Unidos num trisal
- Ai! Que merda! Rodrigo e Pedro, seus babacas! O. Que. Foi. Que. Fizeram. Comigo? Seus putos! – gritei ao acordar deitado sobre dois colchões juntados para cabermos os três, dando socos em ambos, quando constatei que estava com as duas tetas inchadas, doloridíssimas e circundadas por hematomas violáceos enormes que levariam ao menos uma semana para desaparecer.
- Ai, ai, caralho, Bruno! Ficou maluco? Isso dói, sabia? – protestou o Pedro, despertando assustado sob a saraivada de socos, pois dor eu duvidava que estivesse sentindo, uma vez que minha mão e meus golpes não eram tão fortes a ponto de aqueles músculos todos sentirem alguma coisa.
- Porra! Ai ai, Bruno! Isso lá é jeito de acordar alguém, caralho? – contestou o Rodrigo, mais zangado pelo susto que levou do que pelos meus golpes que também pouco podiam contra aquele corpão com mais cem quilos de músculos.
- Eu devia matar vocês, seus merdas! – berrei colérico, também me dando conta de que estava completamente nu, meio que aprisionado entre aqueles dois trogloditas.
- O que deu em você? Parece um doido! – sentenciou o Rodrigo, esfregando os olhos sonolentos.
- Eu vou te mostrar quem é o doido aqui, estrupício! – exclamei enfezado, desferindo mais um soco que ele reteve antes de atingi-lo.
- Para! Para, ou vou dar um jeito em você agora mesmo! Ingrato, do cacete! – gritou ele, a voz rouca, grave e furiosa era para me intimidar. Não funcionou, e ele me sacudiu e lançou meu tronco com força contra os colchões, enfiando o dedo na minha cara.
- Me solta, seu puto! Me solta, Rodrigo, estou mandando, porra! – devolvi irado.
- Vamos te dar um corretivo se você não parar com esse chilique! – ameaçou o Pedro, em conluio com o amigo. – Depois de toda a trabalheira que você nos deu, devia estar dando graças a Deus por termos te trazido para cá! – emendou. Só então percebi que estava na república deles, e não na minha casa.
Subitamente não estava mais entendendo nada. Confuso e desorientado, eu procurei me localizar, procurei puxar pela memória, pela festa para a qual tinha ido na noite anterior, pelas últimas horas que se embaralhavam na minha mente com a perfeição que um jogador de pôquer lida com o baralho. No que foi que me meti, para estar pelado no meio daqueles dois tarados assumidos? Não me lembrava de nada, só de ter chegado a festa e me juntado a eles na rodinha de amigos que tínhamos em comum, o resto era um imenso vazio. Um vazio tão grande que minha cabeça latejava como se a bateria de uma escola de samba estivesse dentro dela. O corpo parecia ter sido atropelado por um trem. Espera, o que é isso nas minhas coxas? Mais hematomas, com formato de dentadas, como se alguém tivesse cravado os dentes na minha carne.
- Que merda toda é essa, vocês podem me explicar o que fizeram comigo? – questionei
- Nós, vírgula! Nenhum dos dois tocou um dedo em você. A não ser, para te resgatar daquele banco afastado do jardim onde você dormia seminu feito uma bela adormecida, e te trazer para casa. Ou você preferia que te deixássemos lá? – questionou o Pedro, se fazendo de ofendido.
- Você devia nos agradecer, seu ingrato! Solta a franga e depois põe a culpa nos outros. Bem que dizem que os certinhos são os piores! – afirmou o Rodrigo.
- Não venham inverter os papeis! Eu bem conheço vocês dois para saber que de santos vocês não tem absolutamente nada, pelo contrário! – revidei. Embora começasse a desconfiar que talvez estivessem dizendo a verdade, pois a cara de preocupação para comigo era mais evidente do que a cara de safadeza que eu bem conhecia neles.
- Eu vou te soltar, mas se você tentar me acertar de novo, vou sentar um muro na tua cara, estamos entendidos? – ameaçou o Rodrigo.
- Tá bem, mas me solta! Olha o que você acaba de fazer nos meus braços! Estão com as marcas dessas patas de urso. – protestei, diante da vermelhidão sobre a minha pele.
- Você me obrigou a isso! Machucou? – devolveu ele, sensibilizado com mais aquelas marcas no meu corpo.
- O que vocês fizeram comigo? Espera! Estou me lembrando. Vocês estavam tentando me dar um pileque, a caipirinha de maracujá com vodka, o negroni, aquela outra porra com gim e sabe-se lá que mistura que parecia que eu estava engolindo fogo. Claro, foram vocês dois mesmo, seus canalhas! Depois querem que eu acredite na inocência de vocês. – sentenciei, à medida que flashes desconexos me vinham à mente.
- Tudo bem, até aí assumimos a nossa culpa! Você precisa se ver, estava solto, rindo, falando besteiras sem parar, nem parecia o pela-saco do Bruno sempre ponderado e ajuizado. – afirmou o Rodrigo.
- Soltou a franga com tudo a que tinha direito! – exclamou o Pedro, e ambos, rindo, tiraram uma com a minha cara.
- Vai que eu acredito! Eu jamais daria um vexame enchendo a cara. Foram vocês! – protestei.
- Vexame é pouco! Você não parava de pedir para a gente tirar a sua virgindade. Como era mesmo, Rodrigo? Deixa eu dar uma chupadinha no teu cacetão, Pedro, deixa. Me descabaça, Rodrigo, eu acho a tua pirocona a coisa mais linda, sabia? Vocês dois são uns bostas, quando a gente está a fim de dar o cuzinho vocês fogem da raia. Meus tesões, eu amo vocês sabiam? Vou mamar esses caralhos como vocês nunca foram mamados, vamos para o escurinho, vamos, e eu mostro para vocês. Era isso que você ficava repetindo, enquanto se atirava ora para cima de um ora para cima do outro. – revelou o Pedro.
- Isso sem mencionar a mão boba querendo tirar a pica da gente de dentro da calça. – acrescentou o Rodrigo.
- Imagina se eu ia fazer uma coisa dessas! Não sou louco e não tenho o menor interesse nas picas de vocês. Façam bom proveito com as putinhas que ficam enchendo a bola de vocês, querendo que se sintam os garanhões do pedaço. – sentenciei ofendido.
- Tá! Se eu estou mentindo, o que é isso aqui? Como você explica essas imagens? – questionou, o Pedro, pegando o celular e me mostrando umas cenas deploráveis nas quais eu aparecia dando o maior escândalo.
- Isso foi o que a gente gravou, teve muito mais, um showzaço! Você está muito engraçado nessas imagens! – afirmou o Rodrigo. – Nós tentamos segurar a sua onda, mas você estava decidido a perder a virgindade a qualquer custo. A Daniela e a Tamires podem comprovar, elas se prontificaram a tirar seu cabaço e vocês foram sei lá para onde. Quando fomos embora da festa, começamos a perguntar por você, as duas disseram que deram uma paradinha na mesa de uns carinhas que não eram da universidade, e que lá você continuou a dar um show. A galera se divertiu e você foi bebericando nos copos dos caras na maior cara de pau. Elas não se interessaram pelas cantadas deles e você ficou na mesa deles ajudando a passar cantadas nas garotas, sem nenhum critério, só zoando. Depois, disseram que não te viram mais. Foi quando te encontramos deitado num banco longe do palco onde tinha rolando o show, sem camisa, com a calça atulhada na altura dos joelhos, esse bundão todo de fora cheio de mordidas e você completamente grogue. Te trouxemos para cá porque não tínhamos a chave da tua casa, nem queríamos acordar a sua senhoria àquela hora da madrugada.
- Isso não pode ter acontecido! É um pesadelo! Só pode ser um pesadelo! E meu celular, minha carteira? – aos poucos, lances nos quais eu estava completamente alucinado, começaram a surgir aos montes, conformando episódios que bem se encaixavam na versão que estavam me contando.
- O celular você deixou na nossa mesa, está ali. A carteira estava vazia perto de você no banco. O que tinha nela? – questionou o Pedro.
- Doidão para dar esse cuzinho como você estava, os caras devem ter resolvido atender seu pedido e, por tabela, aproveitaram para te deixar liso. – conjecturou o Rodrigo.
- Só tinha algumas cédulas, não levei mais nada na carteira, nem cartões de banco nem outra porra qualquer. – mencionei.
- E essas quatro camisinhas! – exclamou o Rodrigo com um risinho sarcástico na cara. – Você estava mesmo planejando ser descabaçado em grande estilo! – emendou debochando.
- Cretino! – revidei zangado. Havia cinco camisinhas na minha carteira, mas disso eles não precisavam saber, já me bastava o constrangimento pelo qual estava passando.
- Isso você devia dizer para os caras que te desvirginaram! Não para mim! – retrucou ele.
- Ninguém me desvirginou, seu idiota! Que conversa mais sem cabimento! – revidei.
- Bem, se você diz, quem sou eu para duvidar? Teu cuzinho é que deve saber, não é? – questionou, ainda zombando mancomunado com o Pedro naquela troca furtiva de olhares.
De repente, sem certeza de mais nada, atentei para o meu cuzinho. Será que tinham mesmo enfiado um cacete nele? Ele me parecia normal, não estava sentindo nada de diferente. Será que a gente sente alguma coisa depois de ter sido descabaçado? Merda, do caralho! Eu já não sabia de mais nada.
- Só para te alertar! Se foderam o teu cu, é bom você dar uma conferida. Vai que o cara tinha alguma doença sexualmente transmissível, que deixou porra contaminada lá dentro, é melhor procurar um médico, sei lá, alguém que possa dizer alguma coisa. – argumentou o Pedro.
- Vocês querem calar essas bocas! Eu não dei o cu, eu não fui desvirginado, vocês não têm nada a ver com isso, bosta! – descarreguei furioso. Se eles estivessem certos, eu podia estar numa enrascada das grandes.
- É só um conselho, porque a gente gosta de você! Somos seus amigos, você bem sabe! Se quiser vamos com você para um pronto-socorro, um consultório de um médico, sei lá, qualquer lugar que você decida ir. A gente te dá apoio. Melhor do que ter surpresas depois. – ponderou o Rodrigo.
- Vocês meus amigos! Faz de conta que eu acredito! Foram vocês que me meteram nessa enrascada! – afirmei. – Agora que estou fodido, vocês viraram meus amigos. E, me faça um enorme favor, Pedro! Coloca a chapeleta dessa pica outra vez dentro da cueca que ninguém é obrigado a ver esse troço despudorado logo pela manhã! – emendei desolado.
- Eu acordo assim de manhã, que é que eu posso fazer? É só não ficar me secando! Você pode estar zangado, mas não pode nos culpar por termos te dado um pilequinho inocente, o resto você fez por conta própria! Vamos, se arruma e a gente te leva para examinarem esse rabão. Essa delícia dessas nádegas estão cheias de mordidas, o cara devia ter pirado quando viu que podia se esbaldar nelas. Se por fora está assim, o que dizer pelo lado de dentro? – insinuou o Pedro.
- Cala essa boca suja, Pedro! Que merda! – protestei. Com todas aquelas marcas pelo corpo e, com as suspeitas dos dois martelando na minha cabeça dolorida e confusa, comecei a considerar a hipótese de me submeter a um exame médico, só para ter certeza de que a barbárie que fizeram comigo não tivesse maiores consequências.
- Está esperando o quê? A gente te leva, e você tira essas caraminholas da cabeça. – o Rodrigo falava sério pela primeira vez, aumentando minha preocupação.
- E vocês acham que o médico vai descobrir o quê? – questionei
- Tudo ora! Examinando ele vai saber se usaram ou não esse cuzinho. – retrucou o Pedro.
- Como? Vai ser um puta vexame. O que vou dizer, que não sei se abusaram de mim? Vou virar a piada do dia.
- Sei lá, o médico veterinário não é você? Vocês não enfiam aquele tubo com câmera nos bichos para ver o que acontece lá dentro? Então, o médico deve fazer a mesma coisa com você. – respondeu o Rodrigo.
- Aquele ‘tubo’ que você diz é um vídeo-endoscópio e eu não vou deixar ninguém enfiar nada no meu rabo, que fique bem claro! – retruquei, mesmo sabendo que provavelmente é o que fariam.
Tudo conspirava contra mim. Já não bastasse o arrependimento de estar ali, pela insistência daqueles dois malucos, no momento de ser atendido, me aparece um tremendo de um homem tesudo, de rosto viril e anguloso coberto por uma barba cerrada e bem escanhoada, onde brilhavam dois olhos castanhos tão sedutores que chegavam a hipnotizar. Isso sem mencionar aqueles ombros largos que faziam-no parecer uma fortaleza. Podia haver embaraço maior do que ter o cu examinado por um cara bonito como esse?
- Então diga lá, Bruno, o que te trouxe aqui? – a voz grave dele, com forte sotaque espanhol, pois era argentino, me fez ruborizar para piorar ainda mais a minha situação vexatória.
- É horrível falar sobre isso! Eu não sei se ...., isto é, existe a possibilidade de terem, como vou explicar isso? – gaguejava eu, sob aquele olhar encantador que já estava me examinando da cabeça aos pés, e não com interesse médico, mas com a determinação de macho.
- É o seguinte, doutor! Nosso amigo aqui não sabe se algum tarado estacionou o caminhão na garagenzinha dele, entende onde quero chegar? Deram um boa noite cinderela nele e fizeram a festa, como pode comprovar dando uma olhada no estrago que fizeram nas tetinhas dele. – despejou gracejando o Pedro, o que formou um risinho enigmático nos lábios carnudos e vermelhos do médico.
- Será que eu posso ter um pouco de privacidade? Vão esperar lá fora, não preciso de intérpretes. – protestei.
- Vamos ficar exatamente onde estamos! Queremos ter a certeza de que você vai se deixar examinar sem fazer frescuras! – exclamou o Pedro, omitindo que a verdadeira razão para permanecerem ali era exatamente aquele tesão de macho que me olhava como se eu fosse uma cadela no cio. Diante das palavras obstinadas do Pedro, o médico não impôs obstáculos àquela consulta coletiva. Algo lhe dizia que seria mais prudente não contrariar aqueles dois cães de guarda.
- Dispa-se e deite-se ali, Bruno! Vou te examinar e, se for preciso, vamos fazer uma anuscopia. Fique tranquilo, vou ser gentil e cuidadoso, não se preocupe! – não é isso que todo homem fala quando vai desvirginar uma garota, pensei comigo mesmo? Agora é que estou fodido de verdade.
De bruços sobre a maca de consulta, com um ridículo avental aberto nas costas que deixava minha bunda completamente exposta, me senti ainda mais submisso. Após calçar um par de luvas, o Dr. Nicolás, era esse o nome do tesudo, apartou as bandas marcadas por hematomas da minha bunda para ter uma visão do meu cuzinho profundamente encravado no rego estreito. Não tive coragem de olhar para trás, pois tinha certeza de que os olhos do Pedro e Rodrigo estavam focados na minha rosquinha anal, feito os olhos aguçados de um gavião. Cercado por aqueles machos naquela posição vexatória, eu me sentia completamente vulnerável.
O polegar e o indicador do Dr. Nicolás, distenderam ligeiramente a fendinha rosada circundada por pregas também róseas como se fossem os raios de um sol partindo de um diminuto orifício.
- Aparentemente, está tudo normal, Bruno! Não vejo sinais externos de que tenha sido penetrado, o que geralmente produz microfissuras sangrantes entre as pregas anais. Em todo caso, vou examinar a mucosa interna para verificar se não há sinais de lacerações ou abrasão. – À medida que ele falava, dentro da calça do Rodrigo, que estava posicionado ao meu lado, formou-se uma ereção incontrolável. O puto estava sentindo tesão comigo sendo vasculhado daquela maneira.
O médico pediu que eu me virasse e ficasse de lado, com um anuscópio nas mãos, enfiou-o em mim, depois de lubrifica-lo com um gel. Eu soltei um lamurio que se formou na altura das minhas cordas vocais, sem abrir a boca, prensando os lábios com força, ao mesmo tempo em que apertava a mão que o Rodrigo me ofereceu como apoio.
- É um pouco desconfortável, mas procure relaxar, Bruno! Vou enfiar aos poucos, se estiver doendo me avise, mas preciso que relaxe bem, você está muito tenso! – era ou não era como se eu estivesse tendo meu primeiro coito? E o pior, um coito que àquelas alturas, era coletivo, uma vez que, agora virado de frente para o Pedro, eu vislumbrava o caralhão dele crescendo indecentemente dentro da calça. Não seria de se espantar se, debaixo daquele jaleco e entre as pernas do Dr. Nicolás, também não houvesse uma ereção em pleno desencadeamento.
O diagnóstico final, ao término daquela sessão indecorosa, foi o de que eu não tinha sofrido nenhum estupro. Se virgem, como eu havia afirmado, meu cuzinho continuava tão ileso como quando vim ao mundo. Ao que me pareceu, não fui somente eu quem respirou aliviado. As caras do Rodrigo e do Pedro estavam impagáveis, estavam em jubilo, cheias de esperança de um dia tirarem o cabaço daquelas preguinhas que eles agora conheciam a fundo, tornando-as mais apetitosas e desejáveis do que provocava suas imaginações.
- Fique atento a qualquer mudança que sentir ou perceber no ânus, especialmente algum caroço ou pólipos, pois mesmo não tendo sido penetrado por um pênis, pode ter havido uma manipulação com algum objeto ou o próprio dedo de quem fez essas marcas nos teus peitinhos, contaminado pelo HPV ou outro agente patológico. Uma nova consulta dentro de umas seis semanas seria altamente recomendável. – concluiu o Dr. Nicolás. Nem que a vaca tussa, pensei com meus botões ao sentir aquela mão vigorosa apertando a minha de forma gananciosa.
- Viu? Não foi nenhum bicho de sete cabeças! – exclamou o Rodrigo enquanto dirigia para casa.
- Não foi porque não era você deitado ali feito um peru em mesa de Natal, com todos ao redor esperando por um pedaço! – devolvi ríspido, não querendo mais estender aquele assunto
- Cara! Na hora que ele lubrificou aquele troço parecendo uma pica e começou a enfiar no teu cuzinho, vou confessar que meu cacete deu uma endurecida daquelas. – confessou o Pedro, fazendo graça com o meu calvário.
- Nem me fale! O meu chegou a sair da cueca tamanha a endurecida. – revelou o Rodrigo
- Vocês não têm outro assunto, porra que saco! – protestei
- Se eu soubesse que seu cuzinho era tão pequeno, te juro Bruno, eu teria cedido ontem durante a festa e te enrabado com tudo. Puta rabinho gostoso do caralho! – afirmou o Rodrigo
- Pode crer, Rodrigo! Tremenda vacilada nossa, hein? E olha que ele não parava de pedir para a gente tirar o cabaço dessas preguinhas! – complementou o Pedro.
- Eu juro que nunca mais olho na cara de vocês dois! Nada disso teria acontecido se vocês não fossem os cafajestes que são. Para mim deu! – afirmei irado.
Ao me deixarem diante do portão da casa da Dona Hermelinda, minha senhoria, que alugava três das suítes do casarão onde morava para estudantes para ajudar no orçamento doméstico, depois que se divorciou do marido, desci do carro batendo a porta com violência e decidido a nunca mais me relacionar com aqueles dois salafrários. Eles seguiram até a casa vizinha, onde ficava a república de estudantes onde moravam.
Apesar de cursarmos faculdades diferentes, eu medicina veterinária, o Pedro, engenharia agrícola e o Rodrigo, agronomia, foi através de amigos comuns que nos tornamos colegas. As festinhas promovidas pelo Centro Acadêmico e outras que as repúblicas espalhadas pela cidade organizavam foi o palco onde estreitamos esse relacionamento. O Rodrigo e o Pedro haviam se entrosado mais cedo, por conta da necessidade de encontrarem garotas com as quais pudessem dar vazão às necessidades fisiológicas que os altos níveis de testosterona em suas veias provocavam. Eu os conheci já nessa situação, embora já houvesse descoberto, depois de alguns relacionamentos breves, que garotas não eram exatamente a minha praia. Como qualquer jovem confuso e sem experiência, eu precisei testar para ver do que eu gostava. Não foram as xerecas a fazer a minha cabeça, mas os volumes misteriosos que os rapazes carregavam entre as pernas, embora eu nunca tenha experimentado nenhum. O jeitão descolado e bem-humorado do Rodrigo e do Pedro foram o primeiro chamariz que me levou a construir uma amizade com eles, os corpões másculos e os cacetões que formavam uma verdadeira mala sob seus jeans foi o complemento decisivo. Quando conheci o Rodrigo, ele inclusive estava com um carinha bem bonitinho, do tipo mignon, rostinho angelical de menino e um corpinho frágil repleto de curvas sob as roupas sempre justas que costumava trajar. Confesso que cheguei a sentir ciúmes do carinha, por ter a atenção e quem sabe lá mais o que do machão manifesto do Rodrigo. Eu estava longe de fazer o tipo dele, pensei. Eu sou do tamanho do Pedro e do Rodrigo, caras altos, com corpo definido, porém sem a mesma profusão de músculos e pelos dos dois. Jamais teria uma chance com nenhum deles, dada a preferência evidente que tinham por carinhas não afeminados, mas de aparência delicada. Me enganei na avaliação, quando passei a perceber que minha bunda e meu jeito um pouco tímido, exercia verdadeiro fascínio sobre os dois, motivando-os a ficarem me provocando com piadinhas sussurradas ao pé do ouvido, sacanagens proferidas nos momentos mais inoportunos e, secadas que me faziam sentir nu diante daqueles olhares cobiçosos.
Após o incidente constrangedor, me afastei um pouco do Rodrigo e do Pedro. Já estava claro que não tinham se aproveitado de mim enquanto estava bêbado ou sob o efeito de alguma droga contida nos copos daqueles carinhas que a Tamires e a Daniela juravam que eu tinha assediado pedindo para me descabaçarem. Porém, também não os absolvi totalmente da culpa de me terem dado o pontapé inicial com aquele pileque que descambou para aquela baixaria toda. A bem da verdade, também estava muito envergonhado por eles terem assistido aquele maldito exame médico. Eu até já o tinha superado quando o Pedro veio me lembrar durante um intervalo entre as aulas, que estava na hora de voltar para a consulta de retorno.
- Vou com você! – afirmou, com uma convicção que chegava a dar raiva.
- De jeito nenhum! Não vou passar mais uma vez por aquela humilhação toda. – respondi.
- Sozinho com aquele médico tarado, mexendo no seu cuzinho, é que você não fica! – continuou insolente.
- Antes um tarado do que dois ou três! – revidei.
Só consegui estar sozinho na consulta porque menti sobre a data agendada, ou teria o Rodrigo e o Pedro como coadjuvantes do vitupério. E foi a decisão mais acertada que pude tomar, o Dr. Nicolás me recebeu com um sorriso sacana e, durante o exame, levou o triplo do tempo examinando meu cu do que da primeira vez. Se os dois tivessem presenciado essa libertinagem, certamente armariam um barraco, uma vez que nenhum dos dois foi com a cara dele. Eu, mesmo sóbrio, não hesitaria em sentir aquele macho pulsando inteirinho dentro de mim.
Durante as semanas das provas finais, há poucos dias da formatura, o Pedro surgiu com uma novidade. O avô, que tinha falecido naquele ano, havia deixado para ele em testamento, um bocado de terras no Mato Grosso, que um dia foram uma fazenda produtiva, mas que estavam abandonadas há séculos. Como emprego para recém-formados não estavam dando sopa por aí, ele pensou em mim e no Rodrigo para montar alguma coisa por aquelas bandas.
- Todos estamos de certa forma ligados ao agronegócio, podemos empreender ao invés de ficar batalhando por um trampo que vai pagar uma miséria. – concluiu, após expor suas ideias.
- Pô, legal! Eu já andei mandando uns currículos e, nem para vendedor de adubo e defensivos obtive resposta, fora que os salários são, como você falou, uma merda. – disse o Rodrigo, entrando na dele.
- Eu estou fora! Ir morar nos cafundós onde Judas perdeu as frieiras não é para mim. Sou um cara de cidade, de movimento, de shoppings, de saídas noturnas. Ar fresco, isolamento, mato e céu estrelado são a representação do próprio inferno para mim. Tô fora! – respondi.
- Você pretende trabalhar com o quê? Cuidar de cachorrinho de madame? Tem grana para montar uma clínica veterinária? Existem milhares por aí, a concorrência não está fácil! – alertou o Pedro.
- No mato vou fazer o quê? Pisar na bosta dos estábulos e vacinar gado? – Não, muito obrigado! Vou me virar por aqui mesmo. – revidei, nem aventando a hipótese de viver numa fazenda ou numa cidadezinha esquecida pelo mundo.
- Bom! A resposta não precisa ser para já. Voltamos a esse assunto após a formatura. Vamos combinar de ir conhecer o lugar, pois eu mesmo só estive lá umas duas ou três vezes, isso quando era um garotinho. – disse o Pedro.
- Não contem comigo! Minha resposta é definitiva! – asseverei.
Eu gostaria de ser tão determinado quanto eram as minhas palavras. Algumas semanas após a formatura e os festejos de fim-de-ano, eu amargava um tédio sem precedentes diante do computador, intentando encontrar uma clínica onde aceitassem um estagiário sem prática e pagassem um salário que cobrisse ao menos o combustível que gastaria para ir até lá. As respostas pareciam ter sido combinadas – não estamos precisando de estagiários – reduzimos o quadro de funcionários, talvez numa próxima – podemos conseguir um encaixe por meio período para banho e tosa, o salário é basicamente composto pelas gorjetas, pois o fixo é pequeno – era o que eu ouvia quando entrava em contato com as clínicas. Então, a contragosto, lá estava eu rumando com aqueles dois iludidos pretenciosos para os confins do Mato Grosso, nas cercanias de um município chamado Santo Antônio do Leste, ainda decidido a não fazer parte do time.
- Não tem nada nessa porra! – exclamou o Rodrigo, caindo pela primeira vez na real, ao ver o lugar desolado onde fomos parar.
- Você deve ter se enganado! Isso aqui é pura terra selvagem! Se teve uma fazenda aqui algum dia, isso foi na época do império. – exclamei, diante daquele imenso nada que se descortinava à nossa frente.
- Eu avisei que estava tudo abandonado! – exclamou o Pedro, se eximindo de qualquer culpa.
- Abandonado é pouco! – afirmou o Rodrigo.
- Vocês são uns frouxos! Acham que ia cair tudo dos céus nas mãos de vocês? É preciso ser empreendedor para conseguir as coisas. – eu invejava aquele otimismo, mas não punha fé na capacidade do Pedro encarar aquilo.
- Para fazer o mínimo aqui você vai precisar de alguns milhões, de onde pretende tirar essa grana? Que eu saiba, nós três somos mais duros do que a pica de um noivo em lua-de-mel. – garantiu o Rodrigo.
- Podemos juntar o pouco que temos e depois fazer um financiamento agrícola, as taxas são baixas e, como já temos as terras, elas serão a nossa garantia. – na cabeça do Pedro as soluções simplistas pareciam brotar feito o capim no qual pisávamos.
- Pouco que temos? Eu não tenho porra nenhuma, a não ser o carro que meu pai me deu. – esclareci. A situação dos três era exatamente a mesma.
- Vender meu carro? Deve dar uns cinquenta paus! Os três somados, cento e cinquenta paus, isso não dá para nada! – concluiu o Rodrigo.
- Valeu a viagem, foi ótimo ter conhecido onde seu avô teve uma fazenda, mas está na hora de cair na real e voltar para a civilização. Bora pôr o pé na estrada! – exclamei.
- Acho que desta vez o Bruno tem razão! Valeu a intenção Pedro! – concordou o Rodrigo.
- Então é assim! Vão me deixar na mão? Bando de viadinhos frouxos! – exaltou-se o Pedro.
- Cara! Olhe a sua volta, já viu o tamanho da encrenca? Põe um pouco de juízo nessa cabeça oca! – sugeri.
- Oco é teu cu! – revidou zangado, por eu estar cortando o barato dele.
Voltamos alguns quilômetros até um amontoado de casas de Santo Antônio do Leste, onde havia uma pensão mais do que duvidosa para abrigar os poucos incautos que se aventuravam por aquelas bandas. O Pedro estava arrasado e eu fiquei com dó dele, ainda mais porque aquela carinha de cachorro perdido surgiu depois do meu último comentário. Sob duas lâmpadas fluorescentes, que roncavam e piscavam, engolimos o que era para ser a janta preparada pelo casal dono da pensão, uma gororoba suspeitíssima. Chuveiro quente nem sonhar, para tirar do corpo suado pelo calor insuportável a nhaca da longa viagem de dois dias. Também seria desnecessário, a água que vinha das caixas instaladas sob o telhado já descia quente. Ficamos até tarde sentados sobre as pranchas que uniam as colunas de madeira da varanda, conversando e aproveitando aquela merreca de brisa que vinha acariciar de leve as longas samambaias penduradas no teto.
- Ainda zangado comigo? – perguntei, notando que o Pedro era o mais calado de nós três, o que não fazia parte de sua personalidade.
- Acho que você tem razão, eu sonho demais, por isso acabo me fodendo. – respondeu ele tristonho.
- Fui muito insensível! Sei que estava cheio de projetos, não devia ter dito aquilo. – afirmei arrependido.
- Voltamos amanhã para casa, lamento ter trazido vocês para cá! – disse mortificado.
- Também não é para tanto! Uma vez que encaramos toda essa viagem, por que não damos umas voltas por aí amanhã, para ver se encontramos uma solução. É uma região com fazendas e talvez consigamos aqui o tal emprego que está difícil em São Paulo. – argumentei, só para melhorar o astral do Pedro, pois não tinha a menor intenção de ficar por ali. Funcionou. Ele logo voltou a expor seus planos mirabolantes, mais confiante e esperançoso.
Em meio à conversa sobre nosso futuro. O Rodrigo voltou a mencionar um assunto que eu tinha tentado enterrar, o tal retorno com o Dr. Nicolás. Não sei que raios de memória ele tinha para se lembrar de uma coisa dessas, tanto tempo depois, e naquele lugar sem nenhuma conexão com aquele episódio do que eu já considerava um passado distante.
- Estou me lembrando agora que você ficou de retornar com aquele médico tarado e que cancelou a consulta por conta dos teus compromissos com a faculdade. Ao menos foi o que você argumentou quando te proibimos de voltar lá sozinho. Quando voltarmos para São Paulo você reagenda, assim a gente te acompanha. – era algo tão fora do assunto em andamento que até o Pedro se espantou.
- É mesmo, eu até tinha me esquecido. Mas você está bem, não está? Não apareceu nenhuma complicação, não é? – acabou questionando
- Que conversa é essa agora? Coisa mais sem sentido! – retruquei exasperado.
- Preocupação com o seu bem-estar, só isso! – exclamou o Rodrigo.
- Pois eu já resolvi tudo, faz séculos! – devolvi, mentindo
- Como assim? Você foi sem nos avisar? Com aquele fode-cu assumido? Eu não acredito que você nos deu um chapéu! – questionou incomodado.
- Desde quando eu preciso de babás para ir a uma consulta médica? Pode me explicar?
- Desde que ficou espichando os olhos para cima daquele galalau, como se nunca tivesse visto um macho antes! – sentindo-se traído, ele começou a ficar agressivo.
- Verdade, Bruno. Você não escondeu daquele sujeito que seu cu estava disponível caso ele quisesse e, o cara bem soube se aproveitar quando fez aquele exame minucioso demais no teu cuzinho. – concordou o Pedro. Fiquei puto com as insinuações deles.
- Por que haveria de esconder? Ele é um tremendo de um macho, estava a fim de mim como eu dele. Deixei rolar, por isso não queria ninguém empatando o meio de campo. Estamos saindo de vez em quando desde então. – menti, pois sabia que reagiriam mal e ficariam tão putos comigo quanto eu estava com eles.
- Viado! Você só pode estar de brincadeira! Você está saindo com aquele velho? O cara deve ter, no mínimo, duas décadas mais que você! Caralho, Bruno! Tu é uma bichinha muito da safada! Eu jamais pensei que fosse uma piranha! – irritou-se o Rodrigo.
- Ele não é velho, tem 35 anos, é homem feito, e não um moleque feito vocês, é um baita de um tesão de macho com aquela covinha no queixo angulado, braços e peito peludos, e aquele olhar que deixa a gente de pernas bambas. Só de pensar me arrepio todo! – provoquei, inventando tudo aquilo.
- Caraca, Bruno! Seu viadinho infiel! Pega aqui e sente se eu sou um moleque, pega! – retrucou ofendido o Pedro, pegando na pica.
- Viado traíra, da porra! Se é de macho com cabelo no peito que tu gosta, então pode se esbaldar aqui! – revidou o Rodrigo, também ofendido. – Faço teu cu sentir o moleque aqui, tá a fim? – emendou, chacoalhando a benga dentro do short.
- Vocês são os maiores babacas que eu já conheci! Vão precisar amadurecer muito para chegarem aos pés do Nicolás! – eu estava me divertindo com o ciúmes doentio que aqueles mostravam sentir por mim.
Por alguma razão eu gostaria que fosse verdade. Eu gostava muito de ambos, sem distinção ou maior preferência por um deles. Fazia tempo que nutria uma vaga esperança de me ver envolvido com um deles, afetiva e sexualmente. Contudo, segurava minha onda, por temer que me rejeitassem. Tendo conhecido alguns gays, que me falaram de seus medos, eu sabia que eram pessoas inseguras em se tratando de relacionamentos sérios, especialmente com machos héteros, como era o caso do Rodrigo e do Pedro. O fato de ficarem brincando conosco, provocando com frases de duplo sentido, elogiando nosso corpo, declarando um pretenso tesão que nunca se sabia se era verdadeiro ou só da boca para fora, me deixava pisando em ovos. E, para não me machucar, eu fazia de conta que não tinha interesse neles. Em meu íntimo a coisa era bem diferente, além do tesão que sentia por eles, também os amava, platonicamente até então, mas amava-os muito.
A noite toda rolando de um lado para o outro sobre aqueles colchões que mais pareciam uma cama de faquir, não me deixaram conciliar o sono e, pelo visto, o dos dois também não. O Rodrigo chegou a levantar de tão incomodado que estava, andou pelo quarto sem roupa e ficava acariciando a rola enquanto perambulava irritado.
- Deita aí a aquieta o facho! Quem é que consegue dormir com você fazendo essa zorra! – protestei, atribuindo minha falta de sono àquele corpão nu rodopiando em torno da minha cama.
- Estou sem sono, cacete! O que estou precisando agora é de uma boa foda! Você bem que podia quebrar esse galho. Afinal, já me pediu isso com bastante insistência uns meses atrás. – disse ele, se sentando na beira da minha cama.
- Vaza, Rodrigo! Vaza com esse pinto indecente de perto de mim! – reclamei.
- Aposto mil Reais que sua boca está falando o contrário do teu cuzinho! Quebra essa, vai? – insistiu, passando nos meus lábios os dedos lambuzados de pré-gozo que estavam acariciando a chapeleta, me obrigando a sentir o sabor e o aroma almiscarado de seu falo.
- Pedro! Dá um jeito nesse cara! – pedi, percebendo que o Pedro também lutava contra sono e estava prestando atenção na investida do amigo.
- Se você for quebrar a dele vai ter que quebrar a minha também, vou logo avisando! Um mergulho no teu cuzinho a essa hora seria tudo de bom! – retrucou empolgado.
- Imbecis! Fui muito trouxa de aceitar essa viagem! – respondi, tentando manter a dignidade, mesmo meu cu passando por uma vontade impublicável de conhecer aquelas vergas.
Um giro descompromissado pela cidade na manhã seguinte, foi menos infrutífero do que imaginávamos. Perguntando aqui e acolá, pelo comércio do agronegócio da cidade, descobrimos que havia uma demanda por profissionais agrônomos e veterinários na região. Logo, talvez o Rodrigo e eu conseguíssemos, de imediato, oferecer nossos serviços pelas fazendas da região. Conversamos demoradamente sobre o assunto naquela noite, e decidimos que tentaríamos. Ficaríamos por mais algumas semanas e percorreríamos as fazendas tentando fazer contatos. Não havia certeza alguma, mas voltando para São Paulo, as chances eram as mesmas. Na segunda semana, o Rodrigo teve a devolutiva de um fazendeiro. Não era propriamente um emprego, mas uma consultoria temporária para a implantação de uma cultura de algodão em alguns hectares de sua propriedade que já cultivava soja. As respostas que tinha conseguido nas casas agrícolas não lhe deram a segurança da qual precisava para iniciar o novo plantio, e ele perguntou se o Rodrigo não estaria disposto a lhe oferecer uma ajuda nesse sentido.
Sincero, o Rodrigo expôs sua falta de experiência, mas deu detalhes de como tinha feito um estágio com um professor da faculdade num cultivo experimental de um cultivar de algodão. O fazendeiro topou, até porque contratar um agrônomo de fora lhe custaria muito mais. Portanto, um de nós já tinha de onde tirar sua primeira grana.
- Por que não instala uma clínica veterinária na cidade? Os criadores de gado bovino e caprino, em particular, se veem às voltas com a carência de um profissional que os atenda. A vacinação costuma ser feita por um peão treinado, mas o restante fica sem respaldo e, quando preciso, eles precisam chamar um veterinário em Paranatinga a 90 quilômetros de distância. – sugeriu um vendedor de uma das casas agrícolas da cidade com o qual conversei.
Obviamente me faltava grana para tanto, mas não custava fazer a mesma coisa que o Rodrigo, ir de fazenda em fazenda e oferecer meus préstimos. Não era meu ideal de vida, mas dadas as circunstâncias, podia ser um começo. Assim, fui o segundo a começar a ver algum dinheiro entrando na minha conta com os serviços que comecei a prestar.
Foi num domingo de sol escaldante. Havíamos acordado junto com o galo, em plena madrugada. A falta de ter o que fazer naquele fim de mundo nos obrigava a ir dormir cedo, embora nossos papos algumas vezes entrassem noite a dentro. Logo cedo recebi uma mensagem pelo Whatsapp do cara da loja de insumos e fertilizantes com o qual havia conversado quando o Rodrigo foi oferecer seus serviços. Até me recordo do bate-boca que tive com o Rodrigo ao sairmos de lá, me acusando de estar dando mole para o sujeito feito um viadinho de programa. Sei lá o que deu no cara para ele ficar se engraçando para o meu lado, mal prestando atenção na conversa do Rodrigo. Logo saquei que era do tipo garanhãozinho de subúrbio, daqueles bem safados, loucos para se dar bem dentro de qualquer buraquinho entre as pernas de alguém. A aliança que reluzia em seu dedo anelar da mão esquerda não o impediu de ficar secando minha bunda feito um cachorro diante de uma cadela no cio. Ele me lançava olhares cobiçosos achando que eu estava caindo no charminho brega que estava jogando para cima de mim, quando na verdade, eu me mantinha risonho e simpático com o único objetivo do Rodrigo cair nas graças dele e conseguir sua indicação para algum trabalho. Até porque, o bichinho era feio de doer, mal chegando a altura dos meus ombros e com uma barriga rechonchuda que positivamente não fazia o meu tipo. De qualquer forma, foi bom ele não ter me esquecido, pois me relatou que um fazendeiro da região estava tendo problemas com uma vaca que estava tentando parir desde a noite anterior e não estava conseguindo expulsar o bezerro, e me perguntou se eu poderia ajudar o fazendeiro. Ele mesmo se prontificou a me levar até a fazenda caso eu aceitasse.
- Claro! Será um prazer ajudar. Não sei se posso fazer muita coisa, pois eu disponho de pouco material comigo para fazer procedimentos mais complicados, mas posso ver o que é possível fazer. – afirmei, me prontificando a espera-lo na porta de casa.
- Sozinho é que você não vai! É o tal sujeitinho para quem o Bruno ficou se desmanchando em sorrisos, enquanto o cara tentava ver se conseguia um encontro para foder o cu dele. – mencionou o Rodrigo ao Pedro, quando revelei de quem se tratava.
- Deixa de ser tonto, Rodrigo! Já falei que fui simpático com o cara por sua causa. – protestei zangado.
- Pelo sim pelo não, eu vou com vocês! Assim tenho certeza que você não vai liberar a toba para a pica do anãozinho tarado. – afirmou o Rodrigo, me deixando ainda mais furioso.
- Panaca! Quem você pensa que eu sou, uma dessas putinhas que você vivia comendo na época da faculdade? – questionei, com ele na minha cola feito um cão de guarda.
Com a ajuda do capataz da fazenda e um peão, conseguimos tirar o bezerro. Porém, durante a extração, o útero da vaca prolapsou e foi preciso recoloca-lo cuidadosamente na posição para evitar complicações e a morte do animal. Foram mais de cinco horas de labuta, até eu ter confiança suficiente para deixar a vaca em segurança. Avisei dos problemas que podiam advir, deixei prescritos medicamentos e fiz uma série de recomendações ao fazendeiro, inclusive que me acionasse caso surgissem problemas. Ao final, além dos cumprimentos e agradecimentos pela ajuda, ele me perguntou se eu não poderia dar um trato geral em todo o rebanho, pois fazia tempo que não era examinado mais pormenorizadamente. Feito um rastilho de pólvora, o episódio se espalhou pelas fazendas da região. Fiquei conhecido como o molecão veterinário e, depois de alguns meses e, tendo atendido outros fazendeiros, rodava de boca em boca de fazendeiros, capatazes e peões a alcunha de ‘o molecão da bunda de tanajura’, apelido que me rendia os mais descarados e impudicos olhares quando ia fazer um atendimento.
- Vocês ao menos se arrumaram. Eu continuo a ver navios. – queixou-se o Pedro, justamente o mais afoito e impaciente dos três.
- Logo, logo aparece um trampo para você também. Tenha calma! – consolei-o.
- Enquanto não aparece alguma coisa, você podia ir vendo o que é possível fazer nas terras do seu avô. – sugeriu o Rodrigo
- O mesmo que os outros fazendeiros fazem, cultivo de soja, milho e algodão, ou a criação de gado. Acho que talvez dê para conciliar as duas coisas, sei lá. O agrônomo aqui é você, o que me diz? – devolveu o Pedro.
- De início, acho melhor focar numa única coisa, ou criação de gado ou cultivo de commodities. Somos totalmente leigos no assunto, portanto, é bom não nos perdermos em devaneios. – respondeu o Rodrigo.
O Pedro saiu atrás de financiamento, obteve informações de como se candidatar e quais requisitos precisavam ser preenchidos. A garantia das terras facilitou a contratação. Como o Pedro queria que fossemos sócios na empreitada, transferiu parte das terras para o nome de cada um de nós, o que possibilitava conseguir financiamentos mais vantajosos e seguros, caso alguma coisa não corresse como o planejado.
- Você não pode simplesmente doar parte das terras para nós dois, nem somos seus parentes! – afirmei categórico, quando me recusei a aceitar sua proposta.
- Somos amigos, não vejo problema algum. Sozinho não vou conseguir fazer nada. É por isso que eu os trouxe comigo. – respondeu ele.
- Você pode vender as terras se não quiser trabalhar nelas, é o legado do seu avô! – insisti
- Posso estar querendo me casar com você, seriamos sócios da mesma maneira, e eu ainda teria o direito de comer seu cuzinho todas as noites! – revidou com um risinho debochado na cara safada.
- Pronto! Já descambou para a ignorância! Quem é que vai te levar a sério, Pedro? Conta para mim! Você só fala besteira, quando o assunto é sério. – devolvi inconformado.
- As duas já estão discutindo outra vez? Não admira se isso acabar em casamento! Do jeito que vocês brigam até parecem um casal mesmo. – intrometeu-se o Rodrigo.
- Cala a boca, Rodrigo! – exclamamos o Pedro e eu em uníssono, fazendo o Rodrigo cair na gargalhada.
- Até para dar um esporro as duas fazem dueto! – ironizou.
Conseguimos alugar uma casinha modesta a alguns quarteirões do centro. Isso nos permitia chegar às fazendas por aquelas estradas de terra batida e, ao mesmo tempo, estar próximos de um mínimo de civilização. Com uma boa ajeitada, ela ficou habitável e confortável, suficiente para nossas novas vidas.
Quanto a questão das terras do avô do Pedro, a coisa continuava um pouco embaçada. A papelada no cartório e o financiamento patinavam numa lesmeira sem tamanho. Como o plantio de uma nova safra de soja estava se iniciando, o Pedro resolveu arrendar algumas centenas de hectares para o fazendeiro vizinho, que queria expandir o seu plantio e já não dispunha de espaço. Foi uma decisão mais do acertada, uma vez que isso rendeu uma boa grana ao final da colheita, permitindo que fossem adquiridas algumas máquinas e, na safrinha de milho que se seguiu, o Pedro pudesse bancar o plantio de alguns hectares próprios, enquanto arrendava novamente os que tinham sido ocupados pela soja. A felicidade do Pedro ao ver que as coisas também estavam tomando um rumo para ele, era o que me deixava mais feliz.
Com as coisas se engrenando, comecei a perceber que não só estava envolvido até o pescoço naquela empreitada da qual a princípio eu não queria participar, como me dei conta de que meu futuro talvez estivesse mesmo naquele lugar, junto com aqueles dois que dia-a-dia, convivendo os mesmos dilemas e preocupações, se tornaram as pessoas mais importantes da minha vida. Não dava para negar que eu os amava. Eu os amava como homens, mais do que amigos. Meu tesão pelos dois crescia a cada obstáculo superado, a cada nova dificuldade que enfrentávamos encarando com otimismo e determinação até vê-la solucionada.
Eu cheguei tarde naquela noite, o Rodrigo e o Pedro já haviam jantado, desistindo de esperar por mim, e começavam a se preocupar com o meu atraso. Tinha sido uma tarde trabalhosa numa fazenda acompanhando a desinfecção de carrapatos do rebanho leiteiro. Ao sair do banho eu ainda sentia o cheiro de curral impregnado no corpo, algo que eu meses atrás não admitiria nem em pensamento.
- Olha no que vocês me reduziram! Não há banho que tire esse fedor de curral da minha pele! Eu só podia estar maluco quando concordei em vir com vocês para esse fim de mundo. – lamentei-me, com o corpo exaurido pelo dia estafante, e a esperança de voltar a viver numa cidade grande cada dia mais distante.
- Para mim você está tão ou mais gostoso do que sempre! Essa pele branquinha nem de longe cheira a estábulo, isso é imaginação sua. Só de sentir a maciez e o perfume dela fico de pau duro. – retrucou o Pedro, me abraçando e fungando no meu cangote, onde audaciosamente ia colocando alguns beijos devassos.
- Segura sua onda! Estou quebrado demais para ainda ter que aguentar você esfregando esse bagulho indecente na minha bunda. – protestei, mas ele não me largou, e nem eu queria que o fizesse. De uns tempos para cá, eu já havia incorporado a ideia de me entregar aos dois, de sentir seus cacetões pulsando dentro do meu cu, de sussurrar que eram meus machos enquanto estavam me comendo.
- Que tal deixar esse bagulho regenerar suas forças? Você não conhece os milagres que ele é capaz de fazer numa bundinha tesuda como a sua. – ronronou libidinoso e cheio de tesão, ao mesmo tempo em que enfiava a mão debaixo da toalha amarrada a minha cintura e me bolinava selvagemente as nádegas.
Com aquela pica formando uma saliência gigantesca dentro do short, o peitoral peludo nu, aquela barba feita na manhã do dia anterior lixando a pele do meu pescoço e aqueles lábios vermelhos e úmidos pedindo por um beijo de rendição, eu senti meu cuzinho se revolvendo em espasmos de puro tesão.
- Ai Pedro! Isso está indo longe demais! – balbuciei, desejando que suas mãos se apossassem de todo o meu corpo.
- Está mais do que na hora de você se entregar para mim. Eu te gosto, Bruno! Te gosto como nunca gostei de alguém antes! – continuou sussurrando excitado junto à minha orelha, que ele lambia e mordiscava me fazendo estremecer da cabeça aos pés.
- Ninguém me avisa que está rolando uma sessãozinha pornô por aqui! – exclamou o Rodrigo quando nos viu naquele agarramento lascivo.
- Acredita que ele estava reclamando que tinha a pele fedendo a estábulo! Essa pele lisinha rescindindo a virgindade, tem tudo, menos cheiro de estábulo. – sentenciou o Pedro para o amigo e comparsa naquele sentimento libidinoso que ambos declaradamente sentiam por mim.
- Está mais do que na hora de mostrarmos ao nosso machinho de pinto pequeno e bunda tesuda o quanto ele mexe com a nossa libido e o nosso desejo de nos apossarmos desse cuzinho. – murmurou o Rodrigo, juntando-se a nós e também enfiando sua mão cobiçosa numa das minhas nádegas. Meu pau começou a endurecer, e eu sentia o tesão fluindo quente e assanhado naqueles dois corpões que me enlaçavam.
- Não tenho pinto pequeno! Ninguém com dezoito centímetros de pau pode ser considerado como tendo pinto pequeno. É bem normal! Vocês dois é que tem pintos de jegue. Verdadeiras aberrações, seus tarados! – retruquei, sentindo nas minhas coxas nuas, após terem me tirado a toalha da cintura, as duas vergas sólidas crescendo com aquele roçar depravado. Ambos riram, orgulhosos por eu ter ressaltado o tamanho de suas rolas.
- Podem doer e te machucar um pouco no começo, mas garanto que você vai gostar de senti-las entaladas na tua rosquinha. – asseverou o Rodrigo.
- Pena que perdemos a chance de deflorar essa rosquinha naquele dia em que você ficou se vendendo durante o pileque, e aquele crápula do médico acabou tendo esse gostinho. – sentenciou o Pedro. Até então, eles continuavam pensando que eu o Nicolás transamos, como eu falsamente os fiz acreditar para provocar ciúmes neles e para fazê-los parar de me aporrinhar com essa questão.
- Ele nunca nem chegou perto, se vocês quiserem saber! – revelei
- Como assim? Você disse que estava saindo com ele e que vocês estavam tendo um caso. – retrucou surpreso o Pedro.
- Pois é, eu disse! Vocês não paravam de encher o meu saco!
- Então isso quer dizer que você é ...., caralho! Você é virgem, Bruno? Virgenzinho como veio ao mundo? – o Rodrigo sorria feito um bobalhão, tão lindo e entusiasmado que eu não resisti e tomei seu rosto nas mãos e o beijei. Um beijo de entrega, um beijo que expressava todo o meu afeto por ele.
- É verdade isso, Bruno? Você nunca deu o ...! Ninguém entrou aí ainda? – gaguejava empolgado o Pedro.
- Ninguém! – exclamei, lançando um olhar cheio de tesão na direção daqueles olhos encantadores.
Beijando sequencialmente um após o outro, o tesão começando a fervilhar em nossos corpos, os cacetões sem espaço dentro dos shorts, a minha bunda sendo apalpada e amassada com volúpia desenfreada como se fosse um espaço público, iam nos levando a um caminho sem volta. Toda a força do que eu sentia pelos dois era expressa em carícias, afagos, beijos úmidos e tórridos que eu compartilhava com ambos, sem uma preferência por um ou por outro. Ambos eram meus, ambos eram amados com a mesma intensidade, a ambos eu queria chamar de ‘meu macho’. De onde vinha essa luxúria, esse sacrilégio, essa devassidão carnal eu não saberia explicar. Talvez ela fosse sendo construída aos poucos, nos meandros daquele coleguismo dos tempos de faculdade que foi se transformando numa amizade sem precedentes e agora, se escrachava como um amor inusitado, diferente, exótico. Porém, sincero e verdadeiro, cobrando a chance de ser vivido em sua plenitude.
Eu segurava uma rola em cada mão, agachado na altura daquelas virilhas pentelhudas e másculas, colocando a do Rodrigo na boca, lambendo-a, sentindo o aroma viril que exalava, palpando o latejar impulsivo que a enrijecia e a fazia verter o sumo translúcido da excitação. O Rodrigo grunhia em êxtase, impaciente, desejoso de aquela boca aveludada o presentear com o prazer da sucção carinhosa que o levava a prender minha cabeça entre as mãos e socar sua jeba na minha garganta. Quando ele me soltou permitindo que eu retomasse a respiração, eu me voltei para o Pedro, cujo cacete chegava a vibrar como as cordas de um violão de tão duro. Seu olhar suplicava pela minha boca, desejando o mesmo carinho que eu acabara de fazer no Rodrigo. Comecei a passar a língua molhada lenta e vagarosamente sobre os pelos abaixo do umbigo dele. Um sonoro e erótico urro emergiu rouco de sua garganta. Propositalmente, mantinha meus lábios a curta distância da pica, só permitindo que minha bochecha resvalasse nela de vez em quando. Exatamente nesses breves instantes, o Pedro grunhia mais alto e mais concupiscente, expressando todo o tesão que aquilo lhe provocava. Ergui meu olhar na direção dele, sabendo que o estava torturando com aquela proximidade devassa, que me permitia sentir o cheiro almiscarado de sua rola. Ainda o encarando, dirigi minhas lambidas até a glande estufada e úmida, ele soltou um lascivo – CACETA, BRUNO! QUER ACABAR COMIGO? – Os dois sacões peludos balançavam bem diante dos meus olhos, me deixando maluco de tanto tesão. As pontas dos meus dedos os massageavam também em turnos, sentindo os bagos pesados e carregados deslizando dentro deles.
- Chupa as minhas bolas, meu tesudinho, chupa! – ronronou o Pedro, quando eu abocanhava seu saco peludo e o acariciava com a língua afogueada. – Caralho, Bruno! Que tesão da porra!
Ambos tinham um sacão digno de touros, o do Pedro ligeiramente mais volumoso e pendendo mais longo, o do Rodrigo bem globoso, pesado, com testículos maiores e mais consistentes. Enquanto os chupava, eu só conseguia pensar na porra que eram capazes de produzir, no sabor que essa porra havia de ter, no desejo de senti-las umedecendo minhas entranhas após o coito, no valor inestimável que elas tinham para mim, por terem sido ejaculadas pelos dois homens que eu mais amava nesse mundo. Uma dádiva do amor que eu sabia eles sentirem por mim.
Eles perderam aquele freio moral que até então os mantinha comportados dentro dos limites de uma amizade, e passaram a vasculhar meu rego apertado sem o menor pudor, acariciando lascivamente os glúteos musculosos e rijos, apartando-os para que suas mãos alcançassem meu cuzinho.
- Sente só esse tesão de cuzinho, Rodrigo! Puta merda que rabão gostoso! Dá para sentir o olhinho úmido piscando. Caralho, que tesão da porra! – alardeava o Pedro, movendo seu dedo depravado sobre minha rosquinha anal. Eu gemia feito uma vadia de tão excitado com aquele olhar cobiçoso fixo em mim.
- Caralho, Pedro! Fomos uns otários de não ter pego o Bruno antes, naquele dia em que ele estava louco para dar o rabo. – devolveu o Rodrigo, antes de partir com sua mão devassa para cima das minhas pregas anais. – E esse cuzinho piscando alucinadamente, o que é Bruno? Tudo isso é vontade de dar o cu, é? É vontade de sentir as nossas rolas, é? – me perguntava o sacripantas, sabendo as respostas, mas querendo que eu as verbalizasse para tornar tudo mais promíscuo.
- Não estou aguentando mais! Vocês são dois carrascos, sabiam? Me comam, me fodam, mas não me torturem mais! – supliquei, sentindo contrações e espasmos involuntários por todo o corpo.
- Qual dos dois você quer que te descabace, sua virgenzinha safada? – questionou o Pedro.
- Não sei! Sou louco por vocês dois! Amo os dois! Quero os dois! – gemi em meio aos sussurros.
- Quem diria que o certinho tímido um dia pronunciaria essas palavras, hein, Pedro!
- E sem estar de pileque! – emendou o Pedro. – E aí, como vai ser? Na melhor de três no par ou ímpar, que tal? O vencedor manda o cacete para dentro desse cuzinho primeiro! – eu não conseguia acreditar naquilo, dois machos tirando no par ou ímpar a chance de me enrabar e eu completamente de acordo com aquela insanidade. Nem eu mesmo me reconhecia.
O Rodrigo ganhou. Ao se ver vencedor, me lançou um sorriso que jamais vou esquecer. Além do tesão que carregava, o sorriso era doce e amoroso, tão intenso que sem o perceber, ele balbuciou meu nome. Como eu estava parcialmente deitado sobre a cama, um de cada lado ajoelhado próximo à minha cabeça; pois quando a coisa entre nós começou a pegar fogo com as minhas mamadas generosas nas rolas eles haviam me trazido para o quarto já prevendo que a suruba ia rolar solta, eu abri minhas pernas assim que o Rodrigo partiu para cima de mim. Segurando minhas pernas no ar, ele enfiou o indicador no meu cuzinho. Eu gemi e me contorci. O dedo entrava e saia, devasso, safado, abusivo me fazendo pedir mais e mais através dos gemidos que mais se pareciam com os longos miados de uma gata propalando o cio. Quando ele começou a me lamber a rosquinha eu cheguei a soltar um gritinho. Era tanto tesão no cu que eu mal podia acreditar que naquele lugar alguém pudesse sentir tanto prazer. Enquanto isso, o Pedro pincelava a pica babona na minha cara, me fazendo inalar seu cheiro de macho. Depois de um tempo me lambendo as pregas, o Rodrigo colocou minhas pernas sobre seus ombros, se posicionou com a pica em riste na mão na portinha do meu cu e, fixou seu olhar no meu, como que pedindo minha autorização e minha cumplicidade para o que estava prestes a perpetrar.
- Ai Rodrigo! – ronronei, abrindo um sorriso permissivo.
Ele já contava que não seria na primeira tentativa que conseguiria enfiar aquela cabeçorra naquela fendinha estreita, mesmo sua pica vertendo todo aquele pré-gozo para lubrifica-la. A iminência de ser arrombado me fez soltar outro gritinho apreensivo e temeroso. A segunda tentativa foi mais enérgica, chegou a distender bastante a rosquinha, mas escapou quando eu involuntariamente travei o cu. O Rodrigo e o Pedro se entreolharam, o que me fez sentir um calafrio percorrendo a espinha. Qual o significado dessa troca conivente de olhares? Eu me voltei para o Pedro e o encarei, tentando encontrar uma resposta. Porém, imediatamente me voltei para o Rodrigo e gritei, pois ele se aproveitou da minha distração e meteu o caralhão no meu cuzinho com um impulso brusco. Por uns instantes mal consegui respirar. Meu cuzinho doía tanto que, não fosse o Rodrigo estar me encarando com aqueles olhos expressivos cheios de desejo e tesão, eu quase cheguei a pedir para ele tirar aquela pica do meu cu.
- Ai, ai, espera! Não me machuca, Rodrigo, por favor! – implorei, espalmando minhas mãos sobre suas coxas peludas e as empurrando para longe do meu rabo exposto.
- Não vou te machucar, Bruno! Não precisa ter medo, vou ser bem gentil e cuidadoso, prometo! – a voz dele tão mansa e arfando para controlar o tesão me fez ceder, relaxar a travada de esfíncteres e deixar que o novo impulso dele fizesse o caralhão deslizar mais profundamente em mim.
- Cazzo, Bruno! Puta rabinho apertado do caralho! – grunhiu ele, sorrindo e sentindo o prazer se espalhando por todo seu corpo. – Prometi não te machucar, mas estou vendo que vai ser impossível cumprir minha palavra. – emendou, enfiando mais outro tanto daquela jeba imensa em mim.
- Como assim? Por quê? Você prometeu! – devolvi apavorado, imaginando que aquela dor que dilacerava minhas entranhas podia chegar a um extremo no qual eu não a suportaria.
- Sssshhh! Não precisa ficar assim, calma. É que eu não imaginei que você fosse tão estreito. – sentenciou ele, o que só serviu para deixar o Pedro quase louco de tanto tesão. – Caralho, cara! O Bruno é apertado para cacete, meu! – acrescentou, voltando-se para o amigo ao notar o efeito de suas palavras na devassidão com a qual este socava a pica na minha garganta.
Eu gemi em agonia por uns quinze minutos antes de perceber que aquela dor pungente estava sendo substituída pelo mais intenso prazer que eu já havia sentido. Aquele homem gostoso, viril, cujo cheiro de sua pele era suficiente para me levar aos mais sublimes sonhos e pensamentos, se movia e pulsava entalado no meu cu. Se eu já gostava dele antes, agora me sentia apaixonado por ele e por tudo o que ele representava na minha vida. O vaivém da caceta esfolando minhas pregas tinha me anestesiado, eu só conseguia sentir a plenitude daquele macho latejando em mim, se apossando do que eu tinha de mais íntimo. Eu me entregava a ele de corpo e alma sem o menor receio de ser feliz. O sumo aquoso do Pedro só aumentava e, ao se misturar com a minha saliva, enchia minha boca temperando meu afeto por ele. Não havia uma só parte do meu corpo que não estivesse tomada pelo prazer. Cada um dos meus sentidos estava aguçado e, o menor toque na minha pele provocava uma descarga de adrenalina incontrolável. Tudo era tão intenso que ao pressentir as minhas energias se concentrando na virilha, sabia que o gozo estava a caminho, e que eu precisava liberá-lo ou acabaria sucumbindo. Levei minhas mãos até o pau que sacolejava a cada estocada vigorosa que o Rodrigo me dava e, ao tocá-lo, comecei a ejacular. Aquela sensação libertadora quase me fez chorar, eu nunca senti tamanha felicidade concentrada num único momento.
- Isso goza, Bruninho, goza para os teus machos, goza! Você é um tesudo moleque! Vai ser nossa femeazinha de hoje em diante! – rosnou o Pedro que, ao me ver gozar e o Rodrigo a me foder naquela devassidão, ejaculou sua porra na minha boca.
Parte do primeiro jato atingiu meu rosto, antes do Pedro redirecionar a pica e ejacular os outros diretamente na minha boca. Eu os engolia na sofreguidão em que eram ejaculados, não desperdiçando nenhuma gota daquele creme morno e pegajoso. O Pedro grunhia e urrava com o olhar fixo na desenvoltura da minha boca mamando seu esperma.
- Porra Bruno! Você está tomando minha porra! Desse jeito você me mata antes de eu comer teu cuzinho, caralho! – gemeu ele em êxtase.
O Rodrigo, com aquilo tudo, havia acelerado tanto o ritmo do vaivém que eu pensei que fosse arrancar meu cu para fora. As estocadas machucavam e doíam, socavam minha próstata contra o púbis e me faziam ganir tresloucado.
- Vou te encher de porra, viadinho! – rosnou ele, soltando o ar entre os dentes, enquanto gotas de seu suor pingavam sobre mim.
Minutos depois, ele cumpriu sua promessa, gozando no meu cuzinho e encharcando-o com seu néctar másculo e viscoso. Eu ergui meus braços na direção dele e ele se inclinou sobre mim. Envolvi-o carinhosamente, balbuciei seu nome em seu ouvido e comecei a cobri-lo de beijos. Ele me apertava contra o peito e me retribuía os beijos consumando a posse. Ele me compartilharia com o Pedro, mas aquele coito fez de mim parte dele, sentia-se meu dono, nada nem ninguém mudaria isso. Estava imutavelmente escrito em nossos destinos.
- Eu te amo! – murmurei, afagando sua nuca na altura da implantação dos cabelos enquanto o caralhão dele amolecia sem pressa envolto na minha mucosa anal morna e úmida.
Eu não saberia dizer se os dois me amavam com a mesma intensidade que eu os amava. Talvez aquele primeiro sexo entre nós, para eles, não significasse mais do que uma simples transa para se divertirem com o meu rabo cobiçado. No entanto, para mim era aquele grito, aquele sentimento profundo que eu guardava há anos no peito, e que não conseguia mais segurar. Eles precisavam saber que eu os amava, mesmo que não estivessem dispostos a retribuir esse sentimento, mesmo que me vissem apenas como um viado querendo macho.
Eu podia estar enganado. A atitude que o Pedro tomou em seguida me levou a pensar assim. Ao tirar a pica do meu cuzinho, o Rodrigo assumiu que tinha me machucado sem querer. Apesar de eu ter me virado de bruços, ele manteve minhas pernas apartadas deixando a rosquinha dilacerada exposta. À medida que ela se fechava, um pouco de sua porra aflorou entre as pregas que sangravam.
- Me mete! – pedi, direcionando meu olhar terno para o Pedro, pois sabia que ele queria me foder, mas hesitava diante do estrago deixado no meu cu pelo Rodrigo.
- Não me pede uma coisa dessas com esse olhar, Bruno! Vou te machucar ainda mais e você não merece isso. – devolveu ele, não conseguindo esconder a excitação que meu cuzinho lanhado lhe provocava.
- Mesmo que me machuque, quero te sentir dentro de mim. Não me negue esse pedido, Pedro! – retruquei.
- Ah, Bruno, seu tesudinho! Eu só queria saber o que foi que deu em você hoje para se entregar todo para nós. – questionou ele.
- Quero que saibam que eu os amo, os amo muito! Aos dois! – respondi. O Pedro havia chegado ao limite de seu autocontrole.
Eu só me virei um pouco para ver ele vindo com aquele caralhão novamente duro e balançando sensualmente junto com o sacão para cima da minha bunda, que eu mantinha empinada e franqueava à sua sanha. Meu grito, por mais que tentei me conter, ecoou sonoro pelo quarto quando a pica trespassou meus esfíncteres, dilacerando-os mais uma vez.
- Pega leve, Pedro, pelo amor de Deus, pega leve! – gani desesperado, ao sentir minha carne se rasgando.
- Teimosinho do caralho! Eu não te avisei que ia te machucar? Você tinha razão, Rodrigo, a fendinha dele é tão estreita que não tem como meter nela sem arregaçar esse cuzinho.
- Isso porque eu acabei de a lacear! Imagina quando enfiei meu pau no cuzinho virgem! Por mais que se queira, não tem como não arrebentar umas pregas. – sentenciou o Rodrigo.
- Vocês precisam ser tão explícitos! Estou me sentindo uma aberração. – declarei entre gemidos.
- Você só é deliciosamente apertadinho, Bruno! Jamais uma aberração! – afirmou o Pedro, que continuava enfiando sua verga colossal zelosamente para as profundezas do meu rabo.
Entalado no meu cu até o talo, o sacão batendo no meu rego a cada estocada, como se estivesse marcando a cadência do coito, o Pedro me devorava agarrando-se ao meu tronco, chupando e mordiscando meu cangote, apertando os biquinhos enrijecidos das minhas tetas entre os dedos até me ouvir ganir. Eu parecia levitar na onda de prazer que tomava meu corpo, sentindo aquele macho se perdendo no tesão que eu instigava nele. Essa é a minha natureza, concluí imerso na mais pura felicidade. Me entregar a um macho já não era só mais uma fantasia, um devaneio que habitava meus sonhos. Aquela mescla de dor e prazer que estava sentindo havia trazido esse sonho para a realidade. Mais uma vez o reboliço que fazia meu corpo todo tremer, meus hormônios se espalharem pelas veias, estava me conduzindo ao gozo. Somava-se a isso o roçar do meu pinto contra o lençol até ele recomeçar a ejacular.
- Ai, Pedro! – gemi, expressando meu prazer.
- Está gozando outra vez, tesudinho, está? É por que teu macho está te deixando maluco, não é? – grunhiu ele na minha orelha.
- Amo você, Pedro! – respondi sincero. Ele me apertou com mais força, me estocou com mais determinação, e gozou no meu cu, profusa e deliberadamente.
- Cazzo, como é bom esporrar nesse cuzinho! – rosnou ele, dando a saber ao comparsa daquele vilipendio, que me fazia chupar sua rola, que eu o havia levado mais uma vez ao clímax.
Continuei mamando e sugando o cacete do Rodrigo, acariciava delicadamente seus testículos, até sentir que o sacão começava a se enrugar, que sua pelve se retesava, que sua virilha era tomada de contrações e, que ele começava a encher minha boca com seu sêmen saboroso. Nós três nos entreolhávamos em êxtase, sem ainda compreender plenamente o que tinha acontecido, o que nos levou àquela libertinagem compartilhada. Os sorrisos estampados em nossos semblantes eram a única certeza de que havíamos tido um momento mágico e único, que estávamos ligados um ao outro como jamais estivemos antes, e que essa união precisava ser mantida e alimentada, pois nossa felicidade individual dependia disso.
No campo profissional as coisas também foram se ajeitando. O Rodrigo estava tão envolvido em seu trabalho dando assistência às fazendas da região e prestando consultoria para a cooperativa local que muitas vezes chegava em casa nos finais de tarde ou início de noite tão cansado que tinha até preguiça para se alimentar. Eu costumava ir até ele nessas ocasiões, assim que ele saia do banho, e o pegava para uma sessão de massagem. Enquanto minhas mãos deslizavam e apalpavam os músculos tensos de seus ombros e costas, não raro ele acabava caindo no sono, não sem antes bocejar um – te adoro, você é meu tesão e meu amor – quando apagava de vez sem sentir o beijo carinhoso que eu colocava em seus ombros. O fato de o Pedro ter demorado a encontrar um trabalho, enquanto nós estávamos cheios de atividades, deixou-o ranzinza por alguns meses. Sem paciência e inconformado de ainda não estar ocupado com alguma coisa produtiva, ele se magoava ou se zangava por qualquer bobagem. Quando finalmente surgiu um trabalho, a implantação de um grande projeto de irrigação na maior fazenda da região, ele se transformou completamente. Já acordava assobiando, fazia graça de tudo, virou um piadista que nos fazia rir muitas vezes não das piadas, mas da maneira e dos trejeitos que fazia ao conta-las. A papelada para regularizar as terras entre nós três também fora concluída e o primeiro empréstimo para a implantação dos primeiros hectares próprios de soja foi liberado pelo banco. À medida que os brotos verdejantes emergiam do solo, ele se enchia de esperanças enquanto sua mente fervilhava com novos projetos. O Pedro também era o que mais demandava minha atenção. Nos momentos de folga, em casa, minhas mãos precisavam sempre estar em contato com o corpo dele. Era um afago manhoso que ele vinha exigir ao deitar a cabeça no meu colo, era o caminhar dos meus dedos indicador e médio sobre os pelos que forravam seu peitoral musculoso, era a mão que ele colocava sobre a minha e a levava para dentro da sua virilha, onde a abandonava para que eu continuasse sozinho a acariciar seus testículos e seu membro que logo crescia entre meus dedos lambuzando-os com o sumo de sua excitação, tudo para que ele sentisse que meu amor por ele era tão intenso quanto do dele por mim. Minha fama pela região também cresceu, a ponto de eu precisar me instalar numa das casas da cidade e montar uma clínica onde pudesse atender a clientela que precisava de cuidados para seus pequenos animais. Os de grande porte eu continuava a atender nas próprias fazendas, levando comigo um arsenal montado numa picape e um auxiliar que precisei contratar para dar conta da demanda.
Os primeiros cinco anos foram os mais difíceis, tanto no campo profissional, até que tudo se consolidasse, quanto no amoroso, até aquele arranjo entre nós três poder ser chamado de um trisal em harmonia. Fora os episódios isolados de ciúmes que os dois sentiam em relação a qualquer outro macho que se aproximasse de mim, o que não era tão raro quanto eu imaginava para aquele lugar perdido no nada, eles resolveram me disputar com a intenção de descobrir a qual dos dois eu amava mais. Com os estranhos atrevidos e enrustidos eu lidava sem grandes dificuldades, mesmo havendo alguns caras casados botando as manguinhas, e outras coisas bem mais impudicas, de fora só para conseguir minha atenção. De tão afastada de qualquer diversão, a cidadezinha não dispunha nem de um bordel. As putas que havia estavam disfarçadas no seio daquelas famílias que pareciam estar acima de qualquer suspeita. Com a minha chegada, abriu-se uma nova perspectiva, um gay discreto com cara e jeito de homem que, no entanto, tinha um corpo e um rosto sedutores, capazes de virar as cabeças daqueles machos carentes de diversão e sexo arrojado, uma vez que em seus lares rolava o monótono papai-mamãe com finalidade reprodutora. O conservadorismo tanto religioso quanto moral daquela gente dava poucas oportunidades para aqueles homens experimentarem todas as nuances do sexo, e minha bunda carnuda aliada aquele sorriso franco e sempre generoso, poluía as mentes deles de pensamentos libidinosos. Uma fonte inesgotável de ciúmes infundados para o Rodrigo e para o Pedro, que vivam me aporrinhando por eu ter dado um sorriso gentil demais para fulano, palavras meigas demais para cicrano, olhado demais para beltrano e por aí vai. Mesmo entre os dois, rolava um ciúme inconfesso. Uma hora era porque eu tinha dado dois beijos num e só um no outro, depois era porque eu tinha ficado mais tempo com o pau de um entalado no meu cuzinho do que do outro, em seguida era porque eu dava mais atenção ao que um dizia em detrimento do outro, tudo tão meticulosamente observado só para descobrir se eu demonstrava uma preferência entre eles, o que nunca conseguiram concluir, pois eu cuidava e cultivava o amor de ambos com a mesma intensidade. Para chamar a minha atenção, o Pedro teve uma fase difícil de lidar. Tudo o que eu fazia era motivo para ele me jogar na cara que eu amava mais o Rodrigo do que a ele. Acabávamos discutindo por bobagens e ele ficava semanas de cara amarrada, até eu precisar me valer de muita sutileza, paciência e sedução às custas de coitos muitas vezes abrutalhados para que tudo voltasse ao normal. Quando o céu estava para brigadeiro com um, não demorava para o outro começar a dar problema. O Rodrigo era extremamente possessivo, não escondia nem disfarçava esse seu defeito de personalidade. Se o Pedro tinha me enrabado, ele precisava e exigia o seu direito de fazer o mesmo logo na sequência. Eu sentia que meu cu era um território a ser disputado, se um tinha esporrado nele demarcando-o, o outro se via no direito de fazer o mesmo. Resultado, havia dias em que eu seguia para o trabalho cambaleando, sem conseguir me sentar, mal conseguindo dar uns passos de tão arregaçado e machucado que aqueles dois caralhões deixavam meu cuzinho.
O tempo é realmente o aliado para as questões difíceis da vida. Os anos passavam e aquelas terras abandonadas pelo avô do Pedro tinham novamente a cara de uma fazenda produtiva. Até uma bela casa havíamos construído numa colina de onde se avistava a planície até perder de vista e, onde o sol se punha, por volta das 20:00 horas no verão, na forma de uma bola amarelo-alaranjada que mergulhava no horizonte, enquanto bandos de araras, papagaios, garças e tuiuiús cruzavam os céus rumo aos abrigos onde passavam a noite. A minha relação com o Pedro e o Rodrigo individualmente tinha a forma de um casamento, éramos um casal. Quando eu me referia a eles como meu marido, eles se enchiam de felicidade, enfunavam aqueles peitorais feito pavões exibindo sua condição de macho dominante. Entre eles o relacionamento já tinha outra conformação, era um amor mais do que fraternal, era um amor forte, sem envolvimento sexual, era um amor tão intenso e verdadeiro que chegava a aceitar que o outro me possuísse da maneira mais carnal e devassa, sem que isso abalasse a relação deles. Ambos haviam chegado à conclusão que o amor que eu sentia por eles não tinha diferença, era verdadeiro e tinha a mesma intensidade e desvelo. Ambos se sentiam não só meus machos, como meus maridos. Só alguém de fora não contava com aquela condescendência, com aquele privilégio de me abordar, de me seduzir e me foder conforme ditavam as necessidades daqueles seus corpões insaciáveis. Nunca foi alguma coisa que tivéssemos planejado conscientemente, foi acontecendo com o tempo, com aquela superação de problemas sempre enfrentados juntos, com aquele amor que permeava tudo e que se consolidou sem que percebêssemos. Só nos demos conta dele e da proporção que tinha, quando já nos amávamos perdidamente. Era um arranjo fora dos padrões, era. Era uma união incompreendida pela sociedade, era. Era o que nos trazia felicidade e nos realizava enquanto pessoas, era. E, isso foi o que nos levou a vive-lo sem contestações, sem reservas. O mundo à nossa volta tinha pouca ou nenhuma importância naquilo que sentíamos. Prestamos contas apenas às nossas famílias que, curiosas com o fato de nós três vivermos sob o mesmo teto e compartilharmos tanta coisa em comum sem nunca surgir uma mulher naquele relacionamento, se mostravam inconformadas. As reações foram as mais variadas, de uma objeção de alguns, à total perplexidade dos outros, até que começaram a aceitar que o inevitável já estava mais do que sacramentado e nos fazia felizes daquele jeito.
Durante esses primeiros anos, houve apenas um episódio que colocou nosso relacionamento como um trisal em xeque. Precisamos contratar um capataz para ajudar na lida com os peões e com as primeiras centenas de cabeças de gado que perambulavam pelos pastos, pois já não estávamos mais dando conta de tudo sozinhos. A indicação foi dada ao Pedro por um associado da cooperativa, tratava-se de um cara na faixa dos trinta anos, com a esposa grávida e uma filhinha de dois anos, que contava com uma boa experiência adquirida desde a infância vivendo em fazendas de criação de gado. Acabei sendo eu a ter mais contato com ele no dia-a-dia da lida com o gado, pois além das vacinações, vermifugações e do manejo das vacas parturientes, era o que tinha ficado incumbido de cuidar dessa parte do negócio. Para ser sincero, eu estranhei desde o princípio a maneira como ele me olhava. Sempre achei que aquela amizade que ele tinha com o sujeito da casa agropecuária, que me indicou para o meu primeiro atendimento ao chegarmos à região, tinha algo a ver com aquele olhar de cobiça que ele me lançava sem o menor pudor. Não tínhamos revelado a ninguém por aquelas paragens que o Pedro, o Rodrigo e eu tínhamos um envolvimento amoroso e sexual, não era da conta de ninguém o que rolava entre as quatro paredes da nossa casa, mas era óbvio que algumas pessoas já tinham sacado que havia algo por trás daquela sociedade e amizade suspeitíssimas. O capataz se chamava Abílio, era, sem dúvida, um macho para ninguém botar defeito. Um pouco bronco, um pouco desleixado com a aparência, mas um tesão de macho musculoso, enérgico, intrépido feito um garanhão, onde sobrava testosterona. Eu não tive como não reparar nisso tudo, mas não me senti atraído por seus predicados, não só porque tinha dois machos tão ou mais interessantes fazendo amor comigo, como por respeito à sua mulher e à sua filhinha, uma família consolidada que não merecia um deslize por parte dele. À medida que a barriga da mulher crescia, ele ia se mostrando mais e mais interessado nas curvas da minha bunda, no meu tronco liso e bem contornado, que muitas vezes eu precisava deixar nu devido ao calor insuportável que fazia, na maneira carinhosa como eu tratava aqueles garrotes apesar de seu tamanho e força. Houve ocasiões em que fazíamos a marcação dos garrotes, instalando brincos de rastreamento nas orelhas, nas quais a minha simples presença ao lado dele e dos peões o deixava de pau duro. Com um sorriso insinuante, ele fazia questão que eu visse sua ereção, o que me deixava incomodado e sem saber exatamente como agir, uma vez que fingir não estar vendo aquela coisa monstruosa em seu jeans seria de uma hipocrisia falsa e, mencioná-la, de um interesse que eu realmente não tinha. O Rodrigo e o Pedro tinham estado o dia todo fora. O Abílio e eu tínhamos vermifugado um lote de bezerros e eu estava exausto, precisando me refrescar daquela tarde quente. Havia um lugar descampado entre a mata que percorria a várzea do rio que cortava a propriedade. O sol batia o dia todo na areia grossa e amarelada que formava uma praia numa das margens do rio, exatamente onde ele fazia uma curva após o fim das corredeiras e voltava a ter suas águas descendo mansas. Era o lugar ideal para alguns mergulhos em suas águas frescas e, o Rodrigo, o Pedro e eu costumávamos seguir para lá nos finais de tarde para relaxar da lida, mergulhando nus na água translúcida, esperando o céu escurecer e se pontilhar de estrelas, antes de voltarmos para casa. Naquela tarde fui para lá sozinho, sem imaginar a imprudência que estava cometendo. Depois de uns dez minutos imerso no rio, um barulho além do abafado das corredeiras, um crepitar de galhos secos sob as copas das árvores, chamou minha atenção. Era o Abílio se desvencilhado das roupas e caminhando com aquela benga gigantesca na minha direção. Confesso que a visão daquele macho musculoso vindo ao meu encontro com seu falo grosso balançando entre as coxas peludas me deixou com o cuzinho apreensivo. Não era aquela apreensão gostosa que eu sentia quando o Pedro ou o Rodrigo vinham me abraçar com suas picas já à meia-bomba com a intenção de me penetrarem, era uma apreensão real, assustadora, de quem se sente vulnerável à ignomínia de um tarado. Ele sorriu, fingiu que estava ali tal como eu, apenas para se refrescar e veio dando umas braçadas até ficar frente a frente comigo. A transparência da água era tanta que se podia ver a areia e os peixes que seguiam o fluxo da correnteza, mas eu vi também a pica do Abílio completamente dura, o desenho das veias percorrendo sua extensão, a cabeçorra totalmente exposta, os pentelhos da virilha flutuando e se movendo conforme a água passava entre suas pernas, o sacão indecorosamente grande boiando abaixo da pica. Fiquei petrificado por alguns segundos, até me decidir a abandonar o rio, mas ao sair afoito demais e sem prestar atenção onde pisava, escorreguei numa pedra submersa e perdi o equilíbrio, sendo obrigado a me lançar na água e nadar rumo à margem. Antes de alcançá-la e, sob o pretexto de me ajudar, o que se afigurava completamente desnecessário, pois eu nadava muito bem, o Abílio estava com os braços ao redor da minha cintura, tão próximo que, ao ficar em pé dentro da água, senti a ereção dele, quente e pulsando, no meio do meu rego e, sua respiração acelerada roçando a pele da minha nuca. Um frenesi percorreu meu corpo, pois bastava um impulso para ele enfiar o caralhão no meu cuzinho. Ele o sentia na ponta da chapeleta, enrugado pela rosquinha de pregas que circundavam sua entrada. Eu ainda respirava sem concatenação depois do escorregão, e aquela jeba grossa na portinha do meu cu não melhorava a situação temerosa em que me encontrava.
- Me solta Abílio! – até eu me espantei com a resolução da minha voz, embora isso não tenha sido o suficiente para abalar sua convicção.
- Sou fissurado nessa sua bunda tesuda de égua! – exclamou ele, me apertando com mais força em seus braços.
- Vou avisar pela última vez, me solta Abílio!
- O que vai fazer se eu não obedecer? É assim que você também dá ordens para os teus machos? Aposto que a eles você obedece direitinho ao que te mandam fazer. – retrucou ele, disposto a levar aquilo adiante.
- Pense na sua mulher! Acha certo o que está fazendo com ela?
- Faz mais de três meses que não encosto nela, devido as recomendações do médico por conta da gravidez. Você faz ideia do quanto eu preciso de você? – devolveu ele, se esfregando no meu corpo e me chupando lascivamente a pele da nuca.
- Não quero nada com você! Está me faltando com o respeito! Sou seu patrão e não seu parceiro de sacanagens. – retruquei.
- Mas sabe fazer uma sacanagem com um macho, e é só isso que eu quero.
Comecei a lutar com ele dentro da água, ele se irritou e, junto com a ordem de exigir que eu parasse de agredi-lo, me deu um bofetão no rosto para me intimidar.
- Não reage não, viadinho! Vou foder esse cuzinho quer você queira quer não! – ameaçou. Eu reagi, dei um soco na cara dele e corri até a margem, peguei apressado minhas roupas e comecei a correr para fora da mata que acompanhava o rio para a pastagem aberta. Ele veio atrás de mim, mais irritado e furioso. Vesti o jeans e comecei a correr. Ele se perdeu um pouco ao vestir a calça sobre o corpo molhado o que me deu uma boa vantagem de distância em relação a ele. A edificação mais próxima era o curral, onde contei encontrar alguém, pois a ordena da tarde devia estar sendo feita naquele horário. Cheguei ao curral esbaforido, tremendo e feliz por ver o rosto do Sr. José derramando o balde de leite dentro do tonel de refrigeração.
- Tudo bem, Sr. Bruno? Parece que viu um fantasma, está branco e suando! – disse ele ao me ver naquele estado.
- Tudo bem, Sr. José, tudo bem! Como vão as coisas por aqui? Falta ordenhar muitas vacas? – eu não estava interessado em absolutamente nada, mas tinha que manter a pose e não deixa-lo desconfiar de nada.
Fiquei abrigado no curral até ter a certeza de que o Abílio havia desistido de vir atrás de mim. Seria embaraçoso demais explicar aquele cacetão duro vindo na minha perseguição e, a última coisa que ele queria era que esse atrevimento chegasse aos ouvidos da esposa, pois a certeza de que seu destino, fora da fazenda, havia sido selado com aquele abuso, ele já tinha.
Vivi horas de aflição até o Pedro e o Rodrigo regressarem. Estava inquieto, com medo, inseguro como jamais havia me sentido antes. Assim que o Rodrigo entrou em casa eu corri para os braços dele, apertei-o com força e cobri sua boca, seu rosto e seu pescoço de beijos. O abraço acolhedor dele e o calor que seu corpo emanava me pareceram o mais seguro dos bunkers.
- Hummm, que recepção calorosa é essa? Tudo isso é saudade, ou tem um buraquinho aqui dentro precisando de companhia? – questionou ele, aproveitando para dar umas apertadas nas minhas nádegas.
- Alegria de ter meu marido em casa outra vez! Não está contente com meus beijos? – devolvi, procurando controlar a tremedeira que avassalava meu corpo.
- Claro que estou! Só estou estranhando tanta efusividade depois de uma ausência de algumas horas. Do jeito que está me cobrindo de carícias até parece que fiquei anos longe de você. – respondeu.
- Amo você, Rodrigo! Isso me basta para te desejar em meus braços. – retruquei. Ele sabia que havia algo por trás daquilo, mas não quis levar o assunto adiante. Até porque, cansado como estava, meus beijos e meus afagos atuavam como um bálsamo.
- Também te amo, meu amor! Fico feliz quando posso sentir esse corpo e essa pele perfumada junto ao meu. – afirmou, me beijando mais libidinosamente, ao enfiar a língua na minha boca e a mão para dentro da minha calça a fim de atiçar meu cuzinho com seu dedo libertino.
Mais do que nunca eu precisava do meu homem. Desabotoei a camisa e deslizei meus dedos sobre os pelos do peito dele, encarando-o com um olhar que pedia sexo. Enquanto a ereção crescia dentro do jeans dele, ele a esfregava na minha coxa. Eu escorreguei os dedos até a cintura dele, abri a calça e o zíper da braguilha, enfiei minha mão toda sobre seu membro e o senti latejando de tesão. Agachei-me aos seus pés e o tirei de dentro da cueca, envolvendo-o imediatamente com meus lábios. O Rodrigo expirou sonoramente ao sentir seu falo sendo envolvido pela maciez úmida da minha boca, grunhiu um – AI QUE TESÃO, BRUNO – e deu um impulso para o cacete entrar mais fundo.
- Estou todo suado, minha pica está cheirando a suor e mijo, você não podia ter esperado um pouquinho até eu tomar uma ducha? Que tesão todo é esse?
- Adoro seu cheiro! É o cheiro do meu homem, do meu marido, não me importo de tê-lo impregnado na minha pele. – respondi.
- Ah, Bruno! Você está me deixando maluco com essa tara toda!
- Estou? Então é sinal de que estou fazendo tudo certinho!
Ele quase gozou na minha boca quando ergui meu olhar na direção do dele. Fez um esforço enorme para se controlar, e me puxou para si voltando a amassar meus glúteos enquanto lambia e chupava um dos meus mamilos. Eu afagava os cabelos dele e me deixava desnudar por completo. Assim que me livrei da calça e da cueca emboladas nos meus pés, me virei e de costas para ele e empinei a bunda contra a virilha dele. A rola se insinuou entre as bandas da minha bunda e ele a fez deslizar dentro do rego estreito. Eu gemia de excitação e ele agarrou a pica e a forçou para dentro do meu cu. Após meu ganido, ele levou a mão que havia guiado a pica para dentro da minha rosquinha para o meu rosto e me virou em direção a sua boca. Meus gemidos eram sufocados por aquele beijo demorado enquanto ele metia toda a verga no meu cuzinho. Eu estava completamente sem folego quando senti o sacão dele batendo no reguinho apartado. Ele pulsava energicamente dentro de mim, afastando com sua volúpia todo o receio e a insegurança que eu senti naquela tarde dentro do rio. Bastaram algumas estocadas, profundas e vigorosas, para que o Rodrigo ejaculasse seu sêmen cremoso e cheiroso no meu cuzinho. Nada me era mais valoroso do que ardor entre as pregas anais e aquela umidade formigante que encharcava meu cu. Quando o levei até o banheiro e nos enfiamos sob a ducha, onde comecei a ensaboar e lavar seu cacetão pesado, ele ainda tentava entender a urgência daquela recepção tão inesperada e carinhosa.
- Você é meu homem, só por isso! – respondi. No momento, era dessa certeza que eu precisava, a de que eu tinha um macho. Bem como, ainda precisava encontrar tanto coragem como uma maneira de contar a ele e ao Pedro o que tinha acontecido naquela tarde.
O Pedro chegou em casa pouco depois, foi direto para o chuveiro e eu atrás dele. Enfiei-me no box quando ele tirava a espuma dos cabelos e o abracei.
- Que surpresa é essa? – perguntou, quando levei minha mão à sua virilha e comecei a bolinar o caralhão grosso e os testículos.
- Senti sua falta o dia todo! – respondi. Eu continuava fervendo de tanto tesão por meus homens, os homens que eu sabia serem meus e eu deles, os homens que me faziam sentir seguro e protegido.
- Hummm, bom saber! Porque eu também pensei em você diversas vezes hoje, exatamente como está agora, peladinho, molhado e ao meu dispor. – devolveu, me beijando e vasculhando com a mão impudica o cuzinho pregueado ainda úmido da virilidade do Rodrigo.
- Fiz amor com o Rodrigo há pouco! – afirmei, para explicar aquela umidade que seu dedo percebia rodopiando entre meus esfíncteres.
- E ainda está com esse fogo todo? Quer dizer que terei que ser eu a apagar o incêndio? – aquele sorriso safado em seu rosto hirsuto era a coisa mais linda que eu já vi, era a certeza que eu não estava sozinho, era a prova de que eu era amado.
- Você quer? – perguntei, mesmo sabendo a resposta.
- Eu sempre quero, Bruno! Eu sempre quero colocar minha pica nesse cuzinho apertado e quente, sempre! É onde meu caralho mais gosta de estar, entalado entre essas nádegas carnudas e aconchegado nesse anelzinho apertado. – respondeu.
Antes de estarmos completamente secos, ele me carregou até o quarto, onde terminei de enxugar seus cabelos e me largar em seus braços. Ele rolou para cima de mim, deitado ligeiramente de lado com uma das pernas elevadas o que expunha meu cu, e onde ele logo se encaixou. Algumas esfregadelas da jeba em riste ao longo do rego foram suficientes para eu começar a gemer, tomado pelo tesão. O Pedro separou meus glúteos com ambas as mãos, se deparou com a fendinha ligeiramente inchada e intumescida deixada naquele estado pela gana lasciva do Rodrigo e, enquanto mordia minhas nádegas, enfiava um dedo nela num vaivém pervertido. Eu gemia de tanta excitação e, num sussurro quase inaudível, pedi que me fodesse. No segundo seguinte, o Pedro estava dentro do meu cu, empurrando o caralhão para as profundezas das minhas entranhas, me fazendo ganir e gemer com a sanha devassa com a qual se apossava de mim. Eu me esporrei todo, enquanto ele me estocava com seu vaivém potente e doloroso, extraindo daquela pungência o prazer de servir ao homem que eu amo. Eu nunca mais queria sentir o medo que senti naquela tarde, o medo de ter meu cuzinho devassado e arregaçado por um macho que não significava nada para mim. Foi preciso eu estar frente a frente com essa possibilidade e esse pavor para saber que, o que tinha com o Pedro e o Rodrigo, foi o que me deu forças para me safar do Abílio.
- Te amo tanto, Pedro! – exclamei, quando ele tirou o pica do meu cuzinho, ainda gotejando um restante da imensa quantidade de porra pegajosa que acabara que esporrar.
- Também te amo muito, Bruno! Por que está tão sensível hoje? O que te deixou assim? – ele também desconfiou de algo oculto por trás de toda aquele entrega e sensibilidade expressa nas minhas carícias.
Durante o jantar eu percebi como os dois se entreolhavam, desejosos de me questionar quanto àquela demonstração inusitada e efusiva de afeto com que foram acolhidos ao chegar em casa, mas suspeitando de que seria algo que tornaria o restante do jantar indigesto, esperaram o final da refeição.
- Agora desembucha! – disse o Rodrigo, me intimando.
- Desembuchar o quê? – de repente, comecei a temer as consequências do que tinha para revelar, pois tanto o Pedro quanto o Rodrigo, não eram homens que deixariam barato a insolência do Abílio.
- Quero que me jurem que não vão fazer nenhuma besteira! Que não vão se exceder! – pedi.
- Não vou prometer nada, enquanto você não nos disser o que está acontecendo. – afirmou o Pedro, me confirmando que aquilo tinha tudo para não acabar bem.
- Quando eu contar já será tarde! Quero que me prometam antes! – insisti
- Pelo jeito não é nada bom, ou você não estaria tão apavorado para nos contar o que é. – sentenciou o Rodrigo.
- Eu juro que não foi culpa minha, eu não fiz nada que pudesse contribuir para o que aconteceu. – asseverei, pois até para mim ia sobrar quando a raiva dos dois explodisse.
- Chega de embromação, Bruno! A coisa é grave e você está tentando nos enrolar e ganhar tempo. Anda, fala! – forçou o Pedro.
Com todo o cuidado, medindo as palavras, observando as expressões nos rostos dos dois ganhando contornos de fúria eu relatei o que aconteceu no rio naquela tarde. Os punhos dos dois se fecharam e as veias de suas mãos saltaram, nenhum dos dois me interrompeu, apenas me encaravam querendo apressar o desfecho do relato. Meu pavor só fazia crescer. Eu temia que fizessem uma besteira com o Abílio, não por ele, mas pela esposa grávida e ela filhinha.
- É por isso que eu quero que apenas um de vocês, você na verdade, Pedro, vá falar com ele amanhã e o despeça. Me prometam que vão fazer o que estou pedindo, por favor. Já fiz os cálculos de tudo o que ele tem direito a receber e, acrescentei um pouco a mais para que não fiquem ao desamparo com o nascimento da criança, pois acredito que ele vai demorar mais tempo para conseguir um novo emprego em outro lugar do que a chegada do parto. – argumentei.
- E você acha que vamos deixar esse filho da puta sair daqui como se sua safadeza fosse um simples ato falho no desempenho de suas funções? Quero entender essa sua defesa e essa sua preocupação para com esse sujeito miserável, Bruno! Dá para me explicar? – questionou enfurecido o Pedro.
- Não é com ele que estou preocupado, é com a mulher e a filha. – respondi com firmeza.
- Você não acha que isso devia ter sido uma preocupação dele e não sua? – perguntou o Rodrigo.
- Eu vou botar esse filho da puta para correr agora mesmo! E já vou avisando, não sem antes quebrar a cara dele. – garantiu o Pedro. Foi o que temi.
- Não, por favor, não Pedro! Se acalme e deixe isso para amanhã. O que vai ser daquela mulher e daquela criança a essa hora da noite? Por favor, Pedro, me ouça. – implorei.
- Sem um corretivo ele não escapa, Bruno! Não adianta implorar! Estou começando a ficar puto com você, por estar tendo todo esse cuidado com esse filho da puta! – afirmou o Rodrigo. Eu sabia que não ia conseguir segurar a raiva daqueles dois.
Já me arrependia de ter contado a verdade, devia ter inventado outra desculpa qualquer para explicar a demissão do Abílio, sem atiçar o ódio do Pedro e do Rodrigo.
- Você tem certeza de que falou toda a verdade, Bruno? Toda a verdade, entendeu? Eu quero saber de cada detalhe do que ele fez com você, sem a omissão do mais ínfimo pormenor. – questionou o Pedro, apertando sua mão potente no meu braço.
- Eu contei tudo, não tem mais nada além disso! – asseverei.
- Você tem certeza de que ele não te penetrou? – continuou o Rodrigo, exigente e inquiridor.
- Claro que não! Eu já não disse que consegui me desvencilhar dele? – reforcei.
- É bom que isso seja verdade! – ameaçou o Pedro.
- Viu como vocês são! Agora até de mim estão duvidando! – exclamei magoado, percebendo o rumo que aquilo estava tomando.
- Ninguém aqui está duvidando de você! Nós te amamos e confiamos em você, mas não somos ingênuos a ponto de achar que diante do que aconteceu o cara não tenha enfiado o cacete no teu cu. – sentenciou o Rodrigo.
- Ele. Não. Meteu. Em. Mim! Eu juro! – retruquei exasperado.
- Menos mal, pelo menos vivo o sujeito vai sair daqui! – exclamou o Pedro.
Foi um custo e uma luta convencê-los a adiar a abordagem para o dia seguinte. Só não consegui impedir que me deixassem de fora ao fazê-lo e, muito menos, que apenas um fosse ter com o Abílio para acertar as contas. Vim a saber, no dia seguinte, depois da família dele ter sido expulsa da fazenda, que ele estava com a cara toda arrebentada e, que tinha dito aos outros funcionários que havia se desentendido com um sujeito de uma fazenda vizinha, com o qual ele realmente tinha tido algumas rusgas malparadas desde há um bom tempo e que, por isso, estava se mudando da região.
Não gostei nada da cara mal-humorada daqueles dois após a minha revelação. Era certo que estavam tramando alguma coisa para se livrar do Abílio. Meu maior temor era que fossem resolver a questão como era costume naquela região, onde desafetos resolviam seus problemas na base da violência e da bala. Nós éramos pessoas criadas na cidade onde as diferenças não eram resolvidas daquela maneira, e eu temia que os dois se envolvessem nalguma encrenca com a justiça por conta daquele episódio infeliz. Fui ter com eles quando estavam cochichando entre si longe dos meus ouvidos.
- Quero que parem de tramar uma vingança contra o Abílio! Basta demiti-lo! Estou sendo bem claro?
- Quem te disse que estamos tramando alguma coisa? Estamos justamente combinando como fazer a demissão dele, só isso! Não é isso que você quer? – retrucou o Rodrigo.
- Eu precisava não conhecer tão bem essas caras para saber que estão mentindo! Por favor, não façam nenhuma besteira. Eu amo vocês e não consigo nem imaginar a possibilidade de ficar sem um de vocês ou sem os dois. Eu só contei o que aconteceu esta tarde porque nosso relacionamento sempre foi baseado na verdade e na transparência. Vocês tinham que saber por mim o que aconteceu. Também contei porque foi a primeira vez que me vi apavorado com a possibilidade de outro homem, que não vocês, invadir minha intimidade e me possuir. Meus maridos são vocês, são o meu esteio, são os que me fazem sentir seguro e amparado. – argumentei.
- Fica calmo, meu amor, não vamos fazer nenhuma besteira! Você fez bem em nos contar, é o que esperamos um do outro, sinceridade e transparência. Amamos você e pode ter certeza que está seguro conosco. – devolveu o Pedro, para me acalmar.
- Estou confiando em vocês, não me decepcionem, por favor!
- Não vamos! – asseverou o Rodrigo.
- Então chega de segredinhos entre os dois! É pedir demais que venham se deitar, está tarde, e todos temos muito o que fazer amanhã. Essa noite preciso dos meus maridos na cama comigo, como nunca precisei antes. – instiguei, acariciando o rosto de ambos ao mesmo tempo.
Me despi com sensualidade diante deles ao chegarmos ao quarto, sabendo que isso seria o suficiente para desanuviar aquelas cabeças dos problemas e enchê-las de pensamentos libidinosos. Meu cu ainda ardia e os espermas deles formigando na minha mucosa anal estavam bem presentes, resultado dos coitos que tive quando voltaram do trabalho. Não sei se me sentia tão afogueado por conta da investida depravada do Abílio, o primeiro homem que partiu para cima de mim com selvageria e devassidão, ou se procurava nos meus machos a segurança que me faltou nas águas do rio. Eu também precisava esquecer e superar aquele episódio e, nada melhor do que fazer amor com o Pedro e o Rodrigo para tudo voltar ao normal.
- De uma coisa parece que serviu a tentativa de estrupo, esse fogo todo no teu rabo só pode ser consequência dela. – afirmou o Pedro, que veio me tomar em seus braços assim que fiquei nu.
- Como você pode ser tão cruel, afirmando um absurdo desses? Meus homens são vocês, meu tesão é por vocês e mais ninguém, enfiem isso nessas cabeças turronas! – retorqui.
- Não fica bravo, amorzão! É que você está uma delícia hoje! – exclamou ele.
- Acho que a possibilidade de outro cara tocar em você nos deixou com receio de te perder! Saber que esse corpão desperta o tesão de outros machos, não é propriamente a coisa mais agradável de se constatar. – afirmou o Rodrigo. – Você é nosso, só nosso! – emendou, ao se juntar a nós, e eles me prensarem entre seus corpos nus como um sanduiche.
- É só de vocês que eu quero ser! Não preciso e não quero outro macho na minha vida. Tenho os dois melhores, mais tesudos e mais amados, para que outros? – devolvi, rebolando entre os dois, o que fez suas ereções roçarem minhas coxas e nádegas.
Sentei na beirada da cama e, segurando uma pica em cada mão, comecei a lamber e chupar um pouco em cada uma. Enquanto eu estava com uma rola na boca, sorvendo o pré-gozo almiscarado que saía dela, o outro pincelava a dele no meu rosto me lambuzando todo. O mesmo acontecia quando eu estava massageando com a língua o testículo de um aprisionado entre os meus lábios, ouvindo-o arfar de tesão e atiçando o outro a se deixar abocanhar o sacão. Fui arrastado para o centro da cama, tive minhas pernas abertas e colocadas cada uma sobre o ombro de um, isso abriu meu rego e ele logo foi bolinado pelas mãos sedentas deles. Eu continuava pondo ora a pica de um ora a pica do outro na boca e dando um trato carinhoso nelas. Enquanto isso, meu cuzinho era submetido a enfiadas de dedo intercaladas, o que me fazia gemer e me mostrar receptivo à lascívia deles. No revezar das dedadas, eu contraía meus esfíncteres e aprisionava impudicamente o dedo que me vasculhava, deixando os dois tão doidos que seus cacetões rijos mal se moviam nas minhas mãos. O Rodrigo foi o primeiro a meter o caralhão no meu cuzinho dilacerado nos coitos anteriores. Eu gani, foi quase um grito, quando a chapeleta gigantesca e estufada distendeu minhas preguinhas rasgando-as mais um tanto. Ele esperou eu me acostumar ao volume que pulsava entre a contração da minha musculatura anal, me encarando com doçura e se inclinando para procurar o carinho da minha boca, num beijo demorado, ao longo do qual fez deslizar todo o cacete para dentro do meu rabo. Da pica do Pedro, a centímetros do meu rosto, fluiu um longo fio translúcido e pegajoso de pré-gozo, que eu tratei de sorver antes que gotejasse. O Pedro soltou o ar entre os dentes cerrados quando sentiu meus lábios encapando sua cabeçorra e chupando o néctar de sua excitação. Nós não precisávamos combinar nada, fazer acertos, explicitar os atos seguintes, pois tudo acontecia naturalmente, tão harmoniosa e sensualmente que dispensava palavras. Era preciso só deixar o tesão guiar nossas atitudes, e tudo funcionava como a engrenagem perfeita de um relógio. Quando o vaivém do cacetão do Rodrigo fazia meu corpo todo tremer, estocando meu cuzinho com toda sua volúpia, o Pedro enfiava a pica na minha garganta e fodia minha boca com toda a sua luxúria. Eles sabiam me usar, sabiam como se satisfazer e tirar o máximo de amor e carinho daquelas trepadas dignas de cenas de um filme pornô. Os sons que escapavam dos meus lábios, gemidos, urros, chupões alimentavam o tesão deles, ao mesmo tempo em que aliviavam um pouco o meu flagelo e também me excitavam. Comecei a gozar assim que percebi que o Rodrigo começava a se retesar todo, quando percebi que seu corpo se preparava para ejacular. Esporrei meu ventre diante dos olhares sensuais dos dois, expressando todo o prazer que estavam me proporcionando. Só de ver como os dois se entreolhavam naquela cumplicidade devassa, meu tesão ia às alturas. Durante as derradeiras estocadas, mais brutas, doloridas e profundas, o Rodrigo gozou, despejando no meu cuzinho esfolado outro tanto de sua gala cremosa, em meio a um urro rouco que brotava do fundo de seu peito.
- Ai, Rodrigo! – gani, saboreando cada um daqueles jatos tépidos que ele esporrava em mim. Toda vez que um deles ejaculava seu sêmen em mim, eu agradecia aquele êxtase sublime com o qual eles me presenteavam. Esse êxtase era a prova incondicional do amor que existia entre cada um de nós.
Mal o cacetão do Rodrigo havia escorregado para fora do meu cuzinho, e o Pedro já se enrodilhava em mim procurando freneticamente através de uma esfregação excitada meter sua jeba na fendinha recém desocupada. Uma das minhas tetinhas estava em sua boca, ele a chupava, lambia e mordia tracionando-a pelo biquinho, aumentando meu tesão e minha vontade de me entregar à sua libertinagem. Toda vez que eu os deixava com o tesão à flor da pele, sabia que meu ânus pagaria o preço da minha luxúria. Contudo, apesar disso, eu me sentia recompensado tanto sexualmente quanto afetivamente, pois os dois não poupavam esforços nesse sentido. O que nos uniu, nos aglutinou, foi o amor que cresceu forte enquanto procurávamos dar rumo as nossas vidas profissionais. Ele se amplificava e amadurecia em paralelo, quase imperceptível, não fosse aquele desejo dentro de cada um de cuidar e cultivar esse sentimento em relação aos outros. Mesmo sendo três, éramos um. Esse um estranho, incomum, que respondia por toda nossa felicidade.
Com as nádegas lambuzadas de pré-gozo, devido àquele roçar da pica do Pedro no meu rego, uma empinada sutil que dei encaixando minha bunda na virilha dele fez com que ela entrasse dolorosamente no meu cu. Eu já devia estar bem arregaçado para meu cu estar tão sensível, mas sublimei a dor para dar prazer ao meu macho. Ele sabia, pelos meus ganidos, que eu me entregava a ele por pura paixão.
- Amo você Pedro! – sussurrei, confirmando sua certeza.
- Nada me deixava mais feliz do que ouvir você confessando seu amor quando estou dentro de você. Amo você, Bruno, meu amor! – devolveu ele, apaixonado, carinhoso e pulsando viril nas minhas preguinhas distendidas.
No crescer do vaivém rítmico de suas estocadas cada vez mais profundas e pungentes e, nos gemidos lascivos que escapavam dos meus lábios, o coito foi se consumando, fundindo nossos corpos num prazer indescritível cheio de cumplicidade. Ele me encarava com um olhar doce, satisfeito, quando senti o primeiro jato de esperma escorrendo e aderindo viscoso à minha mucosa anal. Tomei seu rosto entre as mãos e o beijei apaixonadamente.
Nu, feliz, com o cuzinho arreganhado e encharcado de porra, eu adormeci entre os dois, protegido e seguro.