Neste capítulo ocorrerá o casamento de Clarinha, uma festa que irá parar a cidade e a corte do Brasil, além de reservar muitas surpresas para nossos pombinhos e convidados.
O casamento de Clarinha
Depois de mais um passeio com sua inseparável mucama Zazá, Clarinha chega à sede da fazendo já avistando seu futuro marido ao longe, não se abalou e continuou em trote lento até chegar onde estavam o Barão, seu pai, seu noivo Manuel e seu criado Jorge.
-Olá minha noiva, como passou esses dias?
-Olá, meu noivo. Muito bem! E aguardando sua chegada. – Falou com um ar irônico.
-Que ótimo. Gostei muito de nossas conversas, poderemos aproveitar melhor agora.
Entraram e o Barão mandou acomodar os hospedes em um quarto da ala norte, como de costume. Gertrudes chegou em seguida, quando ainda estavam no grande salão e cumprimentou o viajante, assim como ao seu criado para quem espichou o olhar já medindo o rapaz.
O Barão chamou seu futuro genro para o escritório a fim de lhe passar algumas informações sobre a fazenda que iria tomar conta a partir de seu casamento, o rapaz o seguiu e Jorge subiu com o chapéu, sobretudo, e a bengala do patrão para o quarto, logo atrás foi tia Gertrudes já puxando assunto como o rapaz. Clarinha se dirigiu a cozinha acompanhada de Zazá para comeram alguma coisa. Lá chegando encontrou sua mãe, falaram rápido e viu sua mãe saindo para a dispensa da casa, olhou de lado pela porta e a viu falando com Martin. Em seguida saiu em direção ao grande salão, Martin foi para um corredor ao fundo que dava acesso à escadaria da ala sul utilizada pelos criados para acessar os quartos sem necessidade de entrarem pelo salão principal. Clarinha deu com os ombros e saiu da cozinha com Zazá em seu encalço. Ao chegar ao salão cruzou com a mãe carregando uma caixa de pintura.
-Oi mãe, está indo aonde?
-Ah, vou pintar um pouco. Hoje o dia está lindo e quero aproveitar a luz.
-Que bom que retomou a pintura. Vai ficar lá fora?
-Não, montei um ateliê na ala sul, assim fico mais isolada e tranquila para fazer minhas pinturas sem interrupção.
Clarinha deu um sorriso e continuou a se encaminhar para seu quarto, nisso vê seu pai saindo do escritório com seu noivo atrás dele conversando assuntos aleatórios, saíram sem falar nada e na porta da casa já estavam dois cavalos selados para saírem a galope.
No corredor da ala norte, vê a tia Gertrudes retornando de um dos quartos do final do corredor onde seu noivo estava hospedado, vê a cara de brava da tia e a espera.
-Nossa tia, que cara é essa?
-Nada minha querida, apenas que o criado de seu noivo não gosta de mulheres, isso deixou claro em alto e bom som. Ou seja, é um afetado.
-Como assim!
-Hora, ele prefere meninos as meninas, entendeu.
-Então tia, é sobre isso que queria conversar com a senhora desde quando voltei de Barro Fundo, vamos entrar em seu quarto que te conto. Zazá, vá se banhando que mais tarde teremos de fazer sala para meu noivo.
Sentada lado a lado na cama, Clarinha começa a relatar o que tinha acontecido na fazenda Barro Fundo.
-Pois é tia. Depois da corte, ele acabou ficando na fazenda para pousar naquela noite com a insistência de meu pai. Já na madrugada Zazá me acordou, pois estava ouvindo ruídos estranhos, achei que era um bicho qualquer, mas ela me alertou que vinha do quarto ao lado, onde estava Manuel e Jorge. Os barulhos eram estranhos e resolvemos espiar, consegui ver Manuel de quatro com o rapaz possuindo-o por trás. Pode isso tia? Vou me casar com um afeminado.
-Filha, veja o lado bom. Pelo menos não vai ter de se deitar com ele todas as noites e aguentar atos que talvez não aprecie. Pelo que pude ver, ali tem coisa mesmo e é séria e de tempos, depois você cutuca seu noivo para ver se consegue mais informações.
Clarinha saiu do quarto da tia disposta a descobrir ou pelo menos tirar uma confissão de seu noivo naquele dia mesmo.
No quarto da ala Sul, Candinha estava ansiosa sentada na cama quando escuta a porta se abrindo, por ela passa Martin com seu sorriso branco que iluminou o ambiente, ela levanta e fecha a porta rapidamente, olha para ele e diz.
-Seu preto safado, você me viciou nesse pauzão enorme, olha o risco que corro, com tanta gente aqui em casa e meu marido por aí. Podem nos pegar aqui!
-Sinhá, se pegarem não tem problema, a senhora é a primeira mulher que gosta de mim do jeito que sou. Nunca que tive uma mulher que aguentasse meu pau que nem a senhora.
-É? Seu preto safado, então me dá ele aqui que quero acabar com você hoje, tô ardendo de tesão.
Candinha já foi tirando o cacete de seu amante para fora o abocanhou fazendo acabar de crescer em sua boca, ela ia empurrar Martin na cama quando ele diz.
-Sinhá, deixa te comer por trás, deixa.
Candinha se pôs de quatro e Martin enterrou sua rola na boceta melada de sua patroa, ela gemia e urrava sem controle, ele socando e dando tapas em sua bunda a fazia delirar. Não demorou e Candinha goza forte, geme e rebola na rola descomunal de seu amante, ele tira a rola da boceta de Candinha e a aponta em seu cu, ela pede para ele não a foder ali hoje.
-Eu queria gozar, sinhá!
-No cu não Martin, hoje preciso estar bem disposta para a recepção, goza na minha boceta seu garanhão.
Ele assim fez, pegou sua rola enorme e enterrou novamente na boceta da patroa, socou com força até que ela gozasse novamente, quase ao mesmo instante que ele. Pela primeira vez ela sentiu a força das esporradas dele em seu útero, a impressão que tinha era que sua barriga inchara com tanta porra que despejou dentro dela, quando tirou escorreu uma quantidade absurda de porra pelas suas pernas, novamente o lençol se embebedou de porra que saía de sua boceta.
Ela pegou o lençol, limpou o estrago, entregou a ele e pediu que jogasse fora, prevenida já tinha outro em sua caixa de pintura, o estendeu e dispensou seu amante que saiu satisfeito dali.
Abriu a janela, olhou a vista, tirou o pano que cobria sua tela e a continuou a pintar com ar de satisfação no rosto.
No final da tarde chegou o Barão acompanhado do genro, passaram pela cozinha, tomaram uma água e o Barão dispensou o rapaz para ir cortejar sua filha. Olhou as cozinheiras com seus afazeres, em especial para Tatá que o olhou, ele dá um sinal sutil que ela entende, ele sai e ela repassa a tarefa para outra cozinheira dando a desculpa de que tinha de fazer outra tarefa que havia esquecido. Seu patrão não costumava tirá-la do serviço, não entendeu, mas obedeceu.
Com a ativação definitiva o ateliê de sua mulher no quarto dos fundos do corredor da ala sul, o Barão pediu para Tatá preparar outro para eles, assim ela o fez, pegou um mais para o centro do longo corredor de mais de 50 metros, aquele era mais discreto e isolado em termos de barulho, poderiam ficar à vontade.
Já no quarto o Barão começou a se despir, quando Tatá chegou, ele já estava nu na cama, seu pau em riste, ela o olhou e disse.
-Nossa patrãozinho, já tá assim?
-Venha minha negra, venha que hoje estou com muita vontade.
Ela já foi se despindo, empurrou seu patrão na cama e disse.
-Aqui eu que mando, o senhor me entendeu?
Vem chupar essa boceta preta que tanto gosta barãozinho safado.
Sem reclamar, o Barão abocanhou a xoxota de Tatá, sugou e lambeu, chupou seu clitóris sem pudor e a fez gozar lambuzando toda a sua cara.
-Agora, patrãozinho vai ganhar uma coisa nova.
-O que é minha preta!
-Vem foder meu rabinho, vem. Nunca pediu, resolvi oferecer.
Ele a olhou, fitou aquele rabo delicioso, passou o dedo na xoxota de Tatá, lambuzou a entrada do cuzinho da negra e foi enterrando sua rola sem dó, ela berrava e uivava, seu patrão não teve dó, socou fazendo Tatá implorar para ele ir mais devagar, ele diminuiu o ritmo, mas não o ímpeto. Bombou com vontade, Tatá gemia alto, seu corpo tremia e suas entranhas ardiam a cada socada do Barão.
Do lado de fora, Candinha voltava de seu ateliê quando passou pela porta do quarto onde estavam o Barão e Tatá, ouviu os gemidos e gritos da mulher, balançou a cabeça e saiu rindo da situação.
Dentro o Barão ainda continuava insaciável, Tatá já estava arrependida da oferta, o homem estava descontrolado, até que ele goza, para alívio de Tatá, ele goza e muito, enche o rabo da mulher de porra, ao tirar ele dá um beijo carinhoso na bunda de Tatá e diz.
-Adorei o presente, vou querer mais qualquer dia desses.
Ela olhou para ele com a cara toda suada e com ar de desespero e diz.
-Só se o sinhozinho se controlar, assim eu não aguento.
O Barão riu, deu um tapa na bunda dela e foi se vestindo.
-Vamos que você e eu temos muito que fazer ainda hoje.
Algum tempo depois Candinha vai a cozinha ver os preparativos do jantar e vê que Tatá estava com dificuldade de andar, pergunta.
-O que houve Tatá? Hoje à tarde você estava tão bem!
-Nada não sinhá. Dei um jeito nas costas pegando um fardo. Daqui a pouco tô mió.
Candinha riu por dentro, sabia bem o que era essa dor nas costas repentina, uma bela enrabada, orientou a todos sobre o jantar e saiu do recinto.
Na varanda, Manuel pegou Clarinha pelo braço e caminharam em quanto conversavam, falaram sobre muitos assuntos, viagens que tinham feito, até que Clarinha cria coragem e começa o assunto que a deixava reticente.
-Manuel, preciso te perguntar uma coisa.
-Claro minha querida, pode perguntar.
-Você, hoje, quer se casar comigo?
-Ora! Claro que quero.
-Não é isso, veja bem. Não nesse sentido da obrigação, entende. Eu por exemplo, se não tivesse esse compromisso não gostaria de tê-lo como esposo. Não que não goste de você, você é um homem maravilhoso, sensível e agradável de se estar, mas não lhe amo, entende!
-Nossa, que alívio. Que bom que tocou nesse assunto. Desde o anúncio penso nisso.
Na verdade eu também não gostaria de me casar se não fosse pelo compromisso de nossos pais. Sabe, eu tenho algo estranho que não me sinto bem em situações que, sei lá.
Vendo o noivo perdido em seu raciocínio Clarinha intervém.
-Eu sei que você não gosta de mulheres, quer dizer, não, como homem.
-Como assim. Não estou te entendendo.
-Manuel, na Fazenda Barro Fundo, na noite em que dormiu no quarto ao lado do meu, eu ouvi barulhos vindos de seu quarto, sei que pode soar falta de respeito o que fiz, mas espiei e vi.
-Viu o que?
-Vi seu criado, Jorge, o penetrando o anus. A princípio fiquei chocada, mas depois entendi. Você não gosta de mulheres para ter uma relação.
O rapaz olhava Clarinha quase sem expressão no rosto, ficou pálido e com a boca aberta. Tentou balbuciar uma palavra, mas não saía nada.
-Fique calmo, seu segredo está guardado comigo. Só que gostaria de jogar aberto com você, assim como você tem seus segredos eu tenho os meus. Eu e Zazá somos amantes também!
O rapaz ficou mais pálido ainda, abaixou a cabeça e de repente caiu em uma gargalhada que não se continha, Clarinha o olhava atônita, não entendeu essa reação explosiva.
-Quer dizer que você também não gosta de estar com homens?
-Na verdade nunca estive com um, então não posso afirmar isso. E você, já esteve com alguma mulher?
-Na verdade sim! Algumas vezes, mas fico só conversando com elas. Meu pai me levou para uma casa de tolerância algumas vezes e ele paga as mulheres para ter sexo comigo, eu complemento outro valor para que elas falem que foi ótimo. Assim todos ficam felizes!
-E você nunca nem tentou?
-Sabe, no começo quando me descobri assim, sem atração pelas mulheres, me critiquei e me condenei, em Portugal quando estava estudando, sai com uma garota de um bordel e ficamos a noite toda, confesso que foi constrangedor, tentei por várias vezes e simplesmente não funcionou. Acho que me entende o que não funcionou? Né!
Clarinha fez um afirmativo com sua cabeça.
-Depois de muito tentar ela propôs outra coisa, pegou um aparato no formato de um pênis e me penetrou, confesso que foi estranho essa primeira vez, mas gostei. Depois disso virei freguês dela, e até arrumou um rapaz para participar de nossas aventuras.
Acho que chega né, daí em diante fica muito pervertida essa história para você, minha donzela.
Clarinha riu, olhou para ele disse.
-Pelo jeito vou continuar donzela, não?
Ele fez um afirmativo com a cabeça e caiu em outra gargalhada.
Dentro da casa, perto da janela em que estavam, o Barão tomava um cálice de licor acompanhado de sua esposa, olhou para ela e disse.
-Sabia que eles iriam se entender.
Meses se passaram e o casamento chegou, a festa seria na Fazenda Cachoeira Grande, por estar mais perto da corte e também das maiores cidades da região. Vieram Barões de todos os lados, governadores de províncias e um representante do Imperador que acompanhava a Rainha, o qual não compareceu por estar em viagem fora do país.
A festa foi primorosa, com toda a pompa e circunstância, os noivos estavam belos e seus criados alinhados.
Na manhã seguinte após o casamento, Clarinha e Manuel vão de viagem para seu novo lar acompanhados de Jorge e Zazá.
Assim que chegou a fazenda, Manuel já inicia suas tarefas de novo administrador, convoca os capatazes, resolve problemas de última hora. Clarinha o olha ali tomando as decisões e pensa, “serão dias felizes, tenho certeza”.
Sentada na varanda da casa, ela perdida em seus pensamentos, Zazá chuleando a barra de um vestido, chega o capataz Jailson.
-Seja bem-vinda patroinha, que sua estada aqui seja de muito agrado para a senhora e sua criada.
Fez um aceno para Zazá, com os olhos brilhando para a negra. Zazá o olha e dá um sorriso discreto, Clarinha percebe algo entre os dois, se contêm e responde.
-Que bom Jailson, fico grata por sua recepção. Só espero que mantenha os bandidos longe de mim e de Zazá.
-Claro patroinha, pode deixar que ninguém irá importunar a senhora ou sua criada.
Zazá olha novamente e da outro sorriso, seus dentes brancos reluziam na noite, o rapaz ficou fixado em seu sorriso e disse sem pensar.
-Nossa Zazá, você podia rir mais assim, tem um sorriso lindo por demais.
-Quem sabe alguém não faz o sorriso dela ficar estampado, né Zazá.
Zazá fechou o sorriso na hora, Jailson saiu em carreira e Clarinha se levantou saindo para dentro da casa.
Zazá foi atrás de Clarinha que a olhou e disse.
-Vá lá, fique fazendo seu chuleio, quem sabe o Jailson não lhe faz companhia?
-Sinhá, faz assim não. Só fui gentil com o moço que tava sendo gentil com a gente.
-Ora Zazá, com você, não é, com você!
-Perdão sinhá, fique brava comigo não. Me perdoe, não vou dar mais atrevimento para ele não.
-Vamos, sobe agora para nosso quarto. Tô muito irritada e não quero discutir aqui com você.
Clarinha não falou mais nada com sua mucama, e a noite, já combinado com seu marido de dormirem em quartos separados, nada aconteceu entre Clarinha e Zazá.
No outro dia pela manhã, Clarinha de cabeça mais fria chama Zazá que tinha passado a noite chorando.
-Zazá, venha aqui. Sente-se.
Zazá se sentou ao lado da patroa, e Clarinha começou a falar.
-Zazá, desculpe pelo meu destempero. Não sou sua dona, nem mando em seus sentimentos. Você sabe o quanto gosto de você e como te quero bem, mas fiquei com ciúmes sim, a situação me deixou fora de controle, mas vou melhorar, até para evitarmos falatórios.
-Sinhá, minha dona você é, e faz comigo o que quiser. Nunca mais vou deixar aquele homem olhar ou falar comigo de novo.
-Não Zazá, não sou dona de nada. Pra mim você é livre e vou providenciar isso ainda hoje. Meu pai me cedeu seus papeis, vou falar com meu marido para lavrar sua alforria, você será uma negra livre assim que os documentos chegarem.
-Mas não quero sinhá, quero ficar com a senhora.
- Zazá, mas vai ter a alforria e pronto. Eu quero assim, se você quer ficar comigo que seja por sua vontade e não por uma obrigação.
Zazá a abraçou e o beijo foi inevitável, se deitaram e fizeram amor como nunca tinham feito.
Foram interrompidas por batidas na porta.
-Sinhá, me desculpe, seu marido a aguarda para o café da manhã.
Desceram e ela se sentou com o marido, conversaram, riram e Clarinha propôs a alforria para Zazá.
-Não esperava outra coisa de você minha querida. Hoje mesmo irei cuidar disso e já vou aproveitar e alforriar Jorge também.
Clarinha saiu satisfeita com a conquista, falou com Zazá que ficou radiante com a notícia, saíram a cavalo e passaram a manhã a galope pela propriedade.
Mas nem tudo eram flores, e alguns fatos novos mudariam o destino de Manuel e Clarinha, assim como de seus criados.