Oi, antes de tudo quero esclarecer que a narrativa é baseada em fatos reais. Os nomes dos envolvidos serão protegidos e alterados para preservar a identidade de cada um. Quero lembrar que a história vai se desenvolver de forma mais lenta, mas chegaremos às partes mais salientes com o tempo. Peço a compreensão e paciência de todos. Não tenho costume de escrever, então agradeço desde já toda crítica que possa me ajudar. Se possível, comente o que está achando. É importante saber se estão gostando da narrativa para que eu possa compartilhar cada vez mais detalhes da minha adolescência até a vida adulta.
Aquele derradeiro verão abrigaria uma montanha de sentimentos que jamais consegui entender e demonstrar. O encargo do arrependimento praticava a pior tortura que um dia pude experimentar, mas não poderia atribuir em sua margem de fantasias aquele amor platônico. Lucas era um adolescente no século 21, vivia em um bairro humilde da cidade litorânea com seus pais. Certo verão teve seu coração partido por um amor não correspondido. Sem ter para onde ir, durante aquele verão se tornou o maior tormento de sua vida, mas tudo estava prestes a acabar, pois ao final daquele verão ele iria se mudar junto com seus pais. Os desafios que jamais esperou enfrentar estavam mais próximos. Foi quando o grande dia chegou.
Alguém gritava por Lucas de uma forma bem expressiva em tom alto:
— Luuucaaaaas!!!
— Já estou acordado, mãe! — respondeu Lucas.
Ainda com preguiça, Lucas estava se erguendo ao lado de sua cama para tomar seu banho. Depois de um esforço para se banhar e fazer suas necessidades, Lucas se dirige em frente ao espelho. Sem ânimo e com uma respiração ofegante, ele se encara com olhares negativos a si mesmo, reprovando seu corpo e suas características.
Lucas era dono de um porte físico magro. Seus olhos eram castanhos claros, tinha uma boca avermelhada, cílios bem acentuados, corte de cabelo curto e pele morena que destacavam seu olhar forte.
Karine, além de mãe e melhor amiga, era dona de uma beleza esbelta, cabelos negros e longos. Seus olhos castanhos claros eram idênticos aos de Lucas.
— Pensei que não ia sair da cama. — disse Karine.
— Menos, mãe. Ainda está cedo para ir à escola. Você sabe que eu não gosto quando grita. — retrucou Lucas.
— Pare de reclamar. Você sabe que vou cedo ao trabalho e também queria aproveitar para te deixar.
— Não precisa, mãe. Não é tão longe.
Os sentimentos de Lucas estavam mistos. Embora empolgado para um novo começo, continuava aflito e nervoso por não conhecer ninguém. Logo depois de sua mãe sair para o trabalho, ele decide sair de casa. Durante todo o percurso, não parava de pensar como seria difícil.
Após chegar ao edifício, Lucas procura por sua sala. Nervoso e sem conhecer ninguém, era muito difícil encarar aqueles olhares desconhecidos. Lucas fica aflito por não conseguir localizar sua sala, até que alguém interrompe seu silêncio.
— Oi, está procurando sua sala?
Lucas de forma cautelosa responde:
— Sim...
— Qual seu ano letivo?
— 2° do Ensino Médio.
— Sério? Também. Espero que possamos ficar na mesma sala. Podemos procurar juntos?
— Sim...
— Ah! Desculpa, não me apresentei. Me chamo Daniel, mas pode me chamar de Dan se preferir.
— Me chamo Lucas...
Daniel (Dan) era dono de um porte físico médio. Seus olhos eram castanhos escuros, seus lábios tinham tons neutros. Embora de baixa estatura, tinha um olhar misterioso que intrigava Lucas.
Depois de um tempo procurando, finalmente encontram o corredor F. Após identificar a listagem, Daniel chama por Lucas.
— Lucas! Achei a listagem.
— Obrigado, Daniel.
Depois de procurar seu nome na lista, Lucas fica espantado pois não conseguiu achar seu nome em nenhuma turma. Na tentativa de acalmar Lucas, Daniel o orienta a procurar a direção.
— Não se preocupe, deve ter acontecido algum erro na digitação. Procure pela direção, isso já aconteceu nos anos anteriores.
— Você já estuda aqui há quanto tempo?
— Desde o 5º ano.
— Entendi. Mesmo assim, muito obrigado por me ajudar, Daniel. Nos vemos depois.
Depois de se despedir de Daniel, Lucas parte rumo à direção. Após entrar no corredor principal para retornar à secretaria da direção, ele sente um forte impacto e cai ao chão.
— Desculpa!
Lucas, ainda sem ação, levanta o rosto e fica envergonhado. À sua frente estava um desconhecido muito bonito. Seus olhos verdes o hipnotizaram, ficando assim sem reação.
— Está tudo bem?
— Estou sim...
Após Lucas responder, aquele misterioso menino acaba saindo em direção ao corredor F. Lucas, ainda preocupado, se dirige à secretaria para questionar o motivo de seu nome não estar na lista. Ao chegar à direção, pediram para aguardar, pois a diretora estava chegando.
— Oi, precisa de ajuda?
— Sim, meu nome não está na lista de turmas.
— Tudo bem, me chamo Ana e sou a diretora. Pode entrar na minha sala. Já vou entrar.
Após Lucas falar com a diretora, ele acaba entrando em sua sala para aguardar.
Depois de um tempo, Ana entra na sala e quebra o silêncio:
— Qual seu nome?
— Lucas, estou cursando o 2º do Ensino Médio.
Após Lucas confirmar seus dados completos para a diretora, foi identificado que sua matrícula, por chegar depois dos demais, não foi inserida na lista. Ana o acompanharia até a sala. Após saírem da sala, a diretora segue rumo ao corredor F. Depois de passar por quatro salas, finalmente a diretora para e abre a porta, interrompendo a professora.
— Bom dia 2º A!
— Bom dia! — responderam os alunos.
— Aline, trouxe um aluno da turma. A secretaria acabou esquecendo de inserir o nome dele na listagem.
— Tudo bem, sem problemas. Qual seu nome, querido?
— Lucas...
— Pode se sentar, Lucas. Estávamos nos apresentando e íamos começar a aula. Poderia se apresentar para a turma?
Ainda tímido com toda a situação, Lucas esboçou um esforço para se apresentar:
— Bom dia, meu nome é Lucas. Sou novato na cidade e espero ser amigo de todos!
Ao olhar para a sala, reparou que Daniel estava na mesma turma. Sorridente, ele acena para Lucas sentar atrás dele.
— E aí, Lucas, estamos na mesma turma. — disse Daniel.
— Verdade. — respondeu Lucas de forma tímida, tirando suas coisas para colocar na mesa. Escuta alguém lhe chamando e, ao virar para o lado, repara que o rapaz com quem se esbarrou a caminho da direção estava na mesma turma.
— Está tudo bem com você, Lucas?
Surpreso e com vergonha, Lucas expressa gratidão dizendo:
— Estou bem, não foi nada.
— Você conhece o Pedro? — perguntou Daniel.
— Eu meio que derrubei ele sem querer quando estava a caminho da sala. — respondeu Pedro.
Lucas, de forma tímida e rindo da situação, baixa a cabeça e abre o caderno para disfarçar e evitar olhar para os dois.
Pedro era dono de um porte físico médio. Seus olhos eram verdes, seus lábios bem rosados tinham um brilho que o diferenciava. Diferente de Daniel, Pedro tinha uma estatura média.
Depois de conhecer seus amigos de classe através de uma dinâmica, Lucas estava se sentindo melhor. Com a mente distraída, Lucas não viu o tempo passar e já era hora do intervalo. Após o sinal, todos da sala saem em direção ao pátio principal para se reunir com os amigos. Ao sair da sala, Lucas acaba levando um susto.
— Meu Deus! — exclamou Lucas.
— O que foi? — perguntou Daniel.
— Você me deu um susto, não esperava você do lado de fora.
Daniel, rindo da situação, chamou Lucas para apresentar a escola. Mostrou o pátio, quadra, lanchonetes e até mesmo locais para matar aula. Lucas estava se adaptando muito bem ao novo ambiente e, o mais importante, estava feliz. O sinal novamente toca e ele, junto de Daniel, volta para a sala.
O restante do dia letivo foi bem calmo, tendo em vista que foi o primeiro dia. Lucas estava recolhendo suas coisas quando Daniel quebra o silêncio.
— Vamos? Você volta por onde? — perguntou Daniel.
— Pela avenida. — respondeu Lucas.
— Entendi, eu moro antes da avenida. Te acompanho até a metade do caminho.
No caminho de volta, Lucas estava conversando com Daniel sobre o dia, dizendo o que tinha gostado de suas primeiras impressões. Eles estavam se dando muito bem. Daniel se despediu de Lucas, que seguiu rumo à avenida para chegar a sua casa, quando reparou que Pedro estava um pouco à frente. Ele acabou correndo para acompanhar.
— Peeedro!
— Oi, Luan.
— Luan?
Pedro ficou calado, pois ficou sem jeito por ter errado o nome de Lucas. De forma tímida, Lucas tentou quebrar o silêncio:
— Irei te perdoar dessa vez, porque é nosso primeiro dia. Meu nome é LUCAS, L-U-C-A-S...
Pedro, rindo da situação, advertiu Lucas:
— Eu estava brincando, não esqueci seu nome.
— Uhun, sei... —
[Continua]....