júlia, pq fez isso?! Pq?! O que você viu naquela garota?! (Continuou apertando seu braço com força)
- Eu não sei Carla, eu não sei... Me solta! Você tá me machucando! (Implorou Júlia e em seguida conseguiu se soltar e sair de perto dela)
- Vem aqui, Júlia! (Disse Carla, que estava sentada no sofá, enquanto Júlia acabara de levantar e se afastar)
- Você está muito nervosa, melhor conversarmos outra hora... (Falou Júlia, em pé, assustada com sua ex)
Em seguida Júlia saiu em direção a porta da rua e se foi. Se não tivesse operada, certamente Carla levantaria e a tinha impedido. Ela estava muito irada e cega de ciúmes e se desesperou ao ver Júlia fechando a porta e sumindo atrás dela.
- Eu não vou deixar ela ficar com você, Júlia... Eu não vou deixar! Você é minha! (Gritou sozinha)
FlM VISÃO GERAL.
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Exatamente 2 semanas se passaram após aquele dia na praia e eu só falei com a Júlia através de ligações ou mensagens, ela estava mesmo me dando um castigo, após saber da minha ''escapada'' com a Bri.
Eu estava louca da vida, pois ela continuava lá, enfiada na casa da ex dela, cuidando e certamente sendo paquerada por ela... Eu só posso está louca mesmo de ainda aceitar isso... Mas aceitar o quê? Ela não é minha namorada, não é mesmo? 🥺
Só sei que eu gosto mesmo dessa garota de uma forma que jamais gostei de alguém na vida. Quanto à Bri, desde do dia da praia, mudou comigo, não fica mais me tentando... Pelo menos não como antes. Eu achei que deveria falar com ela, pois ela me viu com a Júlia lá na praia, mas 'perae', falar o quê?! A gente também não tem nada, e ela estava com um garoto lá, na maior pegação.
Resolvi deixar quieto, pois a verdade que nada sou além de SOLTEIRA, é a verdade... Gosto da Júlia, gostei da noite que tive com a Bri, mas não tenho compromisso com ninguém, ainda que eu quisesse.
Certo dia, por volta das 10:00 da manhã, eu estava tomando café no balcão da cozinha, Bruno havia saído e acho que Briana não estava em casa, pelo menos não a vi chegar, só a vi sair na noite passada, mas logo percebi que eu estava enganada e quase caí da banqueta atrás do balcão quando vi a cena que vou descrever a seguir: Bri acaba de entrar na cozinha, totalmente nua, e sem a menor cerimônia, abriu a geladeira, pegou uma garrafa de água e virou em sua boca.
- Bom dia, Éllis! (Disse ela, depois de tomar quase toda a água da garrafa e então olhar para mim)
Eu fiquei sem reação ao ver ela alí, completamente nua, na minha frente, como se fosse a coisa mais natural do mundo... Não tinha nada alí que eu já não tivesse visto antes, mas mesmo assim, ela havia me deixado vermelha de vergonha, tanto que não consegui nem responder ao seu ''bom dia''.
- O gato comeu sua língua? Ou foi a Júlia? (Perguntou ela, me encarando com as mãos na cintura e sombrancelhas arqueadas)
- Nenhum e nem outra... (Finalmente reagi)
Continuei olhando para ela, totalmente abobalhada e sem conseguir disfarçar.
- Tá olhando o quê, Éllis?! Eu hein... (Disse ela, percebendo que eu a secava)
- Nada, tá tudo NORMAL! (Falei dando mais uma olhada para seu belo corpo, findando em seus olhos)
Ela ia dizer alguma coisa, quando ouvimos batidas na porta da rua e no mesmo instante ela se virou e disse:
- Deixa que eu atendo! (E já foi quase saindo da cozinha)
- Vai abrir a porta da rua assim? (Dessa vez eu quem estava com as sombrancelhas arqueadas, pq não acreditei que ela teria essa coragem)
Ela olhou em volta de si mesma e depois disse:
- Acho melhor não, né? (Falou com uma cara muito sapeca e me encarando firme)
- Deixa que eu vou. (Falei já me levantando)
- Ok, vou ficar aqui sentada, tomando meu café. (Respondeu ela, se sentando na cadeira, sem nem se importar com sua nudez)
Eu apenas dei de ombros, e em seguida saí pra sala em rumo a porta da rua e quando abri, tomei um grande susto.
- Júlia! (Eu disse assim que abri a porta, tendo uma sensação de déjàvú)
- Oi, Éllis... (Disse ela, olhando pra dentro de casa)
- Oi... Entra. (convidei)
Então ela entrou, eu fechei a porta calmamente, mas eu estava um pouco nervosa com ela alí, assim tão de repente. Não que eu estivesse achando ruim, eu estava feliz em vê-la, meu coração estava disparado, como sempre, mas lembrar que a Bri estava completamente nua lá na cozinha, me fazia suar, pois certamente Júlia não gostaria disso.
- Você está sozinha? (Perguntou ela, parada perto do sofá)
- Sim... Vamos para o meu quarto. (Me apressei em tirar ela da sala)
Me aproximei dela e peguei em sua mão para irmos para o quarto, pois eu não sabia até que ponto iria a coragem de Briana e ela bem que podia aparecer diante de Júlia do jeito que apareceu para mim e aí eu não saberia como explicar.
- Você está bem? (Perguntou ela, antes de sairmos da sala)
- Tô surpresa com você aqui... (Respondi com sinceridade)
- Não gostou de me ver? (Perguntou, com a cabeça baixa, dessa vez)
- É claro que eu gostei... Eu estava morrendo de saudades (falei segurando em seu queixo, levantando seu rosto)
Ela me deu um lindo sorriso que fez até eu esquecer de Briana lá na cozinha e quando vi, nossos lábios já estavam grudados, como se fossem imãs. Foi um beijo tão doce, tão gostoso, tão ardente... Sua língua procurando a minha, totalmente faminta... Ela segurou firme em meu pescoço, enquanto eu a abraçava pela cintura.
- Você me deixa louca, Júlia... (Falei em seu ouvido, após perder o fôlego em seus lábios)
Ela me abraçou e pôs o rosto deitado no meu ombro e ficamos abraçadas, enquanto eu cheirava seu cabelo, como se estivesse me drogando.
- Eu que sou louca por ti, Éllis... Louca... (Disse ela, baixinho)
Ao ouvir isso, sorri abraçada a ela, e a apertei forte, com vontade de soltar nunca mais.
De repente ouvimos um barulho, e imediatamente voltei àquela situação antes dela chegar: Briana.
- Você não disse que estava sozinha? (Perguntou ela, se afastando para olhar nos meus olhos)
- Eu tô. Quer dizer... Eu acho que estou... (Falei já nervosa, não queria mentir, mas ela não entenderia)
- Como assim ''acha'', Éllis?! (Perguntou desconfiada)
E antes que eu pudesse responder, ela começou a caminhar em direção à cozinha, desconfiada e eu nada pude fazer, a não ser ir atrás. Quando entramos na cozinha, Briana estava ainda sentada, só que dessa vez, estava na banqueta, que estava na frente do balcão, nos dando a visão dela de costas, completamente nua.
- O que significa isso, Éllis?(Perguntou Júlia, já com os olhos vermelhos)
Nesse momento, Briana se virou calmamente e nos olhou, em seguida disse:
- Ah, era a Júlia quem estava batendo?
Júlia apenas me olhou e em seguida saiu pisando fundo, tão rápido que quase não consegui alcançar.
- Espera, Júlia! Eu posso explicar... (Segurei em seu braço completamente nervosa)
- Eu já vi esse filme antes, não perca seu tempo. (Falou ela, com decepção e sem olhar nos meus olhos)
- Não, você tá enganada! Não é o que tá pensando, eu juro. (Tentei explicar)
- Solta meu braço, Éllis... Me deixa ir embora, por favor. (Pediu ela, quase chorando)
- Não, eu não vou. Não é justo... Eu não estava com a Briana, eu juro 🥺 (falei desesperada, com os olhos já cheios de lágrimas, pois só de pensar em perder ela, já doía demais)
- Me deixa, Éllis! Eu sou uma burra de pensar que você poderia ser fiel, mas vc é uma cafajeste! (disse ela, olhando em meus olhos, me magoando)
Em seguida puxou seu braço e saiu andando; a dor no peito começou a aumentar e o desespero de ver ela ir embora daquela forma, tomou conta de mim, e então eu fiz a primeira coisa que passou pela minha cabeça, que foi correr na frente e fechar a porta para ela não sair.
- Vai me prender aqui?(perguntou ela, com raiva)
- Você vai me escutar! (Falei olhando em seus lindos olhos)
- Eu não quero, por favor me deixa sair...(implorou)
- Briana!! (Gritei)
- O que tá fazendo, Éllis? Vai colocar sua puta aqui na minha frente? Já não basta o que vi lá dentro? (Falou ela, claramente brava)
Nesse momento, Briana apareceu na sala com a cara mais descarada e como se nada tivesse acontecido e ainda sem roupas.
- Me chamou, Éllis? (Perguntou com cinismo)
- Sim. Quero te fazer uma pergunta e quero que responda com sinceridade. (Falei pra ela, olhando em seus olhos)
Júlia me olhava e olhava para ela, sem nada dizer, decidiu escutar.
- Faça a pergunta. (Disse Briana)
- A gente estava se pegando lá na cozinha antes da Júlia chegar? A gente tem ficado esses dias? (Perguntei olhando nos olhos dela, totalmente aflita)
- Que pergunta é essa, Éllis?! (Respondeu ela, revirando os olhos)
- Responda a pergunta, Briana! (Falou Júlia, me surpreendendo)
- Ui, tá bom mamãe... (Falou com ironia, o que fez Júlia bufar)
- Não seja criança, Bri! (Repreendeu-a Júlia)
Fiquei olhando para Briana esperando sua resposta, que veio após ela nos encarar por segundos.
- Não. (Disse ela, secamente e já saindo da cozinha)
- ''Não'' o quê?! (Perguntou Júlia)
- Não ouviu a pergunta dela? Pois é, a resposta é NÃO. (respondeu Briana e foi andando)
Antes de sair e passar pela Júlia, ela falou quase que inaudível, mas eu pude ouvir e entender.
- Porquê eu não quero... (Passou falando)
Júlia suspirou alto como se fosse partir para cima dela, mas ela saiu rapidamente, nos deixando a sós.
- Será que agora você acredita em mim? (Perguntei com o coração apertado)
Júlia estava de cabeça baixa, parecia está muito chateada.
- Pq ela anda nua pela casa?(falou baixo, quase não pude entender)
- Pq ela é a Briana... Você sabe como ela é... (Falei me aproximando dela)
- Pq você disse que estava sozinha?(Perguntou ela, agora me olhando)
- Pq ela me apareceu sem roupas como se fosse a coisa mais natural, na hora que eu estava tomando meu café da manhã e foi quando você chegou... -Eu fiquei com medo de você pensar errado e eu estava certa, não é mesmo?!(respondi olhando em seus olhos, agora ela estava mais calma)
- Ela estava tentando te seduzir? (Perguntou ela, timidamente)
- Não...acho que não...(falei confusa)
- Você deve ter amado né, ver ela assim nua...se eu não tivesse chegado, certamente você estaria fodendo ela agora, não é Éllis?😠 (Disse ela, já brava novamente)
- Ei, você tá com raiva de mim por algo que não aconteceu? -É isso mesmo?(perguntei incrédula e achando 'fofinho' esse jeito dela bravinha)
- Ah, eu vou embora viu! (Disse ela, já andando)
- Não vai não...eu já te provei que não estava fazendo nada com ela antes de você chegar... Você ouviu da boca dela. (Tentei argumentar)
- Pq ela não quer né... Como ela disse. (Falou ela, sem me olhar nos olhos)
- Júlia, olhe para mim! (Pedi)
- Não, Éllis! Eu não quero... (Disse ela)
- Olhe agora mesmo! Eu tô te pedindo... (Implorei)
Então ela levantou seu rosto e direcionou seus lindos e tristes olhos para os meus, me fazendo ter um arrepio percorrendo todo o meu corpo.
- Presta atenção, se eu quisesse ficar de novo com a Bri, eu já teria... -Pois tanto ela quanto eu, somos solteiras... -Porém eu não quero, pq meu coração está preso com você. -será que você entende agora?(falei com o coração, com toda minha sinceridade)
Ela encarava intensamente dentro dos meus olhos, me fazendo perder naquela imensidão verde, como se quisesse confirmar o que eu dizia através do olhar.
- Eu devo está louca, mas acredito em você... (Enfim ela disse)
Eu sorri para ela, e cheguei mais perto, quase grudando nossos corpos, ficando apenas à centímetros de distância.
- Você tem que me colocar uma ''coleira'' logo, Júlia... (Falei baixinho, encarando-a)
- O quê, Éllis?! (Perguntou ela, já ficando brava de novo)
Eu não a deixei falar mais, pus a mão por trás, nas suas costas e a puxei para mim, colando nossos corpos e em seguida nossos lábios.
A beijei com amor, com desejo, com medo de perdê-la, com paixão...
No começo ela não me tocou com suas mãos, apenas tentava resistir ao beijo, mas logo cedeu. Nosso beijo era perfeito, a gente não conseguia resistir uma à outra.
Depois de vários e intensos beijos apaixonados com um tanto de ciúmes e raiva, a essa altura já no sofá da sala, a gente finalmente parou para conversar.
- Estou sem fôlego... Calma aí (falei brincando)
- Besta... (Falou ela, um pouco ofegante)
Ficamos nos olhando por breves segundos, até meus olhos se desviarem para um determinado lugar em seu braço, o que me fez perguntar imediatamente:
- Que marca é essa em seu braço?
No mesmo instante ela olhou na mesma direção que eu e parecia assustada com o que viu também.
- Eu não sei, não estava aí antes... (Falou confusa)
De repente ela ficou pensativa por alguns segundos e pareceu querer dizer algo, mas hesitou.
- Você se lembrou de algo?(Perguntei notando sua aflição para falar)
Ela me olhou como se procurasse algo nos meus olhos, como se pudesse confiar em mim, o que foi um pouco estranho.
- Eu acho que sei o que aconteceu... (Disse meio insegura)
- Diga então... (Falei olhando em seus olhos, já um pouco aflita)
- Ontem a noite eu contei tudo para Carla, tudo mesmo... Ela já sabe que fiquei com outra pessoa... (Falou, pausadamente)
- Você quer dizer que ela fez isso em seu braço? (Perguntei com a raiva já tomando conta de mim)
- Calma Éllis... O que importa é que ela já sabe de tudo e soube por mim. (Disse ela, tentando ponderar a situação)
Lógico que eu estava feliz em saber disso, que finalmente Júlia havia falado de uma vez por todas que tinha se envolvido comigo, mas se de alguma forma isso fez a Carla machucar a Júlia fisicamente, não ficaria impune.
Resolvi me acalmar e primeiro saber de todos os detalhes antes de tomar qualquer atitude.
- E ela sabe que sou eu? (Perguntei)
- Ela desconfia... Deduziu ser você, eu não confirmei, mas ela é inteligente. (Disse Júlia, olhando para a marca em seu braço)
- É bom que ela saiba que sou eu, assim vai entender quando eu for procurar ela.(falei com raiva de ver aquela marca na pele dela)
- Como assim? Pelo amor de Deus, Éllis... (Disse Júlia, com o semblante aflito, me encarando)
- Ela te bateu, Júlia. Isso não pode ficar assim. (Falei com convicção)
- Ela não me bateu não, eu juro... Isso aqui foi só um aperto de nada... ela perdeu a cabeça...-Esquece isso por favor (falou desesperada)
- Calma... Calma... Tá bom tá bom. Não quero te ver assim, vem cá.(deitei a cabeça dela no meu ombro e fiz carinho em seu cabelo)
Ela estava tremendo de nervosa, parecia muito preocupada que eu fosse brigar com a Carla. Eu estava muito revoltada com essa atitude covarde da Carla e estava decidida a proteger Júlia.
- Eu não quero que briguem... (Disse ela baixinho)
- Cê tá preocupada com ela? (Perguntei um pouco enciumada, confesso)
- Também, ela está operada, lembra?(falou com sinceridade)
- Sei... Não vou machucar ninguém. (Falei visivelmente chateada)
Nesse momento, ela levantou a cabeça do meu ombro e me olhou nos olhos, com o rosto à centímetros do meu.
- Eu não quero que nada de mal aconteça com você, neném... Eu não saberia lidar...(falou olhando fixamente nos meus olhos)
Meu coração se encheu de alegria, eu fiquei abobalhada com ela falando dessa maneira e mais uma vez eu estava toda entregue a ela, ''para variar''.😏
- Eu sei me cuidar, tá bem? (Tentei acalmá-la)
- Sabe nada... (Disse ela)
- Sei sim, você é que não sabe... (Falei olhando para a tal marca em seu braço)
- Isso não vai mais acontecer... Tá bom?(disse ela, tentando me acalmar)
- E não vai mesmo, pq se ela te tocar de novo, eu mato ela. (Falei convicta)
- Calma neném, já disse que não vai mais acontecer...(falou aflita)
- Não quero mais que vá cuidar dela, eu te peço... Sei que não é minha namorada, mas tô te pedindo assim mesmo, não vai. (Implorei para ela)
- Tá bem... Eu não vou. (Disse ela, depois de um longo suspiro)
Olhei em seus olhos e vi sinceridade e isso me acalmou mais, pq eu realmente estava furiosa só de pensar que ela poderia fazer novamente. Essa história de ''perder a cabeça'' pode terminar em morte e já vi bastante casos desse tipo em jornais, de casais que terminam e um lado não aceita o término e nem que o outro se envolva com outra pessoa e acaba cometendo crime.
Ficamos abraçadas no sofá, ela parecia assustada ainda, talvez com tudo o que tinha acontecido na conversa com Carla e com tudo o que havíamos conversado há pouco.
Só sei que eu queria cuidar dela, o sexo podia esperar... eu só queria proteger essa mulher e sentir o calor de seu rosto em meu pescoço, afagar seus cabelos enquanto me embriagava no cheiro deles.
Continua.