No armário! (9)

Da série No Armário
Um conto erótico de Cigana
Categoria: Crossdresser
Contém 2173 palavras
Data: 26/10/2021 23:48:03
Última revisão: 10/07/2024 09:15:08

Novembro passou, chegado à semana final de dezembro dia 22, eu fui ter uma conversa em definitivo com mamãe.

... continuando (Final / Fase 1)

Voltando alguns dias.

Não conseguia tirar duas coisas da cabeça, a primeira era o fato de que fiquei com ciúmes de Débora com outro homem / mulher / trans, agora cada pessoa que se aproximavam da gente eu já via com olhos de ciúmes. Não era absolutamente ela, era eu que estava inseguro(a) eu nem conseguia me definir se falava comigo mesmo no feminino ou no masculino.

Lembro que não tocamos no assunto do fim de semana por quase 15 dias, mas estávamos mais próximo, eu e Debora e nossas mães mantinham um total distanciamento, primeiro por que lá em casa, na busca de mamãe preparar meu pai para conversar, estava gerando muita briga, muita discussão e algumas roupas sujas estavam vindo à tona nas discussões, eles nem se importavam se era eu, minhas irmãs ou meu irmão próximo, realmente o clima não estava nada agradável.

Estávamos nós dois no ático da casa dela, deitados tranquilamente no sofá nos beijando quando ela começou um carinho em meu pênis, falando coisas no meu ouvido, com uma outra mão pegava nos meus seios, normais até então, mas sentia que ela não estava totalmente feliz, aí quando fui retribuir e comecei a beijar ela e estava indo em direção aos seios ela falou:

— Queria poder sentir o mesmo que você sente beijando um seio!

Eu parei, olhei para ela e falei:

— Mas você estava a pouco beijando!

— Eu beijei seus bicos, você não tem seios como eu! disse isso apertando-os e mostrando volume e peso.

— Te incomoda isso, eu não ter?

— Não é incomodar, lembra das gêmeas, queria você como elas, seria maravilhoso, você não achou lindo o corpo delas hormonizado e olha que ainda nem era o auge dos hormônios, devem estar lindos agora!

Ouvir aquilo, voltou o ciúme, ou inveja, ou fraqueza. Me afastei, coloquei a camisa e sentei um pouco distante.

— Débora, Eu ainda não estou certo de que posso ser como elas, primeiro pela estrutura familiar, depois você sabe eu não tenho nem 20% da androginia que elas tinham, mas eu sei, elas eram lindas já nesta fase inicial, concordo com você que devem estar lindas, mas desculpe, desde aquele nosso passeio, você não tem o mesmo prazer que tinha em ficar comigo, percebo que as vezes faz algumas coisas por obrigação.

— Não, não é isso, é que nunca deixei de te dizer que amo a menina que está em você, e atualmente só tenho dado prazer ao homem que você representa, estou carente de um prazer como o que você proporcionou a mim na primeira noite, nem tanto por elas, sei que demonstrei mais afeto e me entreguei mais do que devia, desculpe, estávamos juntos, não vi abuso nisso apenas me senti como eu quero ser, como eu quero que você seja comigo.

— Tá e se eu decidir não me hormonizar como ficaremos?

— Como assim, você pode ser feminina entre 4 paredes, sem tomar hormônios, apenas que teremos que tirar os pelos, fazer alguns exercícios para deixar menos másculo e mais redondo seu corpo para que com os truques certos você possa ser minha mulher, ou pera aí, você não quer ser mais menina?

— Não é isso, eu quero te dizer que neste próximo ano, creio que não faremos nada neste sentido de hormônios, creio que cabelo, depilar e exercícios até podemos buscar um equilíbrio. Em casa toda vez que minha mãe tenta colocar o assunto de transexualidade parece que se abre uma ferida e é pesado demais o clima, ouvimos já tanta coisa horrível, minha mãe passa 2 a 3 dias chorando escondida, clima fica horrível a ponto de ela pensar em separação.

— Nossa puxa vida não sabia, mamãe até comentou que estavam mais distantes, em uma ou duas vezes que se encontraram seu pai estava junto e tratou-a com uma grosseira nunca vista, tanto que mamãe tenta evitar espaços comuns pois na próxima disse que falaria poucas e boas ao seu Pai Homofóbico.

Sei que fomos falando coisas um para o outro, foi bom, eu consegui expor as coisas de forma que ficou claro que era um passo que poderia significar muito não só para mim, mas para todos em casa, as consequências seriam grandes, haveria mágoa, discórdia e não só eu, mas todos os filhos e filhas sairiam feridos com marcas profundas conforme fosse o impacto em Papai e meu irmão.

Depois desta conversa, mantivemos o namoro com menos fogo, mais conversas e a mãe dela sempre participava vez ou outra nos ajudando a preparar meu psicológico para o que eu decidisse. Mas uma coisa era certa, se eu adiasse, poderia perder Débora em pouco tempo, isto ambos sabíamos, foi deixado bem claro por ela e por mim olhando o desenrolar de nossos últimos encontros.

Era dia 18, mamãe pediu as suas férias no emprego e como havia acumulado ainda banco de horas, iria ficar até praticamente o fim de fevereiro sem trabalhar.

No almoço ela pediu para todos estarem em casa à noite que ela precisaria definir algumas coisas para a próximas 2 semanas e fim de ano.

À noite, estávamos todos em casa, ela pediu para irmos à sala, assim que todos estavam ela tomou o controle remoto da mão de papai, desligou a televisão e começou calmamente a falar.

— Chamei a todos aqui, pois precisamos definir algumas coisas, como é perceptível eu e o pai de vocês, estamos nestes últimos dias discordando em tudo.

— Fale por você, eu ... Papai ia começar a falar, mas foi interrompido.

— Quieto, não fale mais nada até eu terminar, mantenha o respeito que sempre teve todos estes anos, por favor. Voltando. Ontem à noite tive uma conversa séria com ele, estamos nos separando, calma, não falem nada ainda. A culpa não é de nenhum filho ou filha, acontece que para que continuemos amando a todos com respeito e carinho, vamos nos separar enquanto ainda somos amigos, que ainda nos respeitamos e que ainda temos como cada um retomar a sua vida de onde achar melhor, com os recursos de cada um.

— Sim filhos! Foi a vez de papai falar. Nós ainda nós gostamos, não com a força e a intensidade do passado, mas para não prejudicarmos a vocês ou a nós mesmos, cada um tomara seu rumo, não iremos brigar por nenhuma guarda, cada um terá livre acesso a casa do outro pai, vocês terão na verdade duas casas, é logico que uma para um convívio maior, que será durante a semana, aulas etc. e a outra para um ou outro fim de semana.

— Como seu pai disse, e vocês sabem também, saiu a partilha dos bens de minha mãe, acabou que eu ficarei com a casa dela na cidade aqui ao lado, suas tias ficaram cada uma com um dos apartamentos e os demais bens será posto pra alugar, inclusive iremos arrendar a fazenda, assim terá cada um uma renda extra para manter-se e prosperar. Esta casa ficará com seu pai, pois nossa comunhão é universal, 50% dela meu e 50% dele o mesmo valendo para a casa que recebi de herança, como bons matemáticos, melhor 100% pra cada um do que 2 x 50% do outro.

— Não iremos falar pra ninguém por enquanto, vamos primeiro ajeitar as coisas entre nós e após sua mãe estar tranquila vamos no cartório e fazemos o divórcio totalmente amigável.

Meu irmão foi o primeiro a falar.

— Mãe, pode contar comigo para o que a senhora precisar, te amo e acho válido a forma que propuseram tudo, mas ficarei aqui com Papai pois o cursinho à noite é aqui perto e a escola também e ano que vem presto vestibular, vocês sabem que irei morar fora, então pra evitar 2 mudanças, creio ser o mais sensato, mas não largarei de nenhum de vocês, nem vocês meus irmãos.

Minhas irmãs foram unânimes na opinião que ficariam os primeiros 6 meses com Papai, e conforme fossem visitar mamãe, iriam ver colégios lá, etc. e aí sim mudariam, ambas tinham outras atividades aqui que com certeza na cidade vizinha sabíamos não ter.

Com isso todos olharam para mim.

— Bom, eu não vou deixar mamãe sozinha, sei que não estão deixando-a sozinha, longe disso sei que todos a amam, entendo cada ponto, mas como eu vou mudar pro ensino médio, novo ensino, nova escola, nova vida, vai ser legal. Além do que 45 km nem é distancia, ruim pra deslocar todo dia, mas estarei aqui sempre junto com vocês.

— Eu e o Pai de vocês, tínhamos desenhado exatamente esta escolha de vocês, estávamos conscientes e não temos problemas com isso, é a vida de vocês que tem que seguir naturalmente, culpa nossa o reboliço. Juramos apoiar cada um em cada projeto, sonho, planos e escolhas como está de agora. Juramos cessar as brigas e tomarmos nós dois cada um seu rumo.

Era isso meus amores, todos, até você Papai, brigarmos ou separarmos não muda meu amor por você, obrigado por ter deixado esta conversa ser conduzida com tranquilidade, com respeito e fico feliz de sairmos daqui hoje à noite em paz com cada um de vocês.

Amanhã eu o irmão de vocês iremos arrumar nossas coisas para que sábado a transportadora leve tudo, não se preocupem, a casa de mamãe tem praticamente tudo o que tem aqui, sem faltar nada, por isso levaremos só coisas pessoais e no caso do irmão de vocês ele deixara algumas coisas aqui para evitar ficar de lá pra cá com malas, terá digamos um segundo guarda roupa, o mesmo vale pra vocês, providenciem separar parte da roupa e tudo para levar para minha nova casa, e assim cada um terá um quarto exclusivo. Exatamente como faremos aqui, vou liberar meu escritório e será feito um quarto extra para as meninas poderem ficar cada uma em um, assim todos terão sua privacidade preservada em cada casa, entenderam?

— Simmmmmmmmmm foi o coro, inclusive do papai o que nos fez dar risadas junto com eles.

Naquela noite, não pude falar com Débora, e talvez nem no dia seguinte pois mamãe logo cedo foi ajeitando 4 malas rápidas pois queria viajar para a outra casa e começar por lá arrumar e se desfazer de algumas coisas para que pudessem chegar nossas coisas dentro de 3 dias. Convidou a mim e a meu irmão pra irmos juntos pois como ela disse, precisaria de uma FORÇA, em alguns itens que ela já tinha previamente combinado com suas irmãs de retirar da casa e deixar com elas no depósito da loja de minha tia.

Acabamos por posar lá, pela manhã terminamos, tínhamos agora 4 quartos livres, que eram de minhas tias, de visita e um outro de costura. Demais cômodos mamãe não quis mexer, tinha muita lembrança de meus avós e ela queria deixar assim mesmo.

Voltamos pro almoço, mamãe passou na escola, conversou com a diretora e todos nós fomos dispensados das atividades de fim de ano na escola. Pude apenas me despedir de um ou outro professor, e foram acertados os papeis para transferência que ainda ia demorar 1 semana pra sair de fato.

Em casa, passamos a tarde todos fazendo suas malas, eu muitas os demais algumas, mesmo por que mamãe havia falado que iria com todos comprar roupas novas pra deixar na casa dela, brincando ser um bom motivo para visitá-la, o que demos novas risadas e falamos que não seria necessário iríamos até pra levar bronca se fosse preciso.

A noite fui na casa de Débora, contei tudo o que tinha acontecido, que realmente seria duro a mudança, ficaríamos longe, namoro de fim de semana, etc. e que eu iria primeiro aproveitar as férias com todos, depois só com mamãe e aí iríamos decidir meu mundo e se cabia uma menina nesta nova casa.

Meio em tom de despedida, Débora pediu para desmanchar nosso namoro, mas como feito com meus pais, com carinho, respeito e amor e que depois que eu tivesse a certeza do que eu queria iríamos tem uma reconciliação ou a separação definitiva.

As festas ocorreram tudo bem, fizemos o Natal em casa de Papai e o fim do Ano na casa agora de Mamãe, foi bom que marcou o início desta fase em 2 casas, saímos todos de férias, pois já estavam pagas e tudo reservado pro Nordeste e na volta nos separamos temporariamente como família.

Dois dias depois de retornarmos, mamãe me chamou pra conversar.

— Filho, quero que entenda definitivamente, que a separação não tem nenhuma relação com nosso segredo, já era previsto. Agora temos que retomar nossas vidas, te pergunto, mesmo passando já mais de 30 dias do nosso dia de mãe e filha, como está isto para você, o que você deseja fazer, como, é o momento inclusive conforme sua decisão o colégio que iremos buscar, teremos uns 40 dias até as aulas, muita coisa pode ser preparada, inclusive sua transformação parcial e documental.

- Mãe, queria mesmo falar com você, já me decidicontinua

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