Nota da autora: Oie gente! Depois do muito tempo parada vi uma homenagem ao universo da Melissa que me emocionou tanto que me fez sair da zona de conforto e continuar a escrever essa estória. Agradeço a todas as meninas que me acompanham principalmente e em especial a Suellen Fielding e Veronica Keylane. Um leitorzinho especial que sempre me acompanhou é o Arthurzinho que sempre comentou cada capítulo da estória da Melissa.
Capítulo 27
Acordei ainda com aquele sentimento de necessidade de pertencimento a algo. Resolvi visitar a Fundação. Cheguei no local, era em uma rua bem tranquila e até mesmo escondida, pode ser que até por proteção das garotas da sociedade que as oprimia. Cheguei lá e fiquei maravilhada com a estrutura, com decoração toda em azul, rosa e branco baseada nas cores da bandeira Trans. Fui super bem recebida pela Sabrina que me mostrou todas as instalações com brilho nos olhos. Ela tratava as meninas com muito carinho, como se fosse mãe delas apesar de que muitas delas tinham praticamente a mesma idade de Sabrina que deveria ser em torno de uns 25 anos.
Meu objetivo naquela visita além de conhecer melhor minha cunhada e ficar maravilhada com o trabalho social dela era obter informações sobre a cirurgia de implante de silicone. Sabrina foi super simpática e atenciosa e me ofereceu um presente. Disse que os cirurgiões plásticos que prestavam serviços a Fundação eram os mesmos que ela utilizou para suas "correções estéticas" somente a cirurgia de redesignação sexual ela fez na Tailândia. Ela então me perguntou o que eu gostaria de mudar no meu corpo e disse que gostaria de ter seios maiores, uma cintura um pouco mais fina e alguns detalhes no rosto, principalmente nariz e pomo de Adão. Ela marcou uma consulta para o mesmo dia com o cirurgião para a parte da tarde e me convidou para almoçar.
Nossa o almoço foi um luxo, tomamos uma garrafa de champagne e comi um peito de pato confitado com aspargos frescos e como sobremesa um creme brulée. Depois do almoço fomos ao consultório do cirurgião plástico. Doutor Pasteur era um senhor muito educado e simpático e transmitia uma paz enorme. Quando começou a conversar não apresentou nenhuma forma de preconceito. Primeiro conversou demais comigo, fazendo várias perguntas sobre meu passado e como foi o processo de transição. Geralmente ele recebia um laudo psicológico da própria fundação, mas neste caso como eu apareci de manhã e fui atendida a tarde não deu tempo de fazer nada disso. Ele me explicou que a gente já ia verificando uma série de medidas que deveríamos fazer, mas o aludo psicológico seria imprescindível. Ele mediu meu corpo todo, inclusive meu pênis, chamou uma enfermeira que tirou pelo menos 4 tubos de sangue para exames e me pediu para fazer outros exames de sangue mais tarde também, já que eu tinha almoçado e tomado bebida alcoólica que no caso poderia interferir nos resultados. Ele fez muitos elogios sobre minha estrutura corporal e disse que eu tinha tudo para me tornar uma linda mulher. O caso engraçado foi quando ele começou a perguntar quais as intervenções que eu gostaria de fazer e chegou um momento que ele olhou bem nos meus olhos de forma muito simpática apontou pra baixo e me perguntou "E aquilo você vai querer manter ou vai querer substituir por uma pepeca?", nossa eu morri de rir e disse que estava satisfeita com aquela parte do meu corpo e não tinha necessidade de mexer nele. Tudo correu super bem desta vez, saí com uma serie de pedidos de exames e combinei com a Sabrina que teria acesso a uma psicóloga que poderia fazer o laudo para o médico.
Cheguei em casa muito feliz. Fui fofocar com Marcela antes dela sair para o trabalho, me arrumei para ir pro trabalho também, vesti meu vestido preto com poa estilo vintage com a saia rodada, sapato de salto estilo bailarina e meia calça fume, passei uma maquiagem leve com batom vermelhinho. Quando cheguei fui super elogiada pelas minhas amigas e elas diziam que eu estava radiante e me perguntaram o nome do rapaz, respondi que elas que se chamava Pasteur mas que não tinha nada a ver com o que elas estavam pensando, e pensei mais uma vez na ausência de uma pessoa especial na minha vida.
Aquela noite estava me sentindo feliz, e não deixaria nada atrapalhar, nem mesmo a ausência de alguém no meu coração. Duas coisas interessantes aconteceram naquela noite, a primeira foi que encontrei com Letícia, minha "cunhada" com uma outra moça conversando, cumprimentei ela e quando fui me apresentar pra moça vi que era Ricardo, ele estava de sandalinha Melissa rosa, meia calça arrastão, shortinho preto de lycra e uma blusinha baby look pink com estampa do Mickey com uma make pesado, uma peruca Chanel preta e unhas postiças também pretas. Ele me explicou que aquela era seu alter ego Rica, o lado menina dele que de vez enquanto aflorava, mas só de vez enquanto e a Letícia amava quando ela aparecia. Chamei as meninas e apresentei a Rica para elas, elas adoraram e aquela noite deve ter sido a mesa mais bem servida do bar e ainda neste caso foi por conta da casa.
O segundo caso interessante aconteceu no final do expediente, apareceu um rapazinho bem afeminado por volta das duas da manhã procurando o Ricardo, eu dei uma gargalhada e disse que ele esteve no bar hoje mas já tinha ido embora. O rapaz ficou bem abatido. Eu perguntei se eu podia ajuda-lo, ele disse que era algo que o Ricardo tinha e ele queria conhecer. Logo entendi o que ele estava procurando, e expliquei para o rapaz que se o que ele estava procurando era o que eu estava pensando ele não ia conseguir mais pois o Ricardo estava em um relacionamento sério. Me apresentei como Melissa, irmão do Ricardo, e o rapazinho se apresentou como Diego. Falei com ele que estávamos fechando e se ele quiser eu poderia ajuda-lo já e que eu estava indo pra casa. Ele ficou sem entender muito bem o que eu estava falando. Eu estiquei minha mão e chamei Diego pra ir comigo pois a gente podia conversar e se for possível eu poderia ajudá-lo. Ele pegou na minha mão e foi comigo pra casa.