Pessoal, gostaria de pedir desculpa para todos os que acompanharam meus contos por uma serie de situações acabei por não dar continuidade a historia, porem pretendo retomar de onde parei e gostaria de contar com o apoio de voces novamente.
Obs.: não vou conseguir postar 1 por dia, vou tentar postar semanalmente.
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Os dias foram passando e as dificuldades que passamos ao longo daquele ano agora era apenas lembranças, tudo parecia perfeito, passava as manhas com o Vitor e a tarde com os amigos, eu podia realmente me acostumar com aquela rotina diária, eu poderia afirmar com toda certeza de que aquele era o momento mais feliz da minha vida. Passado uma semana do final das provas os resultados começaram a sair e para felicidade geral todos passamos de ano sem necessidade de prova de recuperação, o professor de física tinha suas suspeitas em relação a nota 10 do Vitor porem ele não podia provar absolutamente nada e todos estávamos livres para nossa viagem de fim de ano, alguns dias após o resultado das provas terem saído o Vitor mudou-se para o seu novo apartamento ajudei ele e a tia com a mudança e nesse dia acabei dormindo com eles, se alguém tivesse gravado ou fotografado teria sido uma foto muito engraçada, dois marmanjos sem camisa deitados apertados em um sofá de dois lugares abraçados e uma senhora de pouco mais de 1,60 deitada confortavelmente em um sofá de três lugares, sorrimos da situação quando acordamos doloridos no dia seguinte.
Os dias passaram mais rápido do que eu pude perceber, quando dei por mim já estava surtando com a noite anterior a viagem, minha mãe ria de mim o tempo todo pelo fato de já ter feito e refeito a mala pelo menos 3 vezes.
- Mãe: Relaxa, você só vai ficar apenas uma semana, e pelo que eu vi você tem tudo arrumado para você e para o Vitor em sua mala.
- Lucas: Mais mãeeee, e se eu estiver esquecendo alguma coisa? E se eu precisar de uma coisa que não estou lembrando agora.
- Mãe: Calma, do que você mais precisa levar?
Sorri de um jeito bobo. – Do Vitor, preciso dele. Senti meu rosto corar, não costuma ser tão honesto com meus sentimentos.
Ela sorriu. – E ele vai estar lá?
- Eu: Sim, ele vai estar lá. Meu rosto ainda estava corado.
- Mãe: Então todo o resto ficara bem, você conseguira contornar qualquer situação juntos.
Fui ate minha mãe e a beijei no rosto. – Obrigado mãe você e a melhor.
Ela sorriu para mim e saiu pela porta do quarto sem dizer mais nada e com essa nova confiança fechei a mala e me deitei, empolgado demais para dormir, meu pensamento não paravam, em apenas 12 horas eu estaria embarcando para a melhor viagem da minha vida esse era o pensamento que reinava na minha cabeça entre tantos outros, em algum momento desses devaneios acabei adormecendo.
O despertador tocou e me levantei mais animado do que o normal, corri para o banheiro e tomei uma banho quente e demorado, sai do banheiro cantando de felicidade, vesti uma camisa branca com detalhes vermelhos um calção preto e peguei o boné que o Vitor havia me dado olhei para ele por um momento e as recordações tomaram meu pensamento, sorri para todas elas e coloquei o boné na cabeça com o seguinte pensamento, “ ele vai gostar de me ver usando ele” enquanto pensava o carro buzinou e instantaneamente um sorriso se instalou em meu rosto sai correndo com a mala na mão me despedi da minha mãe e fui de encontro ao portão, sai e lá estava ele, perfeito em todos os aspectos com um de seus pés apoiado na roda do carro e seu corpo levemente inclinado para trás ficando encostado na lataria do carro, ele sorriu ao me ver passar pelo portão e a sensação de felicidade que eu tinha aumentou consideravelmente, ele vestia uma camisa polo azul que realçava sua pele branca e um calção branco, seu cabelo estava cuidadosamente desalinhado com aspecto molhado da forma que ele sabia que eu gostava, me aproximei meio sem jeito e sorri.
- Eu: Oi.
- Vitor: Oi, vamos? Falou isso pegando minha mala e guardando no porta-malas, abriu a porta do carro e fez sinal para que eu entrasse.
Entrei no carro e ele entrou logo atras de mim, fechou a porta e encostou sua cabeça no meu ombro instintivamente inclinei minha cabeça sobre a dele e só quando olhei para frente que me dei conta da sua mãe nos olhando e sorrindo pelo espelho central do carro, sorri em retribuição.
- Eu: Bom dia tia, tudo bem?
- Tia: Bom dia Lucas, eu estou bem e você?
- Eu: acho que nunca me senti tão na vida.
Ela sorriu com o meu exagero. - Lucas, eu preciso te pedir um favor.
- Eu: Claro Tia, tudo que a senhora precisar.
- Tia: Fico feliz em ouvir isso, eu preciso que você faça o controle de gastos do Vitor na viagem, se você concordar eu vou depositar 5 mil da sua conta junto com o dinheiro pelas aulas do Vitor, você poderia fazer isso por mim?
O Vitor se afastou para o lado oposto do carro, cruzou os braços e fechou a cara fazendo um bico, percebi naquele momento duas coisas, a primeira que ele ficava lindo emburrado e a segunda que aquela conversa já havia acontecido entre os dois e aparentemente eles não chegaram a um consenso, fiquei em um dilema, de um lado eu não queria deixar o Vitor emburrado logo no começo da viagem, mas por outro lado eu não queria descumprir minha promessa de ajudá-la. Respirei fundo e puxei o Vitor de volta para mim, beijei sua cabeça e acabei arrancando um sorriso dele sem ele querer.
- Eu: Tia eu sei que conversamos e que concordamos que se ambos cuidássemos do Vitor ele se sairia bem e por isso eu aceito essa responsabilidade (senti o corpo do Vitor se enrijecer com a minha resposta) porem eu tenho uma condição.
Ela me avaliou pelo espelho do carro. – E qual seria essa condição.
- Eu: Que a senhora concorde em me deixar fazer uma transferência diária para a conta dele para que ele não precise me pedir dinheiro toda hora que quiser comprar ou fazer alguma coisa.
O carro foi tomado pelo silencio e pela tensão, senti o corpo do Vitor relaxar ao meu lado e instintivamente sabia que ele aceitaria aquele meio termo, eu agora avaliava a expressão da tia pelo espelho que após um momento abriu um sorriso.
- Tia: Acho um ótimo meio termo Lucas, e fico menos preocupada sabendo que você tomara conta dele agora que eu não estarei com ele.
- Eu Sempre vou tomar conta dele.
Respirei aliviado por um momento até olhar para o Vitor, ele me encarava com uma expressão indignada.
- Vitor: Quando foi que vocês combinaram de cuidar de mim sem eu estar presente.
Sorrir ao saber o motivo da indignação. – E quem falou que você não estava presente? Você só estava dormindo em cima do meu peito enquanto eu e sua mão conversávamos logo após reatarmos.
Ele corou, olhou para a sua mãe. – Quer dizer que você já nos viu dormindo juntos?
Eu e ela sorrimos com o tom vergonhoso que o Vitor tinha na voz.
- Tia: claro querido, foi muito lindo ver vocês dois assim.
Ele escondeu seu rosto na minha camiseta e eu o envolvi com os meus braços, mas não conseguia parar de rir da reação dele, beijei sua cabeça.
- Eu: Calma, imagina o meu desespero quando sua mãe entrou no quarto e viu agente daquele jeito.
Ele sorriu, e nós ficamos abraçados até ela estacionar no aeroporto, desci do carro peguei minha mala e me afastei permitindo um momento de privacidade para a despedida deles, fiquei aliviado por essa decisão, pois em poucos minutos os dois estavam abraçados e chorando, a tia estava falando varias coisas para ele que apenas balançava a cabeça e pelo que eu conhecia do Vitor os olhos dele já estavam marejados de lagrimas, essa seria a primeira vez que eles se distanciariam por tanto tempo, passado alguns minutos e vários abraços o Vitor pegou sua mala e veio em minha direção com o nariz vermelho e os olhos ainda cheio de lagrimas, o recebi com um sorriso no rosto, mas eu não espera que a mãe dele viesse atras dele ou melhor atras de mim, ela me abraçou ainda chorando.
-Tia: Por favor cuida dele pra mim, ele e tudo o que eu tenho. Soluçou no meu ouvido enquanto me abraçava.
- Eu: Tia pode ficar tranquila, lembra que enquanto nos dois cuidarmos dele ele estará bem. Eu prometo que vou trazer ele de volta a salvo, só um pouco queimado do sol.
Ela murmurou um obrigado e me deu um beijo no rosto e de forma relutante entrou no carro e foi embora, por sua vez o Vitor me olhava meio sem graça me aproximei dele e retirei as últimas lagrimas de seus olhos com as costas da minha mão.
- Eu: Não se preocupe você vai ficar bem.
- Vitor: Não é isso, ela não devia ter feito isso com você.
Olhei pra ele fingindo ficar ofendido. – Mas eu não era parte da família? Pelo que eu sei família age assim, não?
Ele revirou os olhos. – Não é isso, conhecendo você como conheço você vai levar isso muito a sério e vai ser extremamente super protetor comigo.
Ignorei todos a nossa volta e o abracei e dei um beijo em sua testa. – Você está errado em um ponto, ela não precisava me pedir nada para eu ser super protetor com você, você é parte de mim e eu protegeria você sem me preocupar com as consequências.
Ele sorriu com aquele grandes olhos inocentes e nos dirigimos para o portal de embarque, ao nos aproximarmos da área de embarque de longe consegui identificar a Valeria, Carla, Cauan, de longe Carla já começou a acenar desesperadamente.
- Eu: Oi pessoal, todos estão bem?
- Valeira: Sim, mas achei que você o Daniel estava junto com vocês.
- Vitor: Não, ele falou que o pai dele iria trazer ele. Um momento de tensão tomou conta de todos, Daniel e seu pai não tinham uma relação muito amistosa.
- Carla: Relaxa pessoal falei com o Dani ontem, o pai dele não vai criar problemas.
- Eu: Vamos ser otimistas.
- Danilo: Eu estou meio perdido.
- Valeria: Pra resumir Danilo, o pai dele e um controlador abusivo.
- Cauan: Olha, lá vem o Paulo e o Rafael.
Com a chegada do Paulo e do Rafa estava faltando apenas o Daniel e confesso que fiquei um pouco apreensivo.
- Eu: Pessoal eu vou esperar o Daniel lá fora, de todos o pai dele é mais acostumado comigo então não vai ter problema ele me ver lá.
- Vitor: Eu vou com você.
- Eu melhor não Vitor o pai dele pode pensar besteira.
A contra gosto o Vitor ficou para traz e eu fiquei esperando o Daniel chegar, alguns minutos de espera e o carro do pai dele encosta e eu resolvo me aproximar.
- Eu: Bom dia Sr. Valdo, tudo bem com o senhor.
- Valdo: Estaria melhor se o Daniel não arrumasse esses problemas.
- Eu: Entendo. Realmente não sabia o que dizer.
- Eu: Daniel, vamos?
Mais antes que o Dani pudesse sair, ele barrou nosso caminho.
- Valdo: Um minuto ai vocês dois, Daniel eu sei que você não tem juízo e por isso vou te avisar, se você aprontar qualquer coisa que seja você estará confinado em casa pelo tempo que morar comigo, você entendeu?
- Dani: Pai, não precisa disso você sabe que não vou fazer nada demais.
- Valdo: Eu não sei de nada, bom faça uma boa viagem.
Ele entrou no carro e foi embora, fiquei ao lado do Dani esperando-o se recuperar da forma truculenta que o pai o tratava, passei meu braço pelo pescoço do Dani.
- Eu: Vamos? Só está faltando você.
Ele me olhou sem jeito. – Olha desculpa...
Mas antes que ele pudesse terminar eu o interrompi. – Você não tem que se desculpar, pois não fez nada errada Dani e outra coisa eu vim te esperar justamente para reduzir o sermão que ele iria fazer, não adiantou muito mais acho que ganhamos alguns minutos com isso.
- Dani: Você não existe mesmo. Ele sorriu e saímos para o portão de embarque.
Quando o pessoal nos viu chegando foi uma festa, estávamos todos reunidos e falta uns 20 minutos para o embarque nos organizamos e fomos para a fila de embarque, porem nem tudo e festa quando olho para o lado me depara com uma figura conhecida e indesejada, lá estava o Ricardo acompanhado de um cara muito estranho um pouco mais alto que eu, usava roupas pretas tinha os cabelos raspados e usava lápis pretos nos olhos, eu o achei totalmente estranho, mas o pior não era isso, o pior era o fato deles terem pegado a mesma fila que nos, tentei me controlar pois o avião faria escala em Brasília e talvez eles pegassem um destino diferente, olhei ao redor e parecia que ninguém mais havia percebido a presença deles, resolvi não contar para o Vitor, ele ainda não precisava se preocupar, mais eu já estava em alerta máxima com isso.
Embarcamos e pra minha sorte eles sentaram nas poltronas da frente e por um milagre de Deus ninguém percebeu a presença deles e eu podia respirar aliviado por mais uns 30 minutos.
- Vitor: O que foi?
Droga, ele havia percebido que eu estava apreensivo. – Como assim?
- Vitor: olha, eu sei que não sou esperto e que nunca consigo acompanhar seus pensamentos, porem eu entendo de sentimentos e principalmente aprendi a identificar os seus pelas alterações mínimas de comportamento e expressão que você faz, então não me trate como uma criança.
Enquanto ele falava me encarava com um olhar profundo, e eu pude perceber que ele aprendeu mesmo a ler entre minhas atitudes e com essa compreensão um sorriso tomou conta do meu rosto.
- Eu: Meu menino não e tão menino assim no fim das contas.
Ele sorriu. – Estou aprendendo com o melhor, mas larga de me enrolar e fala aí o que está acontecendo.
- Eu: Ok, seu primo junto com um tipo estranho está sentado lá na frente, mas pode ficar tranquilo se ele tentar qualquer coisa eu o quebro.
- Vitor: Calma, ele falar comigo não vai arrancar nenhum pedaço meu, lembra que ele não pode mais me fazer mal.
- Eu: Não tenho tanta certeza assim.
Ele sorriu para mim e segurou minha mão na tentativa de me acalmar eu sorri de volta para ele na tentativa de dizer que eu estava mais calmo, mas na realidade não era verdade.
O Voo foi rápido e nós já estávamos na fila para o próximo embarque quando escuto uma voz irritante.
- Ricardo: Veja só, meu priminho está indo tirar férias para o mesmo lugar que a gente.
- Cara estranho: Bom, poderíamos dizer que é um encontro de família.
Senti o ódio tomar conta de mim, instintivamente eu coloquei o Vitor atras de mim e encarei os dois de frente, senti como se tivesse ganhado mais uns dois metros de altura e podia sentir cada musculo do meu corpo contraído, os punhos cerrados e a mandíbula rangendo, eu definitivamente esta pronto para brigar ali mesmo no saguão do aeroporto, Ricardo percebeu minha reação e tirou o sorrisinho sarcástico do rosto e afastou alguns passos, sorri de satisfação ao saber que ele tinha medo de mim, mas o cara estranho teve a reação contraria a dele, aproximou-se de mim e estendeu a mão.
- Cara estranho: Eu sou o Paulo Rogerio, tudo bem. Falou isso com um sorriso cordial.
Eu não estendi a mão para ele. Tudo bem sim, acho que você já deve saber meu nome mas em todo caso me chamo Lucas.
- Paulo R: Você parece não querer fazer amizade.
- Eu: Não me leve a mau não, mas seu amigo ai não expira confiança.
- Paulo R: Não é meu amigo é meu namorado, e já que você não quer ser nosso amigo então vou te da um recado, se encostar nele outra vez eu te mato.
Nessa hora o Vitor me segurou pelo braço e eu acabei abrandando minha reação.
-Eu: Mantenha seu “namorado” longe do meu que aí ninguém corre o risco de morrer, entendeu? Eu mantenho minha palavra se ele fizer mau ao Vitor quer seja fisicamente ou mentalmente eu vou atras dele e se você ficar no caminho eu passo por cima.
Acho que minha expressão era de um verdadeiro assassino pois ele recuou alguns passos para trás e o Ricardo posicionou-se cuidadosamente atras dele, a mão do Vitor apertou meu braço mais forte, relaxei e virei outra vez para a frente e a expressão do Vitor era uma mistura de repreensão e um misto de alegria.
- Eu: O que foi?
- Vitor: Você não precisava fazer isso. Ele me repreendia mais seus olhos estavam brilhando sinal de que havia gostado. – Mas (a voz estava quase que um sussurro) eu fiquei muito feliz de você me chamar de namorado pela primeira vez.
Eu não havia percebido que eu o tinha feito, mas com aquela reação dele eu havia respondido à pergunta que eu havia me feito na primeira conversa com o Danilo, eu não me importava com rótulos, mas ele queria ter um, eu precisava fazer alguma coisa a respeito.
Sorri para ele. – E como mais eu poderia te chamar?
Ele ficou meio vermelho e a fila de embarque começou a andar. – Poderia me chamar de amigo, por exemplo.
Eu estava me divertindo com isso, ele não queria me pressionar mais adoraria o fato de ter um compromisso sacramentado. – Isso não seria uma verdade completa não é mesmo? Somos muito mais que isso.
Vitor ainda mais vermelho. – Talvez você tenha vergonha.
- Eu: é isso que você pensa?
Não esperei uma resposta dele, sai da fila e subi e um dos bacos de espera e gritei:
- Eu: Atenção todo mundo, estão vendo aquele cara ali de polo azul e calção branco (apontei para ele), e esse aí mesmo minha senhora, então eu gostaria que todos soubessem que ele é meu namorado.
Definitivamente o Vitor tinha virado um pimentão desci do banco sendo aplaudido por todos que estavam na fila e fui em direção a ele e o abracei, ele por sua vez escondeu sua cabeça no meu peito e todo mundo começou a gritar “beija, beija”, eu estava muito satisfeito comigo mesmo e rindo demais com a reação dele, ele olhou para mim e eu aproximei meu rosto do dele e o beijei e os aplausos se intensificaram.
- Vitor: Você está louco?
- Eu: Não, mas você ainda acha que eu tenho vergonha de você?
- Vitor: Não eu não acho, mas não precisava fazer isso. Falou com a cara fechada mais com os olhos brilhando.
- Eu: O brilho nos seus olhos me diz que fiz a escolha certa.
Ele me abraçou e entramos no avião.
As próximas horas foram tranquilas conversamos e ficamos de mãos dadas durante todo o trajeto, desembarcamos em Recife por volta do meio-dia, almoçamos perto do aeroporto e pegamos a van que nos levaria para o Hotel em porto de galinhas, dentro da van foi a maior festa, cantamos, brincamos e pulamos, por um momento cheguei a suspeitar que o motorista iria nos expulsar, mas foi apenas impressão mesmo, 45 minutos após entrarmos na van descemos na porta do hotel, entramos pela porta do saguão e a Veronica se dirigiu a recepção do hotel, não era grande porém era bem aconchegante, tinha um saguão de tamanho médio, do lado esquerda da recepção percebi uma placa indicando o refeitório, outra indicando a piscina e uma terceira indicando o caixa eletrônico, a última placa me deixou feliz pois precisava começar a cuidar das finanças do Vitor, fui discretamente na direção em que a placa do caixa eletrônico indicava, assim que peguei uma distância do grupo pude ouvir passos apressados atras de mim e nem precisei me virar para saber que ele estava correndo para me alcançar diminui o passo para que ele pudesse me alcançar.
- Vitor: aonde você vai?
- Eu: vou cumprir minha promessa, cuidar das suas finanças.
Ele abriu um sorriso. - Posso ir junto?
Devolvi o sorriso a ele e balance a cabeça afirmativamente, chegamos ao caixa e verifiquei o saldo, a mãe dele havia depositado o dinheiro combinado saquei 400 reais e entreguei a ele, que por sua vez olhou-me com um ar inquisidor.
-Vitor: Não vai sacar nada pra você?
Eu sorri. - Não, vim prevenido caso não tivesse caixa eletrônico no hotel, tenho grana
na carteira par a pelo menos 2 dias.
Ele cruzou os braços atras da cabeça – Puxa você pensa em tudo mesmo.
Sorri para ele. – Vamos ou ficaremos com o pior quarto, Valeria não vai perdoar se a fizermos esperar.
Corremos de volta ao nosso grupo e pra minha surpresa a Valeria ainda não havia voltado.
- Eu: Será que a Valeria está tendo problema com as reservas?
- Dani: Não, apenas tem muitos papeis para assinar em relação a reservas e tickets e sei lá mais o que, e por falar em problemas aonde vocês foram?
- Eu: Fui até o caixa eletrônico do Hotel, precisava sacar um dinheiro.
Nesse momento várias coisas aconteceram simultaneamente, a porta do Hotel abriu-se e lá estavam eles o Ricardo e o Paulo, a Valeria retornou com as chaves e o gerente veio em nosso encontro.
- Eu: Que merda, isso só pode ser brincadeira, esses dois vão ficar no mesmo hotel que agente!?
Todos viram para a entrada do hotel e o gerente que vinha em nossa direção percebe que existe algum problema iminente e se adianta até nos.
- Gerente: Bem vindos ao hotel Kembali, eu sou Guilherme e espero que vocês tenham uma ótima estadia conosco, qualquer coisa que precisarem estou à disposição para ajudá-los.
- Eu: tem uma coisa que você pode fazer para melhorar nossa estadia.
Ele sorriu para mim. – E só pedir meu jovem.
- Está vendo aqueles dois que estão dando entrada no Hotel, garanta que o quarto deles fiquem o mais longe possível dos nossos.
Por um minuto Guilherme ficou confuso, mas recobrou a postura dizendo. – Farei todo o possível. Saiu em direção a recepção e percebi que ele assumiu o atendimento deles, não consegui acompanhar o desenrolar do atendimento pois Valeria havia começado a falar.
- Valeria: Então, eu vou entregar as chaves dos quartos, estamos todos no mesmo andar e vou dividir da melhor forma possível, dito isso vamos lá: Carla e Dani estão no quarto 406, eu e o Cauan estamos no 407, Lucas e Vitor no 409, Danilo no 411 e Paulo e Rafa estão noDani: Gostei da divisão, assim o Lucas e o Vitor não vão incomodar ninguém com as tempestades noturnas.
Todos rimos.
Eu abracei o Vitor e falei. – Talvez você queira passar por lá e experimentar o relâmpago e o trovão.
- Dani: Eu não, prefiro continuar com minha estrela guia aqui, falou isso e beijou a Carla.
Foi um custo, mas conseguimos encaixar todo mundo no elevador, saímos no 4° andar e cada um foi para o seu quarto, nesse momento me senti um pouco mal pelo Danilo estar sozinho e anotei mentalmente que não deixaria ele sentir-se só durante essa viagem. Vitor foi na frente pois estava com a chave, destrancou e entrou deixando a porta aberta para mim, entrei e coloquei minha mala no chão e virei para tirar a chave da porta e tranca-la por dentro, mas não fui tão rápido, antes de conseguir girar a chave senti meu corpo sento puxado e colidindo contra o dele, os braços dele me envolveram e senti sua respiração em meu pescoço causando arrepios por todo o meu corpo e fiquei sem reação, ele brincava com seu nariz no meu pescoço e dava leves mordidas e beijos, aos poucos fui recordando a consciência, sentia o cheiro do seu hálito morno e doce em minha pele, suas mãos deslisavam pelo meu tórax me causando pequenos gemidos de satisfação e cheguei a conclusão de que estava completamente dominado por ele naquele momento, porem ele gentilmente afrouxou o aperto de seus braços e permitiu que eu me movimenta-se, girei meu corpo rapidamente ficando de frente para ele, passei minha mão pelo seu pescoço e puxei gentilmente seu rosto em direção ao meu e beijei sua boca gentilmente, as coisas começaram a sair do controle a respiração dele começava a ficar descompassada, mas eu não conseguia parar, minha mão fechou-se na nuca dele e com a outra mão por baixo da camisa polo azul explorando cada parte do seu corpo, puxei sua cabeça para traz e beijei seu pescoço dando um minuto para que ele pudesse respirar.
- Vitor: Lucas, para ou não vamos conseguir sair desse quarto hoje.
Não entendi, olhei para ele com um misto de raiva e confusão, quer dizer, foi ele quem começou aquilo tudo. - Calma amor, nos tem que encontrar o pessoal no saguão do hotel.
Eu ainda com raiva. – Preferia ficar aqui com você.
Ele ainda sorrindo veio em minha direção me abraçou e me beijou. – Temos todo o tempo do mundo, mas vamos nos trocar e ir pra praia com eles, estou louco para entrar no mar com você.
- Eu: Ok, mas não vou poder usar sunga por sua causa.
Ele riu sonoramente com esse comentário e começou a abrir a mala dele, resolvi que iria provocar, levei minha mala para um canto onde eu sabia que ele teria uma visão privilegiada de mim e tirei minha roupa toda, ainda estava meia bomba por tudo que havia acontecido a alguns minutos atras, pensei comigo “ ótimo, era assim mesmo que eu queria estar”, virei-me para o lado dele para colocar a sunga e levei um susto, ele estava sentado na cama pelado de pau duro me olhando trocar de roupa, soltei uma gargalhada, “ enfim a caça virou caçador” foi o pensamento que me veio à cabeça.
- Eu: ok, você ganhou!
Ele me olhou com aquela cara safada fingindo inocência. – Eu realmente não sei do que você está falando, eu apenas fiquei hipnotizado pela imagem de você trocando de roupa e o efeito que você tem sobre mim você já sabe bem.
- Eu: Ah corta essa, você sacou o que eu pretendia e resolveu mostrar que também sabe brincar.
Falei isso enquanto me aproximava dele, ele instintivamente inclinou o corpo para trás e eu me sentei cuidadosamente em seu colo, puxei seu cabelo para trás e beijei sua boca, ele correspondeu prontamente passava as mãos pelas minhas costas enquanto eu segurava sua cabeça, mas aquele não era definitivamente o meu dia de sorte, alguém estava batendo em nossa porta.
- Dani: Vocês ainda não estão prontos? Aposto que ainda estão pelados, né?
- Eu: Não enche Daniel, as melhores coisas da vida fazemos sem roupa.
Pude ouvir uma risada abafada do outro lado da porta.
- Vitor: por que você não abri e descobri se estamos vestidos ou não?
Olhei desesperado para o Vitor, a porta só estava escorada.
- Dani: Olha, eu ainda não estou pronto para ver isso. Falou e soltou uma sonora gargalhada. – Nos vemos lá embaixo.
- Eu: Você está louco? A porta não está trancada e se ele entra?
Sai de cima dele totalmente sem clima, coloco minha sunga e calção, pego um protetor solar na mochila, uma camisa regata e me viro para sair do quarto.
- Vitor: Você fica muito fofo quando está com raiva da minha imprudência, sabia?
- Eu: Não estou com raiva só desisti, hoje o universo está conspirando contra mim, melhor não forçar a barra.
Ele veio ate mim segurou meu queixo entre seus dedos (uma atitude que normalmente eu quem fazia com ele). – Calma, hoje anoite será apenas eu e você e nada vai poder nos parar.
Sorriu para mim e foi em direção a porta do quarto eu fiquei parado admirando aquela figura sem camisa e extremamente branco, ele virou-se para mim sorriu e perguntou.
- Vitor: Você vem?
- Eu: Claro, mas me responde uma coisa, o que aconteceu com você?
- Vitor: Nada, quer dizer o fato de você gritar no meio do aeroporto que eu sou seu namorado me deu a súbita compreensão de que você também me ama, então estou mais tranquilo e feliz.
Sorri com a honestidade dele. – Bom, aí está você, o cara que não percebe o obvio mais fico feliz por você ter confirmado que eu te amo.
Ele sorriu de forma sincera para mim.
- Eu: Vitor, o fato de você está mais confiante significa que não vai ter mais tanto ciúme?
Ele me avaliou por alguns segundos. – Não, agora acho que tenho ainda mais ciúmes que antes.
Revirei meus olhos para ele que sorriu tentando fazendo um tom ofendido. – Ninguém nunca declarou que me ama na vida, quer dizer já me falaram que eu sou bonito, que eu sou bom de cama que eu sou fofo, mas nunca que me amavam, ou seja, como posso não ter ciúmes de você?
- Eu: eu posso entender, mas preciso que me ajude a fazer a viagem do Danilo ser feliz, quer dizer ele e o único que está sozinho, temos que dar apoio a ele.
- Vitor: Tudo bem, não tenho ciúmes dele, e eu acho que ele precisa mesmo de diversão, ele sempre parece triste.
Sorri em retribuição e passeio o braço pelo pescoço dele, saímos em direção ao elevador. Chegamos ao saguão do hotel e a Valeria e o Cauan já estavam lá, confesso que não fiquei muito feliz, definitivamente eu não estava gostando do Cauan nos últimos meses, e eu não conseguia definir se era por conta da mudança da Valeria ou por conta dele estar sempre cercando o Vitor, por via das duvidas tratei de deixa-lo bem longe do Cauan fiquei do lado da Valeria o Cauan do outro lado dela e o Vitor do meu.
- Valeria: achei que vocês seriam os últimos a chegaram.
- Eu: Bem que eu queria ter demorado mais, mas o Vitor não queria esperar.
- Valeria: Parece que você está perdendo o jeito.
O Vitor pegou na minha mão. – Ele não perdeu o jeito, na realidade ele não tem a capacidade de perder o jeito comigo.
Achava impossível mais de alguma forma ele me fez corar, a reação da Valeria foi exagerada.
- Valeria: Meu Deus, alguém me segure, não achava possível o Lucas corar.
- Eu: Está louca, e apenas o calor. Me arrependi de não ter pensado em uma desculpa melhor, porque agora todos estavam rindo de mim.
- Vitor: Assim você não se ajuda amor.
- Eu: Ok, vocês me pegaram desprevenido, mas isso não vai mais acontecer.
Todos rimos mais um pouco e o resto do pessoal veio chegando junto.
- Eu: Vocês todos combinaram?
- Carla: Na realidade foi apenas coincidência, nos encontramos enquanto esperamos o elevador.
- Danilo: Que seja vamos logo para a praia.
Todos rimos do desespero do Danilo, saímos pela porta do hotel e uma das praias ficava a pouco mais de 300 m do hotel, o dia estava lindo, o céu azul sem nenhuma nuvem o mar parecia um pedaço do paraíso na terra, olhei ao meu redor e todos estávamos parados em fila admirando a paisagem, admirei cada um dos meus amigos naquele momento, cada um representava muito da minha vida, meus olhos foram passando por cada um deles e acabou caindo nele, não sei o motivo mais olhar para ele enquanto o sol iluminada seu rosto o deixava ainda mais bonito, foi então que me dei conta que as circunstancias não importavam, o cenário não importava eu o veria cada dia mais bonito enquanto mantivesse aquele sentimento, em algum momento dessa contemplação ele virou-se para mim e simplesmente sorriu, passou o braço pelo meu pescoço e começou a caminhar em direção ao mar, por minha vez passei o braço pela sua cintura e acompanhei seus passos, o transe inicial havia sido quebrado e todos estavam indo em direção a algum ponto, as meninas se direcionaram para o loca onde tinha alguns guarda sol e nos corríamos feito doidos pela areia.
- Eu: vamos deixar a mochila junto das meninas, quero entrar na água.
Ele concordou e nos dirigimos ate onde estava a Valeria e a Carla.
- Eu: Carla, posso deixar minha mochila com você?
- Carla: Claro Lucas, deixa aí que eu cuido pra você.
Agradeci e tirei minha carteira do bolso da bermuda olhei para o Vitor e perguntei. – Você não vai deixar sua carteira aqui não?
Ele coçou a cabeça me olhou meio sem graça. Eu acabei esquecendo-a no Hotel.
Sorri com o jeito distraído dele.
- Valeria: Caramba Vitor, o Lucas vai ficar de baba a viagem toda?
Não gostei do tom que a Valeria o repreendeu. – Calma Valeria, não precisa de tanta agressividade, não será nem a primeira nem a última vez.
Ela meio que fechou a cara e resmungou alguma coisa como “ eu só estou falando” porem não dei muita importância dei um beijo na cabeça da Carla em forma de agradecimento empurrei o Vitor que por sua vez ficou desequilibrado, sai correndo na frente e ele veio logo atras de mim reclamando, mergulhei e ele mergulhou logo atras, esse foi meu erro ele era muito melhor nadador do que eu, em poucos minutos ele me alcançou, tentei mergulhar mais fundo para evitar que ele me pega-se mais fui muito lento, quando dei por mim os braços dele já estava envolvendo o meu corpo, ele me olhou nos olhos e disse:
- Vitor: Ledo engano meu caro, você correu para o meu elemento onde você não pode me vencer.
- Eu: quem falou que eu desisti? Existe mais de uma forma de vencer. Falando isso segurei sua nuca com uma das mãos e puxei sua cabeça para mim em um beijo descontrolado, ele logo entregou-se ao beijo e o aperto dos seus braços foram gradativamente diminuindo ate chegar ao ponto em que eu pudesse escapar, e foi exatamente o que eu fiz, fugi entre os seus braços e nadei desesperadamente para a praia, ele demorou um pouco para perceber o que tinha acontecido e foi precisamente a vantagem que eu precisava para retornar a terra firme.
- Vitor: Isso não foi junto Lucas, vou jogou sujo.
- Eu: Bom, cada um usa as armas que tem. Olhei para ele de uma forma maliciosa.
Ele sorriu. – Tudo bem, ainda vou usar desses truques para vencer você.
- Eu: confesso que vou adorar perder para você nessas condições, bom agora vamos voltar para junto da Carla, pois o senhor já está virando um pimentão.
- Vitor: Olha quem fala, você também está vermelho.
- Eu: isso não é uma competição, vamos voltar e cuidar para que não piore.
Fomos de encontro ao guarda sol onde encontrava-se parte dos nossos amigos, chegando la abri minha mochila e peguei dois protetores solar fator 100 FPS, todos me olharam com uma cara de espanto.
- Carla: Você acha que precisa de tudo isso?
Eu apenas apontei para o Vitor que já estava vermelho feito um pimentão e todos sorriram.
- Daniel: Vitor, só para saber, você trouxe algum protetor?
- Vitor: Sabia que tinha esquecido alguma coisa.
Todos começaram a rir inclusive ele, sentei-me atras dele e esparramei protetor pelas suas costas já queimada pelo sol, esparramei pela nuca e pelo rosto, entreguei o frasco para ele.
- Eu: Agora você termina.
Ele me olhou meio ofendido mais pegou o frasco e terminou, apensar de entender o que ele queria eu não arriscaria ficar de pau duro na praia e ele seria muito infantil se não compreendesse isso. Pouco depois de terminar de passar o protetor ele sentou-se atras de mim e fez o mesmo processo, terminou e entregou o frasco para que eu passa-se pelo resto do corpo, enquanto eu terminava o inesperado aconteceu.
- Cauan: Vitor, O Paulo e o Daniel fizeram uma dupla de vôlei de areia, você gostaria de jogar comigo?
- Vitor: Claro, por que não.
Senti meu estomago revirar nesse momento, ele não deveria montar dupla comigo? e montar dupla logo com ele, sério Vitor? você poderia ser menos trouxa, respirei fundo e tentei me controlar para não ter um ataque de ciúmes que poderia ser injustificável, terminei de passar o protetor em mim e estava me sentindo péssimo, olhei para o lado e as meninas estavam indo em direção ao mar.
- Eu: então, o que vamos fazer?
- Rafa: Eu quero ver o jogo deles.
- Eu: Danilo, vamos caminhar um pouco?
Danilo meio surpreso. – Claro.
Começamos a caminhar, inicialmente em silencio, passado alguns minutos o Danilo quebra o silencio.
- Danilo: Você está com ciúmes dele, ne?
Aquela pergunta me pegou de guarda baixa.
- Eu: De quem?
Danilo me analisou por um momento.
- Danilo: De quem? Do Cauan oras.
- Eu: Não vou mentir, sim estou, alguma coisa nele não me expira confiança.
- Danilo: Eu entendo você, também teria ciúmes.
- Eu: Vamos falar de assuntos animados, o que você está achando da praia e porque ainda não entrou na água?
Ele sorriu meio sem graça. – Não sou um bom nadador.
- Eu: Isso, não está certo, vamos para a água agora. Sai puxando-o pelo braço em direção ao mar, ele fazia uma cara de desespero, parei e olhei para ele.
- Eu: Danilo, relaxa eu não vou deixar você se afogar, vamos?
Ele parou por um minuto e depois assentiu, entramos gradativamente no mar, eu fui jogando água nele para tentar acalmá-lo.
- Eu: Me da sua mão. Estendi minha mão e ele hesitantemente a pegou.
- Eu: Relaxa, só tem nos dois aqui. Isso não era bem verdade algumas pessoas começavam a prestar atenção naquela cena peculiar.
Ele segurou minha mão meio oscilante é fui guiando-o para a parte mais funda, parei quando a água estava na altura do peito dele.
- Danilo: não é muito ruim não.
Sorri com a conclusão dele. - Realmente não é muito ruim, você não precisa ter medo, não vou deixar você se afogar.
Ele sorriu para mim no que me pareceu ser o sorriso mais sincero que ele já tinha dado.
- Danilo: Você é um cara muito legal, o Vitor tem sorte por ter você.
- Eu: E eu tenho sorte em ter ele também.
- Danilo: Lembra da nossa primeira conversa?
- Eu: Na quadra ou na biblioteca, tenho dificuldade em definir qual foi nossa primeira conversa.
- Danilo: Na quadra, você me falou que relacionamento demanda confiança e eu estou pronto para confiar em você.
Eu não falei nada apenas esperei.
- Danilo: Cara, eu sou gay e já tive um namoro com alguém desse grupo.
Fiquei em choque, que o Danilo era gay eu já sabia agora que ele havia namorado alguém ali do grupo eu não fazia ideia, naquele momento a minha cabeça começou a trabalhar loucamente para descobrir quem era.
- Danilo: Por favor não faça isso.
- Eu: Isso o que?
- Danilo: Colocar sua cabeça para funcionar para descobrir quem é, no momento certo eu te conto.
- Eu: Tudo bem, não sei se consigo controlar meus pensamentos, mas mesmo que eu chegue a uma conclusão vou esperar por você.
Ele sorriu para mim. – Obrigado, mas você não demostrou surpresa em eu ser gay.
- Eu: Danilo, sendo sincero com você, eu já sabia.
Ele me olhou meio incrédulo. – Como assim?
- Eu: Por vários fatores.
- Danilo: Interessante, o que me denunciou?
- Eu: Bom, primeiro fato foi a letra da música que com certeza estava junto com uma carta, e alguns outros detalhes.
- Danilo: Você nunca esqueceu a letra daquela música, ne?
- Eu: Na realidade não, mais quando fui te conhecendo o mistério da letra foi perdendo a importância, eu espero que algum dia você conte a história da letra.
- Danilo: Na realidade eu também espero ter coragem para contar algum dia. Bom, podemos voltar para a praia.
Sorri sonoramente. – Claro, acho que você já está desconfortável demais.
Saímos do Mar e fomos em direção ao nosso guarda Sol, chegamos quase junto com as meninas e pouco depois o Paulo e o Dani foram derrotados pela dupla do Vitor.
- Dani: Paulo você e muito ruim. Falou com um tom meio revoltado.
-Paulo: Ah, se você tivesse tamanho pra conseguir bloquear a rede nos não teríamos perdido.
- Eu: Ei, não sejam mal perdedores, o importante e a diversão por falar nisso, Valeria aceita me ajudar a dar uma surra nos dois ali? Falei apontando para o Vitor e para o Cauan.
- Valeria: Eu adoraria.
- Cauan: Vocês acham que tem chance.
- Eu: Pode apostar que sim. Falei isso e meus olhos faiscavam perigosamente com o desafio.
- Cauan: Então vamos, prometemos pegar leva com vocês “mocinhas”. Falou isso e cumprimentou o Vitor com um soco e ambos riram de forma maliciosa.
Não respondi nada, mais aposto que minha cara era de fúria pois o sorriso do Vitor sumiu quando me olhou, me posicionei de um lado da rede e olhei para Valeira.
- Eu: Sem pressão, mas eu não quero perder de forma nenhuma e nos temos todas as chances de ganhar.
- Valeria: Não está em mim perder.
O Jogo começou com eles sacando e pra minha surpresa o Cauan não sacou encima da Valeria como eu esperava, amorteci o saque dele e a Valeria levantou a bola de forma perfeita, senti que decolei em direção a bola, a cena parecia em câmera lenta cortei a bola com tanta força que senti minha mão formigando, mirei a bola em direção ao Vitor mais precisamente em sua cabeça, por sorte nossa ou por descontrole dele, a bola acertou o peitoral do Vitor e por minuto senti remorso pela força que coloquei, pois imediatamente a pele dele ficou vermelha, mas a voz em minha cabeça dizia “ ele merece” e o remorso passou, Valeria veio correndo para mim e nos abraçamos, percebi que eles se entreolharam em um entendimento mutuo de que não seria fácil ganhar de nos.
Minha vez de sacar, olhei de forma feroz para o Cauan pretendia devolver o saque, joguei a bola para cima e mais uma vez senti minha mão formigando com a força que coloquei, a bola cruzou a rede em direção ao Cauan que a recebeu de manchete, porem ele não conseguiu amortecer a bola e ela subiu em direção ao limite da delimitação da quadra improvisada, o Vitor correu mais apesar de ser rápido a areia o retardava um pouco e não consegui chegar a tempo, Valeria e eu comemoramos mais um ponto agora era 2x0, os dois começavam a ficar de cara fechada o jogo terminaria com quem tivesse acima de 5 ponto com diferença de 2 pontos da outra dupla.
Me preparei novamente para sacar, dessa vez olhei em direção ao Vitor joguei a bola para cima e saltei de encontro a ela, pela terceira vez senti minha mão formigando pelo toque da bola, mas não era o mesmo formigamento de antes, “droga” foi o pensamento que veio a minha cabeça, a bola ganhou altura com a recepção do Vitor, Cauan conseguiu ajeitar ao levantar a bola e Vitor cortou em direção a Valeria com um sorriso de satisfação, a bola tinha muita força mais a Valeria tinha mais espirito competitivo do que qualquer um, recepcionou a bola que subiu em direção a rede e eu corri para levantar da forma que fosse possível, perder não era uma opção, levantei a bola para a Valeria na saída da rede, entretanto Cauan já estava esperando ela com o bloqueio, mas Valeria era esperta, no lugar de soltar a mão no bloqueio de Cauan ela largou a bola com pouca força por cima dele, o Vitor não esperava por isso e nos fizemos o 3 ponto, os palavrões eram inevitáveis do outro lado da rede, Valeria e eu apenas nos abraçávamos comemorando o nosso sucesso, e para a nossa surpresa as pessoas estavam se aglomerando para assistir a partida, isso deixava o Vitor e o Cauan sobre mais tenção ainda pois se eles não revidassem perderiam sem fazer nenhum ponto.
Fui para mais um saque dessa vez iria para cima do Cauan, joguei a bola para cima e bati na bola com mais força que a anterior sabia que dali em diante o melhor seria sempre sacar encima do Cauan, a bola explodiu em seus braços com uma panca alta o rosto dele deformou-se com a dor da colisão a bola mais uma vez foi em direção ao fundo da quadra, mas dessa vez o Vitor mergulhou para pega-la e com seu esforço a bola não tocou o chão, mas esta desajeitada demais para o Cauan conseguir cortar, a bola veio de graça para mim, ajeitei a bola para a Valeria que fez mais uma levantada perfeita, mais uma vez eu decolei em direção a bola e só tinha olhos para o Cauan, mirei no seu ombro para não dar chance de defesa e soltei o braço, dessa vez não senti formigamento e sim como se minha mão estivesse pegando fogo, o som da minha mão com a bola foi ensurdecedor, Cauan ficou sem reação a bola bateu em seu ombro e colidiu com a cabeça do Vitor, todos riram com a situação menos os dois, agora era 4x0, Valeria vibrava e provocava os dois eu apenas sorria com a satisfação de ter meu orgulho reestabelecido.
Minha mão estava dolorida da ultima cortada, mas isso não importava me preparei para mais um saque, joguei a bola para cima e acertei ela o mais forte que conseguia, dessa vez a bola tocou na rede perdeu a força e foi caindo lentamente próximo a rede o Vitor e o Cauan mergulharam para pegar a bola simultaneamente o Vitor alcançou a bola porem com o Cauan no chão ao seu lado a bola tocou no chão próximo a rede e o jogo chegou ao fim, Valeria vibrava de felicidade veio ao meu encontro e me abraçou, eu rodei ela pelo ar e caímos rindo na areia quente, mas do outro lado da rede o clima fechou os dois estavam discutindo e o Cauan estava indo pra cima do Vitor, eu instintivamente pulei de pé e fui em direção a eles, no meio do caminho gritei.
- Eu: Ei, tem certeza disso que esta preste a fazer? Falei isso atravessando a rede e ficando do lado do Vitor.
- Cauan: Tanto faz. E saiu em direção ao guarda sol.
Cauan pegou as suas coisas e saiu em direção ao hotel, Valeria correu ate mim.
- Valeria: O que aconteceu?
- Eu: nada, ele só não sabe perder.
- Valeria: Acho que vou atras dele.
- Eu: No momento eu acho que nãos seria bom, deixa ele ir tomar um banho e esfriar a cabeça depois você vai.
Ela concordou meio relutante e nos juntamos aos outros, todos estávamos conversando e ignorando o fato das infantilidades do jogo, estava meio que ignorando o Vitor ate que ele puxa meu braço.
- Vitor: Vamos caminhar comigo? pediu com uma cara de cachorro que caiu da mudança que eu não conseguia resistir.
- Eu: Ok.
Joguei minha camisa no ombro levantei e comecei a caminhar, ele cruzou os braços atras do pescoço e começou a caminhar ao meu lado, andamos bem uns 5 minutos em silencio até ele começar a falar.
- Vitor: Você sabe que aquilo era apenas um jogo ne?
- Eu: Claro que sei. Respondi de forma vaga para ver até onde ele chegaria.
- Vitor: Então por que você ágil daquela forma?
Era impressão minha ou ele estava me repreendendo. – Não entendi, eu apenas joguei para ganhar e era o que a Valeria também queria, você queria que perdêssemos de propósito?
- Vitor: Olha, não faz assim você sabe do que eu to falando, o único saque seu que não teve força demais foi o que fez em mim, todos o que fez no Cauan foram exagerados, o objetivo era nos divertirmos e não humilhação.
- Eu: Não saquei com força exagerada.
Ele parou e pegou minha mão e me mostrou, estava completamente vermelha e ate um pouco inchada com o esforço que havia feito.
- Vitor: Isso aqui quer dizer o que? Você não gosta do Cauan, mais agir dessa forma foi muito cruel da sua parte.
- Eu: Sério isso? Você me deixa pra fazer dupla com ele e eu que fui cruel?
- Vitor: É sério isso? Você queria fazer a Viagem do Danilo ser legal e eu percebi que passaram um bom tempo junto pois ele estava sorrindo de uma forma bem mais leve, se eu formasse dupla com você quem ficaria com o Danilo, você está sendo justo comigo?
Engoli em seco a fala do Vitor, ele realmente tinha razão eu queria mesmo passar um tempo com o Danilo e fazer a viagem dele ser legal, mas eu não queria o Vitor perto dele.
-Eu: Sua logica tem razão mais de todo mundo porque tinha que ser ele?
- Vitor: Simples, porque ele me convidou.
- Eu: Você podia dizer não.
Ele sorriu pra mim pois identificou minha voz de derrota. – Olha, você sabe que não está fazendo nenhum sentido ne?
- Eu: Sim, eu sei que não faz sentido, mas eu posso ter ciúmes também, ne?
- Vitor: Pode sim, desde que não me deixe vermelho. Falou isso e apontou para o próprio peito.
Passei a mão pelo peito dele onde a bola havia acertado, senti uma onda de remorso tomar conta do meu corpo. Olhe para o chão sem graça.
- Eu: Amor, me Desculpa eu não queria te machucar.
Ele me abraçou no meio da praia. – Você não me machucou.
- Eu: logico que machuquei, olha só como está vermelho.
- Vitor: Eu já te machuquei mais que isso.
- Eu: Verdade, mas não justifica.
- Vitor: Eu perdoo você, porem você terá que pedir desculpa para o Cauan.
Desvencilhei-me de seus braços e o encarei. – Nem que o inferno congele você vai me convencer a pedir desculpas pra ele.
Ele caiu na risada. – Depois eu que sou ciumento, ne?
- Eu: A situação e bem diferente amigo, você tem ciúme de todo mundo perto de mim, eu por outro lado não tenho ciúmes dos caras do futsal nem dos nossos amigos, mas ele é diferente, alguma coisa nele não está certa.
- Vitor: ok, não vou forçar a barra com isso, você tem que chegar a essa conclusão sozinho, você o deixou muito mais vermelho do que eu.
- Eu: A grande diferença e que eu não me importo de machucá-lo.
Ele suspirou claramente sabendo que eu não iria ceder ao seu pedido.
- Vitor: Ok, vamos apostar uma corrida ate o guarda Sol então.
- Eu: vamos então.
Saímos correndo feito loucos pela areia morna de fim da tarde daquele dia, propositalmente deixei ele pegar uma distância de mim, pretendia deixar ele ganhar a corrida para compensar ter ganhado dele no vôlei mais cedo, ele estava se esforçando muito e estava a vários passos na minha frente, eu não poderia deixar ele ganhar com tanta vantagem assim, apertei um pouco o ritmo para tornar a disputa mais emocionante, mais pela dianteira que ele pegou eu não conseguiria alcançá-lo. Ele chegou primeiro e eu cheguei uns 5 passos atras dele saltei por cima dele e o derrubei na areia e beijei sua testa, ele meio grilado me empurrou de cima dele, ambos caímos na risada enquanto todos nos olhavam meio assustados. Daniel aproximou-se com uma cara de preocupação mais ao perceber que estávamos bem suavizou a expressão.
- Daniel: Eu nunca vou entender esses rituais de acasalamento de vocês.
Eu olhei para ele que está distraído e dei uma rasteira nele que caiu ao meu lado de costas no chão, todos começaram a rir da situação.
- Eu: Pronto Dani, hoje anoite será sua iniciação.
- Dani: To fora, você provavelmente já me deixou mancando pelo seu último “gesto de carinho”.
Rolei meu corpo por cima do dele. – Que isso Dani, prometo que vou ser carinhoso com você.
Ele me empurrou de cima dele e olhou para o Vitor.
- Dani: E você caiu nesse papo?
- Vitor: Pior que sim cara.
- Eu: Tá achando o que chefe, eu sou irresistível.
Levantei do chão todo sujo de areia, e estendi a mão para os dois, puxei ambos do chão.
- Eu: Pessoal, vamos voltar para o hotel? Quero conhecer a praça e o comercio da cidade.
Todos concordaram e nos dirigimos para o Hotel, acordamos de nos encontrarmos as 19 horas na entrada do hotel para sairmos o que nos deixavam com pouco mais de 2 horas livres, entrei no quarto peguei minha toalha e fui direto para o chuveiro, a praia era ótima, mas o calor intenso me fazia suar mais do que o normal e descobri da pior forma possível que a maldita areia tinha vida, minhas bolas estavam cobertas de areia e eu não fazia ideia de como aquela areia tinha chegado até ali.
Entrei para o banheiro, tirei meu short e fui de sunga para o box, liguei a água fria e deixa que molhasse meu corpo todo, olhei para cima e deixei a água molhar meu rosto, ainda estava de olhos fechados quando a porta do box abriu, não precisava olhar, sabia que era ele quem estava entrando, abri meus olhos e me deparei com seu sorriso de criança travessa.
- Vitor: Posso tomar banho com você?
- Eu: Bom, você já está aqui né, acho que não posso mais negar.
Puxei ele de encontro ao meu corpo e o envolvi em meus braços, por sua vez ele se encaixou perfeitamente ao meu corpo, minha mão subiu pelas suas costas em direção a sua nuca e ele deitou sua cabeça gentilmente no meu ombro, ficamos assim por algum tempo, sem dizer nada apenas com o som da agua tocando nossos corpos, quebrei aquele silencio beijando de leve sua cabeça, em resposta ao meu beijo ele movimenta seu rosto em direção ao meu e ao olha-lo percebo que seus olhos permaneciam fechados, então guiei seu rosto gentilmente até os meus lábios iniciando um beijo lento e apaixonado, a situação foi esquentando as mãos dele deslisava por todo o meu corpo enquanto a minha segurava a sua cabeça em um beijo voraz, podia sentir sua respiração ficando cada vez mais descompassada, mas não recuei, deslisei meus lábios da boca dele ate o pescoço, senti o corpo dele ficar arrepiado e um gemido baixo saiu de sua boca, ele não deixou por menos colocou sua mão dentro da minha sunga e apertou minha rola me fazendo devolver o gemido que ele havia soltado a pouco, sussurrei em seu ouvido “se fizer novamente eu não respondo por mim” ele sorriu e apertou novamente, em resposta girei o corpo dele junto ao meu e o coloquei preso entre o meu corpo e a parede, voltei a beijar seu pescoço de forma voraz a única coisa que eu ouvi foi ele pedindo para não deixar marca, resolvi fazer o oposta chupei seu pescoço com força afim de deixar “minha marca”, sorri ao ouvir ele me xingando “ desgraçado”, confesso que isso me deixou excitado mais o que ele fez depois me deixou louco, ele puxou meu corpo para perto dele e cravou os dentes no meu ombro com muita força, segurei sua cabeça forçando-a em direção ao meu corpo e sussurrei em seu ouvido.
- Eu: Se a intenção era me deixar grilado, não adiantou.
A mordia não foi fraca, eu agora tinha as marcas dos dentes dele cravado na minha pele, ele levantou a cabeça e me olhou de forma desafiadora, sorri para ele em resposta e passei a mão pela sua nuca prendo o cabelo dele entre meus dedos e sussurrei em seu ouvido.
- Eu: Amor tem certeza de que quer brincar assim?
Ele não respondeu apenas sorriu de uma forma sacana, não precisei de nenhuma outra autorização, puxei sua cabeça para trás e dei outro chupão em seu pescoço, ele lutou para me afastar dele, mas foi inútil, o corpo dele estava preso entre o meu e a parede do banheiro, enquanto lutávamos para ver quem dominava quem a agua escorri por nós e o banheiro já estava todo enevoado com o vapor da agua quente, confesso que fiquei com medo de machuca-lo e acabei por não usar a força necessária para conte-lo, em uma reviravolta ele conseguiu mover meu corpo em direção a parede contraria ao chuveiro e agora eu e que estava pressionado entre ele e a parede, ele sorriu de forma triunfante.
- Vitor: Eu ganhei.
Sorri em resposta, apertei o corpo dele contra o meu e girei deixando-o contra a parede
- Eu: e o que você exatamente ganhou?
- Vitor: Você é competitivo demais.
- Eu: nem sabia que estávamos apostando alguma cosia. Falei meio perdido.
- Vitor: Não é bem apostando, mas você nunca me deixa no controle da situação, quer dizer você sempre está me guiando.
Realmente era verdade, mesmo antes quando éramos apenas amigos eu sempre conduzia tudo o que fazíamos. Enquanto eu refletia ele se desvencilho dos meus braços e voltou para o chuveiro pegando o sabonete e ensaboando o próprio corpo ficando de costas para mim, me deixando mais uma vez perdido com essa atitude até então inédita.
Me aproximei dele meio confuso e apoiei a minha mão em seu ombro.
-Eu: Não entendi, quer dizer eu entendi porem não compreendo o que exatamente você quer dizer.
Ele me olhou realmente chateado. – É sério que você não conseguiu ver o problema?
-Eu: Vitor, não é isso que eu estou dizendo, mais e que ate agora eu não sabia que tínhamos um problema por isso, estamos juntos a anos e você nunca ficou grilado com isso, quer dizer eu nunca forcei você a fazer nada. Falei meio na defensiva.
- Vitor: Cara, você controla ate os meus gastos agora, não passou pela sua cabeça que talvez isso fosse um pouco demais não?
Ele havia acabado de me acertar um soco na barriga, eu não havia pensado por essa ótica, em todo o meu cuidado com ele eu não havia pensado em como ele se sentia com tudo aquilo, respirei fundo e abri a porta do box, ele me olhou meio confuso.
- Vitor: Aonde você vai?
Olhei ele nos olhos. – Acho que essa conversa não foi feita para o banho, termina seu banho e então nós conversamos.
Sai do banheiro e sentei-me em uma cadeira ao lado da cama, e aguardei que ele terminasse, o tempo foi passando e apos de 10 minutos intermináveis ele saiu do banheiro enrolado na toalha com o tórax ainda escorrendo água e os cabelos molhados e espalhado desalinhadamente pelo rosto, mais esse era o pensamento errado para o momento, tentei me concentrar no que era importante no momento. Enquanto estava perdido em meus pensamentos ele sentou-se na cama de frente para mim e ficou olhando nos meus olhos.
- Eu: bom, vamos começar pelo início, você pode listar tudo o que está incomodando você?
Ele me olhou por um momento com a expressão meio preocupada como se escolhesse as palavras, e de repente soltou tudo de uma vez.
- Vitor: Não é que eu não goste que você cuide de mim e me proteja, mas você tem que entender que existe limites. Eu não sou tão vulnerável assim a ponto de você ter que andar sempre um passo a minha frente com medo que alguma coisa me aconteça ou controle o meu dinheiro com medo que eu gaste tudo de uma vez ou faça alguma burrada com ele.
Fiquei um pouco magoado, quer dizer eu tinha feito tudo isso por ele, não queria faze-lo sentir-se mal com isso.
-Eu: Desculpa, não era minha intenção fazer você se sentir assim, na realidade eu só queria proteger você para não se machucar e em relação ao dinheiro só aceitei para evitar uma discussão entre você e sua mãe, o que posso fazer para compensar?
Vitor me olhou de uma forma indecifrável antes de dizer:
- Vitor: Não é compensar e sim pensar antes de fazer alguma coisa, sei lá pensa em como você sentira no meu lugar.
-Eu: Ok, vou fazer o seguinte vou transferir o seu dinheiro para a sua conta e você pode tomar conta das suas finanças.
-Vitor: É um bom começo. Abri um sorriso ao terminar de falar.
Meio sem saber o que dizer ou como me comportar vou em direção ao banheiro para terminar meu banho, consigo sentir os olhos dele me seguindo mais ele não diz nada, novamente abro o registro do chuveiro e deixo a agua cair pelo meu corpo, a voz em minha mente me diz “ele não vai aparecer dessa vez” com um gosto amargo na boca sou obrigado a concordar com ela, enquanto vou ensaboando meu corpo me coloco a pensar como a minha atitude de protege-lo poderia ser considerada assim tão ofensiva? Ate pouco tempo atras ele era feliz por eu cuidar dele, o que será que aconteceu para essa mudança repentina dele, com o fim do banho veio a dura realidade, por mais que eu pergunta-se a mim mesmo jamais saberia a resposta pois apenas ele saberia explicar.